Vitaceae, a família das videiras, é uma família pertencente à ordem Vitales, que é composta por 15 gêneros e 850 espécies. A família tem distribuiçãopantropical e também ocorre em áreas de climatemperado.
São usualmentelianas, comgavinhas opostas às folhas. Raramente são pequenas árvores ouervas suculentas. As flores podem serhermafroditas, ou de sexos separados. Florescem de novembro a fevereiro com período de maturação dos frutos de dezembro a fevereiro. O fruto é umabaga.
Auva é cultivada desde 4000 a.C. na Síria e no Egito, e desde 2500 a.C na região domar Egeu. Muitos acreditam que foram os fenícios que introduziram na Grécia, Sicília, Itália, e em regiões como Marselha na França. Conforme a observação de dadosarqueológicos, é possível constatar que a uva já existia na França desde 10000 a.C.[1]
A família compreende 15 gêneros de distribuição cosmopolita. Os principais centros de diversidade são a América do Sul e do Norte, África e Sudeste da Ásia. Ocorrem em matas, desertos, savanas, vegetação ribeirinha, ambientes alagados e vegetação de altitude.
O gêneroCissus é o maior da família com cerca de 350 espécies de distribuiçãopantropical e quase exclusivamente doHemisfério Sul. Na América do Sul apresenta dois centros de diversidade, na regiãoAmazônica e naMata Atlântica.
Os membros dessa família podem ser:lianas,lenhosas ouherbáceas e raramente arbustos ou árvores; geralmente monóicas (ou raramente dióicas) apresentam ramos decrescimento simpodial, mesofítico, ou xerofítico,gavinhas (podendo ser ramificadas ou não) quase sempre opostas às folhas e ramos com escamas diminutas.[2]
Possui cambio de cortiça; nós tri-pentalacunares, ou multilacunar; tecidos vasculares primários envolvendo um anel de feixes; feixes corticais ausentes, não possui feixes medulares, espessamento secundário desenvolvido a partir de um anel cambial convencional, ou anômalo ocasionalmente via câmbio concêntrico, tetrastigma; raios medulares primários largos (geralmente), ou misturados largos e estreitos.
Composta porinflorescência cimosa,racemosa, panícula ou tirso, quase sempre opostas às folhas, axilares ou extra-axilares, com ramos e pedicelos subtendidos porbrácteas diminutas.
Possuem flores subsésseis, hipóginas, bissexuadas, ou raro funcionalmente unissexuadas,actinomorfas; sépalas 4-5meras unidas; pétalas 4-5meras valvares, unidas pelo ápice emVitis ou livres entre si, mas coerentes nas margens emcaliptra no botão.
Geralmente caducas naantese, ou raro persistentes no fruto;estames polistêmones , opostos às pétalas, livres entre si, anterasbitecas; disco nectarífero ausente ou presente, sendo assim intra-estaminal, composto por cinco glândulas livres entre si ou anular e polisulcado ou lobado, livre ou adjunto à parede do ovário;ovário súpero,bi-carpelar, bi-tetralocular, apresenta doisóvulos por lóculo, com placentação basal, estilete único central, às vezes nulo, único estima e pontual, discóide, capitado ou tetrafido.
Asanálises filogenéticas provenientes da combinação de dados fornecem dados condizentes para a reconstituição dafilogenia de Vitaceae.
Cayratia,Tetrastigma eCyphostemma formam um clado, sendo queCyphostemma eTetrastigma são monofiléticos, eCayratia pode ser parafilético.Ampelopsis é parafilético com o gênero africanoRhoicissus, onde o gênero sul-americanoCissus striata está inserido.
As espécies de folhas compostas pinadas deAmpelopsis formam um subclado, e as de folhas simples e palmadas constituem outro com subclados contendo espécies Asiáticas e Americanas.
Especies deCissus da Asia e da América Central sãomonofiléticas, mas na America do Sul,C. striata não se encaixa dentro do grupo de outras especies deCissus.
A espécie asiática endêmicaNothocissos ePterisanthes formam um clado com a asiáticaAmpelocissus eA. javalesis da America Central, que é irmã desse clado.
Vitis é monofilético e forma um grande clado comAmpelocissus, Pterisantes e Nothocissus.
Cientistas Norte Americanos e do Leste Asiático desmembraramParthenocissus, formando um clado comYua austro-orientalis, uma especie cujo sequenciamento gênico ainda é pouco conhecido, que é proveniente da China e do Himalaya.
Desta forma, Vitaceae demonstra uma complexa e múltipla co-relação entre espécies doHemisfério Norte eSul.[6]
A espécie mais cultivada no mundo é aVitis vinifera, apresentando grande número de cultivares, tanto de uvas para vinho como também de uvas de mesa e de uvas para a produção de passas.
Vitis vinifera
Na Ásia as espécies distribuem-se desde a Sibéria até a Indonésia, com 29 espécies descritas. No continente americano, com 34 espécies descritas, a ocorrência natural da videira vai desde o Canadá até a Venezuela. Em ambos os casos, Ásia e América, há uma grande diversidade genética, com espécies adaptadas a diferentes condições ambientais.
No continente europeu ocorrem apenas duas espécies,Vitis vinífera eVitis silvestris. Entre as espécies americanas, apenas três apresentam variedades cultivadas:Vitis labrusca,Vitis bourquina eVitis rotundifolia.
A segunda espécie em importância pela área cultivada no mundo éVitis labrusca. O número de variedades cultivadas desta espécie limita-se a algumas dezenas.
As uvas deV. labrusca são utilizadas para consumo in natura e para processamento, em especial para a elaboração de suco de uva; em alguns países da América e da Ásia também são elaborados vinhos com uvas labruscas.
O cultivo deVitis bourquina limita-se poucas cultivares e está restrito a poucas zonas de cultivo. O número de variedades cultivadas deVitis rotundifolia também é pequeno, e seu cultivo comercial tem importância apenas no Centro-Sul dos Estados Unidos.
As cultivares destas espécies, assim como cultivares híbridas interespecíficas, são todas classificadas, no Brasil, como "uvas comuns".[7]
Referências
↑G Felippe, MC TOMASI - (2009).Venenosas: Plantas que matam também curam. [S.l.]: SENAC
↑abWS Judd, CS Campbell, EA Kellogg, PF Stevens (2009).Sistematica Vegetal: Um Enfoque Filogenético. 3ª eds. [S.l.]: Artmed editora !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. [S.l.: s.n.] 2015
↑Lombardi, J.A. 2002. Vitaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Giulietti, A.M., Melhem, T.S., Bittrich, V., Kameyama, C. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 2, pp: 365-374. [S.l.: s.n.]
↑A Soejima, J Wen. «Phylogenetic analysis of the grape family (Vitaceae) based on three chloroplast markers».American Journal of Botany|acessodata= requer|url= (ajuda)