Nota: Se procura o filme do grupo Monty Phyton, vejaO Sentido da Vida.
Hamlet meditando sobre o crânio deYorick tornou-se a personificação mais duradoura das imagensvanitas, transmitindo o temamemento mori ("lembre-se de que você morrerá"). Qualquer que seja o sentido da vida, ela (a vida) é passageira.
Osentido da vida constitui um questionamentofilosófico acerca do propósito e significado da existência humana. SegundoP. Tiedemann, este questionamento demarca a "interpretação do relacionamento entre o humano e seu incrivel mundo".
Há uma quantidade inumerável de possíveis respostas para "o sentido da vida", frequentemente relacionadas ou com a religião ou com a filosofia. Opiniões sobre o sentido da vida podem por si próprias se distinguir de pessoa por pessoa, bem como também pode variar no decorrer da vida de cada humano. No entanto, de uma forma mais ampliada, não existe consenso sobre tal.
Esta página ou seção foi marcada para revisão devido a incoerências ou dados de confiabilidade duvidosa. . Se tem algum conhecimento sobre o tema, por favor, verifique emelhore a coerência e o rigor deste artigo. Considere colocar uma explicação mais detalhada nadiscussão.
As opiniões em relação ao sentido da vida, que foram expressadas nahistória da filosofia, podem ser consideradas representativas como respostas não-religiosas. Algumas das respostas expostas no decorrer do tempo sobre tal questionamento serão introduzidas a seguir.
O sentido da vida nafilosofia antiga consiste principalmente da aquisição dafelicidade (eudaimonia). Esta era comumente considerada a característica mais elevada e mais desejada. Neste contexto, as diferenças entre as escolas filosóficas resultam das diferentes concepções sobre a felicidade e como cada qual acreditava que ela pudesse ser atingida.
Após Platão, a alma imortal humana consistia de três partes: a razão, a coragem e os instintos. Apenas se essas três partes estivessem em equilíbrio e não se contradissessem mutuamente, o ser humano poderia ser feliz.
Aristóteles, filósofo daGrécia Antiga, não julgava a felicidade como uma condição estática, mas sim uma constante ativa da alma. A felicidade humana perfeita só poderia ser encontrada nacontemplação da vida (bios theoretikos), isto é, nofilósofo e/ou nopesquisador científico.[1]
Oestoicismo derrubou avirtude em posição da felicidade. Só aqueles que vivem em uníssono com a ordem do cosmo, livre deemoções,desejos e paixões e seja indiferente perante ao própriodestino, alcançaria o estado final "apatia". Esta insensibilidade perante os acontecimentos da vida, a "paz estoica", significava a verdadeira felicidade.
Por outro lado paraEpicuro, o sentido da vida jaz no desejo. Condições prévias de felicidade eram a superação domedo e dador. Recomendava-se ainda a isolação da vida pública resguardando-se apenas a um pequeno círculo de amigos.
AIdade Média foi finalmente o tempo no qual oCristianismo dominou naEuropa, detendo o monopólio de todo o sentido oferecido àquele tempo. NaBaixa Idade Média, a ênfase do sentido transferiu-se do pessoal ao coletivo, na sucessãopessoal de Cristo e a uniãomística com Deus que já havia sido procurada. Assim, com a declaração davida eterna, o significado da vida na visão da Idade Média estava na máxima e eterna comunhão com Deus.
Da análise exaustiva que faz de si mesmo nos textos, pode-se inferir elementos de busca por sentido para sua própria existência, ainda que não exatamente expostos como tal. Os eixos centrais para encontrar a busca pelo sentido da vida na filosofia de Montaigne são essencialmente quatro: conhecimento de si, solidão, prazer e meditação sobre a morte.
Pode-se dizer que a busca por sentido de vida na filosofia de Montaigne, ainda que não se tenha uma formulação clara e específica sobre tal, é levar a sério o que aliteratura platônica confere aos portais dooráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. De fato, o senhor de Montaigne parece preocupar-se em desvincular sua vida de quaisquer outras preocupações que não o conhecimento de si a fim de que se possa viver ao próprio gosto, usufruindo dos prazeres que lhe aprazem.
“Ora, já que decidimos viver sós e dispensar companhia, façamos com que nosso contentamento dependa de nós: libertemo-nos de todos os laços que nos prendem aos outros, conquistemos de nós mesmos o poder de viver sós, em conhecimento de causa, e assim vivermos a nosso gosto”.[2]
Não se vê no autor um anseio por conferir sentido à vida explicitamente aos moldes da contemporaneidade, seus escritos deixam rastros de que tal matéria não era uma grande preocupação para sua mente. Parece propor, de forma simples e firme, que o sujeito confere sentido e objetivo para a própria vida[3], como é comum nohumanismo. Na página 178 dos Ensaios, cita o filósofo romanoCícero: “O que deveis procurar não é mais o que o mundo fala de vós mas como deveis falar a vós mesmos”.[4] Não é nos outros, nas vozes externas, que o sentido se esconde, mas na voz interior, no entretenimento consigo mesmo.No capítulo “Sobre a Experiência”, Montaigne afirma que o homem possui natural desejo de conhecimento, uma influência aristotélica sempre presente no autor. Porém, não no âmbito genérico, mas no desejo de conhecimento de si mesmo especificamente, baseado naexperiência comum do cotidiano mais que nas teorias e opiniões alheias. “Estudo a mim mesmo mais que a outro assunto. É a minhametafísica, é a minhafísica”.[5]
Michel, senhor de Montaigne, optou por uma vida retirada das agitações da cidade e do mundo após anos de vida política ativa. Ele entedia que a solidão é mais razoável que a excessiva dedicação às coisas do mundo. Que é preciso dedicar-se a voltar aos próprios pensamentos e intenções, e não só viver para os outros. Esse justo emprego do tempo consigo mesmo é também a necessária preparação para a morte, objetivo final e inevitável da vida. A verdadeira solidão é a que geradesapego, umavirtude contra a ambição e vanglória do mundo. Isso não significa, porém, que se deva privar de todo dos prazeres ou viver como umeremita. Na verdade, é preciso aprender uma justa medida de acordo com sua própria natureza. “É preciso ter mulheres, filhos, bens e sobretudo saúde, se possível, mas não se apegar a eles de maneira que nossa felicidade disso dependa”.[6] Usufruir da glória e da riqueza de forma moderada e generosa é algo mais estimado do que a completa privação dela.[7] De forma que não se deixe submeter pelas coisas, mas submeta as coisas a si.[8]Asolidão mal preparada, em contrapartida, constitui um empecilho àfelicidade. Isso porque, na vida mais reclusa, se esconde necessariamente oócio. Dessa forma, oespírito precisa ocupar-se de algum assunto que o refreie e o contenha, caso contrário, dispersa-se no campo vago da imaginação. “A ociosidade sempre torna o espírito inconstante”.[9] É preciso aprender a aplicar as forças em objetivos específicos, pois, fora disso, se perde o sentido e se entrega à agitação inútil.Por ser católico e fortemente influenciado pelocristianismo, afirma que a radicalausteridade e abandono do mundo só é louvável quando vivido à maneira dos santos, a saber, abrir mão da felicidade terrena tendo em vista a felicidade eterna. Essa é, inclusive, a maior de todas as formas de vida.[10] As almas comuns - como Montaigne se classifica - precisam se agarrar a alguns confortos corporais, aos prazeres que os anos arrancam, fugindo, porém, da ambição e da glória, que furtam o repouso.[11]
Montaigne acredita que o objetivo do homem é a busca peloprazer, mesmo aquele que busca conhecer-se e cultiva uma virtuosa solidão. Esse prazer a que se refere, porém, assemelha-se às virtudes, tendo por diferença ser “mais momentâneo, fluido e frágil”, ainda que também tenha “suas vigílias, seus jejuns e seus trabalhos, e o suor e o sangue”.[12] Apesar disso, o prazer em si não é o sentido absoluto, visto que a própria busca pelos prazeres é aprazível, porque “a tarefa impregna-se da qualidade do objeto a que visa”.[13] Viver moderadamente e estar em busca de prazeres que contentem a alma parece ser um bom objetivo em comum aos homens.
Para uma boa vida, ou seja, para uma vida que tem sentido, o homem não pode eximir-se da reflexão sobre amorte, visto que esta é “o objeto necessário da nossa mira”.[14] Em contrário, deve-se considerar a morte natural como extraordinário e estar preparado para a morte de qualquer forma e em qualquer tempo.[15] A morte precisa ser sempre “premeditada”: meditada com antecedência; mas não uma preocupação. Montaigne confessa que: “Não há nada de que me haja ocupado desde sempre como dos pensamentos sobre a morte, e até na época mais licenciosa de minha vida (…)”.[16] O que evidencia a tônica de que viver é construir a morte desde que se nasce.[17]
“Onde quer que vossa vida acabe, ela está toda aí. A utilidade do viver não está na duração: está no uso que dele fizemos. Atentai para isso enquanto estais aqui. Ter vivido bastante está em vossa vontade, não no número dos anos”.[18]
Interessante notar, como exposto no fragmento acima, que uma boa vida, uma vida com sentido, pouco ou nada tem a ver com quantidade de tempo vivido. Antes, porém, é avontade aplicada no tempo que se vive. O sentido não está em prolongar a vida, mas em saciar-se com o tempo que se tem. Por isso a premeditação da morte é tão importante, porque “meditar previamente sobre a morte é meditar previamente sobre aliberdade (…). Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e imposição”.[16] Não fica-se sujeito aotempo ou aos apegos de glória e riqueza, mas em aproveitar o que se tem e enquanto se tem, contente com o queDeus e anatureza permitem viver. Desmascarando a realidade de todas as coisas e pessoas, o que resta é a mesma morte[19], da qual ninguém escapa e sobre a qual não se tem controle algum.
Em virtude dos aspectos mencionados, levando em consideração que não parece ter sido a intenção de Montaigne esquematizar uma filosofia do sentido da vida (inclusive ele tenta libertar-se desse peso na introdução “Ao Leitor”[20] quando se coloca como a matéria de seu livro e diz que não se deve empregar vagar em assunto tão frívolo e vão quanto ele mesmo), pode-se aproveitar desses quatro traços marcantes da experiência de vida do autor e apontar na direção de uma busca por sentido. Tais eixos não parecem conduzir à felicidade caso estejam estanques, mas são uma construção conjunta que auxilia o sujeito a outorgar-se seus próprios objetivos e o próprio sentido de sua vida.
As diferentes religiões dão diferentes respostas para a questão sobre o sentido da vida. As seções abaixo descrevem sucintamente a visão de cada religião.
No Budismo, é dito claramente que o objetivo da vida para todos os seres humanos é único. Sofremos (também) por causa das paixões mundanas, mas a causa maior de todo o nosso sofrimento é por não saber o que ocorrerá após a morte. Resolvida essa questão, pode-se atingir a Felicidade Absoluta, que não depende de fatores externos para existir (a maioria dos seres humanos só conhece felicidades relativas, que somente existem por comparação. Por exemplo: "eu sou feliz porque tenho mais dinheiro que fulano, ou porque tenho mais dinheiro agora do que antes"). Tal Felicidade Absoluta é, de fato, o verdadeiro objetivo da vida (quaisquer outros supostos objetivos - sucesso, dinheiro, diversão, etc. - são, na verdade, metas, mas não o objetivo final). Esse objetivo precisa ser atingido em vida. Por meio da Lei da Causa e Efeito (um princípio fundamental e imutável do Universo, válido em qualquer lugar e em qualquer época, que diz que: boas ações levam a boas consequências; más ações levam a infelicidades; e somente as ações que uma pessoa comete são responsáveis por todo e qualquer destino que ela tiver), também conhecida como lei cármica, uma pessoa consegue, ao praticar o bem e ouvindo o Budismo, se aproximar da Felicidade Absoluta.[21]
O Hinduísmo abrange diferentes denominações religiosas, sem um ser criador comum ou escritura sagrada universal. As opiniões filosóficas individuais têm conceitos parcialmente diferentes em relação ao ensino da vida, morte e libertação. Os conceitos relacionados ao sentido da vida são da mesma maneira diferentes. Para muitos, significa uma vida após o tradicional "quatro objetivos da vida", isto é,Artha (poder),Kama (desejo),Dharma (harmonia moral) e finalmente como última meta, oMoksha (a libertação). Para os partidários dos ensinamentos de Advaita-Lehre, Moksha significa elevação a "consciência cósmica" nobrâmane. Para os defensores do Dvaita-Lehre, oBhakti possui um estado central, e a libertação significa comunhão eterna e paz com Deus.
A religião judaica baseia-se nas tradições religiosas de judeus e escolhidas por Deus.
O sentido da vida no Judaísmo consiste na observância das leis divinas, na reverência perante a Deus e sua vontade. As leis e ordens divinas estão reunidas naTanakh, além daTalmud eMidrash .
O Cristianismo fundamenta-se no conjunto de ensinamentos deJesus de Nazaré. De acordo com a tradição, Ele era o filho de um carpinteiro judeu. Como o filho de Deus eMessias, Ele anunciou a vinda doReino de Deus e salvou as pessoas dopecado original com a sua morte e a suaressurreição.
O sentido da vida no Cristianismo baseia-se nacomunhão com Deus na vida, bem como após a morte.Confissão e o arrependimento são pré-requisitos para tal, assim como a libertação dos pecados através de Jesus Cristo. Como é descrito na Bíblia, Deus nos criou com uma “necessidade espiritual”, o que inclui o desejo de encontrar o sentido da vida.
Considerando a Kabbalah com o método de investigação da realidade para a revelação do Sistema de leis que governam a natureza,[23] o sentido da vida é apresentado por um conjunto de vários pensadores em quase 6 milênios de civilização[24] de forma coerente e convergente como sendo o atingir em vida de um estado de independência completa em relação a própria natureza humana.[25] Essa natureza seria a eterna busca pelo prazer e rejeição da dor. Enquanto o estado final seria busca pela verdade e rejeição da ilusão. Porém esse estado só poderia ser alcançado pela conexão pelo amor entre os seres humanos que levaria a um estado de "um só homem com um só coração"[26]
"Qual é o significado da vida?" é uma pergunta que muitas pessoas se fazem em algum momento de suas vidas, a maioria no contexto de "Qual é o propósito da vida?". Algumas respostas populares incluem:
Para realizar o potencial de cada um e perseguir seus ideais
Conhecer a si mesmo, conhecer os outros e conhecer a vontade do céu.[64]
Amar algo maior, maior e além de nós mesmos, algo que não criamos ou temos o poder de criar, algo intangível e santificado por nossa própria crença nele.[27]
A vida ou a existência humana não tem um significado ou propósito real porque a existência humana ocorreu poracaso na natureza, e qualquer coisa que exista por acaso não tem um propósito pretendido.[75]
A vida não tem significado, mas como humanos tentamos associar um significado ou propósito para que possamos justificar nossa existência.[27]
Não há sentido na vida, e é exatamente isso que a torna tão especial.[27]
Não se deve buscar conhecer e entender o significado da vida
EmOs Simpsons, no final do episódio "Homer, o Herege", o próprio Deus em pessoa fala a Homer qual é o sentido da vida, mas a conversa é interrompida pelos créditos.
O Alquimista e o filmeCity Slickers apresentam o assunto de maneira similar: o significado da vida é uma jornada individual para encontrar o "caminho" de cada um. Neste contexto, o "caminho", similar ao que é definido no budismo como "4ª verdade nobre", é mais bem explicado simplesmente comoo modo que a pessoa escolhe conduzir a sua vida.
↑abcRoger Ellerton, CMC (2013).Live Your Dreams... Let Reality Catch Up: NLP and Common Sense for Coaches, Managers and You. [S.l.]: Renewal Technologies.ISBN978-0-9784452-7-0
↑Lee, Dong Yul; Park, Sung Hee; Uhlemann, Max R.; Patsult, Philip (junho de 2000). «What Makes You Happy?: A Comparison of Self-reported Criteria of Happiness Between Two Cultures».Social Indicators Research.50 (3): 351–362.doi:10.1023/A:1004647517069
↑abcdGeorge Cappannelli; Sedena Cappannelli (2004).Authenticity: Simple Strategies for Greater Meaning and Purpose at Work and at Home. [S.l.]: Emmis Books.ISBN978-1-57860-148-6
↑abJohn G. West (2002).Celebrating Middle-Earth: The Lord of the Rings as a Defense of Western Civilization. [S.l.]: Inkling Books.ISBN978-1-58742-012-2
↑Rachel Madorsky (2003).Create Your Own Destiny!: Spiritual Path to Success. [S.l.]: Avanty House.ISBN978-0-9705349-4-1
↑A.C. Grayling. What is Good? The Search for the Best Way to Live. Weidenfeld & Nicolson, 2003.
↑Mary Nash; Bruce Stewart (2002).Spirituality and Social Care: Contributing to Personal and Community Well-being. [S.l.]: Jessica Kingsley Publishers.ISBN978-1-84310-024-9
↑Xinzhong Yao (2000).An Introduction to Confucianism. [S.l.]: Cambridge University Press.ISBN978-0-521-64430-3
↑abEric G. Stephan; R. Wayne Pace (2002).Powerful Leadership: How to Unleash the Potential in Others and Simplify Your Own Life. [S.l.]: FT Press.ISBN978-0-13-066836-3
↑abMichael Joachim Girard (2006).Essential Believing for the Christian Soul. [S.l.]: Xulon Press.ISBN978-1-59781-596-3
↑T.M.P. Mahadevan (1974).Philosophy: Theory and Practice (Proceedings of the International Seminar on World Philosophy). [S.l.]: Centre for Advanced Study in Philosophy, University of Madras
↑John T. Scully (2007).The Five Commandments. [S.l.]: Trafford Publishing.ISBN978-1-4251-1910-2