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Valproato

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Valproato
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC2-propylpentanoic acid
Identificadores
Número CAS99-66-1
PubChem3121
DrugBankAPRD00256
ChemSpider3009
Código ATCN03AG01
SMILES
 
  • CCCC(CCC)C(=O)O
Propriedades
Fórmula químicaC8H16O2
Massa molar144.2 g mol-1
Farmacologia
BiodisponibilidadeRápida absorção
Via(s) de administraçãoOral e intravenoso
MetabolismoHepático (glucuronosiltransferase: 30–50%;betaoxidação: ~40%)
Meia-vida biológica9–16 horas
Ligação plasmáticaDependente da concentração, de 90% em 40 µg/mL a 81.5% em 130 µg/mL
ExcreçãoMenos de 3% excretados inalterados em urina.
Classificação legal


POM(UK)?(US)

Riscos na gravidez
elactação
XTeratogênico
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedadesn,εr, etc.
Dados termodinâmicosPhase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectraisUV,IV,RMN,EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sobcondições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Ovalproato (VPA; nomes comerciais:Depakote,Depakene, entre outros) e suas formasácido valproico,valproato de sódio evalproato semissódico são medicamentos usados principalmente para o tratamento deepilepsia etranstorno bipolar e para a prevenção deenxaquecas. Eles são úteis para a prevenção de convulsões em pessoas comcrises de ausência,convulsões parciais e convulsões generalizadas. Esses medicamentos podem ser administrados porvia intravenosa ouoral e, na forma decomprimidos, em formulações de ação curta ou prolongada.[1]

Os efeitos colaterais comuns do valproato incluemnáuseas,vômitos,sonolência eboca seca. Os efeitos colaterais graves podem incluirinsuficiência hepática; portanto, recomenda-se o monitoramento regular dostestes de função hepática. Outros riscos graves incluempancreatite e um risco aumentado desuicídio.[1] O valproato também pode causaranormalidades graves em bebês se for administrado durante agravidez,[2] e, como tal, não é normalmente recomendado para mulheres em idade fértil com enxaqueca.[1]

Omecanismo de ação preciso do valproato não é claro,[1][3] mas sugere-se que pode estar relacionado à modulação dos níveis deGABA, ao bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem e à inibição dashistonas desacetilases.[4][5]

O valproato, umácido graxo de cadeia curta ramificada (SCFA, em inglês) derivado doácido valérico, foi fabricado pela primeira vez em 1881, tendo entrado em uso médico em 1962.[6] Ele está naLista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde,[7] além de estar disponível comomedicamento genérico.[1] Em 2018, era o 131.º medicamento mais prescrito nos Estados Unidos, com mais de 5 milhões de prescrições.[8][9]

Terminologia

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O ácido valproico (VPA) é umácidoorgânico fraco, cujabase conjugada é o valproato. Osal de sódio do ácido é o valproato de sódio, e ocomplexo de coordenação entre os dois é conhecido como valproato semissódico.[10]

Usos médicos

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O valproato é usado principalmente para tratar aepilepsia e otranstorno bipolar, embora também seja usado para prevenirenxaquecas.[11]

Epilepsia

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O valproato tem um amplo espectro deatividade anticonvulsivante, embora seja usado principalmente como tratamento de primeira linha para crises tônico-clônicas,crises de ausência ecrises mioclônicas; e como tratamento de segunda linha paracrises parciais eespasmos infantis.[11][12] Também já foi administrado com sucesso porvia intravenosa para o tratamento doestado de mal epiléptico.[13][14]

Transtornos mentais

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Transtorno bipolar

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O valproato e seus derivados também são usados para tratarepisódios maníacos ou mistos detranstorno bipolar.[15][16]

Esquizofrenia

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Umarevisão sistemática de 2016 comparou a eficácia do valproato como um complemento para o tratamento de pessoas comesquizofrenia. Neste estudo, constatou-se que há evidências limitadas de que a adição de valproato aosantipsicóticos pode ser eficaz para a resposta geral e também para sintomas específicos, especialmente em termos de excitação e agressão. O valproato foi associado a uma série de eventos adversos, entre os quais sedação e tontura apareceram com mais frequência do que nos grupos de controle.[17]

Síndrome de desregulação da dopamina

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Com base em cinco estudos de caso, o ácido valproico pode ter eficácia no controle dos sintomas da síndrome de desregulação da dopamina que surgem do tratamento dadoença de Parkinson comlevodopa.[18][19][20]

Enxaqueca

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O valproato também é usado para a prevenção deenxaquecas. Como este medicamento pode ser potencialmente prejudicial ao feto, seu uso deve ser considerado apenas após os riscos terem sido discutidos.[21]

Usosoff-label

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Em 2012, a empresa farmacêuticaAbbott pagou 1,6 bilhão de dólares em multas aos governos federal e estadual dos Estados Unidos pela promoção ilegal de usosoff-label de Depakote, incluindo para a sedação de residentes em lares de idosos.[22][23]

Alguns estudos sugerem que o valproato pode reabrir o período crítico de aprendizado doouvido absoluto e possivelmente outras habilidades, como a linguagem.[24][25]

Outros

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O medicamento foi testado no tratamento daAIDS e docâncer, devido aos seus efeitos inibidores dahistona deacetilase (HDAC).[26]

Farmacodinâmica

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Tal como afenitoína e acarbamazepina, o valproato bloqueia as descargas repetidas e prolongadas dos neurônios, que estão por trás de uma crise epilética. Estes efeitos devem-se, em doses terapêuticas, à diminuição da condutância dos canais de sódio voltagem-dependentes e à inibição da GABA transaminase, enzima que realiza a degradação doGABA, neurotransmissor inibitório.[27]

Contraindicações

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Não deve ser usado por grávidas nem por lactantes, devendo ser substituído por outro anticonvulsivo. Pode inibir a cicatrização (trombocitopénia), especialmente quando acompanhado de umanti-inflamatório não esteroidal ouheparina. Não deve ser usado por pacientes comhepatotoxicidade ou distúrbio nociclo da ureia.[27]

Inibe o CYP2C9, aglucuronil transferase e o epóxido hidroxilase. Interage medicamentosamente com váriosanticoagulantes,ansiolíticos,antidepressivos,antipsicóticos,anticonvulsivantes e com azidovudina. Potencializa os efeitos doálcool. Nunca deve ser usado junto comamifampridina.[27]

O uso do valproato em combinação comantidepressivos tricíclicos deve ser acompanhado de monitoramento terapêutico, pois essa combinação provoca uma tendência de aumento notável nosníveis séricos denortriptilina eamitriptilina.[28]

Efeitos adversos

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Com relação aos seus efeitos secundários, os agudos incluemnáuseas,vómitos, dor abdominal, aumento de peso, dor na barriga ealopecia. O ácido valproico tem um alerta de caixa preta parahepatotoxicidade,pancreatite e anomalias fetais.[29] Tremor, parkinsonismo, e mioclonia estão entre as desordens do movimento mais comumente encontradas em usuários de VPA.[30]

O valproato é umagente teratogênico;[31] a exposição durante agravidez está associada a cerca de três vezes mais anormalidades graves do que de costume, principalmenteespinha bífida, com os riscos relacionados à concentração da medicação usada e ao uso de mais de um medicamento.[32][33] Mais raramente, pode também causar outros defeitos, incluindo a chamada "síndrome do valproato".[34] As características da síndrome de valproato incluem características faciais comotrigonocefalia,testa alta com estreitamento bifrontal,pregas epicânticas, deficiência medial das sobrancelhas, ponte nasal plana, raiz nasal larga, narinas antevertidas,filtro raso, lábio superior longo com bordas vermelhas finas, lábio inferior grosso e boca pequena voltada para baixo.[35] Embora oatraso no desenvolvimento geralmente esteja associado a características físicas alteradas (características dismórficas), nem sempre esse é o caso.[36]

Referências

  1. abcde«Valproic Acid». The American Society of Health-System Pharmacists. Consultado em 23 de outubro de 2015.Cópia arquivada em 31 de julho de 2017 
  2. «Valproate banned without the pregnancy prevention programme».GOV.UK. Consultado em 26 de abril de 2018 
  3. Owens MJ, Nemeroff CB (2003). «Pharmacology of valproate».Psychopharmacol Bull. 37 Suppl 2: 17–24.PMID 14624230 
  4. Ghodke-Puranik Y, Thorn CF, Lamba JK, Leeder JS, Song W, Birnbaum AK, Altman RB, Klein TE (abril de 2013).«Valproic acid pathway: pharmacokinetics and pharmacodynamics».Pharmacogenet. Genomics.23: 236–241.PMC 3696515Acessível livremente.PMID 23407051.doi:10.1097/FPC.0b013e32835ea0b2 
  5. «Valproic acid».DrugBank. University of Alberta. 29 de julho de 2017. Consultado em 30 de julho de 2017.Cópia arquivada em 31 de julho de 2017 
  6. Scott, D.F. (1993).The history of epileptic therapy: an account of how medication was developed 1. publ. ed. Carnforth u.a.: Parthenon Publ. Group.ISBN 9781850703914 
  7. World Health Organization model list of essential medicines: 21st list 2019. Geneva: World Health Organization. 2019. WHO/MVP/EMP/IAU/2019.06. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO 
  8. «The Top 300 of 2021».ClinCalc. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  9. «Divalproex Sodium - Drug Usage Statistics».ClinCalc. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  10. Brayfield (ed.).Martindale: The Complete Drug Reference. London: Pharmaceutical Press. Consultado em 3 de março de 2018 
  11. abRossi, S, ed. (2013).Australian Medicines Handbook 2013 ed. [S.l.]: The Australian Medicines Handbook Unit Trust.ISBN 978-0-9805790-9-3 
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  13. Olsen KB, Taubøll E, Gjerstad L (2007). «Valproate is an effective, well-tolerated drug for treatment of status epilepticus/serial attacks in adults».Acta Neurol. Scand. Suppl.187: 51–4.PMID 17419829.doi:10.1111/j.1600-0404.2007.00847.x 
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Ligações externas

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GABAérgicos
Moduladores alostéricos
doGABAAR
Inibidores da
GABA transaminase
Outros
Moduladores
de canal
Bloqueadores dos canais
de sódio
Bloqueadores dos canais
de cálcio
Outros
Inibidores da anidrase carbónica
Outros
Anticonvulsivantes
Antipsicóticos atípicos
Outros
Controle de autoridade
Identificadores
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