Sinagoga ouesnoga[1] (dogrego antigo συναγωγή,transl.synagoguē: 'assembleia', 'reunião') é otemplo religioso dareligião judaica. Tem como objeto central a Arca daTorá. Os serviços religiosos da sinagoga são realizados todos os dias, desde que se forme um quórum, sendo que algumas vezes o culto envolve leituras da Torá, cujos rolos são retirados da Arca (heikhal) e transportados até o púlpito (Tebá).
O termo "sinagoga" tem origem na palavragrega συναγωγή, composta de σύν [sýn], “com, junto”, e ἄγω ['ago], “conduta, educação”, cujo significado seria "assembleia".[2]
Emlíngua hebraica, o templo recebe o nome de בית כנסת,transl.beit knésset, significando "casa de reunião". Também pode ser chamado בית תפילה,beit tefila: "casa de oração". Emiídiche, o termo equivalente éšul oushul (שול), do latimschola, através doalemãoSchule, o que expressa o hábito de se referir à sinagoga comoescola. Um exemplo desse uso é aPiazza delle Cinque Scole, no velhoGueto de Roma. Entre judeus da nação portuguesa é comum o uso do termoesnoga ou das variantesesnoa escola. Entrejudeus reformistas é comum o nome detemplo.
Por volta de587 a.C., oReino de Judá foi conquistado pelosBabilónios e sua população dispersa. Depois do regresso doexílio na Babilônia que o judaísmo começou a se desenvolver, com o culto a centrar-se na sinagoga, um hábito adquirido na Babilônia devido à inexistência de umtemplo. A sinagoga passou a funcionar como um ponto de encontro dos judeus para as orações e para a leitura das Escrituras.[3]
A sinagoga não se limita ao prédio. As reuniões religiosas dosfariseus no judaísmo pós-destruição do templo eram feitas em casas privadas, e ainda há sinagogas que reúnem-se em casas privadas.[4] Naquele período a instituição da sinagoga popularizou-se. No século I da era comum havia cerca de 394[5] ou 480[6] na região de Jerusalém somente. A sinagoga mais antiga a ter um registro seria aquela de Jericó, perto das ruínas de um palácio Hasmoneus, descoberta junta a uma piscina demikvah perto do Kelt Wadi pelo professor Ehud Netzer e primeira do século a.C..[7] Após a destruição do templo pelos romanos em70 d.C., houve a proibição de erguer sinagogas na Palestina. Não obstante, há na região cerca de cem ruínas de sinagogas doperíodo do segundo templo e dos primeiros séculos da era comum,[8] como a notávelSinagoga de Cafarnaum.
Além dojudaísmo rabínico, as sinagogas inspiraram locais de culto de outras religiões nascidas do mesmo período, como as sinagogassamaritanas,igrejas cristãs ekenesacaraítas.
Segundo descobertasarqueológicas recentes, a primeira sinagoga fundada nasAméricas foi aSinagoga Kahal Zur Israel, construída noBrasil em1637 e cujas antigas ruínas encontram-se cuidadosamente preservadas na cidade deRecife, no mesmo local onde foi posteriormente construído oCentro Cultural Judaico do Estado de Pernambuco.
As sinagogas geralmente possuem uma comissão administrativa. Uma comissãoad hoc de três membros adultos, com profundo conhecimento dahalacá, formam oBet Din, para exercer funções judiciárias. Um presidente leigo da congregação, chamado em hebraico derosh haknesset,[9] pode presidir sobre a disciplina, finanças, supervisão dos empregados, com o apoio de anciãos que formam um conselho, osparnas. Um bedel, ogabbai, é responsável pela manutenção e providenciar elementos dos serviços. Os serviços são presididos e cantados por umChazan oucantor. Hodiernamente tornou-se comum contratarrabinos para exercer funções congregacionais em uma sinagoga.
Todas as sinagogas possuem umtebá, uma mesa central de onde aTorá é lida e outras orações são presididas. Oposto a ela encontra-se a arca dos rolos da Torá, chamado em hebraico deheikhal, posicionada para oMonte do Templo em Jerusalém.[10]
Muitas sinagogas mantém uma lâmpada (ner tamid) acesa continuamente, além demenorás. Embora as sinagogas possam ser decoradas, retratos tridimensionais são vistos como violação daTorá.[10]
Os assentos são geralmente arranjados ao redor datebá e da arca. Em sinagogas ortodoxas se observam omechitzah, separação de gêneros. As mulheres ou ficam em balcões, alas separadas com barreiras, fundos ou assentos designados, distintos dos homens.[11]
Alguns elementos são opcionais. Há em várias sinagogas umdossel, sob o qual são realizado cerimônias matrimoniais. Algumas sinagogas preservam um assento reservado ao profetaElias. Os arquivos das sinagogas,genizas, são importantes fontes para a preservação da história judia.
Salvo raríssimas exceções (como aSinagoga Portuguesa de Amsterdão), não há órgãos ou outros instrumentos musicais nas sinagogas ortodoxas. Em sinagogas reformadas e liberais passou ser comum o uso demúsica instrumental nos serviços.