OEssuatíni[1][2][3] (emsuázi:eSwatini; eminglês:Eswatini), oficialmenteReino de Essuatíni[1] (emsuázi:Umbuso weSwatini; eminglês:Kingdom of Eswatini[7][8]) e anteriormente conhecido comoSuazilândia, é um país daÁfrica Austral, limitado a leste porMoçambique e em todas as outras direções pelaÁfrica do Sul. Suas capitais sãoMebabane (administrativa) eLobamba (legislativa).[9] O país e seu povo recebem seus nomes deMswati II, um rei doséculo XIX em cujo reinado o território de Essuatíni foi expandido e unificado.[10]
Essuatíni é umpaís em desenvolvimento com uma economia pequena, baseada naagropecuária. Porém o país não é autossuficiente na produção dealimentos, sendo exportador dacana-de-açúcar e abrigando importantes reservas decarvão mineral. Seu PIB per capita é de US$ 9 714, classificando a nação com renda média-baixa.[11] Como membro da União Aduaneira da África Austral e do Mercado Comum da África Oriental e Austral, o seu principal parceiro comercial local é a África do Sul (a fim de garantir a estabilidade econômica, a moeda essuatiniana, olilanguéni, está indexada aorand sul-africano, que também é moeda oficial de Essuatíni). Os principais parceiros comerciais no exterior são osEstados Unidos e aUnião Europeia.[12] A maior parte do emprego do país é fornecida pelos setores agrícola e manufatureiro. Essuatíni é membro daComunidade de Desenvolvimento da África Austral, daUnião Africana, daCommonwealth e dasNações Unidas.
A saúde pública enfrenta uma catástrofe, com um terço da população adulta sendo portadora dovírus daAIDS (SIDA emportuguês europeu) — uma das mais altas taxas de contaminação do mundo).[13][14][15][16][17] A população suázi é bastante jovem, com uma idade média de vinte anos e pessoas com catorze anos ou menos, que constitui 37% do seu total de habitantes. A taxa atual de crescimento populacional no país é de 1,2%.[18] O país possui a décima segunda menor expectativa de vida do mundo, 58 anos.[19]
Esse pequeno e montanhoso país do sul daÁfrica,sem saída para o mar, é uma das poucasmonarquias remanescentes no continente, sendo esta umadiarquiaabsoluta, governada conjuntamente peloNgwenyama ("rei", o chefe de Estado administrativo) e pelaNdlovukati ("rainha mãe", a chefe de Estado nacional) desde 1986.[20][21] A sociedade, patriarcal e formada porclãs, admite apoligamia.[carece de fontes?] A atual constituição foi adotada em 2005. Em abril de 2018, o país mudou o seu nome deReino da Suazilândia paraReino de Essuatíni, que significa "terra dos suázi" nalíngua suázi (ao invés deSwaziland, proveniente do inglês), durante os eventos de comemoração dos 50 anos de independência do país.[22]
Artefatos indicam atividades humanas na região de Essuatíni, datadas do início da Idade da Pedra, cerca de 200 000 anos atrás. Estes artefatos foram encontrados em por todo o país. Pinturas pré-históricas de arte rupestre, que datam de c. 27 000 anos atrás até o século XIX, também foram encontradas em vários partes do país.[23]
Os primeiros habitantes conhecidos da região foramcaçadores-coletores de origemKhoisan. Eles foram amplamente substituídos pelosNguni durante asgrandes migrações bantas. Esses povos são originários das regiões dosGrandes Lagos da África oriental e central. As evidências da agricultura e do uso do ferro datam de cerca do século IV. Pessoas que falam línguas ancestrais às atuais línguas Sotho e Nguni começaram a se estabelecer no mais tardar no século XI.[24]
Segundo a tradição, a origem dossuázis data doséculo XVI e resultou de um grupo que, sob a hegemonia do clã Dlamini, se separou do conjunto de bantos que então migravam para o sul, ao longo da costa deMoçambique. O grupo se fixou numa região entrePongola e orio Usutu. Orei Sobhuza I morreu em 1836, acredita-se que seu sucessor,Mswati (Mswazi) II, deu seu próprio nome à tribo. A expansão branca na região, porém, levou o rei ceder as terras ao norte do rio dos Crocodilos àRepública do Lydenburg, em 1846. Nessa época o rei Mswazi foi forçado a buscar ajuda britânica contra os zulus.
A partir de 1880, a penetração branca resultou em numerosas concentrações de terras, minérios, pastagens e até estradas de ferro e iluminação pública, facilitadas pelo reiMbandzeni. Em 1888, os suázis consentiram no estabelecimento de um governo local provisório, formado por representantes do governobritânico,sul-africano e suázi, mas em 1893 recusaram uma proposta para instituir ali uma administração sul-africana. No ano seguinte, no entanto, foi assinado um acordo que estabelecia a administração sul-africana em anexação do território suázi.
Após aGuerra dos Bôeres e a instituição do controle britânico sobreTransvaal em 1903, os suázis passaram a ser administrados pelo governador do Transvaal e, em 1906, pelo alto comissário britânico para aBasutolândia,Bechuanalândia eSuazilândia. Os britânicos negaram, em 1949, o pedido de incorporação da Suazilândia pela União-Sul-Africana. Em 1963 promulgou-se na Suazilândia uma constituição que concedia aos suázis uma autonomia limitada. Quatro anos depois, foi proclamado o Reino da Suazilândia sob proteção britânica. Finalmente em 6 de setembro de 1968, o país conquistou plena independência.
Em 1973 e novamente em 1977 orei Sobhuza II dissolveu o Parlamento e aboliu a constituição, que, em ambas as ocasiões, foi substituída por uma nova num prazo de dois anos. Após a morte do monarca, em 1982, seu filho adolescente Makhosetive foi nomeado príncipe herdeiro e coroado como orei Mswati III apenas em 1986. Sob sua liderança o país ingressou numa fase de relativo progresso econômico, com um importante incremento dos investimentos estrangeiros e da atividade turística. Pressionado pela oposição, o rei iniciou um processo de democratização no país, com uma série de alterações no sistema eleitoral. Em 1993, realizaram-se as primeiras eleições pluripartidárias do país.
Em 1996, uma conflituosa greve geral exigiu o fim damonarquia absolutista. Mswati III nomeou comoprimeiro-ministroBarnabas Dlamini e instalou um Comitê de Revisão Constitucional (CRC). Em novembro de 2000, mais uma greve geral por democracia foi duramente reprimida pela polícia. A oposição rejeitou, emjaneiro de 2001, o projeto de reformas elaborado pelo CRC. Emmaio, o governo proibiu a circulação de duas publicações independentes. A decisão é considerada ilegal pela Alta Corte de Justiça, que a anula. Emjunho, decreto real concede poderes ao governo para proibirlivros,jornais erevistas. A medida provoca fortes reações contrárias, e o governo dosEstados Unidos ameaçou retirar a ajuda econômica ao país. Emjulho, oprimeiro-ministro anunciou a revogação do decreto.
Em 2002,Mario Masuku, líder da oposição, foi inocentado da acusação de incentivar rebelião contra oEstado. AAlta Corte de Justiça ordenou sua libertação, após dois anos preso. Na sequência, o Parlamento derrotou a proposta de compra de um jato de 45 milhões de dólares para o rei. O valor era mais que o dobro do orçamento nacional de saúde. Em 2003, os sindicatos chamam greve geral pela redução dos poderes do rei.
Em julho de 2005, o rei assinou a novaConstituição, que entrou em vigor emfevereiro do ano seguinte. O texto mantém a proibição de partidos e impede processos contra amonarquia. Em setembro de 2005,Mswati escolhe uma moça de 17 anos para ser sua 13º mulher. Poucas semanas antes, ele havia anulado a proibição de prática de sexo por mulheres de menos de 18 anos, vigente por quatro anos no país para combater aAIDS.
Em 19 de abril de 2018, Mswati oficialmente mudou o nome da Suazilândia para Essuatíni durante as comemorações do quinquagésimo aniversário da independência do país.[25] O novo nome, Essuatíni, significa "terra dos suázis" emsuázi.[26]
O território divide-se em quatro regiões topográficas longitudinais, do ocidente para o oriente: oAlto Veld, oMédio Veld, oBaixo Veld e oLubombo.
OAlto Veld, que compreende um terço doterritório, é uma continuação dacordilheira sul-africana deDrakensberg. Consiste num maciço com altitude média de 1 100 a 1 400 m, onde fica opico de Emlembe (1 860 m), ponto culminante do país.
Segundo dados de 2007, a população de Essuatíni ultrapassa os 1,1 milhão de habitantes, conferindo a este país uma densidade de 70 hab./km2. Apenas 25% vivem nas cidades, atualmente.
Osuázi é umalíngua bantu dogrupo angune, falada em Essuatíni e naÁfrica do Sul. Tem 2,5 milhões de falantes e é ensinado nas escolas. É umalíngua oficial de Essuatíni, juntamente com oinglês,[27] e uma das línguas oficiais da África do Sul. O inglês é o meio de comunicação nas escolas e na realização de negócios, incluindo a imprensa.
Cerca de 76 000 pessoas no país falamzulu.[28] Otsonga, que é falado por muitas pessoas em toda a região, é falado por cerca de 19 000 pessoas em Essuatíni. Oafricâner também é falado por alguns residentes de ascendênciaafricânder. Oportuguês foi introduzido como uma terceira língua nas escolas, devido a grande comunidade de falantes de português oriundos deMoçambique ou das regiõesNorte eCentro dePortugal.[29][30]
OCristianismo é a religião predominante em Essuatíni, uma vez que 82,70% da população declara-se cristã. Cerca de 40% da população é adepta daIgreja Sionista, que professa uma mistura de cristianismo e o culto aos ancestrais indígenas. Osprotestantes também constituem parte dos cristãos, seguidos de perto pelocatolicismo romano, professado por 20% dos habitantes. Também destacam-se osmórmons. Cerca de 10% da população émuçulmana e há pequenos grupos dejudeus ebahá'ís. A Constituição não trata especificamente de garantir a liberdade religiosa, mas esse direito é geralmente respeitado pelo governo e as relações entre grupos religiosos são amigáveis.[31]Predefinição:Cidades mais populosas da Essuatíni
O Parlamento bicameral se limita a debater as propostas do governo e a aconselhar o rei. OParlamento compõe-se daAssembleia Nacional, composta de 65 membros (55 eleitos por voto direto e 10 nomeados pelo rei) e doSenado, composto de trinta membros (dez eleitos pela assembleia e vinte nomeados).
O rei é o chefe de Estado administrativo e nomeia os primeiros-ministros do país e vários representantes de ambas as câmaras (o Senado e a Câmara da Assembleia) noparlamento de Essuatíni, enquanto a rainha mãe é a chefe de Estado nacional, servindo como guardiã dos rituais da nação e presidindo o rito anual deUmhlanga. As eleições são realizadas a cada cinco anos para eleger a Câmara dos Deputados e a maioria do Senado. Os eventos mais importantes do país são oUmhlanga (realizado nos meses de agosto e setembro)[32] e oIncwala (a dança da realeza realizada em dezembro/janeiro).[33]
Ospartidos políticos são proibidos. Em eleições os candidatos concorrem apenas como independentes aoParlamento e podem ser destituídos pelo rei.[34] O reiMswati III está no posto desde 1986 e a crítica ao soberano é punida severamente.[35]
Aindústria representa cerca de um quinto doproduto nacional bruto e emprega pouco mais de dez por cento damão de obra do país. O processamento de produtos agrícolas, florestais e pecuários é o principal setor industrial. Outras indústrias importantes são atêxtil e a de confecções.
O país tem uma boa malha rodoviária. Umaferrovia, originalmente construída para a exportação deminério de ferro porMaputo, emMoçambique, foi estendida para se ligar à rede ferroviária sul-africana, tanto no norte quanto no sul do país. Oaeroporto de Matsapa conecta-se por voos regionais com várias cidades deMoçambique e daÁfrica do Sul.
A educação em Essuatíni se inicia com a educação pré-escolar para crianças, ensino fundamental, médio e ensino médio para educação geral e treinamento (GET), e universidades e faculdades de nível superior. A educação pré-escolar é geralmente para crianças de 5 anos ou menos; depois disso, um aluno pode se matricular em uma escola primária em qualquer lugar do país. Em Essuatíni, os centros de atendimento e educação na primeira infância (ECCE) assumem a forma de pré-escolas ou pontos de atendimento de bairro (NCPs). No país 21,6% das crianças em idade pré-escolar têm acesso à educação infantil.[36]
A educação primária em Essuatíni começa aos seis anos de idade. É um programa de sete anos que culmina com um exame de fim de escola primária, chamado SPC, aplicado na 7ª série, que se consiste numa avaliação local administrada pelo Conselho de Exames, por meio das escolas. A educação primária é do 1º ao 7º ano.[37]
O sistema de ensino médio e secundário em Essuatíni é um programa de cinco anos. Há um exame público externo (Certificado Júnior) em que os alunos devem avançar para o nível secundário sênior. O Conselho de Exames de Essuatíni (ECESWA) administra este exame. No final do nível secundário sênior, os alunos fazem um exame público para obter o Certificado Geral de Educação Secundária de Essuatíni (SGCSE) e o Certificado Geral Internacional de Educação Secundária (IGCSE), que é credenciado peloCambridge International Examination (CIE). Algumas escolas oferecem o programa de Estudos Avançados (AS) em seu currículo.[38]
Existem 830 escolas públicas, incluindo escolas primárias, secundárias e secundárias. Existem também 34 escolas privadas reconhecidas. O maior número de escolas está na região de Hhohho. A educação em Essuatíni é gratuita no nível primário, principalmente da primeira à quarta série e também gratuita para crianças órfãs e vulneráveis, mas não é obrigatória.[39][40]
Aexpectativa de vida no país é uma das mais baixas no mundo (cerca de 39 anos), uma vez que um terço da população adulta é portadora do vírusHIV. É o país que mais apresenta casos proporcionais deAIDS no planeta, com 26% da população adulta.[15][41]
Em 2010, os dados daUnaids continuaram a apontar o país com maior índice de contaminação mundial e em níveis ainda maiores — 26,1%.[13][17]
Em 2006, na faixa dos 15 aos 49 anos, o índice era de 33,4%. Em 2010, a contaminação na faixa etária entre 25 e 29 anos chegou a 46% dos suázis.[13]
Apoligamia é usada para explicar parte do índice de contaminação da população pelo vírus HIV. Os homens de Essuatíni têm em média cinco companheiras, seja por meio do casamento ou relações informais.[13][15]
Cabana tradicional (aldeia) em Essuatíni, em agosto de 2006
O evento cultural mais conhecido de Essuatíni, é o anualReed Dance. O país foi submetido aorito dacastidade o "umchwasho" até 19 de agosto de 2005.
Essuatíni é um país profundamentepolígamo.Mswati III, o atual rei, coroado com a idade de 18 anos, casou-se nove vezes, além de duas outras noivas. Seu pai,Sobhuza II, que reinou de 1921–1982, tinha 120 esposas.Mswati III declarou que apoligamia "não era propício para a propagação doHIV entre a população" em um país onde o número de pessoasHIV positivas é de aproximadamente 40%.
Existem muitasclínicas,hospitais e estabelecimentos de atendimento àsaúde. Mas muitossuázis preferem confiar naMedicina Tradicional Africana. Então o rei, ele decidiu criar um estabelecimento "Mananga", onde um membro envia para as mulheres o conhecimento e poderes ocultos que curassem doenças.
Essuatíni tem um número de escritores cujas línguas variam deinglês parasuázi, através doZulu.
Até 2009, o ranking mundial sobre aliberdade de imprensa fixadas anualmente peloRepórteres Sem Fronteiras de Essuatíni é a 144ª de 175 países. Uma situação difícil "tem sido observada".
↑abCorreia, Paulo (Verão de 2018).«Bassutolândia, Bechuanalândia e Suazilândia»(PDF).a folha - Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. N.º 57. pp. 17–20. Consultado em 26 de setembro de 2018
↑abCorreia, Paulo (Outono de 2019).«Um década de nova toponímia»(PDF).a folha - Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. N.º 61. pp. 7–13. Consultado em 17 de janeiro de 2020
↑Escola Britannica.«Suazilândia». Consultado em 26 de dezembro de 2016
↑Kuper, Hilda (1986). The Swazi: A South African Kingdom. Holt, Rinehart and Winston. pp. 9–10.
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↑abcdZanini, Fabio (24 de maio de 2010).«Suazilândia: O país soropositivo».www1.folha.uol.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 10 de setembro de 2017
↑Antônio de Ávila Vitória, Marco (1 de abril de 2004).«SUAZILÂNDIA E BOTSWANA».www.giv.org.br. Notícias | GIV - Grupo de Incentivo à Vida. Consultado em 21 de outubro de 2018
Notas (C) Nos 15 membros daCommonwealth, o monarca, à excepção do Reino Unido, é representado por um Governador Geral. (J) Monarca discutível como sendo o verdadeiro Chefe de Estado. (Q) Tecnicamente uma monarquia constitucional mas mostra eficazes propriedades de uma monarquia absoluta. (U) O monarca utiliza o título não-monárquico de "Presidente".