O conceito de tradição, como a noção de apego a um tempo anterior, encontra-se também no discursopolítico efilosófico. Por exemplo, é a base do conceito político detradicionalismo, e também vertentes de muitas religiões mundiais, incluindo ocatolicismo tradicional.[3] Embora seja comumente assumido que as tradições têm uma história antiga, muitas tradições foram inventadas de propósito, seja político ou cultural, em curtos períodos de tempo.
Em contextos artísticos, a tradição é usada para distinguir o padrão de uma determinada forma de arte. Por exemplo, na performance de gêneros tradicionais (como a dança tradicional), a adesão às diretrizes que ditam como uma forma de arte deve ser composta recebe maior importância do que as próprias preferências do intérprete.[4]
Para muitasreligiões, a tradição é o fundamento, conservado deforma oral ou escrita, dos seus conhecimentos acerca deDeus e doMundo, dos seus preceitos culturais ou éticos.[2]
Emgrego, naacepção religiosa do termo, corresponde à expressãoparadosis (παραδοσις), que é a transmissão depráticas e de valoresespirituais, ou o conjunto dascrenças, que são conservados e seguidos com respeito ao longo de muito tempo entre diferentes famílias.[5]
Baseia-se em dois pressupostosantropológicos: a) as pessoas sãomortais; b) a necessidade de haver um nexo deconhecimento entre as gerações.
A tradição toma feições peculiares em cada crença e mesmo pode-se destacar a sua forte presença nos grandes grupos religiosos:judaísmo,cristianismo,islamismo,hinduísmo.
atradição oral, radicada essencialmente no testemunho dosapóstolos à revelação deJesusCristo, aos quais Jesus "deixou o encargo de levar oEvangelho daSalvação a todas as criaturas, testemunho depois assumido" e transmitido pelosbispos, unidos com oPapa, que são os autênticos sucessores dosdoze Apóstolos.
atradição escrita ou aBíblia, que são produto do registo escrito da tradição oral pelos quatroevangelistas e outros escritores sagrados, sempre inspirados pelo Espírito Santo.
Nem toda a tradição oral foi registada, sendo ela hoje ainda transmitida de geração para geração pelosBispos em união com oPapa. A Tradição, seja ela oral ou escrita, é interpretada e aprofundada autentica e progressivamente, à luz da Revelação, pelaIgreja Católica. Foi com base nesta interpretação que a Igreja "definiu quais os livros que fazem parte docânone das Escrituras". Esta autoridade de poder interpretar a tradição e consequentemente de formulardogmas e outrasdoutrinas chama-se "magistério".[6]