Santaláceas (Santalaceae), afamília dosândalo, são um grupo deangiospermaseudicotiledôneas que pertence à ordemSantalales. São plantas no geralhemiparasitas, contudo existem exceções no grupo. Tem grande importância econômica, tanto pelo seu impacto sobre as plantas hospedeiras, quanto pela comercialização da essência do sândalo, usada para fazer óleos essenciais, incensos, entre outros.
A família Santalaceae é constituída atualmente por 44gêneros e 990espécies, com distribuição em todos os continentes.[2]
Representam a maior família dentro da ordem em termos de número de espécies. Aproximadamente metade dos gêneros é encontrada em regiões secas, e a outra metade está localizada nosbiomas tropicais.
Geralmente são hemiparasitas, retirando nutrientes de suashospedeiras através de uma estrutura denominadahaustório, ao mesmo tempo que realizamfotossíntese, obtendo energia de maneiraautotrófica. No entanto, existem espécies onde oparasitismo não ocorre.
Os hábitos mais comuns são de espécies arbustivas (sobretudo ervas-de-passarinho) ou herbáceasperenes, que geralmente são hemiparasitas de caule ou de raiz. Contudo, são conhecidas algumas árvores, como é o caso deSantalum e deOkoubaka.
Raizes: são modificadas em haustórios, que se desenvolvem dentro do caule de outras plantas. É especializado na absorção de nutrientes do xilema da hospedeira.
Folhas: geralmente são simples, podendo ser opostas ou alternas e espiraladas. Podem também ter sofrido redução, manifestando-se na forma de espinhos ou escamas.[4] Ausentaestípulas.
Flores: As flores podem ser bi- ou unissexuais. Normalmente são espigas com flores em cavidades, mas a morfologia pode variar. Oovário geralmente é ínfero e ocorreplacentação.
AFilotaxiaFloral é descrita por: 3-5tépalas, saindo geralmente de um únicoverticilo doperianto, que corresponde aocálice.Androceu com o mesmo numero de peças das tépalas, que também pode variar de 3-5, sem gineceu, no caso da flor estaminada unissexual. Já a flor carpelada unissexual que abriga as estruturas reprodutivas femininas geralmente possui de 3-5 tépalas, assim como as masculinas. Não há androceu, e ogineceu possui 3 ou 4carpelos. Pode haver a produção de estruturas comobaga,drupa ounoz.
A ordem Santalales, na qual está inserida a família Santalaceae, é consideradamonofilética. No entanto, a ordem apresenta uma politomia em relação aos outros cinco grupos mais próximos filogeneticamente:Berberidopsidales,Cariofilídeas,Saxifragales,Rosídeas eAsterídeas.[5]
A família Santalaceae não possuisinapomorfias bem definidas, e é muito difícil diferenciá-la de outrsa famílias da ordem, comoOpiliaceae. No geral, é classificada a partir de traçosplesiomórficos e o próprio hábito de erva-de-passarinho. Com isso, estudos moleculares indicam que a triboAmphorogyneae é monofilética, diferente das tribos Santaleae eThesieae.[1]Amphorogyneae se diferencia morfologicamente pela presença deanteras e placentas em todo o grupo[6], enquanto as demais tribos são mais morfologicamente heterogêneas dentro de si mesmas. latoOAngiosperm Phylogeny Group (APG) agrupa várias tribos dentro de Santalaceaesensu lato, porém existem interpretações que separam esta família emViscaceae,Amphorogynaceae, Santalaceaesensu stricto,Nanodeaceae,Cervantesiaceae, Thesiaceae eComandraceae[7].
No Brasil contamos com a ocorrência de 8 gêneros, que abrigam 68 espécies, das quais 24 sãoendêmicas.
Ocorrem em todos os domínios fitogeográficos brasileiros, comoAmazônia,Caatinga,Cerrado,Mata Atlântica,Pampa ePantanal.
- ↑abDer e Nickrent (2008).«A Molecular Phylogeny of Santalaceae». The American Society of Plant Taxonomists.doi:10.1600/036364408783887438. Consultado em 31 de janeiro de 2017
- ↑ab«Angiosperm Phylogeny Website».www.mobot.org. Consultado em 31 de janeiro de 2017
- ↑Judd, Walter S. (2009).Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. Porto Alegre: Artmed. 338 páginas
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(ajuda) - ↑Kuijt, J. 1969. The biology of parasitic flowering plants. Berkeley: University of California Press.
- ↑JUDD, W.S. & OLMSTEAD, R.G. (2004).A survey of tricolpate (eudicot) phylogenetic relationships. [S.l.]: American Journal of Botany. pp. 1627–1644 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
- ↑Stauffer, H. U. 1969. Santalales-Studien X. Amphorogyneae eine neue tribus der Santalaceae. Vierteljahrsschrift der Naturforschenden Gesellschaft in Zürich 114: 49–76.
- ↑Nickrent, Daniel L.; Malécot, Valéry; Vidal-Russell, Romina; Der, Joshua P. (abril de 2010).«A revised classification of Santalales».TAXON (em inglês) (2): 538–558.doi:10.1002/tax.592019. Consultado em 10 de março de 2023
- ↑«Lista de Espécies da Flora do Brasil».floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 31 de janeiro de 2017