Ostanuquitas (emlatim:tanuchitae; emárabe:التنوخيون) outanuques (emárabe:تنوخ;Tanukhi) foi uma tribo árabe pertencente a confederação tribal doscatanitas (emárabe:قحطانيون), às vezes chamados desarracenos. Eles ascenderam pela primeira vez no norte daArábia e sul daSíria nos séculos II e III. Tanto inscriçõeslacmidas como tanuquitas tem sido encontradas emUmm al-Jimal, naJordânia, e emNamara, na Síria. A antiga confederação tribal dos tanuquitas era composta por vários ramos da grande tribo dosazeditas.
No final doséculo II, um ramo da tribo dosazeditas, do Sul da Arábia, migrou paraAlhaça, onde os tanuquitas estavam assentando. Os azeditas aliaram-se aos tanuquitas, tornando-se parte da confederação. Os doisxeiques (líderes tribais) dos tanuques delegaram o poder a certoMaleque, o Azedita(r. 196–231), que liderou a confederação para oIraque eOmã, conseguindo, após algumas escaramuças, controlar a totalidade do Omã e partes do Iraque. Maleque foi sucedido por seu irmãoAmer que reinou por pouco tempo, e então poder passou paraJadima(r. 233–268), filho de Maleque. Após a morte de Jadima, foi sucedido pelo filho de sua irmã,Amer, oLacmida, pois Jadima não teve filhos, o que permitiu o estabelecimento da dinastia lacmida. Por esta época sabe-se que outra porção dos tanuquitas assentaram-se na Síria. Amer, o Lacmida é atestado em lendas árabes como tendo sido o único vencedor na guerra contra oImpério de Palmira da imperatrizZenóbia(r. 2/267–274), mas estes mitos "são provavelmente uma amálgama de fato e ficção."[1]
Os tanuquitas desempenharam um papel chave na derrotas das forças de Zenóbia peloimperador romanoAureliano(r. 270–275) e serviram comofederados - a primeira tribo áraba a fazê-lo.[2] Noséculo IV, os tanuquitas formaram um grande contingente aliado doImpério Romano no Oriente, englobando da Síria ao norte dogolfo de Ácaba, áreas para onde haviam migrado após a ascensão da influência doImpério Sassânida noIêmem um século antes. Em 378, a rainhaMavia(r. 375–425) liderou-os em uma revolta contra o imperadorValente(r. 364–378). Uma trégua foi acordada e respeitada por algum tempo, com Mavia enviando uma contingente de cavalaria em resposta aos pedidos romanos de ajuda contra osgodos deFritigerno. A aliança ruiu sobTeodósio I(r. 378–395), com os tanuquitas novamente se revoltando contra o governo romano.[3]
Os tanuquitas foram cristianizados nos séculos III ou IV, provavelmente enquanto na metade oriental doCrescente Fértil, e peloséculo IV eles tinham "zelo fanático pelo cristianismo" e foram "zelosos soldados cristãos" noséculo VI.[4] Eles foram atestados como devotos aSão Tomé[5] e aomonasticismo, com muitosmosteiros estando associados com a tribo.[6] Segundo as fontes árabes, eles eram uma "comunidade cristã autônoma emBilade Xame [Síria]" até o reinado docalifa abássidaAlmadi(r. 775–785), após o qual aparecem comomuçulmanos. Sua conversão ao islamismo teria provavelmente sido forçada por Almadi.[7][8] Noséculo VII, durante a conquista muçulmana do Levante, os tanuquitas lutaram ao lado doImpério Bizantino contra oCalifado Ortodoxo, inclusive nabatalha de Jarmuque (638). Após Jarmuque, encerrou-se sua estatuto como federados.[9]
Noséculo XI, eles uniram-se a outras triboscatanitas do Sul da Arábia, como osBanu Maane. Sob orientação doCalifado Abássida, a tribo maane foi assentada nomonte Líbano para proteger o Levante de ataques do Império Bizantino.[10] Os tanuquitas inauguraram acomunidade drusa doLíbano, onde muitos aceitaram e adotaram a nova mensagem, devido aos estreitos laços de seus líderes com o entãocalifa fatímidaAláqueme Biamir Alá(r. 996–1021).[11] Pela mesma época, os tanuquitas conseguiram estabelecer uma forma de governo autônomo, de natureza desconhecida, centrada no Monte Líbano, que seria institucionalizada e reconhecida pelas autoridades muçulmanas em 1147. Segundo as crônicas drusas daquele ano, oatabegue doEmirado de Damasco confiou-lhes a segurança da região em torno deBeirute contra os ataquescruzados. Em troca, numa carta oficial, reconheceu-se a autoridade do príncipe tanuquita Batur, constituindo a formação do "Emirado Batúrida".[10]
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