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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Géneros | |||||||||||||||||
Thurniaceae é uma pequenafamília deAngiospermas, complantas de folhas espiraladas, pertencentes à ordemPoales. Essas plantas contam com apenas 2gêneros e 4espécies.
Por causa da sua baixa diversidade de espécies, habitats extremamente específicos e suas estreitas relações filogenéticas, pouquíssimo se sabe sobre essa família.
Thurniaceae possui apenas dois gêneros,Thurnia – com três espécies distribuídas no nordeste da América do Sul – ePrionium – com uma espécie na África do Sul.
São ervas robustas, perenes, rizomatosas, aquáticas e emergentes, com folhas simples, basais, trísticas, coriaceas, seção transversal em “v”, margens escabrosas ou não. Inflorescência racemosa, globosa ou elipsóide, densa, subentendida por uma a várias brácteas involucrais frondosas, margens escabrosas ou não. Com flores actinomorfas, curto-pediceladas,tépalas 6 (persistentes),estames 6 (excedendo as tépalas),filetes ligeiramente adnatos às tépalas,anteras basifixas. Oovário é súpero, afunilado distalmente, tricarpelar, trilocular, estilete único, estigmas 3, placentação axilar. E seufruto com cápsula loculicida, 3sementes fusiformes cobertas por tricomas densos[1].
As espécies de Thurniaceae, possuem hábito rizomatoso robusto, com folhas espiraladas, formando grandes rosetas.Thurnia possui inflorescências caracterizadas por flores branco-esverdeadas pequenas, actinomorfas, e monoclinas. Suas tépalas são livres, com filetes alongados e dois verticilos de estames férteis. Ainda, seugineceu é tricarpelar, trilocular (com um óvulo por lóculo) e o ovário é súpero (com estilete alongado e três estigmas)[2]
Thurniaceae pode ser reconhecida, principalmente, por seus caules de aparência folhosa e eretos, limbos folhares serrados e flores, no geral, pequenas, pentacíclicas e comperianto com uma aparência única, globular e muitas vezes descrito como aterrorizante.[3]
A morfologia dos frutos pode ser descrita como:pistilo(s) composto (com carpelos unidos); fruto compericarpo simples; sendo cápsula oubaga. A cápsula é loculal, não inflada e sem opérculo, sem coluna central persistente e sem órgãos acessórios. Dentro do hipanto (com tubos do cálice frescos que irão cair e deixar o fruto exposto), sempre haverá mais do que 1 e menos do que 10 sementes; tricarpelar, sem carpelos estéreis; carpelos não são sulcados; deiscentes. As sementes perdidas não são repostas posteriormente.[4]
Oepicarpo é duradouro, desprovido de pelos ou cílios, sem recobrimento, sem poro respiratório apical. Omesocarpo é ausente. Oendocarpo é presente ou ausente, e não se separa do exocarpo. Além disso, é fino, liso, não sendo alado ou estriado; não possui opérculo, cavidades secretoras ou mecanismos específicos para o escape da semente. Ofunículo é curto e não persiste no fruto após a queda das sementes[4].
Semente fusiforme, com arilo ausente; sem estruturas aladas em suas pontas. Possui apêndice(s) caudal(is), sendo ramificações hispídicas subulares em cada ponta. Na maturidade, possui reservas alimentares comendosperma e sem sarcotesta. Testa presente, sem tecido periférico marcado de forma diferenciada, sem camada de tecido carnudo ou parecido com couro acima da camada dura. A superfície das suas sementes são ásperas; sem separação entre cotilédone e o eixo hipocótilo-radicular. Além disso, não possui glândulas e cerdas, opérculo ou pubescência glandular. Mas com pêlos curtos, tetos e numerosos sobre a superfície. É colorida e monocromática. Possui endosperma abundante, farinhento, liso, com amido, sem lóbulos apicais e sem odor[4].
O embrião é diferenciado da reserva alimentar, bem desenvolvido, único por semente, parcialmente preenchendo a testa (a qual possui reserva alimentar). Em um extremo da semente não é estendido em uma depressão, axilar e cêntrico, linear, reto, paralelo com o comprimento da semente, embebido no endosperma, comcotilédone conectado ao eixo hipocótilo-radicular, sem coleóptilo, sem coleorriza, sem estômatos e sem coloração verde. O cotilédone é único, e não é modificado em forma suculenta e não é enrolado de forma circiniforme[4].
Juncaceae, Thurniaceae eCyperaceae formam oclado cyperídeo dentro da ordemPoales. Nas análises filogenéticas, Thurniaceae emerge comogrupo-irmão do clado formado por Juncaceae e Cyperaceae.[2]
O clado cyperídeo foi o segundo clado a se divergir dentro dePoales. O clado cyperídeo, com análises moleculares e morfológicas, é considerado um dos clados mais consistentes, bem estruturados e estáveis dentro de Poales.[2]
Em Thurniaceae, existem dois gêneros principais:Thurnia ePrionium. O gêneroPrionium possui apenas uma espécie, P. serratum e, endêmica da África do Sul, enquanto o gêneroThurnia possui 3 espécies que se encontram em alguns países do nordeste da América do Sul, entre eles, Brasil.[2]
Prionium era incluído em Juncaceae, e após algumas análises, foi criada uma família apenas para ele, chamada de Prioniaceae. No entanto, atualmente, por causa do avanço dos estudos moleculares e morfológicos, foi vista a relação entrePrionium eThurnia como grupos irmãos, a partir das análises filogenéticas e, por isto, este se encontra dentro de Thurniaceae.[2]
As Thurniaceae são do clado “Cyperídeas”, juntamente com outras duas famílias, sendo elas Juncaceae e Cyperaceae. Além disso, de acordo com o sistema APG IV, de Chase & Reveal, elas estão atribuídas à ordem Poales demonocotiledôneas.[2]
As relações filogenéticas podem ser observadas no seguinte cladograma:
Por ser um grupo extremamente pequeno, Thurniaceae possui apenas um gênero ocorrendo no Brasil,Thurnia, da qual apenas as espéciesThurniapolycephala eThurnia sphaerocephala são encontradas. Essas espécies são nativas do Brasil, no entanto, não são endêmicas[1].
Ocorrem nos Estados de Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia, com possíveis ocorrências, porém ainda não confirmadas, em Roraima. Desta forma, ocorrem principalmente no domínio fitogeográfico amazônico, principalmente na Floresta de Igapó, Floresta de Várzea e como vegetação aquática[1].
A espécieThurnia sphaerocephala, especialmente, ocorre em áreas alagadas e igarapés da região amazônica, onde os indivíduos são extremamente adaptados para solos arenosos e, normalmente, sem muitos nutrientes disponíveis, crescendo próximos à fluxos de água[2]
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