Shaka kaSenzangakhona, também conhecido comoShaka Zulu, às vezes escrito comoTshaka,Tchaka ouChaka (KwaZulu-Natal, julho de1787 –22 de setembro de1828), foi um chefe tribal e estrategista militar,[1] que posteriormente se converteria emrei dos zulus e transformou-os de uma etnia com pouca expressão territorial em um império que ensombrou os desígnioscoloniais britânicos.[2]
Filho orfão e ilegítimo de Senzangakhona, chefe do clã zulu dosnguni, Shaka e a mãe foram banidos da suaumuzi (aldeia), e forçados a viver no exílio entre osMtetwa, na altura do reinado deDingiswayo.[3]
Quando Senzangakhona faleceu em 1816, o meio irmão mais novo de Shaka, Sigujana, assumiu o poder como herdeiro legítimo da liderança dos Zulu. No entanto, o reinado de Suguajana foi curto, visto que Dingiswayo desejava expandir sua autoridade, e concedeu a Shaka um regimento para que levassem Dingiswayo a morte. Assim foi feito, em um golpe relativamente limpo que foi efetivamente aceito pelos zulus.[4]
Shaka se tornou o Chefe dos clã Zulu, e vassalo doImpério Mtetwa[5] até a morte em batalha de Dingiswayo por Zwide, chefe dosNdwandwe. O vácuo de poder foi preenchido por Shaka. Ele reformou o restante das forças dos Mtetwa, unidas a outras tribos locais e posteriormente derrotou Zwide naGuerra Civil Zulu (1819–1820). Nos anos seguintes Shaka conquistaria mais tribos, aumentando o território controlado em cerca de 12 vezes.
Insatisfeito com as longasazagaias de arremesso como arma primária, Shaka introduziu a inovação de uma lança mais curta de espetar, com uma ponta longa, semelhante a uma espada, a "iklwa". Shaka também teria introduzido uma versão maior e mais pesada do escudo Nguni.
Uma das mudanças mais importantes foi o abandono das tácticas de combate "atacar e retirar", pelo combate corpo a corpo, perseguição do inimigo, e da aniquilação total do inimigo. Estas tácticas foram sendo adotadas por outro1s clã dos Nguni. No início dadécada de 1810, contra osButhelezi, e posteriormente contra osNongoma em 1812, Shaka havia aperfeiçoado a implementação dos seus homens no campo de batalha numa formação de ataque em forma de lua, com as pontas denominadasizimpondo (cornos), e o centro deisifuba (peito), com a qual obteve grandes êxitos, e seria a formação de combate padrão dos zulus nos próximos noventa anos.
1824 seria um ano marcante na história dos zulus: Shaka autorizou o estabelecimento de europeus (H.F. Fynn e Lt. Farewell, fundadores da Natal Trading Company) no seu território. Estes fundaramPort Natal, a atual cidade deDurban.
Shaka foi assassinado em 1828[6] pelos seus meio-irmãosDingane eMhalangana, sucedendo-lhe Dingane.
Apesar de boa parte da aparência física de Shaka ser desconhecida, fontes tendem a concordar que ele tinha um corpo forte e musculoso e não era gordo.[7] Ele tinha uma altura média e sua pele era de um marrom escuro.
Os inimigos de Shaka os descreviam como feio. Ele tinha um nariz grande.[7] Ele tinha dentes da salientes. Um relato diz que ele falava como se "sua língua fosse grande demais para sua boca". Muitos afirmavam que ele possuía umdistúrbio da fala.
Há uma anedota de que Shaka teria brincado com um dos seus amigos, Magaye, de que ele jamais poderia matar Magaye porque ririam dele por isso. Supondo que ele matasse Magaye, pareceria que teria sido por inveja porque Magaye era bonito e "Shaka era feio, com uma testa saliente".[7]
Referências
- Angus McBride, The Zulu War, Osprey (Men at Arms Series), 1992 -ISBN 0-85045-256-2
- Avril Price-Budgen, Martin Folly, People in History, Mitchel Beazley Publishers, 1988 - ISBN