A sua história remonta ao século seguinte ao dafundação da nação portuguesa, dado que foi criada a 1 de Março de 1290, quando o reiD. Dinis I assinou na cidade deLeiria o documentoScientiae thesaurus mirabilis, criando a universidade, o qual foi intermediado e confirmado peloPapa. Fixada definitivamente na cidade de Coimbra em 1537, sete anos depois, todas as suas faculdades se instalam no antigo Paço Real da Alcáçova (denominadoPaço das Escolas, após a sua aquisição pela Universidade de Coimbra em 1597).[5]
A nível mundial, a Universidade de Coimbra destaca-se ainda pelo seu alinhamento com os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, tendo alcançado a 21.º posição no ranking publicado pela Times Higher Education (THE)] o qual inclui mais de 1 000 universidades e politécnicos de todo o mundo.
A universidade, inicialmente instalada na zona do atualLargo do Carmo, emLisboa, foi transferida paraCoimbra, para oPaço Real da Alcáçova, em 1308. Voltou em 1338 para Lisboa, onde permaneceu até 1354, ano em que regressou para Coimbra. Ficou nesta cidade até 1377 e voltou de novo paraLisboa neste ano.
Permaneceu em Lisboa até 1537, data em que foi transferida definitivamente para Coimbra, por ordem deD. João III. Sete anos mais tarde todas as suas Faculdades se instalam no histórico Paço Real da Alcáçova. Data de 1597 a aquisição (a Dom Filipe I), pela Universidade de Coimbra, do Paço da Alcáçova, que a partir daí passou a designar-sePaço das Escolas (o centro histórico da Universidade).[5]
A universidade recebeu os seus primeirosestatutos em 1309, com o nomeCharta magna privilegiorum. Os segundos estatutos foram outorgados no ano de 1431, durante o reinado deD. João I, com disposições sobre a frequência, exames, graus,propinas e ainda sobre otraje académico. Já no reinado deD. Manuel I, em 1503, a Universidade recebeu os seus terceiros estatutos, desta vez com considerações sobre o reitor, disciplinas,salários dos mestres, provas académicas e cerimónia do ato solene dedoutoramento.
Desde o reinado de D. Manuel I, todos osReis de Portugal passaram a ter o título de «Protetores» da Universidade, podendo nomear os professores e emitir estatutos.
O poder real, bastante mais centralizado a partir deD. João II, criava uma dependência da universidade em relação aoEstado e àpolítica, pelo que a preponderância dos estudos jurídicos se estabeleceu em Portugal.
Portal da Capela de S. Miguel, no Paço das Escolas[8]
A 27 de Dezembro de 1559, no reinado deD. Sebastião,Baltazar de Faria fez a entrega dos Quartos Estatutos, nos quais se determinou que o reitor fosse eleito peloClaustro, disposição essa nem sempre foi cumprida pelo poder régio. Nesse mesmo ano, a 1 de Novembro, tinha sido solenemente aberta aUniversidade de Évora, entregue aosjesuítas.
Em 1591, deMadrid, vieram os Sextos Estatutos (os quintos foram deixados de lado, nunca tendo entrado em vigor) e foram apresentados em Claustro no ano seguinte. Determinava-se que a Universidade indicasse três nomes para o cargo reitoral, escolhendo o rei um deles.
Estátua de D. Dinis em frente à Faculdade de Medicina
No reinado deD. João V,João Frederico Ludovice terá feito o risco para a Torre da Universidade de Coimbra e portal da Biblioteca. Xavier da Costa ao citar os monumentos da era joanina, falando da Biblioteca (1716–1725), e da Torre (1728–1733), diz que não será injustificado atribuírem-se os seus projetos a Ludovice. Aludindo o parentesco que encontramos entre o Pórtico da mesma Biblioteca e o Portal da Capela Octogonal do Senhor das Barrocas em Aveiro. As mísulas laterais em que se apoiam os arcos, as colunas jónicas, os frisos têm um ar de parentesco nos dois pórticos, muito diferentes, porém no coroamento, pois o de Aveiro, com os seus frontões, um entrecortado outro partido, reúne uma decoração escultórica que prova grande influência dos artistas entalhadores e dos lavrantes da pedra e ourivesaria. Não será despropositado lembrar também o nome ou a influência de Ludovice, ao citar a porta do Antigo colégio de São Jerónimo, em Coimbra, de frontão muito ondulado e partido, apoiado sobre “ gaines” — uma espécie de scabellum ou de pedestais esguios que substituem as colunas — esteios que Borromini já empregara e que o arquiteto de Mafra também aplicou na janela central do segundo andar do seu palácio de Lisboa em S. Pedro de Alcântara, concluído em 1747.[9]
A Torre da Universidade de Coimbra, tem 33,5 m de altura, constitui o emblema tradicional de Coimbra. Começou a construir-se em 1728 e foi terminada em 1733. No topo sobre o relógio, abre-se um miradouro do qual se desfruta uma panorâmica esplendorosa da cidade e do vale do Mondego. Nesta Torre está, entre outros sinos, a célebre «Cabra», que marcava as horas do despertar e do recolher dos estudantes.
No reinado deD. José I, a Universidade sofreu uma profunda alteração. Em 28 de Junho de 1772 o rei ratifica os novos estatutos (Estatutos Pombalinos), que marcam o início da Reforma. Esta manifestava, sobretudo, um grande interesse pelas ciências da natureza e pelas ciências do rigor, que tão afastadas se encontravam do ensino universitário.
É igualmente passado um alvará, a 28 de agosto, extinguindo a Mesa da Fazenda da Universidade de Coimbra criando, em sua substituição uma Junta de Administração e Arrecadação com cofre, tesoureiro, contadoria e executória.[10]
Em 1836 dá-se a fusão da Faculdade de Cânones e de Leis[11] naFaculdade de Direito, e que veio a contribuir fortemente para a construção do novo aparelho legal liberalista.
A reputação da Universidade de Coimbra no ensino e na investigação é testemunhada por rankings e relatórios externos independentes. De acordo com o The Times Higher Education Supplement (2007 QS World University Rankings, da QS – Quacquarelli Symonds), a Universidade de Coimbra ocupa a 3ª posição entre as universidades dos países de língua portuguesa (atrás da Universidade de São Paulo e da Universidade de Campinas), e ficou em 318º lugar no ranking mundial geral. Foi classificada como número um entre as universidades dos países de língua portuguesa em 2006.[14]
↑eusal.es Pelos Estatutos de 1772, os três primeiros anos já eram anteriormente comuns a ambas faculdades. - História da Universidade de Coimbra. - Estado da questão, por Fernando Taveira da Fonseca