Osurfe[1] (aportuguesamento brasileiro do termoinglêssurf, mais comum em Portugal devido à pronúncia/sɐɾ.fɨ/, também recorrente sob a formasurfing) é umaprática desportiva efetuada na superfície da água, frequentemente considerada parte do grupo de atividades denominadasesportes de aventura,[2] cuja proficiência é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados pelo surfista ao deslizar em pé naprancha de surfe, aproveitando a onda que quebra quando se aproxima dapraia oucosta.[3]
A palavra surf ainda pode ser encontrada como som da arrebentação das ondas.[4]
O chamado “freesurf” é uma vertente do surfe em que o seu praticante (conhecido como "freesurfer") surfa única e exclusivamente para se divertir, sem se preocupar com a performance e sem participar de competições. Osfreesurfers ganham dinheiro fazendo contratos que envolvem aparição em eventos, filmagens, shootings de coleções de roupa/equipamentos, fotos conceituais da marca, teste de protótipos, entrevistas, revistas, sites de conteúdo, tudo que associe a imagem deles e da marca ao público.[5]
Assim como na maioria dos esportes radicais, no surfe também existemmanobras. As principais são:[6][7]
Tube ride or barreling: (Tubo): A manobra de surfe que pontua mais alto nas competições quando realizada. Muito cobiçada, é um dos principais objetivos dos surfistas. Ocorre quando ele entra debaixo da crista da onda, que quando está quebrando se levanta a uma altura que deixa um espaço para o surfista passar por dentro do túnel de água.
Off-the-lip (Batida): Uma das manobras mais clássicas. Nela, o surfista bate com as bordas e o fundo da prancha nalip (crista) da onda. Na manobra, o atleta quase sai da onda, daí vira rápido e volta.
Re-entry (Rasgada): Are-entry é feita na face da onda, rasgando a parede com a borda e as quilhas da prancha.
Floater: Nesta manobra quando a onda começa a se fechar, o surfista desliza sobre a espuma e retorna para a onda. É similar às manobras de skate sobre corrimãos de escadas
Cutback: Uma das manobras de surfe que são consideradas funcionais. Serve para que o surfista retorne à parte com mais energia na onda, direcionando a prancha de volta para a espuma.
Aéreos: Esta manobra nada mais é do que um voo sobre a onda. Ao realizá-la o surfista precisa pular sobre a crista e fazer um movimento no ar e aterrissar em pé (para valer a pontuação), continuando na onda.
Bottom turn (Cavada): Nesta manobra, o surfista faz uma curva na base da onda para ganhar velocidade e, depois, ir na direção da crista ("cortando" a onda).
360º: Nesta manobra o surfista efetua uma volta completa sobre si mesmo, utilizando a prancha, e continua na mesma direção.
Layback: Para executá-la, é preciso cavar a onda, entrando de frente para a onda. Na sequência, é preciso chutar a rabeta (parte de trás da prancha), para trocar de borda. Com isso, o surfista precisa encostar as costas na água (como se estivesse se deitando na onda).
Backflip (Mortal de costas): Consiste em realizar um aéreo com a prancha, dar um giro para trás e aterrissar em pé sobre a mesma. É uma das manobras mais fantásticas e avançadas do esporte. Em 2016,Gabriel Medina fez história nocircuito mundial, depois de realizar umbackflip perfeito e aterrissar pela primeira vez na liga, conseguindo nota 10 dos juízes.[8]
Conseguir manobrar no surfe exige muita técnica e acima de tudo muito equilíbrio e prática. Com o passar dos anos o Brasil atingiu um alto nível de surfe com atletas que a cada dia que passam inovam a forma em que se surfa. .
No surf o surfista pode ter duas bases em cima da prancha,goofy (pé esquerdo atrás) ou regular (pé direito atrás). Onde o pé de trás será a base de toda manobra.
Existem duas divisões no surfe em pé:longboarding,shortboarding, refletindo diferenças na construção da prancha, tamanho,design para cada tipo de onda.
Notow-in surfing (que deveria exclusivamente, ser associado ao surfe de ondas grandes), um barco motorizado, como umjet-ski, reboca o surfista para a frente da onda, ajudando para que a velocidade dele equivale a da onda, que, geralmente é uma velocidade mais alta que um surfista a remar pode conseguir.
A cultura do surfe abrange várias entidades como escolas de surf, escolas de socorro e salvamento, surf camps, e na produção de mídia.
A origem do surfe é disputada entre os povos peruanos e polinésios. A prática de deslizar sobre as ondas há muito tempo já era conhecida pelos povospolinésios, que povoaram grande parte das ilhas doOceano Pacífico[1], além do litoral pacífico daAmérica do Sul. Os primeiros relatos do surfe dizem que este foi introduzido noHavaí pelorei polinésio Tahíto. Outros relatos dão conta de que, muito antes dos havaianos, antigos povosperuanos já utilizavam uma espécie de canoa confeccionada dejunco para deslizar sobre as ondas. O primeiro relato escrito da observação de pessoas a fazerem surfe, foi feito pelonavegador inglês James Cook que gostou doesporte por se tratar de uma forma de relaxamento.[11]
Utilizavam-se, inicialmente, no Havaípranchas demadeira denominadas Olo e Alaia[12] e, no Peru, dejunco. As pranchas eram fabricadas pelos próprios usuários. Acreditava-se que, ao fabricar sua própria prancha, se transmitiam todas as energias positivas para ela e, ao se praticar o esporte, se libertava das "energias negativas". Os primeiros praticantes desse esporte acreditavam que sua prática seria um culto ao espírito do mar. O reconhecimento mundial do esporte veio com o campeão olímpico denatação e pai do surfe moderno, o havaianoDuke Paoa Kahanamoku. Ao ganhar a medalha de ouro nos jogos olímpicos de 1912, emEstocolmo, o atleta disse em entrevista que o seu treino se resumia em "cavalgar sobre as ondas com uma tábua de madeira" e, desse modo, passou a ser o maior divulgador do esporte nomundo. Com isso, oarquipélago do Havaí e os seus esportes típicos passaram a ser reconhecidos internacionalmente.
No início doséculo XX Duke promoveu o surfe iniciando demonstrações em outras regiões do mundo como a Califórnia, França, Austrália, América do Sul e África. Por volta dadécada de 1940, o esporte popularizou-se na costa oeste dosEstados Unidos, tornando-se popular entre os jovens, principalmente nas praias do sul daCalifórnia. Então, com o início dos primeiros campeonatos de surfe em 1974, o surfe tornou-se popular em todo o mundo, no início de um emergente profissionalismo. A evolução do surfe moderno foi especialmente marcado pela apresentação de novos modelos de pranchas de surfe, como a pranchatwin-fin de Mark Richards em 1980 e, depois, pela pranchatri-fin de Simon Anderson em 1981. Essesaustralianos tornaram essepaís o detentor do maior número de campeões mundiais de surfe. A organização do campeonato mundial é responsabilidade daAssociação de Surfistas Profissionais. Pode-se afirmar que o surfista mais conhecido do mundo é o floridenseKelly Slater, que soma 11 títulos mundiais.[13]
Em 15 de julho de 1965, foi fundada a primeira entidade de surfe do país - a Associação de Surfe do Estado do Rio de Janeiro. Esta organizou o primeiro campeonato em outubro daquele ano. No entanto, o surfe só seria reconhecido como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos em 1988. Em 1989, oshapercarioca Henry Lelot e amigos fundaram a "Federação de Surfe do Estado do Rio de Janeiro" - na época, a segunda federação de surfe do Brasil. Atualmente, as entidades responsáveis pela organização no esporte no Brasil são a "Confederação Brasileira de Surfe" - filiada aoComitê Olímpico Brasileiro e, há anos, presidida peloparanaense Juca de Barros, e a "Associação Brasileira dos Surfistas Profissionais", sendo que o campeonato nacional denominado "CircuitoSuperSurfe".
Muitos recursos são utilizados para saber como estão as ondas, especialmente ainternet, onde o surfista pode conferir, ao vivo, através desites especializados, as condições das ondas através dascâmeras naspraias.
Pode-se, também, conferir os mapas e gráficos deprevisão de ondas para se programar uma viagem para a prática do surfe, garantindo, assim, que a viagem seja proveitosa. Este recurso só foi possível com o advento da Internet, no final do século XX. Antes disso, os surfistas faziam as suas viagens para surfar frequentemente sem saber como estavam as condições do mar, muitas vezes se deparando com condições adversas à prática do surfe. Outras vezes, os surfistas permaneciam por longos períodos nas praias de surfe, para poder, assim, esperar pelas condições favoráveis à prática do surfe. Desta forma, porém, muitas vezes não podiam realizar outras atividades, como trabalhar ou estudar. Assim, o surfista tinha a sua imagem, muitas vezes, associada à de um desocupado, umvagabundo.[carece de fontes?]
Com o advento da previsão das ondas, abriu-se um novo horizonte para a prática do esporte, fazendo com que o surfista pudesse programar a sua vida, tornando, assim, a sua viagem muito mais proveitosa, pois ele passou a poder realizar outras atividades úteis durante o período de espera das ondas. Pode-se afirmar que, com o tempo, a associação da prática do surfe com avagabundagem vai desaparecendo, ou seja o preconceito das pessoas que não consideram o surfe um meio de profissão.[carece de fontes?]
O termo "planar" ou "deslizar" é empregue noiatismo para descrever o facto de se acompanhar o movimento de uma onda quando um veleiro, em determinadas circunstâncias, desliza na crista da onda tal como o faria um surfista com a sua prancha. Esse movimento está ligado ao perfil da carena, ao atrito com água e à regulação dovelame. O Surf pode-se referir ao fato de podermos planar.[18]