OTerminal Intermodal Jabaquara é umintercambiador de transportes deSão Paulo composto pelaEstação Jabaquara-Comitê Paralímpico Brasileiro, daLinha 1–Azul doMetrô de São Paulo, peloTerminal Jabaquara administrado pelaARTESP e pelaSPTrans, e peloTerminal Intermunicipal Jabaquara, administrado pelaSocicam, que tem como destino aBaixada Santista.[1]
Ele também seria o terminal daLinha 17–Ouro doMetrô de São Paulo, porém em agosto de 2015, o governadorGeraldo Alckmin já tinha mandado congelar 17 das 36 estações inicialmente previstas da linha naZona Sul da capital. À época, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos disse que a prioridade era "concluir os trechos que já possuem obras avançadas antes de abrir novas frentes de trabalho".[1]
| Plataforma da estação | ||||||||||||||||||||||
| Uso atual | Estação de metrô | |||||||||||||||||||||
| Proprietário | Governo do Estado de São Paulo | |||||||||||||||||||||
| Administração | Metrô de São Paulo | |||||||||||||||||||||
| Linha | ||||||||||||||||||||||
| Sigla | JAB | |||||||||||||||||||||
| Posição | Subterrânea | |||||||||||||||||||||
| Plataformas | Laterais | |||||||||||||||||||||
| Capacidade | 30.000 passageiros/hora/pico | |||||||||||||||||||||
| Movimento diário | 69.000 (2023)[2] | |||||||||||||||||||||
| Serviços | ||||||||||||||||||||||
| Informações históricas | ||||||||||||||||||||||
| Nomes antigos | Jabaquara (1974-2024) | |||||||||||||||||||||
| Inauguração | 14 de setembro de1974 | |||||||||||||||||||||
| Projeto arquitetônico | Marcelo Accioly Fragelli e Vasco de Melo (Linha 1) e Jerônimo Esteves (Terminal Rodoviário)[3][4] | |||||||||||||||||||||
| Localização | ||||||||||||||||||||||
| Coordenadas | 23° 38' 47" S46° 38' 28" O | |||||||||||||||||||||
| Endereço | Rua dos Jequitibás, 80 -Jabaquara | |||||||||||||||||||||
| Município | São Paulo | |||||||||||||||||||||
| País | Brasil | |||||||||||||||||||||
| Próxima estação | ||||||||||||||||||||||
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AEstação Jabaquara-Comitê Paralímpico Brasileiro, ou apenasEstação Jabaquara, é a estação terminal daLinha 1–Azul doMetrô de São Paulo, no sentido sul. Inaugurada em14 de setembro de1974,[5] é a mais antiga estação de metrô em funcionamento noBrasil. Desta estação, é feita a ligação com o Pátio de Manutenção da Linha 1. O "Pátio Jabaquara" ou "PAT" está localizado na Avenida Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, n.º 134. A estação conta com duas saídas: uma na Rua dos Jequitibás, 80, e outra naAvenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, s/n.º, com acesso também para o terminal metropolitano.
Entre 1927 e 1961 foram realizados oito estudos de implantação de uma rede de metrô na cidade de São Paulo. Desses, apenas um citava a intenção de implantar uma estação na Zona Sul, no distrito doJabaquara, enquanto outros três citavam queSanto Amaro seria o melhor terminal para a implantação do metrô na Zona Sul.[6]
Durante a elaboração do projeto da rede de metrô do projeto HMD, a Câmara Municipal de São Paulo realizou audiências públicas e privadas com a presidência do Grupo Executivo do Metropolitano. Em uma das audiências, realizada em novembro de 1967, os vereadores questionaram a escolha da implantação da estação terminal da Linha Norte-Sul no Jabaquara ao invés de Santo Amaro que era uma centralidade já consolidada ao contrário da primeira. O presidente do Grupo Executivo do Metropolitano,Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, afirmou que a escolha de Jabaquara em detrimento de Santo Amaro deu-se em virtude das projeções de crescimento realizadas indicarem maior população residente e um crescimento futuro maior na região do Jabaquara quando comparado com Santo Amaro e que a prefeitura de São Paulo substituiria os bondes de Santo Amaro por uma linha de trólebus da CMTC.[7]
| “ | ...Estamos fazendo um traçado dirigido a Jabaquara, cujo índice populacional é o dobro do de Santo Amaro, e a previsão de ascensão desse índice é, pelo menos, o triplo ou quádruplo... | ” |
— Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, presidente do Grupo Executivo do Metropolitano, em resposta ao vereador Leonardo Mônaco durante audiência sobre o projeto do Metrô de São Paulo realizada na Câmara Municipal de São Paulo em novembro de 1967. | ||
No entanto, o próprio consórcio HMD apresentou dados contraditórios no estudo concluído em 1968.[8] Apesar do projeto do terminal sul da Linha Norte-Sul ter sido desenvolvido para Jabaquara, de acordo com as projeções do consórcio HMD, o distrito de Santo Amaro possuía população maior que este. Além disso, a linha de trólebus prometida para Santo Amaro em 1967 foi aberta apenas em 1987, vinte anos depois. Santo Amaro só ganhou sua primeira estação de metrô em 2002.[9]
| Distrito | População estimada em 1966 (HMD) |
|---|---|
| Jabaquara | 144606 |
| Santo Amaro | 218293 |
Após a escolha do ponto final da Linha Norte-Sul em Jabaquara, o consórcio HMD desenvolveu também o projeto do pátio e oficinas naquela região.

A Companhia do Metropolitano de São Paulo dividiu a construção da Linha Norte – Sul em onze lotes. A estação Jabaquara acabou integrada ao Lote 9 (ao lado da estação Conceição enquanto o Pátio Jabaquara foi incorporado ao Lote 10. As obras do Lote 9 foram contradas em 1969 e tiveram início em 17 de julho daquele ano pelo prefeitoPaulo Maluf.[10] Maluf, no entanto, optou por privilegiar as obras do Lote 2 (Santana – Ponte Pequena) que eram de via elevada enquanto as obras subterrâneas eram deixadas em segundo plano. Ainda em sua gestão, foi decidido que as obras do lote 9 seriam atacadas em duas frentes (Jabaquara e Conceição), dividindo a força de trabalho. Outro problema foi o encontro de uma tubulação adutora de água no meio da área da futura estação Jabaquara.[11]Mais tarde uma terceira frente de obras foi aberta, embora a obra continuasse lenta. Quase seis meses depois, as obras da estação Jabaquara ainda estavam concentradas na escavação do solo e cravação de estacas.[12]
As obras de Jabaquara ganharam novo impulso após a posse do novo prefeitoFigueiredo Ferraz em março de 1971. Ferraz passou a visitar as obras frequentemente e passou a exigir um ritmo de trabalho de 24 horas, com a realização de grandes concretagens de estruturas e a determinação de conclusão das obras principais para setembro de 1972.[13] O principal ponto de indefinição da obra da Linha Norte – Sul era o Pátio Jabaquara, local das oficinas da futura linha e essencial para a operação. Ferraz contratou as obras em 1 de março de 1971 e exigiu um ritmo de trabalho intenso para que o primeiro trecho do metrô fosse aberto em meados de 1972. Em 15 de junho de 1971 foi iniciada a concretagem da laje da estação Jabaquara.[14]
Cinco meses depois, as obras do Lote 9 haviam avançado mais do que nos dois anos anteriores.[15] Durante nova inspeção das obras do metrô em 18 de agosto de 1971, Ferraz afirmou que a estação Jabaquara deveria ser concluída até o final daquele ano.[16] O avanço dos trabalhos atingiu o seu auge em novembro de 1971 quando todo o trecho de túneis entre Jabaquara e Conceição havia sido concluído.[17] As obras civis da estação Jabaquara foram concluídas em janeiro de 1972.[18] As quatro escadas rolantes da estação foram instaladas e se encontravam em funcionamento em agosto de 1973.[19]
Em 25 de maio de 1972, começou a receber os primeiros trilhos do sistema, juntamente com o trecho até aEstação Saúde.[20] Pouco depois, em 6 de setembro de 1972, ocorreu os primeiros movimentos de um trem do metrô no país, que percorreu 500 metros a uma velocidade de 20km/h entre oPátio Jabaquara e a entrada do túnel da estação. Na ocasião, o evento contou com a presença do então Presidente da República,Emílio Garrastazu Médici, do Governador deSão Paulo,Laudo Natel e do Prefeito dacapital paulista,José Carlos de Figueiredo Ferraz. Por fim, em 14 de setembro de 1974, iniciou sua operação comercial, juntamente com o trecho atéVila Mariana.[21]
A estação é subterrânea, com mezanino de distribuição e plataformas laterais com estrutura em concreto aparente, e possui uma área construída de 6 850 metros quadrados.[5]
A Estação Jabaquara, juntamente com aEstação Tucuruvi, foi uma das primeiras da Linha 1-Azul do Metrô a receberportas de plataforma. Elas começaram a ser construídas em outubro de 2021, como parte do contrato do sistema de sinalização CBTC,[22] e passaram a operar comercialmente em ambas as estações no dia 7 de julho de 2022.[23]
A média de entrada de passageiros por dia útil na estação foi de 69 mil passageiros em 2023, tendo sido a sexta mais movimentada da linha, atrás das estaçõesAna Rosa,Santa Cruz,Paraíso,Luz eSé, respectivamente.[2]
A Companhia do Metropolitano de São Paulo contratou o arquitetoNestor Goulart Reis Filho da Universidade de São Paulo para chefiar o estudo toponímico das futuras estações. Em maio de 1972 foi apresentado o estudo. Em relação a estação nº 20, Reis Filho sugeriu os seguintes nomes:[24]
O estudo indicou Jabaquara como a alternativa mais adequada. A palavra Jabaquara tem origem na íngua tupi, do termo YAB-A-QUAR-A, significando buraco ou rocha.[25]

Em 18 de setembro de 2024, o Governador de São Paulo,Tarcísio de Freitas, assinou um decreto alterando o nome da estação para "Jabaquara-Comitê Paralímpico Brasileiro", em homenagem àentidade representada pela delegação brasileira que teve seu melhor desempenho da história nosJogos Paralímpicos de Paris. A assinatura ocorreu em uma cerimônia noPalácio dos Bandeirantes que contou com a presença de diversos atletas da delegação paralímpica, dos secretários de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa, dos Transportes Metropolitanos, Marco Antonio Assalve, e do presidente do Comitê Paralímpico, Mizael Conrado. O Comitê Paralímpico Brasileiro tem sua sede dentro doCentro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, localizado a cerca de 2 km da estação, às margens daRodovia dos Imigrantes.[26][27]
A homenagem acabou desrespeitando os critérios de nomenclatura das estações do metrô, elaborados em 1972 e mantidos desde então:[28]
Segundo um estudo elaborado em 2016 pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, os custos de alteração do nome de uma estação terminal como Jabaquara seriam de 790 mil reais com a troca de mapas, placas e outros elementos de comunicação visual, sendo evitada a troca de nomes por motivos financeiros e toponímicos.[29] Segundo um estudo da Companhia do Metropolitano de São Paulo realizado em 2004, a alteração de nomenclatura de uma estação causa "perda de referência urbana", prejuízo da imagem do Metrô e custos para modificação dos elementos de comunicação visual e sonora para a modificação do nome.[30]
Uma tentativa anterior de alterar o nome da estação ocorreu em 2007, quando o DeputadoPaulo Alexandre Barbosa propôs um projeto de lei (PL) que renomeava a estação como "Santos Futebol Clube-Jabaquara", como homenagem aoclube do Litoral Paulista.[31] Na ocasião, houve uma forte oposição à medida por parte dos moradores da região, devido ao time não possuir nenhuma relação com o bairro,[32] o que culminou no arquivamento do PL. Com isso, a homenagem foi transferida para a então recém-inaugurada Estação Imigrantes daLinha 2-Verde que, em novembro de 2008, passou a chamar-seEstação Santos-Imigrantes após a aprovação de um PL substitutivo de autoria do então deputado estadualBruno Covas.[33][34]

| Sigla | Estação | Inauguração | Capacidade | Integração | Plataformas | Posição | Notas |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| JAB | Jabaquara | 14 de setembro de 1974 | 30 mil passageiros hora/pico | Bilhete Único daSPTrans eCorredor Metropolitano daEMTU | Laterais | Subterrânea | Estação com estrutura de concreto aparente |
Sem previsão para inauguração, a Estação Jabaquara daLinha 17–Ouro doMetrô de São Paulo fará parte da terceira etapa da construção do monotrilho, onde seu trecho inicial é daEstação Morumbi daLinha 9–Esmeralda, até aEstação Washington Luís, que terá ramal até oAeroporto de Congonhas.[36][37]
Terminal Rodoviário Jabaquara | |
|---|---|
| Uso atual | Terminal de ônibus rodoviários |
| Administração | Socicam |
| Linhas | 10 |
| Principais destinos | Baixada Santista |
| Plataformas | 24 (19 para embarque e 5 para desembarque) |
| Área | 13 600 m² |
| Empresas situadas | 5 |
| Serviços | |
| Informações históricas | |
| Inauguração | 2 de maio de1977 |
| Localização | |
| Coordenadas | 23° 38' 46" S46° 38' 32" O |
| Localização | Rua dos Jequitibás, s/n,Jabaquara,São Paulo,SP |
O Terminal Intermunicipal Jabaquara, também conhecido como Terminal Jabaquara ou Rodoviária do Jabaquara, é um dos trêsterminais rodoviários intermunicipais deSão Paulo, sendo dedicado a linhas rodoviárias com destino àBaixada Santista e ao Litoral Sul doestado.[38]
Em 1950, o vereador Carlos Fairbanks sugeriu que oMercado Central fosse transformado em uma estação rodoviária, pois sua localização era ideal para receber ônibus que partissem para a Baixada Santista, o Rio de Janeiro e Minas Gerais.[39] Inicialmente, a sugestão agradou, porém depois surgiram contestações sobre a passagem de ônibus pela região central e foi proposta a construção de quatro terminais nas zonas norte, sul, leste e oeste.[39] Como não tinha verba para investir nisso, a Prefeitura aceitou a proposta da iniciativa particular de uma rodoviária na zona central, oTerminal Rodoviário da Luz.[39]
Quando reassumiu a Prefeitura,Prestes Maia passou a lutar para tirar a rodoviária da Praça Júlio Prestes e recomendar a construção de quatro terminais em bairros mais afastados do Centro, mas esbarrou na falta de recursos.[39] Graças a uma reforma na distribuição das receitas públicas, feita porCastelo Branco em 1965, a Prefeitura passou a arrecadar muito mais e pôde dar atenção a projetos que nunca tinham saído do papel antes, como a construção doMetrô.[39]
O projeto das rodoviárias também voltou à pauta, mas com apenas três: a principal, emSantana, uma naÁgua Funda, para atender a Baixada Santista, e outra perto doJockey Club, para ônibus que utilizassem as rodoviasCastelo Branco,Anhanguera eRégis Bittencourt.[39]

Acabou sendo criado um terminal quase improvisado no Glicério, nos baixos daLigação Leste-Oeste, para servir a Baixada Santista, em 1973. Em janeiro de 1976, entretanto, o prefeitoOlavo Setúbal determinou que fosse instalado um terminal rodoviário para a Baixada Santista noJabaquara, já no mês seguinte,[40] mas isso só acabaria oficializado um ano depois, quando Setúbal assinou o decreto criando o Terminal Intermunicipal do Jabaquara, em 21 de janeiro de 1977.[41]
O decreto estipulava que todas as linhas que demandassem utilização das rodoviasAnchieta eImigrantes teriam seus pontos de embarque e desembarque transferidos para o novo terminal.[41] As empresas que não aceitassem a mudança poderiam ter seus ônibus impedidos de entrar no município e, caso o fizessem, eles poderiam ser apreendidos.[41]
A administração do terminal ficaria a cargo daCompanhia do Metropolitano.[41] O investimento na construção foi de 44 milhões decruzeiros, além de oito milhões de cruzeiros em obras de readequação viária na região.[41] A intenção da Prefeitura era criar terminais descentralizados e integrados ao Metrô, para poder desativar o terminal da Luz.[41] Donos de empresas calculavam que a mudança poderia reduzir em até uma hora o tempo de percurso em cada um dos sentidos.[40]
A inauguração do terminal ocorreu em 2 de maio de 1977, passando a abrigar as linhas com destino à Baixada Santista e ao Litoral Sul, que antes partiam do Terminal Rodoviário da Luz e do Terminal do Glicério. A mudança foi encarada com protestos por moradores da Baixada Santista.[42] "É uma coisa sem lógica essa mudança radical para o Jabaquara", protestou um vereador deSantos em 24 de maio. "Esse tipo de medida tende a ser aplicado somente aos ônibus de Santos, já que vários outros chegam de diversas capitais, como do Rio e Curitiba, além de cidades do interior de São Paulo.
Agora o santista que viaja tem de gastar muito mais para poder locomover-se de uma rodoviária a outra, distante vários quilômetros e sem linhas de ônibus à disposição."[42] Pesquisa encomendada pela Prefeitura de Santos mostrava que 92% eram contra a mudança.[43] Em São Paulo, as queixas eram quanto à distância do novo terminal, que obrigava os passageiros a fazer grandes deslocamentos, já que àquela época a única linha do Metrô existente na cidade era aLinha 1-Azul, que ligava o Jabaquara atéSantana.[44]
A Viação Santa Rosa, que havia vinte anos tinha uma linha rumo a Santos eSão Vicente saindo do bairro daPenha, na zona leste da capital, passando por cidades doABC, optou por não se mudar para o novo terminal.[44] A empresa tinha como público pessoas que moravam na Baixada Santista e trabalhavam na zona leste de São Paulo e preferiu passar a fazer a ligação apenas entre a Baixada e as cidades do ABC.[44] "Não interessa ao passageiro sair do Jabaquara, passar pelo ABC e ir até a Baixada, gastando o dobro do horário que levaria se fosse direto", explicou um diretor da empresa.[44]
Já a Expresso Luxo, que trabalhava com carros de passeio, manifestava desde mais de um ano antes a preocupação com a mudança. "Meu mercado é constituído pela classe média-alta", explicou o presidente da empresa em janeiro de 1976. "Deputados, senadores, desembargadores, juízes, delegados, advogados, engenheiros. É óbvio que essas pessoas não vão até o Jabaquara tomar um expressinho. Uma coisa que eu não compreendo é que tipo de concorrência eu faço aos ônibus, se a passagem deles custa dez cruzeiros e a minha, trinta cruzeiros. Se essa medida for definitiva, minha empresa vai acabar."[45] Os veículos da Expresso Luxo não saíam de nenhum dos terminais rodoviários, mas sim daAvenida Ipiranga.[45]
Outra empresa, a Rápido Zefir, impetrou mandado de segurança para seguir operando na Luz e no Glicério.[46] "Não se trata de um deslocamento puro e simples no espaço, de sorte que possa a impetrante, no exíguo prazo de cinco dias, cumprir exigências que demandaria, para cumpri-las, não menos de um ano", argumentava a empresa no mandado, citando ainda que havia investido na compra de um imóvel próprio para sede nas imediações do terminal da Júlio Prestes.[46]
As empresas concorrentes protestaram. "Enquanto os ônibus da Rápido Zefir partiam para Santos e São Vicente e voltavam à capital, lotados, as minhas 170 unidades faziam o percurso, nos dois sentidos, praticamente vazias", lamentou o superintendente da Ultra, que teve ônibus apreendidos na Luz e no Glicério por estar operando ali sem ordem judicial. "Em Santos, a Zefir tem divulgado ser ela a única empresa que traz o passageiro até o centro da cidade, evitando baldeações. Assim que os usuários tomaram conhecimento dessa informação, logicamente passaram a preterir a Ultra, cujo itinerário é igual ao da Zefir."[46] O mandado da Zefir levou alguns meses para ser cassado.
Desde então, por sua fácil acessibilidade por todas as regiões da cidade (através do metrô) e por estar situado na região sul (mais próximo, assim, da costa), o terminal mantém a tradição de realizar apenas viagens curtas para o litoral sul paulista. A viagem mais longa atualmente é a com destino aPeruíbe, em um trajeto de 147,5 quilômetros. O terminal não atende a nenhum outro estado, assim como não faz viagens ao interior paulista. Ocupando 13,6 mil metros quadrados (12,1 mil metros quadrados de área construída), o terminal é utilizado por cinco empresas que realizam viagens com destino aSantos,São Vicente,Guarujá,Praia Grande,Bertioga,Vicente de Carvalho,Cubatão,Mongaguá,Itanhaém ePeruíbe.[38] As viagens são distribuídas por dezenove plataformas de embarque e cinco de desembarque,[38] utilizadas pelas empresasPiracicabana,Cometa, Expresso Luxo, Rápido Brasil e Ultra.
O entorno do Terminal Rodoviário Jabaquara é conhecido por ser um ponto de embarque de veículos irregulares em direção ao Litoral Sul de São Paulo. Ao longo dos anos, diversas reportagens já mostraram como funciona o esquema: os perueiros deixam funcionários dentro da estação convidando passageiros na saída que dá acesso à Rua dos Jequitibás. O serviço oferece transporte para todas as cidades da Baixada Santista. Em muitos casos, os veículos circulam de maneira descaracterizada, sem nenhuma identificação e registro, com o objetivo de dificultar a ação dos órgãos fiscalizadores.[47][48] Normalmente, não há qualquer tipo de recibo ou garantia em caso de acidente, e os preços cobrados costumam ser mais caros que os dos ônibus que partem da rodoviária.[49][50] O motivo para o valor mais caro seria que o cliente possui um "conforto a mais", e ele pode desembarcar onde desejar, até mesmo na porta de casa, sem precisar descer na rodoviária da cidade de destino.[48][47]
| Área de saída das linhas do Terminal Jabaquara na Rua dos Comerciários | |
| Uso atual | Terminal de ônibus urbanos |
| Administração | ARTESP |
| Linhas | 12 (3 metropolitanas e 9 municipais, incluindo 1 noturna) |
| Área | 11.000 m² |
| Movimento em | 45 mil (dia útil)[51] |
| Serviços | |
| Informações históricas | |
| Inauguração | Setembro de 1990 |
| Localização | |
| Coordenadas | 23° 38' 48" S46° 38' 22" O |
| Localização | Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 2654 Jabaquara,São Paulo |
OTerminal Metropolitano Jabaquara é administrado pelaARTESP e tem parte operada pelaSPTrans. Faz parte doCorredor Metropolitano São Mateus–Jabaquara, que interliga a capital aos municípios do ABD.
O projeto do Terminal de Ônibus Metropolitano Jabaquara surgiu em 1976, durante o Plano de Trólebus Sistran, da Prefeitura de São Paulo. Posteriormente, partes do Sistran (intermunicipais) foram absorvidas pela recém-criadaEMTU, quando foi criado o primeiro projeto do Corredor Viário ABD deTrólebus, com um de seus terminais ao lado da Estação Jabaquara do Metrô, aproveitando parte das áreas ociosas desapropriadas para as obras do metrô.[52][53]
O projeto do Terminal Jabaquara foi atrasado por causa da extinção daEMTU, na gestãoMaluf. O projeto foi retomado na gestão seguinte deFranco Montoro, utilizando-se do Metrô para geri-lo. Com um redesenho, novas desapropriações tornaram-se necessárias para a construção do novo terminal de trólebus, realizadas por meio do decreto estadual número 23 763, de 6 de agosto de 1985.[54]
As desapropriações foram turbulentas, com moradores da região tentando alterar, sem sucesso, a localização do terminal. A disputa sobre o local do novo terminal envolveu até mesmo deputados estaduais. A reivindicação dos moradores atingidos pelas desapropriações era de que o novo terminal fosse construído ao lado do Terminal Rodoviário Jabaquara, em um terreno público alugado para oGrupo Pão de Açúcar (que ali mantinha uma unidade do Jumbo Eletro). O Estado não acatou a sugestão dos moradores e manteve a desapropriação do quadrilátero formado pelaAvenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira e pelas ruas Nelson Fernandes, Anita Costa e dos Comerciários.[55][56]
Lançadas em 1986, as obras do novo terminal tinham previsão de conclusão para maio de 1987,[57] mas em julho de 1990 as obras ainda não haviam sido concluídas, e a nova previsão de abertura era setembro daquele ano.[58]
Desde sua inauguração, o terminal recebe linhas de trólebus com destino aos municípios deDiadema eSão Bernardo do Campo, possibilitando integração com o município deSanto André e o distrito deSão Mateus, naZona Leste da capital,[59] além de abrigar linhas de ônibus municipais com destino a outras regiões daZona Sul. Neste terminal, também opera o serviçoPonte Orca Zoo (uma extensão da hoje extinta Ponte Orca), lançado pela EMTU em outubro de 2003, o qual consiste em uma linha exclusiva de ônibus temáticos que realizam viagens expressas, com duração de sete minutos, em direção aoParque Zoológico de São Paulo.[60][61] Para embarcar, é necessário comprar o pacote que inclui o ingresso e a passagem de ida e volta no posto exclusivo de venda dentro do terminal.[61] Além disso, desde 2018, há uma linha, também exclusiva, partindo do Terminal Jabaquara que fornece acesso àSão Paulo Expo, centro de convenções onde são realizados eventos dos mais diversos tipos,[62] e aoCentro Paralímpico Brasileiro, maior espaço dedicado ao paradesporto da América Latina, inaugurado em 2016.[63] Ambos os locais estão situados lado a lado, às margens daRodovia dos Imigrantes, a um raio de dois quilômetros do terminal.
| Trecho | Extensão[64] | Construtora | Início da obra | Término |
|---|---|---|---|---|
| Terminal Jabaquara | 11.000 m² 6.600 m² (área coberta) | Convap | c. 1987 | setembro de 1990 |
