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Smara سمارة , as-Samārah Es-Semara, Semara, Esmara | |
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Município | |
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Localização | |
Localização de Smara no Saara Ocidental | |
Coordenadas | 26° 44′ 22″ N, 11° 40′ 13″ O |
País | Saara Ocidental(de jure) |
Região de Marrocos(1997-2015) | Guelmim-Es Semara |
Província | Smara |
História | |
Fundação | Século XIX |
Fundador | Maa el-Ainin |
Características geográficas | |
Área total | 13 km² |
População total(2014) | 57 035 hab. |
Densidade | 4 387,3 hab./km² |
Altitude | 300 m |
Outras informações | |
Soco semanal | quinta-feira |
Território doSaara Ocidental sob o controle de Marrocos |
Smara,Semara ouEs-Semara (emcastelhano:Esmara; emárabe:سمارة;romaniz.:as-Samārah) é uma cidade e município doSaara Ocidental administradade facto porMarrocos, que a considera parte do seu território. É a capital daprovíncia marroquina dehomónima, que faz parte daregião deEl Aiune-Saguia el Hamra. Em 2014, o município tinha uma área de 13,3 km² e 57 035 habitantes.[1]
Smara situa-se em plenodeserto do Saara, no vale deSaguia el Hamra, 225 km a leste deEl Aaiún e 230 km a sul deTan-Tan (distâncias por estrada). É a única cidade importante doSaara Ocidental que não foi fundada durante operíodo colonial espanhol.
Atualmente, a importância de Smara deve-se sobretudo às guarnições militares marroquinas e dasforças de manutenção da paz das Nações Unidas e ao comércio, nomeadamente osoco (mercado) semanal que se realiza todas as quintas-feiras. Os principais monumentos da cidade são azauia (santuário), palácio e grandemesquita deMaa el-Ainin (ou Ma al-'Aynayn, Mohamad Mustafa Ould Sheikh Mohamad Fadel), o fundador da cidade, além da chamada mesquita velha e das muralhas.[2][3] Nos arredores há diversos locais compinturas rupestres: nooued Selouan (23 km),oued Aasli Boukerch (30 km), Amgala (80 km),oued Tazouwa (135 km) eoued Mirane (145 km). Nos três últimos sítios encontram-se também sepulturas pré-islâmicas.[4]
Nota: A cidade está localizada noSaara Ocidental, um território onde a legitimidade da administração marroquina não é reconhecida por muitos países nem pela Organização dasNações Unidas.|data=janeiro de 2025}}
Até ao final doséculo XIX Smara pouco mais era que um ponto de passagem, cruzamento e abastecimento de caravanas transarianas. A cidade foi fundada no final doséculo XIX pelo chamado "sultão azul", Maa el-Ainin, oxequesaaráui que combateu o colonialismo espanhol e francês. Apesar de se situar longe da costa, Smara era rica em pastagens e água e estava bem situada para controlar as caravanas, e passou a ser a capital de Maa el-Ainin, que ali construiu umarrábita (fortaleza), um palácio e uma grande mesquita em Smara.
Maa el-Ainin combateu os ocupantes espanhóis a partir de 1898, com o apoio do sultão de Marrocos. Em 1902 transformou Smara na sua capital sagrada e tornou-a um centro religioso importante, dotando-a de uma biblioteca islâmica. Em 1904 Maa el-Ainin proclamou-seimã e declarou ajiade (guerra santa) contra o colonialismo francês. Em 1910 o sultão marroquino retira o seu apoio devido às pressões dos franceses e o xeque passa então a apoiar os combatentes antifranceses do sul de Marrocos. Em 1913, Smara é ocupada e quase completamente arrasada por tropas francesas, que devolvem a cidade a Espanha. A resistência continuou, mas foi diminuindo gradualmente até se extinguir em 1920.
Em 1958 Smara assistiu à operação aerotransportadaHuracan, levada a cabo conjuntamente por tropas espanholas e francesas, com o objetivo de desalojar o Exército de Libertação de Marrocos do sul.[5] No mesmo ano, a Espanha cedeu a faixa de Tarfaia a Marrocos.
AFrente Polisário, que luta pela independência do Saara Ocidental, foi fundada em Smara em 10 de maio de 1973. As tropas marroquinas ocuparam a cidade a 27 de novembro de 1975, causando a fuga de inúmeros saaráuis para aArgélia, para escaparem às represálias dos marroquinos pelo seu apoio à Frente Polisário. A força aérea marroquina usou napalm, fósforo branco e bombas de fragmentação contra os refugiados, provocando centenas de mortos, que aAmnistia Internacional estima em 530.
Um doscampos de refugiados saaráuis da região argelina deTindouf administrados pela chamadaRepública Árabe Saaraui Democrática tem o nome de Smara.[6]
Em 2005 a cidade assistiu a fortes protestos contra a ocupação marroquina.
No inverno, os dias são quentes, com temperaturas máximas entre 23 e 34 °C, e as noites temperadas, com mínimas entre os 14 e 21 °C. No verão, as temperaturas máximas situam-se sempre acima dos 30 °C, e frequentemente acima dos 40 °C, chegando por vezes aos 50 °C. A par deMarraquexe, Smara tem o recorde de temperatura máxima de cidades marroquinas, com 53 °C. A média das temperaturas máximas do mês mais quente é 40 °C e a média das temperaturas mínimas do mês mais frio é 17 °C.
Segundo o censo Marroquino de 2014, o município tinha 57.035 habitantes.[7]
Segundo os censos realizados pelas autoridades Espanholas, a população da cidade era a seguinte:
Cidade de: | Etnias | 1970[8] | 1967[9] | 1950[10] |
---|---|---|---|---|
Smara | saarauís | 2 303 | 1 916 | 395 |
Espanhóis | 352 | 214 | 0 | |
Total | 2 655 | 2 130 | 395 |
Segundo os censos realizados pelas autoridades Marroquinas, a população da cidade era a seguinte:
Cidade de: | 2014[1] | 2004[1] | 1994[1] | 1982[1] |
---|---|---|---|---|
Smara | 57 035 | 40 347 | 28 750 | 17 753 |
Smara deu nome a um livro do aventureiro francêsMichel Vieuchange (1904-1930), que percorreu 1 400 km a pé disfarçado de mulherberbere desdeTiznit até Smara, onde chegou a 1 de novembro de 1930, onde contraiu umadisenteria que seria a causa da sua morte pouco depois emAgadir. O livroChez les dissidents du sud marocain et du Rio de Oro; Smara ("Entre os dissidentes do sul marroquino e doRio do Ouro; Smara) foi publicado postumamente em 1932 pelo irmãoJean Vieuchange, a partir dos sete blocos de notas e mais de 200 fotografias do irmão, e foi um sucesso de vendas.[11] Em 1987 foi publicada uma edição em inglês com o títuloSmara, The Forbidden City ("Smara, A Cidade Proibida").[12]
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