Verificam-se relatos a respeito daIlha de São Vicente apenas dois anos após o descobrimento oficial do Brasil, em 1502, com a expedição deAmérico Vespúcio para o reconhecimento da costa brasileira. Ao passar pela ilha dantes conhecida pelosindígenas sob o nome de Goiaó (ou Guaiaó), a expedição decidiu dar-lhe o nome do santo do dia,São Vicente.[26][27][28]
Acoroa portuguesa interessou-se pouco pela região nos trinta anos que se seguiram à expedição. Durante este tempo, vários corsários e piratas acudiam à região em busca dopau-brasil, madeira nobre que era objeto de cobiça na época, largamente explorada pelos portugueses naMata Atlântica abundante da região.[26][27][28]
No entanto, em 1531, devido à decadência dos negócios da coroa portuguesa na Índia, o Brasil volta ao centro das atenções. Uma esquadra de demarcação e posse de territórios é enviada pelo monarcaD. João III à Ilha de São Vicente. O chefe da esquadra, o navegadorMartim Afonso de Sousa, encontra na entrada do atual estuário de Santos (Ponta da Praia) um pequeno povoado e um atracadouro, conhecido como Porto de São Vicente. Um dos degredados trazidos pela expedição de Américo Vespúcio,Cosme Fernandes, fundara aí essa colônia, e prosperava graças ao comércio com os indígenas. A vila de São Vicente também refletia a prosperidade das atividades econômicas de Fernandes.[26][27][28]
Martim Afonso, no entanto, expulsou Cosme Fernandes das terras e ocupou o porto de São Vicente. Também distribuiusesmarias na parte norte da ilha, conhecida como Enguaguaçu, onde se encontravam terras adequadas ao plantio. Aí, se estabeleceram colonizadores portugueses, tais comoLuís de Góis (e sua esposa Catarina de Andrade), Domingos Pires, Pascoal Fernandes, Francisco Pinto, Rui Pinto e os irmãos José e Francisco Adorno, que construíram umengenho perto do atualMorro de São Bento.[26][27][28]
A vida do novo povoado, entre 1530 e 1543, passou a girar em torno do engenho e do plantio. Com a invasão e saqueio da vila de São Vicente porCosme Fernandes, naGuerra de Iguape, que se vingou por haver sido expulso em 1531 porMartim Afonso de Sousa e, com omaremoto posterior que danificou seriamente essa vila, a população do povoado do Enguaguaçu só fez crescer.[26][27][28]
Em 1543, com o término da construção de uma capela numouteiro em homenagem aSanta Catarina (mártir cristã) por Luís de Góis,Brás Cubas conseguiu a transferência do Porto para o sítio do Enguaguaçu, que era mais seguro e o apoio do povoado era necessário para as embarcações que aportavam e para o fornecimento das mercadorias a exportar. O fidalgo português também levou a cabo a instalação de um hospital, nos moldes daSanta Casa de Lisboa, acelerando o desenvolvimento do local. O hospital foi denominadoSanta Casa de Misericórdia de Todos os Santos e foi o segundo hospital do Brasil — sendo o mais antigo do país em funcionamento, uma vez que o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Olinda foi extinto.[29][30] O novo povoado de Enguaguaçu passou então a ser conhecido como o povoado deTodos os Santos. Uma outra hipótese sobre o nome Santos viria do porto de Santos que havia em Lisboa, semelhante ao local do novo povoado. Daí, então a região próxima ao Outeiro era conhecida como "Vila do Porto de Santos", e depois, apenas "Santos".[26][27][28]
Dessa forma, o povoado cresceu em importância: foi elevado à condição de vila por Brás Cubas em 1546 (data controversa, o ano de 1543 também é defendido por certos historiadores), vivendo os seus primeiros anos de ocupação por imigrantes portugueses e espanhóis. A Capela de Santa Catarina se tornou a Igreja Matriz da vila. Ainda hoje, comenta-se o fato de Santos ser uma das poucas cidades que conhecem exatamente o seu local de nascimento: o Outeiro de Santa Catarina, que existe até hoje.[26][27][28]
O Conjunto do Carmo é formado pelaIgreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo, datada de 1710, com altares de madeira em estilo rococó, e pela Igreja e Convento dos Frades Carmelitas, datada de 1599.Retábulo da Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, da Igreja de Santo Antônio do Valongo
“
Atribui-se a fundação de Santos aBrás Cubas, sertanista português que, em 1536, recebeu a mais vasta sesmaria do litoral daCapitania de São Vicente. Em 1543, Brás Cubas instalou às margens da baía a Casa de Misericórdia de Todos os Santos para abrigar doentes dos navios que chegavam da metrópole. O povoado, com nome simplificado de Santos foi elevado à categoria de vila em 1545.
A segunda metade do século XVI foi significativa para Santos: criaram-se a Alfândega de Santos em 1550 — o mesmo ano da chegada dos padresjesuítas para a catequização dos índiostupis que ali moravam em núcleo, o arsenal de defesa em 1552, e instalou-se a ordem doscarmelitas em 1589. Mas também foi uma época em que Santos sofreu com a invasão e com os saques dos corsários, por ser um porto relativamente próspero.[26][27][28]
O saque do pirataThomas Cavendish, em 1591, deu origem em Santos à lenda do milagre deNossa Senhora do Monte Serrat, padroeira da cidade. Conta a lenda que a população santista se refugiou num dos morros da cidade, o morro de São Jerônimo, para escapar aos piratas. Neste morro havia uma capela à qual um fidalgo espanhol trouxera uma imagem de Nossa Senhora deMontserrat (daí o nome dado ao morro,Monte Serrat).[26][27][28] A população orava na capela de Montserrat quando os piratas começaram a subir para atacá-los e um deslizamento de terra, atribuído à Santa, os fez fugir. Desde então, Nossa Senhora do Monte Serrat é celebrada como padroeira da cidade, e seu dia é comemorado no dia 8 de setembro. Cavendish também destruiu oOuteiro de Santa Catarina e oEngenho dos Erasmos, sendo um dos responsáveis pelo declínio da incipiente economia canavieira daCapitania de São Vicente.[26][27][28]
Thomas Cavendish permaneceu por dois meses em Santos, saqueando o que podia, chegou a roubar dois sacos de ouro que teriam vindo de uma mina no pico da Jaraguá. Partiram daí para o Estreito de Magalhães com a finalidade de atacar as colônias espanholas, mas devido ter se demorado muito em Santos, pegaram mau tempo no Estreito de Magalhães onde ficaram presos, muitos de sua tripulação morreram de frio e de fome, tendo retornado a Santos para pedir ajuda na Santa Casa.[32]
Noséculo XVII, seguindo uma tendência de toda a Capitania de São Vicente, a vila de Santos entra em um longo e lento processo de estagnação e posterior decadência. Muitos habitantes da vila, na tentativa de buscar uma atividade econômica, se juntavam aos habitantes da vila deSão Paulo de Piratininga e partiam nas expedições conhecidas comobandeiras.[26][27][28]
No fim do século XVIII, a vila retoma o desenvolvimento e sua população começa a crescer. A construção da Calçada do Lorena - estrada de ligação de Santos com São Paulo, o desenvolvimento na infraestrutura (iluminação pública, melhoramentos no porto) e a posteriorabertura dos portos brasileiros com avinda da família real portuguesa reativaram o dinamismo econômico da vila.[26][27][28]
Cabe destacar que vários episódios relacionados àindependência do Brasil ocorreram em Santos, tais como a rebelião militar dos Quartéis de Santos liderada deChaguinhas contra a tentativa dasCortes Constitucionais de Lisboa de fazer retroceder o Brasil à condição decolônia, e a passagem deD. Pedro I por Santos justo antes do célebre Grito da Independência. Aliás, note-se que o imperador nunca escondeu sua simpatia pela região, chegando a conferir à sua amante o título deMarquesa de Santos.[26][27][28]
Santos foi elevada à categoria de cidade em 26 de janeiro de 1839 quando a Assembleia Provincial (que hoje equivale a Assembleia Legislativa Estadual) resolveu aprovar uma Lei que elevou a Vila de Santos à condição de Cidade, assinada porVenâncio José Lisboa, presidente da Assembleia. Logo, comemora-se a cada dia 26 de janeiro o aniversário da cidade - não apenas o de sua elevação à categoria de Cidade, mas também o da sua fundação por Brás Cubas.[26][27][28] Abaixo segue transcrita a lei de elevação. Era curiosa a metodologia da escrita na forma de fazer e sancionar as leis na época: existia um cabeçalho realmente grande, além do fato de a Lei ser específica (e não como ocorre atualmente, com nuances):
“
O Dr. Venâncio José Lisboa, presidente da Província de São Paulo (Nota: Esse cargo equivale ao atual Governador), etc. Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa Provincial decretou e eu sancionei, a lei seguinte:
Artigo único – Fica elevada à categoria de Cidade de Santos, a Villa do mesmo nome, pátria do conselheiroJosé Bonifácio de Andrada e Silva, revogadas para isso as disposições em contrário (Nota: Já existia o hábito de escrever "Revoga-se …", pois é mais fácil do que pesquisar o intrincado arquivo legislativo adotado até essa época). Mando, portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nella se contém. O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio do Governo de São Paulo, aos 26 dias do mês de janeiro de 1.839. (a) Venâncio José Lisboa".
”
A economia docafé no Brasil representou um impulso sem precedentes de crescimento para Santos. A inauguração da ferroviaSão Paulo Railway ligando Santos às lavouras cafeeiras deJundiaí em 1867 foi uma fonte de progresso inestimável, principalmente para oporto. A cidade aumentou sua população sobremaneira, ocupando toda a área entre o porto e o Monte Serrat, e as áreas conhecidas comoPaquetá eMacuco. A cidade também fervilhava de ideias: foi um dos centros domovimento abolicionista, com a figura deQuintino de Lacerda e seu famosoquilombo no bairro doJabaquara. O Teatro Guarany, primeiro grande teatro da cidade e palco de manifestações pela abolição, foi inaugurado em 1888.[26][27][28]
Santos em 1899Porto da cidade de Santos no fim do século XIX em foto deMarc Ferrez.
Com a abolição da escravatura e a vinda demão de obra italiana para substituir o trabalho dos negros, na agricultura, Santos se caracterizou como a porta de entrada do Brasil para os esperançososimigrantesitalianos ejaponeses. Muitos acabaram se fixando na própria cidade em vez de seguirem o destino até então traçado para eles.[26][27][28] O aumento populacional também acarretou problemas: uma grande epidemia de febre amarela em 1889 dizimou setecentas pessoas. Santos sofria constantemente com as doenças, com os alagamentos. A falta de saneamento básico era um problema, as doenças e os cortiços também. O Porto de Santos era temido, considerado o "porto da morte". Para sanar tais problemas, duas obras foram fundamentais: o Porto Organizado, inaugurado em 1892 pelos empresários Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle, e o Saneamento de Santos, que é o responsável pelo fim definitivo das doenças e pela salubridade de Santos. A genialidade do projeto do engenheiroSaturnino de Brito teve o triplo mérito de drenar as planícies alagadas com os canais de drenagem - hoje marcos da paisagem urbana santista - de preservar a memória histórica doCentro e de ordenar a ocupação urbana da Ilha de São Vicente com um plano de ruas.[26][27][28]
Santos se tornou definitivamente uma cidadeturística a partir dos anos 1910, com a construção dos hotéis Internacional e Parque Balneário e com a construção dosjardins da orla de Santos a partir de 1935. Até hoje, o turismo em Santos é uma das atividades econômicas principais, ligado principalmente às praias e aopatrimônio histórico.[26][27][28] Durante aditadura militar brasileira, Santos teve a sua autonomia política suspensa: por abrigar o maior porto do Brasil, a cidade foi designadaárea de segurança nacional pelo governo, perdendo, assim, o direito de eleger prefeito. O prefeito eleito democraticamenteEsmeraldo Tarquínio, foi cassado em 1968, o que representou um duro golpe para a cidade.[26][27][28]
No início dos anos 1980, com o enfraquecimento do regime, pressões políticas pela volta da autonomia cresceram. Finalmente, em 1983, Santos recuperou sua autonomia.[26][27][28] A cidade elegeu de maneira democrática o primeiro prefeito em vinte anos, que era ao mesmo tempo um dos principais nomes do movimento pela autonomia:Oswaldo Justo (ligado aoPMDB).[26][27][28] Em 1989, a cidade foi palco de um marco na história daluta antimanicomial e dareforma psiquiátrica no Brasil quando no dia 3 de maio a então prefeitaTelma de Souza decretou a intervenção daCasa de Saúde Anchieta, manicômio conhecido popularmente como "Casa dos Horrores" onde os internos eram submetidos a diversas violações dedireitos humanos.[34] Em um ato inédito no país, foram criados cincoNúcleos de Atenção Psicossocial para atender os pacientes egressos do Anchieta, desativado definitivamente em 1996.[35]
Durante a década de 1990, como resultado de um processo vindo já dadécada de 1980, Santos enfrentou uma crise noturismo devido à piora nabalneabilidade das suaspraias. A cidade passou a recuperar-se a partir do início da década de 1990, em um trabalho de reversão da imagem negativa adquirida ao longo da década de 1970.[26][27][28] O comércio cresceu na cidade, e surgiram casas noturnas, agências de recepção turística, hotéis e flats. Em 1991, aBienal de Artes Plásticas de Santos, interrompida por dezoito anos, voltou a ser realizada, no intuito de recuperar a identidade cultural do município. A partir de 1993, a prefeitura passou a investir no turismo, com revitalizações paisagísticas e construções deciclovias na cidade. Deste modo, Santos foi considerada a cidade mais visitada por turistas estrangeiros no litoral paulista.[26][27][28]
A partir do início do século XXI, ocorreram projetos de revitalização da área central da cidade, reconhecida comoCentro Histórico. Foram oferecidos incentivos fiscais às empresas em troca de restaurações de prédios depredados, o que melhorou consideravelmente seu aspecto e trouxe empresas para a região. Programações culturais e artísticas atraíramrestaurantes eclubes, como a reativação doTeatro Coliseu Santista e a implantação do Bonde Turístico.[26][27][28]
Nos últimos anos, a cidade contou com grandes empreendimentos principalmente voltados a intervenções logísticas no porto e imobiliárias por prédios voltados à indústria de logística, do petróleo e gás, além de obras para implantação de trecho ferroviário doVLT da Baixada Santista.[36]
Divide-se principalmente em duas áreas geográficas distintas: a área continental e a áreainsular. As duas áreas diferem tanto em termos demográficos, quanto em termos econômicos e geográficos.[38]
A área continental estende-se por 231,6 quilômetros quadrados, representando a maior parte do território do município. Quase 70% dessa área é classificada comoÁrea de Proteção Ambiental por estar situada dentro dos limites doParque Estadual da Serra do Mar e por abrigar uma grande área deMata Atlântica nativa sobre as escarpas da Serra do Mar.[38]
A área insular estende-se sobre aIlha de São Vicente, cujo território é dividido com o município vizinho deSão Vicente. Com uma área de 39 quilômetros quadrados, densamente urbanizada, abriga quase a totalidade dos habitantes da cidade.[38][39]
A orla santista é composto por 6 praias em oito quilômetros de extensão. A orla é urbanizada com 218 800 metros quadrados de jardim urbano à beira-mar.[40] Na Zona Intermediária são identificados os seguintes bairros (entre a orla e o centro) da cidade:Campo Grande,Encruzilhada,Estuário,Jabaquara,Macuco,Marapé,Vila Belmiro,Vila Hayden eVila Mathias. Foi instituído, ainda, o bairro Chinês a partir da Lei de Uso do Solo de 2011 na área.[41][42]
A Zona Noroeste surgiu após a necessidade de expansão territorial na cidade que, apesar da distância da orla, se desenvolveu e expandiu-se a partir do antigo caminho do mar ao redor dos trilhos de um bonde que seguiu em direção a São Vicente.[43] Integra, de uma forma geral, os mais recentes bairros na cidade:Alemoa,Areia Branca,Bom Retiro,Caneleira,Castelo,Chico de Paula,Piratininga,Rádio Clube,Saboó,Santa Maria,São Jorge,São Manoel,Vila Haddad eVila Progresso, além de contar com o bairro Ilhéu Alto oficializada a partir de 2011 em um local de morro distante do aglomerado dos outros morros da cidade.[41] A Zona Central é o ponto inicial da cidade, onde foi fundada a Vila de Santos, atualmente compreende os bairrosValongo,Centro,Paquetá,Vila Nova eMonte Serrat.[42]
Maiores acumulados de precipitação em 24 horas registrados em Santos por meses (INMET/CIIAGRO, 1931-2017)[44][45][46]
Mês
Acumulado
Data
Mês
Acumulado
Data
Janeiro
203,8 mm
11/01/1966
Julho
170,2 mm
20/07/1973
Fevereiro
368,8 mm
18/02/1934
Agosto
63,3 mm
25/08/1966
Março
201,8 mm
12/03/1998
Setembro
103,6 mm
30/09/1945
Abril
149 mm
01/04/1938
Outubro
126,4 mm
30/10/1962
Maio
130,4 mm
01/05/1961
Novembro
140,4 mm
13/11/1966
Junho
97,9 mm
04/06/1985
Dezembro
239,5 mm
17/12/1934
Santos possui climatropical litorâneo úmido. Osverões são quentes eúmidos (com pluviosidade média acima dos 250 mm no mês de janeiro), enquanto osinvernos têm como característicatemperaturas mais amenas e menor incidência de chuvas (pluviosidade média em torno dos 55 mm em agosto).Primavera eoutono se caracterizam como estações de transição.[47]
Segundo dados doInstituto Nacional de Meteorologia (INMET), de 1931 a 1996, e do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO), de 1996 a 2017, a menor temperatura registrada em Santos foi de 4,2 °C em 13 de junho de 2016 e a maior atingiu 40,7 °C em 9 de setembro de 1997.[44][45][46]
Fora da série do INMET, foi registrada uma temperatura de 41,7 °C em 27 de janeiro de 2022.[48] O maior acumulado de precipitação em 24 horas, medido pela série do INMET, foi de 368,8 milímetros (mm) em 18 de fevereiro de 1934. Acumulados iguais ou superiores a 200 mm também foram registrados em 17 de dezembro de 1934 (239,5 mm), 11 de janeiro de 1966 (203,8 mm) e 12 de março de 1998 (201,8 mm).[44][45][46]
Fonte: Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO-SP) (climatologia de temperatura/precipitação: 1996-2017; recordes de temperatura: 10/06/1996 a 17/12/2017)[46][49][50][51][52]
Segundo os dados do Censo de 2010, Santos possuía naquele ano, 419 400 moradores: 419 086 deles moravam na zona urbana (99,93%) e 314 na zona rural (0,07%).[54] De acordo os mesmos dados, 191 912 eram homens e 227 488 mulheres. Naquele ano havia 38 159 pessoas morando em aglomerados subnormais, o que correspondia a 9,13% de sua população.[55]Dos moradores com 10 anos ou mais, 97,8% eram alfabetizados[56] e 11% tinham rendimento nominal mensal abaixo de um salário mínimo.[57]
Em 2022, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 418,608 habitantes, sendo o décimo mais populoso do estado, apresentando uma densidade populacional de 1 489,53 habitantes por quilômetro quadrado.[4] Em 2010, oÍndice de Desenvolvimento Humano era de 0,840, o terceiro maior do estado.[6][58]
Naquele ano, segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população santista era composta por 71,67% debrancos; 22,33% depardos; 4,71% depretos; 1,10% deamarelos; 0,14%ameríndios; além de 0,05% sem declaração. A cidade recebeu imigrantes principalmente durante o século XX.[59]
A região abrange 2 419,930[61] quilômetros quadrados (corresponde a menos de 1% da superfície do estado de São Paulo). É a15ª região metropolitana mais populosa do Brasil, com uma população de cerca de 1,6 milhão de moradores fixos, e faz parte doComplexo Metropolitano Expandido, umamegalópole que compreendia em 2008, 12% da população brasileira, ou cerca de 30 milhões de habitantes. Nos períodos de férias, acolhe igual número de pessoas, que se instalam na quase totalidade em seus municípios.[18]
Tal qual a variedade cultural verificável em Santos, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, tanto devido à colonização quanto à imigração — e ainda hoje a maioria dos santistas declara-se católica —, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes, assim como a prática do budismo, do islamismo, espiritismo, entre outras.[62]
De acordo com dados do censo de 2010 realizado pelo IBGE, a população santista era composta naquele ano por: 276 590católicos (65,05%); 56 370protestantes (13,44%), 34 380pessoas sem religião (8,20%), 31 876espíritas (2,31%), 1 657umbandistas (0,40%), 1 471budistas (0,35%) e 471judeus (0,11%).[62] Segundo o censo brasileiro de 2022, a composição religiosa da cidade era de 58,98% católicos, 14,39% evangélicos ou protestantes, 7,67% espíritas, 2,13% umbandistas ou candomblecistas, 0,03% religião tradicional, 6,23% outra religião, 10,45% irreligiosos, 0,06% desconhecidos e 0,05% não declarados.[63]
Santos está localizada no país mais católico do mundo em números absolutos. AIgreja Católica teve seu estatuto jurídico reconhecido pelo governo federal em outubro de 2009,[64] ainda que oBrasil seja atualmente umestado oficialmente laico.[65] ADiocese de Santos, presente na cidade, engloba as paróquias das cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente. O município está dividido em 23paróquias.[66]
OProduto Interno Bruto (PIB) é o maior daRegião Metropolitana da Baixada Santista, o 13º do estado de São Paulo e o 33º de todo o país, em 2016. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística relativos a 2016, o PIB do município era de 21.954.556,74 bilhões de reais e o PIBper capita era de 50 544,73 reais.[7]
O montante de riquezas gerado na cidade supera o de outrosestados brasileiros, comoAlagoas,Sergipe eTocantins. O setor deturismo eserviços em geral têm importante peso na economia local, mas oPorto de Santos é o maior gerador de receita e renda para a cidade, sendo que o município é a segunda cidade que mais arrecada impostos no estado de São Paulo.[76]
Santos possui o maior porto daAmérica Latina, oPorto de Santos. Suas obras começaram em 1888 e o primeiro trecho de cais foi inaugurado em 1892.[77] O porto de Santos é responsável por escoar boa parte das exportações brasileiras e cerca de 70% das exportações decafé.[78]
O Complexo Portuário de Santos responde por mais de um quarto da movimentação dabalança comercial brasileira é o principalporto do país, e inclui na pauta de suas principais cargas produtos como oaçúcar,soja,café,milho,trigo,sal, polpa cítrica,suco de laranja,papel,automóveis,álcool e outros granéis líquidos, em cargas transportadas em contêineres via porto, trilhos e estradas.[79]
A área de influência econômica do porto concentra mais de 50% doproduto interno bruto (PIB) do país e abrange principalmente osestados deSão Paulo,Minas Gerais,Goiás,Mato Grosso eMato Grosso do Sul. Aproximadamente 90% da base industrial paulista está localizada a menos de 200 quilômetros do porto santista.[79] Em 2007, o Porto de Santos foi considerado o 39ª maior do mundo por movimentação decontêineres pela publicação britânicaContainer Management,[80] sendo o mais movimentado daAmérica Latina.[81]
O orçamento municipal gira em torno de 1,9 bilhão em 2013, segundo estimativa. A renda per capita também figura no início do ranking de cidades brasileiras. Pelo censo de 2010, do IBGE, aparece em 9ª posição, com remuneração média de 1.682,24 reais, maior do que a renda por habitante de capitais como São Paulo (1.495,04 reais) e Rio de Janeiro (1.518,55 reais). O nível de emprego tem se mantido em constante alta na década de 2000, seguindo tendência nacional.[76]
Entre os principais pontos turísticos de Santos além de suas praias, podemos citar osJardins da orla de Santos que é o maior jardim frontal de praia em extensão do mundo.[82] Em 2023, Santos arrecadou 13,7 milhões de reais emImposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) no setor de turismo, um aumento de 171% em relação ao ano anterior e o maior valor desde o início das medições em 2018. O ISS do turismo engloba atividades como hospedagem, agenciamento, guias, parques de diversão, feiras, congressos, eventos esportivos, museologia e serviços portuários. Santos ocupa a 13ª posição no ranking nacional de arrecadação de ISS, superando várias capitais brasileiras.[83]
Santos é um dos 15 municípios paulistas consideradosestâncias balneárias peloestado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Talstatus garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título deEstância Balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.[86][87]
Parque Roberto Mário Santini, no emissário submarino da praia do José Menino, orla da cidade.
Vista da Avenida Ana Costa, SantosEdifícios residenciais do bairroGonzaga à noiteVista de Santos vista doMonte Serrat.
Basicamente, a rede urbana de Santos é composta de uma malha urbana em formato detabuleiro de xadrez, fruto do projeto desenvolvido pelo engenheiroSaturnino de Brito. A maioria das grandes vias de circulação estendem-se no sentido norte-sul: são as avenidas arborizadas que margeiam os canais e as avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias (antiga ligação do Centro da Cidade às praias). Elas conectam as praias, ao sul, com o Centro da Cidade, ao norte. O Centro faz face ao braço de mar conhecido por Largo do Caneú. A avenida Ana Costa pode ser considerada a avenida símbolo da cidade, onde se situam edifícios comerciais, cinemas, bancos e escolas. Suaspalmeiras imperiais remontam àdécada de 1920, e no coração do bairro doGonzaga (cruzado por essa avenida) ela atravessa a Praça Independência, local tradicional de comemorações da cidade, onde está o Monumento à Independência (com o patriarcaJosé Bonifácio de Andrada e Silva no alto) inaugurado em 1922.[88][89][90]
No sentido leste-oeste, as ligações viárias são mais escassas. Elas conectam regiões próximas do Maciço de São Vicente (a oeste) ao Estuário de Santos, face ao qual se estende o Porto (a leste). Três grandes eixos de circulação se destacam nesse sentido: o eixo central, as avenidas Afonso Pena e Francisco Glicério (do bairro Ponta da Praia aos morros via região central à zona leste); o eixo leste que margeia a orla da praia (recebendo vários nomes: Presidente Wilson, Vicente de Carvalho, Bartolomeu de Gusmão e Almirante Saldanha da Gama) e também a avenida paralela à da orla (que também recebe vários nomes: Floriano Peixoto, Galeão Carvalhal, Embaixador Pedro de Toledo e Epitácio Pessoa); e o eixo central-noroeste (formado por vias entre São Francisco e João Pessoa a Francisco Dorneles Vargas, Martins Fontes e acessos tais como Nossa Senhora de Fátima, rodovias, porto-alemoa e morros). Quanto à paisagem urbana, ao sul da linha férrea, a cidade de Santos é extremamente densa, principalmente nas quadras fronteiras ao mar. Ao centro dailha (Campo Grande, Encruzilhada, Macuco), a densidade cai (apesar de manter-se considerável) e próximo ao Centro, mais ao norte da ilha, os bairros da Vila Nova, Vila Mathias e Paquetá - áreas nobres no início do século XX - foram convertidas ao longo do século em áreas industriais e, em sua maioria, deterioradas (com proliferação de cortiços e desvalorização urbana). Na Vila Nova localiza-se o Mercado Municipal de Santos.[88][89][90]
Canal 4
Os canais de Santos hoje possuem mais de cem anos de idade, são uma marca característica da cidade. Foram construídos porSaturnino de Brito para drenar os terrenos alagadiços da planície santista e conduzir as águas pluviais, que eram focos constantes de doenças nosverões quentes da cidade, ao mar. O sistema combinou planejamento urbano (arruamento das zonas atravessadas pelos canais) e separação estrita entre redes de águas pluviais e rede deesgotos. Os canais são numerados sequencialmente e servem como pontos de referência, muito mais do que os bairros ou vias. Entretanto, com a elevação gradativa do nível do mar, foi criado oProjeto Metrópole, financiado pelaFAPESP, para pesquisar soluções que previnam as consequências de futuras tempestades e ressacas, pois se observou a ocorrência deerosões na região da orla e enchentes principalmente na região da zona noroeste da cidade. Nesse sentido, com estudos por meio de sistema degeorreferenciamento, executa projetos e início de obras de macrodrenagem.[91][92]
Pelo seu caráter litorâneo e pelo fato de ter sido construída em parte sobre antigos terrenos de manguezais, a cidade de Santos tem um perfil de solos dos mais difíceis no país para a construção defundações. Por este motivo, uma série de edifícios foram erigidos ao longo doséculo XX (especialmente a partir da década de 1960) com fundações executadas a partir de equívocos desondagem ou de projeto. Aespeculação imobiliária surgida com a explosão doveraneio em Santos foi a responsável por tais erros, já que os edifícios eram construídos rapidamente para abrigar muitos veranistas. Com o tempo, tais edifícios passaram a sofrer acentuadosrecalques diferenciais: tornam-se "tortos" (ou seja, perdem oprumo) aos olhos dos pedestres situados na praia. Recentemente os "prédios tortos" da orla de Santos estão virando atração turística: são cerca de 90 prédios com esta característica. Estão concentrados na orla doBoqueirão,Embaré eAparecida. O reaprumo ou aimplosão e reconstrução são soluções possíveis. A primeira opção, menos impactante que a segunda, já foi executada com sucesso no edifício que era considerado o mais inclinado da orla (o denominado 'Núncio Malzoni', no bairro do Boqueirão), o qual tinha mais de 2 metros de inclinação do topo em relação à base.[93]
Em 27 de dezembro de 2003 foi inaugurada a ciclovia na orla da praia de Santos e atualmente cobre toda a área com mais de 7,8 km de extensão e 2,5 metros de largura desde a divisa com São Vicente à Ponta da Praia, possibilitando ainda ligação com a ciclovia da avenida Portuária e oFerry Boat, ponto de atracação das balsas que fazem aTravessia Santos-Guarujá. A cidade é favorecida pela predominância de ruas planas sem ladeiras e, tendo em vista a alta densidade de veículos automotores competir com a fluidez de tráfego e regiões verticalizadas, implantou ciclovias nas avenidas Francisco Glicério, Afonso Pena, Rangel Pestana, Ana Costa, Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima; na extensão dos canais 1 a 6; a que liga o centro aos bairros passando pelo Túnel Rubens Ferreira Martins; e na Ponta da Praia. Foram implantados, ainda, vários bicicletários pela cidade que funcionam como estação para um serviço municipal de aluguel de bicicletas operados pela empresa Samba.[98]
A cidade de Santos possui seis sistemas de travessia do estuário para oGuarujá. No bairro daPonta da Praia existe a travessia para pedestres através de lanchas e barcas e de automóveis por meio de balsas daTravessia Santos-Guarujá, todos para o bairro de Jardim São José (Praça das Nações Unidas) no município vizinho. O primeiro sistema é administrado por uma cooperativa e os dois últimos pelaDERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A.). A travessia que possui o maior fluxo de veículos do mundo nessa categoria, com a quantia de aproximadamente 23 mil veículos ao dia.[99]
O município de Santos é servido basicamente por três rodovias. O principal acesso é aVia Anchieta (SP-150 ouBR-050), proveniente deSão Paulo, a única a atingir a área insular, e que recebe o tráfego proveniente das rodoviasdos Imigrantes,Padre Manuel da Nóbrega,Rio-Santos eCônego Domênico Rangoni (Piaçaguera-Guarujá). Na área continental, a cidade também é cortada pela Rodovia Rio-Santos (SP-55 ouBR-101), proveniente doRio de Janeiro, e principal acesso a bairros afastados como o do Caruara. Na região doMonte Cabrão, esta rodovia desemboca na Cônego Domênico Rangoni (continuação da SP-55 ou BR-101), cortando a região doQuilombo e terminando na Via Anchieta já emCubatão, por onde se tem acesso à área insular.[100]
O transporte por meio deônibus é muito utilizado em Santos, sendo quase que totalmente operado por veículos a diesel. Atualmente, Santos é umas das poucas cidades brasileiras junto comSão Paulo e aregião do ABC que possuem um sistema detrólebus.[101][102]
Projetos diversos foram apresentados como alternativas para o deslocamento de milhares de pessoas, que vão desde ponte até um túnel que faria a ligação do município até Guarujá de forma submersa como ligação seca[103] e outro túnel entre a Zona Leste e a Zona Noroeste,[104] todos contando com ciclovia em seus projetos, além de teleférico que auxiliaria com rápido deslocamento de centenas de usuários pelos morros da cidade.[105] Em 2020 houve a inauguração de viadutos, sendo o principal elevado no bairro Saboó batizado com o nome do ex-prefeito Paulo Gomes Barbosa, com destaque luminoso em faixa de cores interativas.[106] Também foi inaugurada ligação entre os bairros São Manoel e Bom Retiro com uma nova avenida se chamará Beira Rio, às margens do Rio São Jorge como outro importante acesso à cidade via Zona Noroeste.[107]
Osistema funicular do Monte Serrat foi planejado em 1910 e construído em 1923 e liga ocentro da cidade ao alto do Monte SerratVer trajeto no Google Maps, onde está um grande cassino inaugurado em 1927 (fechado devido à criação da lei que proíbe jogos de azar no Brasil, em 1946) e a Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira da cidade. Possui dois bondinhos, que operam sempre simultaneamente: enquanto um sobe, o outro desce, e os dois se encontram exatamente na metade do percurso, onde há um desvio.[108][109]
Santos foi a segunda cidade do país a ter um serviço debondes (após oRio de Janeiro). A primeira linha foi inaugurada em 1871, um ano antes de os bondes serem inaugurados na cidade deSão Paulo. Em 1909, foi inaugurado o serviço eletrificado, que até então era feito por tração animal ou vapor. O serviço foi desativado em 1971, quando os bondes saíram de circulação por diversos motivos, entre os quais a maior procura pelos ônibus por parte do público. Em 2000, foi inaugurado o bonde turístico docentro histórico, que sai daPraça Mauá, em frente aoPaço Municipal. A linha turística conta com dois bondes que circularam no centro da cidade de Santos e um bonde doado pela cidade doPorto, emPortugal e reformado nas oficinas de Santos.[110]
A cidade possui dois acessos ferroviários que eram utilizados apenas para o transporte de cargas. O primeiro, oriundo da extinta "TheSão Paulo Railway", construído em 1867 para transportar café, sendo posteriormente aEstrada de Ferro Santos a Jundiaí (1947-1975) e sucedida àRede Ferroviária Federal (1975-1996), é operado atualmente pelaMRS Logística e atinge a cidade proveniente deSão Paulo e doABC Paulista pela região noroeste, passando atéCubatão por meio de transporte com trens elétricos em alta velocidade, que vence o desnível de sua origem e destino por meio de linha férrea com cremalheira em poucos minutos, sendo posteriormente despachado para o bairro doValongo.[111]
O outro acesso ferroviário originou-se da extintaEstrada de Ferro Sorocabana (1927-1971) e sua sucessora,FEPASA (1971-1998), sendo posteriormente operado pela concessionáriaFerroban. É proveniente do município deMairinque na região deSorocaba e chega a Santos pelo bairro doJosé Menino (sudoeste da área insular). A linha cruza em nível praticamente toda a cidade de oeste a leste até atingir a região portuária no bairro doMacuco. Em face a maior demanda de deslocamento de pessoas, bem como o aumento da frota de veículos, foi desativado para transporte de cargas e entregue em janeiro de 2017 como um sistema metropolitano de transporte de passageiros conhecido porVeículo Leve sobre Trilhos operado pelo consórcio BR Mobilidade a partir do bairro de Barreiros emSão Vicente,[112] com uma futura extensão aguardando obras até o bairro doValongo.[113]
O sistema de telefones automáticos foi inaugurado na cidade pelaCompanhia Telefônica Brasileira (CTB) em 1934,[114][115] sendo a 4ª cidade do estado a receber esse melhoramento, e que construiu as primeiras centrais telefônicas da cidade (Rua Brás Cubas, Rua Tocantins e Av. Washington Luís), com as duas primeiras já desativadas há algumas décadas.[116][117] Já osistema de discagem direta à distância (DDD) foi implantado em 1973 pelaTelecomunicações de São Paulo (TELESP), com o código de área (0132).[118] Na década de 90 o código DDD da cidade foi alterado para (013), para padronização do sistema telefônico com a telefonia celular que estava sendo implantada em todo o estado.[119] O serviço telefônico móvel, portelefone celular, é oferecido por diversas operadoras. O código de área (DDD) de Santos é 013[120] e oCódigo de Endereçamento Postal (CEP) da cidade vai de 11000-001 a 11249-999.[121] Ainda há serviços deinternet como serviços debanda larga (ADSL) ou fibra ótica, sendo oferecidos pelas principais empresasprovedoras de acesso.
A cidade de Santos possui 3 jornais diários, 4 emissoras de televisão comerciais e 10 emissoras de rádio, sendo 4 emFM e 6 emAM. A tradição cinematográfica pela qual a cidade se especializou foi a decurtas metragens, abrigando grandes e importantes festivais da área. Quanto às produções cinematográficas de Santos, podemos citar as de diretores comoChico Botelho (cuja morte não o deixou concluir os longasJanete eCidade Oculta), Icaro Martins, José Roberto Eliezer, Tânia Savietto,Aloysio Raulino,José Roberto Torero, Renato Neiva Moreira,[123] Hélcio Nagamine, entre outros. Quanto às produções recentes com maior repercussão na cidade podemos citarO Magnata (2007), escrito peloChorão da bandaCharlie Brown Jr., eQuerô (2007), que promoveu testes de jovens atores pela cidade e que legou consequências que refletem até hoje.[124]
A dança também é muito renomada na cidade de Santos. Ela é sede de alguns festivais renomados de dança como o Fidifest, o Fesadan e o Santos Dance Festival. Algumas escolas renomadas são a Balé Jovem de São Vicente e a Escola de Bailado de Santos. Esse último é especializado em "ballet adulto" e a única escola da cidade de Santos que oferece a modalidade "Dança Contemporânea de Salão".[carece de fontes?]
Desde 1962 abriga o Festival Música Nova "Gilberto Mendes"[133] é um evento internacional e anual de música contemporânea idealizado por Gilberto Mendes (Santos, 1922-2016).
Santos também possui uma tradição na exibição de filmes. Durante muitas décadas possuiu diversos edifícios cujo principal foco era o cinema e, embora tenha modernamente perdido muitas salas, nenhuma cidade de seu tamanho tivera um número tão grande de alternativas em assistir desde cinema-lançamentos atéfilmes b,desenhos animados e tchecos,russos,italianos.[135] A cidade também desenvolveu um projeto que funcionou durante muitas décadas, o Clube de Cinema, o primeiro do país, e acompanhou toda a criatividade do cinema exterior e nacional.[135]
Santos tem sido uma fonte de inspiração para muitos autores, conterrâneos ou estrangeiros, e possui uma longa tradição de publicação poética importante naliteratura brasileira.
Talvez dois dos seus mais famosos poetas sejamVicente de Carvalho eMartins Fontes. O primeiro, embora tenha se dedicado a um complexo de atividades, é mais conhecido por ter sido chamado de "O Poeta do Mar" dada à sua dedicação a escrever poemas dedicados à praia de Santos, e foi membro daAcademia Brasileira de Letras, deixando uma prolífica obra literária ejurídica. Suamagnum opus,Poemas e Canções (cujo prefácio foi escrito porEuclides da Cunha), publicada primeiramente em 1908, chegou modernamente à sua 17ª edição - fato raro na literatura nacional.[136]
Carvalho apoiou-se numa tradiçãolírica que nos remete aVictor Hugo e foi um grande divulgador da cidade como advogado e jurista,[137] e hoje sua importância é refletida num dos nomes de uma das ruas da cidade. Martins Fontes, por sua vez, é mais conhecido por seussonetosparnasianos, embora também tenha se tornado popular como médico daSanta Casa. Foi um grande colaborador dos ideais e das ambições de seu tempo;[138] seu túmulo no Cemitério do Paquetá é um dos mais visitados na cidade e sua morte foi muito noticiada.[139][140]
Provavelmente Santos seja a cidade dointerior paulista mais profundamente ligada ao movimento teatral.[141] O teatro em Santos se desenvolve e se desenvolveu dentro dos principais locais para a arte dramática: Teatro Municipal Brás Cubas, Teatro de Arena Rosinha Mastrângelo, Teatro do SESC, Teatro do SESI e, curiosamente, nas praças públicas.[142]
Pagu, a primeira presidente da União de Teatro Amador de Santos.
Patrícia Galvão, mais conhecida como Pagu, foi a primeira presidente da União de Teatro Amador de Santos que no ano de 1958 iniciou a organização do movimento na cidade. Pagu foi uma grande pioneira do teatro na cidade; escrevendo para oA Tribuna, conseguiu patrocínios e realizou os primeiros festivais de teatro de Santos.[142] Os festivais continuaram suas atividades pela Federação Santista de Teatro Amador com o nome FESTA - Festival Santista de Teatro Amador. A partir de 2009 a Federação Santista de Teatro Amador já estava extinta mas o festival continuou com o mesmo nome FESTA, porém agora como Festival Santista de Teatro, abolindo a palavra "Amador" e tornando-se um festival nacional de teatro. Hoje o FESTA - Festival Santista de Teatro é o festival em atividade mais antigo do Brasil, recebendo a Ordem do Mérito Cultural 2011 pelo Ministério da Cultura. O festival continua sendo realizado e produzido pelo Movimento Teatral de Santos, formado por diversos grupos da cidade, tendo como seu representante jurídico a Associação dos Artistas do Litoral Paulista. Alguns grupos da cidade se destacam como Trupe Olho da Rua, Os Pernilongos Insolentes, Teatro Widia, Cia Own, Os Phantanas. Pagu era conhecida como a "musa" daSemana de Arte Moderna e escolheu Santos como a última cidade em que viveu.[142] Estreitou relações com José Greghi Filho (ator e dramaturgo santista) e promoveu a campanha para a construção do Teatro Municipal que hoje leva seu nome.[142]
Picuruta Salazar e jovens estudantes de surfe em Santos, onde o esporte começou no país.
O esporte em Santos talvez seja um dos temas de maior projeção da cidade. Possui uma grande tradição nos mais variados esportes com constante auxílio de projetos sociais e educacionais. A começar pelo mar, temos osurfe santista que, apesar das ondas calmas da praia, possui um papel particular na história do surfe brasileiro e mundial: foi em Santos que o esporte começou a se desenvolver no país.[145][146] Desde adécada de 1930, os surfistas utilizavam pranchas de madeira oca e surfavam na praia doGonzaga.[147] A carreira dos pioneiros da modalidade no Brasil, os irmãos Thomas Rittscher Júnior e Margot Rittscher, está exclusivamente ligada a Santos e aos nomes de santistas como Osmar Gonçalves e João Roberto Suplicy Hafers, que formam, juntos, o que o jornalismo de hoje diz ser os primeiros surfistas do Brasil.[148] Mais tarde, osurfe santista foi aprimorado e melhor divulgado por parte de escolas (como a Escolinha Radical, no Posto 2, liderado pelo primeiro surfista profissional brasileiro, Cisco Aranha) e de universidades, revelando nomes comoPicuruta Salazar, que tornou-se o "maior" símbolo do esporte na cidade,[149] eRenata Agondi, pessoas que renderam influência à posterioridade. Picuruta, além de criar escolinhas para crianças, também desenvolve projetos paralelos em lugares como oHavaí, oportunidade pela qual jovens talentos da cidade podem assumir responsabilidades internacionais.[150]
Outro esporte da cidade é oIatismo (ou vela), praticada no Clube Internacional de Regatas e que tem como destaque a flotilha da ClasseSnipe. Além de diversos eventos de snipe, a cidade também é sede de etapas do Campeonato Paulista de Vela Oceânica e é largada da tradicional regata oceânica Santos-Rio. Santos também conta com um polo do projeto "Navega São Paulo" que ensina esportes náuticas às escolas públicas, entre eles a vela. OTamboréu, por sua vez, é um esporte que nasceu em Santos[154] e hoje é bastante praticado em toda a Baixada Santista. O jogo parecido com otênis no que diz respeito às regras, é jogado com "raquetes" com o formato de um pandeiro (o tamboréu). A rede possui um metro de altura.
↑abc«Ranking - Todo o Brasil (2010)».Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 21 de setembro de 2013
↑abPrefeitura Municipal de Santos, ed. (2018).«Anexo II Zoneamento»(PDF). Consultado em 8 de fevereiro de 2022
↑Prefeitura Municipal de Santos (26 de agosto de 2000).«Diário Oficial». Consultado em 8 de outubro de 2015. Arquivado dooriginal em 10 de agosto de 2017
ANDRADE, Wilma.Discurso do Progresso: a Evolução Urbana de Santos 1870-1930. Tese de Doutorado em História Social - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 1989.