Resumo: Este artigo tem como objetivo refletir sobre as políticas de saúde para as pessoas indígenas com deficiência no Brasil, marcadas pela falta de acesso à informação e a serviços essenciais. Em especial, quando abordamos as crianças...
moreResumo: Este artigo tem como objetivo refletir sobre as políticas de saúde para as pessoas indígenas com deficiência no Brasil, marcadas pela falta de acesso à informação e a serviços essenciais. Em especial, quando abordamos as crianças indígenas com deficiência, somam-se novas interseccionalidades, que têm sido pautadas no Brasil por um discurso hegemônico e fortemente midiático de preconceito e criminização dos povos indígenas. Abordamos ainda a questão da deficiência congênita entre povos indígenas como correlata a iniquidades e vulnerações de direitos territoriais, sociais e humanos-e que tem sido potencializada pelo aumento de doenças crônicas características de não indígenas. Metodologicamente, fizemos uma revisão teórica, etnográfica e de estatísticas disponíveis no sistema público de saúde. Enfatizamos a necessidade de abrir caminhos para outras estratégias de lutas pelos direitos humanos ao território livre, à autonomia, à participação social, à dignidade e ao bem viver. Palavras-chave:Crianças Indígenas. Pessoas com Deficiência. Saúde da Criança. Saúde Indígena. Direitos Humanos.
Abstract: This article aims to reflect on health policies for indigenous people with disabilities in Brazil, featured by the lack of access to information and essential health care services. In particular, when we approach indigenous children with disabilities, new intersectionalities are added, which have been guided in Brazil by a hegemonic and strongly mediatic discourse of discrimination and criminalization of indigenous peoples. We also address the issue of congenital disability among indigenous peoples as correlated with iniquities and violations of territorial, social and human rights-and which has been potentiated by the rise in chronic diseases, characteristic of non-indigenous peoples. Methodologically, we conducted a theoretical and ethnographic review, together with an analysis of the information available in the public health system; paving the way for other strategies for human rights struggles for free territory, autonomy, social participation, dignity and well living.