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Surrealismo

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Surrealismo
Surréalisme

Fotografia surrealistaDali Atomicus dePhilippe Halsman retratandoSalvador Dalí, gatos voadores, água e pintura.(1948)
Histórico
Período1924 – década de 1960
Local de origem França
ManifestoManifeste du surréalisme
Características
Exploração do inconsciente, dos sonhos, da imaginação e do simbolismo onírico; justaposição de elementos inesperados; liberdade criativa absoluta e automatismo psíquico como método de criação.
Relações artísticas
Influenciado porDadaísmo,Expressionismo,Cubismo,Psicanálise
Reação aRealismo,Naturalismo,Racionalismo
InfluenciouPop Art,Arte conceitual,Neosurrealismo,Realismo fantástico
Artistas notáveis
Escultura, modelagem e outras artes plásticas tridimensionaisAlberto Giacometti,Max Ernst,Jean Arp
Pintura, ilustração e outras artes plásticas bidimensionaisSalvador Dalí,René Magritte,Joan Miró,Yves Tanguy,Leonora Carrington,Remedios Varo
Romances, poesias e outras artes escritasAndré Breton,Paul Éluard,Louis Aragon,Philippe Soupault,Antonin Artaud
CinemaLuis Buñuel,Man Ray,Jean Cocteau
FotografiaMan Ray,Philippe Halsman,Lee Miller,Claude Cahun
Moda e EstiloElsa Schiaparelli
Obras notáveis
Um Cão Andaluz (1929), de Buñuel e Dalí
A Persistência da Memória (1931), de Dalí
O Filho do Homem (1964), de Magritte

Osurrealismo ousobrerrealismo[1] foi um movimentoartístico eliterário nascido emParis na década de 1920, inserido no contexto dasvanguardas que viriam a definir omodernismo no período entre asduas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados aodadaísmo ganhando dimensão mundial. Fortemente influenciado pelaPsicanálise deSigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel doinconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída peloracionalismo. O poeta e críticoAndré Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento.

Yvan Goll,Surréalisme,Manifeste du surréalisme

A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em1917 pelo poetaGuillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado aocubismo, e autor da peça teatralAs Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento.

Um dos principais manifestos do movimento é oManifesto Surrealista, de1924. Além de Breton, seus representantes mais conhecidos sãoAntonin Artaud, no teatro,Luis Buñuel, nocinema, eMax Ernst,René Magritte eSalvador Dalí, no campo dasartes plásticas.

Visão surrealista

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SegundoMichael Löwy, o surrealismo é um movimentosubversivo dereencantamento davida social ou um estudoantropológico daliberdade. Esse movimento se baseia em uma visão independente dadialéticahegeliana emarxista. Assim, ele mantém um impulsolibertário original e não deve ser entendido como umaescola literáriamodernista ou um conjunto deartistas com uma perspectiva em comum.[2]

Dentre as características deste estilo estão a combinação do representativo, doabstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas das suas metodologias estão acolagem e aescrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências dalógica e darazão e ir além daconsciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dossonhos.

No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e valoresburgueses comopátria,família,religião,trabalho ehonra. Humor, sonho e a contra-lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existênciautilitária. Segundo esta nova ordem, as ideias de "bom gosto" e "decoro" devem ser subvertidas.

História da arte
Por período

Por expressão artística

Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes daimaginação, castrados pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e superar a contradição entreobjetividade esubjetividade, tentando consagrar uma poética daalucinação, de ampliação da consciência. Breton declara no Primeiro Manifesto sua crença na possibilidade de reduzir dois estados aparentemente tão contraditórios,sonho erealidade, “a uma espécie de realidade absoluta, de sobre-realidade [surrealité]”.

Aescrita automática procura buscar o impulso criativo artístico através doacaso e dofluxo de consciência despejado sobre a obra. Procura-se escrever no momento, sem planejamento, de preferência como uma atividade coletiva que vai se completando. Uma pessoa escreve algo num papel e outro completa, mas não de maneira lógica, passando a outro que dá sequência. O filmeUm Cão Andaluz, deLuis Buñuel, por exemplo, é formado por partes de um sonho deSalvador Dalí e outra parte do próprio diretor, sem necessariamente objetivar-se uma lógica consciente e de entendimento, mas um discurso inconsciente que procura dialogar com outras leituras da realidade.

Esse e outros métodos, no entanto, não eram exercícios gratuitos de caráter estético, mas, como disseOctavio Paz, seu propósito erasubversivo: abolir esta realidade que uma sociedade vacilante nos impôs como a única verdadeira. Para além de criar uma arte nova, criar um homem novo.

Imagens poéticas e significado

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Grande parte da estética surrealista apoia-se na concepção de imagem poética dePierre Reverdy, segundo a qual a imagem nasce não da comparação, mas da aproximação entre duas realidades afastadas. E quanto mais distantes forem as realidades aproximadas, mais forte será a imagem poética. Reverente distancia mais ainda o mundo captado pelos sentidos e o mundo criado pela poesia. Além disso, a linguagem surrealista faz grande uso de descontextualizações, esvazia-se um significante de seu significado para atingir novos e inusitados significados. Herança deArthur Rimbaud, procuram o desregramento também das relações de significação para a emersão de uma nova linguagem. Há uma busca da expressão por meio de uma linguagem não-instrumental e uma associação de liberdade à ruptura do discursiva.

História

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Em 1929, os surrealistas publicam um segundo manifesto e editam a revistaA Revolução Surrealista. Entre os artistas ligados ao grupo em épocas variadas estão os escritores franceses,Antonin Artaud (1896-1948), também dramaturgo,Paul Éluard (1895-1952),Louis Aragon (1897-1982),Jacques Prévert (1900-1977) eBenjamin Péret (1899-1959), que viveu noBrasil. Entre os escultores encontram-se os italianosAlberto Giacometti (1901-1960), o pintor italianoVito Campanella (1932), assim como os pintores espanhóisSalvador Dali (1904-1989),Juan Miró (1893-1983) ePablo Picasso, o pintor belgaRené Magritte (1898-1967), o pintor alemãoMax Ernst (1891-1976) e o cineasta espanholLuis Buñuel (1900-1983).

Nosanos 30, o movimento internacionaliza-se e influencia muitas outras tendências, conquistando adeptos em países daEuropa e nasAméricas, tendo Breton assinado um manifesto comLeon Trotski na tentativa de criar um movimento internacional que lutava pela total liberdade na arte - FIARI: oManifesto por uma Arte Revolucionária Independente.

Década de 1930

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Salvador Dalí eRené Magritte criaram as mais reconhecidas obras pictóricas do movimento. Dalí entrou para o grupo em 1929, e participou do rápido estabelecimento do estilo visual entre 1930 e 1935.

O surrealismo como movimento visual, tinha encontrado um método: expor a verdade psicológica ao despir objetos ordinários de sua significância normal, a fim de criar uma imagem que ia além da organização formal ordinária.

Em 1932, vários pintores surrealistas produziram obras que foram marcos da evolução da estética do movimento:La Voix des Airs, de Magritte, é um exemplo deste processo, no qual são vistas três grandes esferas representando sinos pendurados sobre uma paisagem. Outra paisagem surrealista do mesmo ano éPalais Promontoire, de Tanguy, com suas formas líquidas. Formas como estas se tornaram a marca registrada de Dali, particularmente com sua obraA Persistência da Memória, na qualrelógios de bolso derretem.

Segunda Guerra Mundial

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António Domingues, Fernando Azevedo, António Pedro, Vespeira, Moniz Pereira –Cadavre Exquis, 1948, óleo sobre tela, 150 x 180 cm

ASegunda Guerra Mundial provou ser disruptiva para o surrealismo. Os artistas continuaram com as suas obras, incluindo Magritte. Muitos membros do movimento continuaram a corresponder-se e a encontrar-se. Em 1960, Magritte, Duchamp, Ernst e Man Ray encontraram-se emParis. Apesar de Dali não se relacionar mais com Breton, ele não abandonou os seus motivos dos anos 30, incluindo referências à sua obra "Persistência do Tempo" numa obra posterior.

O trabalho de Magritte tornou-se mais realista na sua representação de objetos reais, enquanto mantinha o elemento de justaposição, como na sua obraValores Pessoais (1951) eImpério da Luz (1954). Magritte continuou a produzir obras que entraram para o vocabulário artístico, comoCastelo nos Pireneus, que faz uma referência a Voix de 1931, na sua suspensão sobre a paisagem. Algumas personalidades do movimento Surrealista foram expulsas e vários destes artistas, como Roberto Mattam continuarampróximos ao surrealismo como ele mesmo se definiu.

Surrealismo em Portugal

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Capa proibida pela censura –1ª Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa, 1949
1ª Exposição dos Surrealistas, 1949

O surrealismo surge nos horizontes culturais portugueses a partir de 1936, "em experiências literárias «automáticas» realizadas porAntónio Pedro e alguns amigos".[3] Em 1940 o mesmo António Pedro expõe comAntónio Dacosta (e Pamela Boden): " A exposição reunia dezasseis pinturas de Pedro, dez de Dacosta e seis esculturas abstratas de Pamela Boden [...]. O surrealismo de que se falara até então vagamente, desde 1924, [...]irrompia nesta exposição, abrindo a pintura nacional para outros horizontes que ali polemicamente se definiam".[4]

Grupo Surrealista de Lisboa

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Em 1947Cândido Costa Pinto, que desde 1942 seguia uma linha estética surrealista, contacta, emParis, com o recém-organizado Grupo Surrealista;André Breton sugere-lhe a organização de um grupo idêntico em Portugal. É deste desafio que irá nascer o "Grupo Surrealista de Lisboa".

"Vespeira,Fernando Azevedo,António Domingues eJoão Moniz Pereira, [...]os poetasMário Cesariny de Vasconcelos, [...]Alexandre O'Neill eJosé Augusto França [...]constituíram o núcleo inicial do movimento aglutinado em Outubro de 1947 e que logo contou com a colaboração e animação deAntónio Pedro. [...]O primeiro ato do grupo ainda em formação foi romper com Cândido Costa Pinto", por ter exposto uma pintura nas salas doSNI.[5]

A primeira e única exposição do grupo teve lugar em 1949. Participaram António Pedro, António Dacosta, Fernando Azevedo, Moniz Pereira, Vespeira, Alexandre O'Neill, e José Augusto França, além de doisCadavre Exquis de Vespeira e Fernando Azevedo e outro, de grandes dimensões, de António Domingues, Fernando Azevedo, António Pedro, Vespeira, Moniz Pereira. A exposição foi motivo de escândalo e alvo de ameaças policiais. A primeira proposta de capa do catálogo, que pretendia inserir-se na campanha eleitoral deNorton de Matos (de oposição ao regime deSalazar), foi proibida pela censura. A iniciativa agitou o meio artístico lisboeta que, no mesmo ano e no seguinte, teve mais duas exposições da índole semelhante, realizadas por um grupo dissidente,Os Surrealistas, composto por Mário Cesariny,Cruzeiro Seixas,Mário-Henrique Leiria,António Maria Lisboa, H.Risques Pereira, Fernando José Francisco,Pedro Oom, João Artur da Silva, Carlos Eurico da Costa, Fernando Alves dos Santos, António Paulo Tomaz, "com menor interesse plástico embora notável proposição poética".[3]

A exposição doGrupo Surrealista de Lisboa e as restantes, deOs Surrealistas, marcaram o fim do movimento, "ficando apenas os seus componentes em ações pessoais e isoladas".[3]

Vespeira e Azevedo prosseguiram, ao longo de 1950 e 1951, uma obra pictórica de qualidade, expondo em 1952 na Casa Jalco, aoChiado: "uma exposição de «óleo, fotografia, guache, desenho, ocultação, colagem, linóleo» constituída por três «Primeiras exposições Individuais» de Fernando de Azevedo, Fernando de Lemos e Vespeira", e que os artistas dedicaram ao precursor do movimento, António Pedro.[6]

Surrealismo no Brasil

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As ideias e tendências surrealistas chegaram aoBrasil a partir dadécada de 30 e foram assimiladas pelomovimento modernista.

Alguns dos principais artistas brasileiros influenciados pelo surrealismo foramTarsila do Amaral,Cícero Dias,Ismael Nery,Aníbal Machado,Mário Pedrosa,Maria Martins eDarcílio Lima.

Técnicas surrealistas

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Os surrealistas usaram diferentes técnicas para ativar seu inconsciente, uma delas é ocadáver exquis (requintado cadáver), uma técnica baseada na aleatoriedade e na coralidade, que envolve a colaboração de vários artistas: um deles começa a operação traçando um desenho, uma figura, que deve ser ignorada pelos outros; a folha deve ser passada a todos os participantes, um por um, que por sua vez formarão uma figura e assim por diante.[7]

Outras técnicas frequentemente utilizadas pelos pintores desse movimento são:

Essas técnicas permitiram aos artistas liberar forças criativas cheias de sugestões e evocações, menos teóricas e mais inconscientes e espontâneas.[8]

Ver também

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Referências

  1. «Sobrerrealismo».Priberam. Consultado em 24 de julho de 2021 
  2. LÖWY, Michael (2009).Morning Star: surrealism, marxism, anarchism, situationism, utopia. [S.l.]: University of Texas Press 
  3. abcA.A.V.V. –Os anos 40 na arte portuguesa (tomo 1). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 88, 89.
  4. França, José AugustoA Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961 [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 336.
  5. França, José Augusto –A Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961 [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 382.
  6. A.A.V.V. –Os anos 40 na arte portuguesa, tomo 1. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 102.
  7. Mário Cesariny,Antologia do Cadáver Esquisito, Lisboa, Assírio & Alvim, 1989
  8. Max Ernst, Ian Turpin,Max Ernst, Phaidon, 1979

Bibliografia

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Em português
  • DUROZOI e LECHERNERBONNIER. El Surrealismo. Guadarrama, Madri, 1974.
  • ADES, Dawn. O Dada e o Surrealismo. Labor do Brasil, Barcelona, 1976?.
  • SENA, Jorge. Manifestos do Surrealismo. Moraes, SP, 1979.
  • GIMENEZ-FRONTIN, J. El Surrealismo. Montesino, Barcelona, 1983.
  • FARIAS, José Niraldo. O Surrealismo na Poesia de Jorge de Lima. PUC/RGS, Porto Alegre, 2003.
  • BRETON, André,Manifestos do Surrealismo. Rio de Janeiro, Editora Nau, 2001
  • PERET, Benjamin,Amor sublime, São Paulo: Brasiliense, 1985.
  • ARGAN, Giulio Carlo,Arte moderna, São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
  • PONGE, Robert (org.),Surrealismo e nuovo mundo, Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio do Sul. 1999.
Em espanhol
  • BÉHAR, Henry.Sobre Teatro Dada y Surrealista. Barcelona: Barral, 1971.
  • Bréton, André.El Surrealismo: Puntos de Vista y Manifestaciones. Barcelona: Barral, 1977.
  • PAZ, Octavio.Las Peras del Olmo. Barcelona, Seix Barral, 1990
  • DUROZOI e LECHERNERBONNIER. El Surrealismo. Guadarrama, Madri, 1974.
  • ADES, Dawn. O Dada e o Surrealismo. Labor do Brasil, Barcelona, 1976?.
  • SENA, Jorge. Manifestos do Surrealismo. Moraes, SP, 1979.
  • GIMENEZ-FRONTIN, J. El Surrealismo. Montesino, Barcelona, 1983.
  • FARIAS, José Niraldo. O Surrealismo na Poesia de Jorge de Lima. PUC/RGS, Porto Alegre, 2003.

Ligações externas

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