OsSeekers (emportuguês:buscadores ouarianos-legatinos, como às vezes eram conhecidos) foi um grupoprotestantedissidente inglês que emergiu por volta de1620, provavelmente inspirado na pregação de três irmãos: Walter, Thomas e Bartholomeu Legate. Os seekers consideravam que todas as igrejas organizadas de seus dias fossem corruptas e preferiam esperar por uma nova revelação de Deus. Posteriormente, muitos deles se uniram àSociedade Religiosa dos Amigos, os quacres.
Muito antes aGuerra Civil Inglesa acontecer, já existia o que Hill classificava como"cultura herética da classe baixa" naInglaterra. Os pilares dessa cultura eram oanticlericalismo e umaforte ênfase no estudo bíblico, porém mantinham doutrinas específicas com estranha persistência: rejeição dapredestinação, domilenarismo, domortalismo, doantitrinitarismo e dohermetismo. Tais ideias tornaram-selugar comum parabatistas, seekers equacres primitivos do século XVII e outros grupos radicais que participaram do debate aberto àrevolução inglesa.[1]
Os seekers não eram um grupo religioso formado da forma que conhecemos hoje. Não eram uma seita religiosa ou denominação, mas possuíam informalidade e localização. A membresia a uma assembleia local de seekers não impedia a adesão à outro grupo religioso. De fato, os seekers evitavam credos (vejaCristianismo não denominacional) e cada assembleia tendia a abraçar um amplo espectro de ideias.
Os seekers após a liderança dos irmãos Legate erampuritanos, mas nãocalvinistas. Alguns historiadores contemporâneos, embora aceitando seu zelo em desejar uma "sociedade divina", duvidavam que os puritanos ingleses durante a Revolução Inglesa estivessem tão comprometidos com aliberdade religiosa e com opluralismo tal como as histórias tradicionais sugeririam. No entanto, o recente trabalho do historiador John Coffey[2] enfatizou a contribuição de uma minoria deprotestantes radicais que buscavam firmemente atolerância para a chamadaheresia, para ablasfêmia, para oCatolicismo, para as religiões não-cristãs e até mesmo para oateísmo. Esta minoria incluía os seekers, assim como osbatistas gerais. Seu testemunho coletivo exigia que a igreja fosse uma comunidade inteiramentevoluntária, não coercitiva, capaz de evangelizar em uma sociedade pluralista governada por umestado puramente civil. Tal demanda estava em nítido contraste com as ambições doProtestantismo convencional mantido pela maioriacalvinista. No entanto, em comum com os outros dissidentes, os seekers acreditavam que a Igreja Católica havia se corrompido e, através de sua herença comum, aIgreja da Inglaterra também.Somente o próprio Cristo poderia estabelecer a "igreja verdadeira".
No entanto, havia várias crenças e práticas diferentes que diferenciavam os seekers do grande número degrupos dissidentesnão-conformistas que surgiram na época daComunidade Britânica. O mais significativo entre os seekers era a forma de adoração coletiva: eles realizavam as reuniões livres e todos os rituais da Igreja em silêncio, conscientes da inspiração e orientação direta de Deus.
Em vários aspectos, os seekers anteciparam os principais aspectos doQuackerismo sendo que um número significativo deles tornaram-se quacres.[3] Muitos seekers remanescentes compareceram ao funeral deGeorge Fox.Richard Baxter, um autor contemporâneo não simpático ao grupo, alegou que eles haviam se fundido com osVanistas, os seguidores de Henry Vane, o Jovem.[4]
Muitas vezes, quando os "hereges" eram confrontados com a possibilidade deserem queimados na fogueira, eles se retratavam, mantendo suas crenças de uma maneira menos pública. Os seekers eram excepcionais. Thomas morreu na prisão deNewgate depois de ser preso por sua pregação e Bartholomeu foi queimado por heresia em 1612.