A primeira expedição significativa a chegar a Santa Catarina foi a deJuan Díaz de Solís, em 1515. O litoral catarinense era habitado pelosindígenascarijós, do grupotupi-guarani. O navegador deu o nome de “Baía dos Perdidos” às águas entre aIlha de Santa Catarina e o continente por conta do naufrágio de uma embarcação no local.[12] O território foi concedido aPero Lopes de Sousa em 1534. Nossa Senhora do Desterro, hojeFlorianópolis, na ilha de Santa Catarina, começou a ser criada pelopaulistaFrancisco Dias Velho, em 1675. A capitania foi emancipada deSão Paulo em 1739. Dez anos depois, vieram os primeiros açorianos, trazidos pelo governadorSilva Pais, que concedeu enorme estímulo à região. Foi invadida pelosespanhóis em 1777. No entanto, acabou sendo entregue no mesmo ano, como resultado doTratado de Santo Ildefonso. A mais antiga colônia de imigrantesalemães foi criada em 1829. Santa Catarina foi palco de vários conflitos, principalmente daRevolução Farroupilha, que atingiu a província, no decorrer do período imperial. O descobrimento docarvão mineral em suas terras, ao término do século XIX, concedeu enorme estímulo ao progresso no sul do estado. Novas multidões de imigrantes alemães e também deitalianos vieram para a região. Os colonizadores alemães e italianos se ocuparam das pequenasplantações e davitivinicultura.[11]
Os índices sociais do estado estão entre os mais altos do Brasil. Tem o mais elevado índice deexpectativa de vida do país.[13] Possui a terceira menortaxa de mortalidade infantil[14] e taxa deanalfabetismo (empatado comSão Paulo)[15] e também é a unidade federativa com a mais baixadesigualdade econômica do Brasil.[16] Santa Catarina possui osexto maior PIB do país[17] e oquinto maior PIBpercapita.[18] Com uma economia variada, fortes afinidades à industrialização e um importante polo de exportação e de consumo, é um dos estados que mais expandem na economia brasileira e que responde por 4,76% do produto interno bruto do país.
Seus habitantes naturais são denominadoscatarinenses[22] oubarrigas-verdes.[23][24] A procedência do termo é o colete utilizado pelos soldados das forças do militar português, Joaquim Francisco do Livramento. Estas tropas, em 1753, partiram de Santa Catarina para combater no Rio Grande do Sul e asseguraram ao Brasil a conquista destacapitania.[23][24]
De procedência religiosa, o nome homenageia asanta padroeira do estado.[19][20] Osromanos cultuavam uma divindade antiquíssima,Sancus, que não deixava violar as promessas e juramentos, mandando cumpri-las. Da sua denominação vem o verbolatinosancire, "consagrar".Sanctus, "santo, consagrado, o qual tem que, sobretudo, ser tratado com respeito" é oparticípio passado do próprio verbo. Etimologicamente, o termoCatarina vem dogregoekaterina (εκατερινα), "puro, imaculado".[25][26]
As expedições vindas de diversas nações europeias, sobretudoportuguesas eespanholas, desbravaram a costa catarinense a partir dos primeiros anos dadescoberta do Brasil. Embora seja discutida a presença dofrancêsBinot Paulmier de Gonneville em Santa Catarina em 1504, não há dúvidas sobre a expedição portuguesa de Nuno Manuel eCristóvão de Haro, em 1514, que batizou aIlha de Santa Catarina de Ilha dos Patos. Em seguida, várias outras expedições portuguesas e espanholas passaram pelo litoral catarinense, muitas na rota para o Rio da Prata, como a deJuan Díaz de Solís (1515),Rodrigo de Acuña (1525) e a deSebastião Caboto (1526-7), que teria renomeado a Ilha dos Patos para Ilha de Santa Catarina. ORei de Portugal,D. João III, concedeu as terras continentais paraPero Lopes de Sousa em 1534. No entanto, as terras ficaram desabitadas, exploradas por jesuítas, povoadores espanhóis e portugueses, porém, sem estabelecimento permanente de população, em todo o século XVI.[30][31]
Desde o começo da colonização do Brasil, as terras doSul do Brasil não despertaram muito interesse dos colonizadores portugueses, devido à ausência demetais preciosos e ao seu clima mais frio (visto que asgeadas dificultavam o cultivo decana-de-açúcar). Os portugueses só começaram a se interessar pela região em meados do século XVII.[31]
Na década de 1740, por iniciativa deAlexandre de Gusmão, ministro do rei portuguêsD. João V, Portugal iniciou um projeto de colonização de povoamento no Sul do Brasil, visando garantir a posse do território disputado pelos espanhóis, recorrendo à imigração deportugueses dosAçores e daIlha da Madeira para o litoral sulista. Um sistema defensivo insular foi implantado em Santa Catarina e, de 1748 a 1756, cerca de cinco milimigrantes açorianos começaram a povoar a ilha e o litoral da capitania.[31]
Em meados do século XVIII, o Planalto Catarinense, então parte da Capitania de São Paulo, começou a ser povoado, por fazendas de criação de gado, com incentivos do governo paulista, para a garantia do domínio português sobre a região e do escoamento do gado do Rio Grande do Sul. Uma das medidas tomadas para colonizar essa região foi a fundação, porAntônio Correia Pinto, deLages, o primeiro núcleo do interior catarinense, de onde partiram os povoadores que fundaram outras cidades, comoCuritibanos eCampos Novos.[30]
Em 1777, durante aGuerra hispano-portuguesa, a Ilha de Santa Catarina foi tomada pelos espanhóis, os quais rapidamente tomaram a Capitania de Santa Catarina, com exceção de Laguna, que ofereceu resistência. No ano seguinte, oTratado de Santo Ildefonso reconheceu a ilha e a Capitania como posse portuguesa.[30][31]
Em 1820, o Planalto Catarinense foi anexado à Capitania de Santa Catarina, que adquire um formato parecido com o estado atual.[30]
Em meados do século XIX, seja por iniciativa do Estado ou por aliciamento de companhias particulares, aimigração de europeus, sobretudo alemães eitalianos, ganhou impulso em Santa Catarina. Os imigrantes dedicaram-se à agricultura policultora de subsistência e fundaram colônias, comoDona Francisca (atualJoinville, 1850),Blumenau (1852) eBrusque (1860).[11][30][31]
A partir de 1870, ganharam destaque na província as causas abolicionista e republicana. Em 1888,São Bento elegeu a primeira Câmara municipal composta apenas por elementos republicanos.[30]
O então governador do estado se revoltou contra o governo deFloriano Peixoto, apoiando aRevolução Federalista iniciada no vizinho Rio Grande do Sul em 1893. Desterro transformou-se em base naval da esquadra revolucionária chefiada porCustódio José de Melo. Os conflitos armados se espalharam por toda a costa de Santa Catarina. Derrotados em 1894, os revolucionários foram seriamente castigados pelas tropas legalistas, ocasião na qual cerca de 185 pessoas foram executadas sumariamente por fuzilamento no episódio conhecido comoMassacre da Ilha de Anhatomirim.Hercílio Luz elegeu-se governador em 1894 e elaborou umapolítica de apaziguamento da região e de conserto dos problemas infraestruturais que o estado sofreu. Desterro recebeu o nome de Florianópolis em 1894, em honra a Floriano Peixoto, após uma reviravolta que custou a vida dos defensores da revolução.[31]
Em 1912, começou aGuerra do Contestado, entre os sertanejos da região localizada entre os riosNegro,Iguaçu,Canoas eUruguai, denominada "Contestado" por ser disputada entreParaná e Santa Catarina, e as forças oficiais. José Maria de Santo Agostinho, um curandeiro considerado sagrado, liderava os sertanejos. O desentendimento entre as duas unidades federativas e o conflito armado no Contestado só acabaram por completo em 1916.[31][44][45][46]
O território de Santa Catarina foi invadido pelas forças revoltosas daRevolução de 1930, as quais saíram do Rio Grande do Sul e levaramGetúlio Vargas ao poder. Entretanto, Florianópolis opôs resistência até o triunfo da revolução no país inteiro.[30][31]
Durante aEra Vargas, Santa Catarina foi governada por interventores nomeados pelo governo federal, com um breve período, entre 1935 e 1937, em que o poder esteve na mão do governador eleitoNereu Ramos, mantido como interventor noEstado Novo. A gestão de Ramos foi marcada pela preocupação com o sistema educacional e a assistência médico-hospitalar, mas teve que enfrentar a infiltração do nazismo entre os alemães e descendentes no estado. Nessa região, o esforço militar brasileiro não chegou a ser prejudicado por agrupamentos de alemães, diante de uma tentativa infrutífera.[30][31]
Inserido inteiramente nobioma daMata Atlântica, avegetação original de Santa Catarina abrange duas formações:florestas ecampos. As florestas, que albergam 65% do território de Santa Catarina, foram bastantedesmatadas. No entanto, asilvicultura cresceu muito devido aos estímulos do governo e ao progresso daindústria madeireira. No planalto, ocorrem no formato de florestas mistas de coníferas (araucárias) comlatifoliadas e, na baixada esopé da serra do Mar, somente como floresta latifoliada. Os campos aparecem como manchas espalhadas no interior da floresta mista. Os principais constituem os de São Joaquim,Lages,Curitibanos eCampos Novos.[58] Nafauna catarinense, estão catalogadas cerca de 600 espécies deaves,[59] 150 mamíferos.[60] 140 denominações sistemáticas de anfíbios.[61] 1 150Lepidoptera (borboletas e mariposas),[62] além do cadastro de cerca de 2 300plantas vasculares.[63]
A Serra do Mar ocupa a baixada litorânea na parte oeste. No norte do estado, compõe a borda montanhosa de um planalto razoavelmente médio. Possui traço muito diferente do que abriga em demais estados comoParaná eSão Paulo. Em Santa Catarina, constitui uma faixa de montanhas, com pontos acima de mil metros. Esta é formada por um grupo de maciços separados pelos vales fundos dos rios que descem para ooceano Atlântico. Por trás da serra do Mar, prolonga-se oplanalto paleozoico. Sua área aplainada está dividida em espaços separados pelos rios, que descem para leste. O planalto paleozoico diminui de altitude de norte a sul. Na porção sul do estado mistura-se com a planície litorânea, uma vez que a Serra do Mar não se prolonga até essa região.[64]
Oplanalto basáltico compreende boa parte do território da unidade federativa. Constituído por sedimentos basálticos (derrames delava), alternados com depósitosareníticos, tem como limite a leste uma borda montanhosa denominada deSerra Geral. No norte do estado, a borda do planalto basáltico está situada no sertão. Em direção ao sul, vai chegando progressivamente perto do litoral até que, na divisa com oRio Grande do Sul, começa a descer diretamente sobre o mar. A área do planalto é razoavelmente média e curva-se levemente para oeste. Os rios, que descem em direção ao estado vizinho do Paraná, cavaram, nele, profundos vales.[64] São pouco férteis os terrenos dafloresta ombrófila mista, da mesma forma que os solos doscampos, os quais se aproveitam para apecuária leiteira e decorte. Os solos defloresta subtropical úmida caracterizam-se por sua fertilidade, apesar de seu grande desgaste por sua utilização imprópria.[65]
O território catarinense abrange doistipos climáticos. São eles: osubtropical úmido com verões cálidos (Cfa) e o úmido com estios amenos (Cfb). Ambos tem as quatroestações do ano bem definidas e regime dechuvas bem distribuído ao longo do ano. O subtropicalCfa aparece na baixada litorânea e nas porções de menor altitude do planalto (extremidade oeste e vale do rio Uruguai). Possui temperaturas médias registradas de 20 °C, na baixada e no vale do Uruguai e 18 °C na extremidade oeste.[58]
O subtropicalCfb aparece no restante do planalto. Possui temperaturas médias registradas entre 16 e 18 °C, porém, as de verão e de inverno são diferentes, por isso há grandeamplitude térmica ao longo do ano. Os invernos são bem frios: em algumas regiões, são observados anualmente cerca de 25 dias degeada.[58] Nessa época, é mais comum a incursão demassas de ar polares, algumas delas mais fortes e abrangentes. Estas fazem as temperaturas caírem para abaixo de zero em várias cidades.[67][68] A maioria delas estão situadas no Meio Oeste, Planalto Norte e Planalto Sul.[69] Nesta última se localizamBom Jardim da Serra,São Joaquim,Urubici eUrupema, que estão entre os municípios mais frios do país.[70]
Boa parte do Rio Grande do Sul se situa em latitudes mais inferiores a Santa Catarina. Apesar disso, é nas áreas mais elevadas do planalto sul catarinense em que há uma maior ocorrência de quedas deneve no Brasil nos meses deinverno.[58][71] Santa Catarina também detém o recorde de mais baixa temperatura registrada em território brasileiro por órgãos oficiais. Esta temperatura foi de −14 °C emCaçador em 11 de junho de 1952.[69] Por outro lado, a maior temperatura atingiu 44,6 °C emOrleans no dia 6 de janeiro de 1963. As localidades mais quentes do estado estão localizadas nas regiões do litoral sul,Vale do Itajaí e extremo oeste. Isso porque nesta está a cidade tida como a mais quente de Santa Catarina, Itapiranga. Nessas regiões, as temperaturas podem ultrapassar os 40 °C noverão ou em outras ocasiões extremas.[72]
Campo coberto de neve na zona rural de São Joaquim, na tarde do dia 4 de agosto de 2010
Densidade demográfica dos municípios de Santa Catarina (em hab/km²)
De acordo com o censo do IBGE de 2022, dos 293 municípios catarinenses (considerando a divisão municipal na época), dois têm população acima dos quinhentos mil, sendo elesJoinville, no nordeste do estado, e a capitalFlorianópolis. Outros onze tinham entre 100 001 e 500 000, quinze de 50 001 a 100 000. 34 de 20 001 a 50 000, 60 de 10 001 a 20 000. 64 de 5 001 a 10 000, 96 de 2 001 a 5 000 e doze até dois mil.[83] Sua capital, Florianópolis, com seus 537 211 habitantes, concentrava 6,7% da população estadual,[84] além de possuir a sexta maior densidade demográfica (627,24 hab./km²), quase quatro vezes menor que Balneário Camboriú (o município com maior densidade, 2 309,74 hab./km²), enquantoCapão Alto, no noroeste, tinha a menor densidade (2,06 hab./km²).[85]
Santa Catarina também possui os mais diversos credos protestantes ou reformados. São aIgreja Universal do Reino de Deus, acongregação cristã, abatista e aAssembleia de Deus as maiores denominações. Como mencionado, 20,4% da população catarinense se declararam evangélicos. Isso porque 10,98% pertenciam às igrejas de origem pentecostal, 4,20% às evangélicas não determinadas e 4,03% às de missão (4,87%).[99]
Vista aérea do centro deFlorianópolis, fundada por vicentistas já em pleno século XVII.
Os paulistas (também conhecidos como vicentistas), juntos dos indígenas aculturados, iniciaram a colonização deSão Francisco do Sul,Florianópolis eLaguna já no século XVII.[102] Os portugueses, em sua maior parte,açorianos, vieram para Santa Catarina em 1748, para povoar e defender o Brasil meridional de inesperados ataques deespanhóis.[102] Já, oscastelhanos, que chegaram da Argentina, estavam dominando terras portuguesas no sul do Brasil. Foram criadas colônias açorianas em pontos de estratégia na costa catarinense, que depois acabaram se espalhando por outras regiões do Brasil meridional. Antes de 1753, entraram 6 492 açorianos noBrasil meridional. Isso equivale a um terço de toda a população de Santa Catarina dos últimos anos do século XVIII.[102]
Um estudo genético foi feito em Costa da Lagoa e em São João do Rio Vermelho, duas comunidades afastadas catarinenses criadas por imigrantes açorianos. Esta pesquisa mostrou a permanência genética desta população perto da açoriana. Apesar disso, houve colaborações africanas e indígenas. A ascendência dessas comunidades é sempre europeia em sua maioria (80,6% a 93,50%). Mas não é restritamente açoriana, porque foi identificada significativa miscigenação africana (12,6% a 4,1%) e indígena (6,8% a 2,4%).[106]
Consulado daÁustria emTreze Tílias. A forte imigração europeia deixou legados como a influência linguística.
Aimigração alemã em Santa Catarina começou em 1828, durante a fundação da colônia deSão Pedro de Alcântara pelos primeiros 523 alemães, vindos deBremen. O imperador DomPedro I, que queria colonizar o sul do Brasil e estimular o desenvolvimento econômico da região, incentivou a chegada de alemães para oBrasil. Várias outras colônias alemãs foram fundadas no estado e foram se espalhando pelo interior. As mais prósperas foram as colônias deBlumenau, em 1850, e deJoinville em 1851.[102] Ambas as colônias foram as que deram certo na colonização alemã no estado, porque foi por meio delas que os imigrantes alemães se espalharam. Os alemães mantiveram-se afastados durante decênios em suas colônias, mantendo pouco contato com o resto da populaçãobrasileira. Como resultado, os alemães, enfim, mantiveram seu idioma e hábitos intocados, sem adquirir várias influências vindas de fora.[102] Esse afastamento fez com que surgisse em Santa Catarina uma forte origem germânica, percebida em diversas características da sua população. O estado catarinense tem atualmente a maior quantidade de descendentes de alemães noBrasil. Segundo uma fonte, mais de 40% da população catarinense é descendente de alemães.[102] Outra fonte afirma que eles são 25% da população.[107]
Aimigração italiana foi a maior corrente imigratória já acolhida por Santa Catarina. Os italianos vieram ao estado em 1875, procedentes especialmente das regiões doVêneto e daLombardia.[102] Dessa forma, como aconteceu com os alemães, foram fundadas mais de dez colônias de imigrantes italianos, sendo as mais desenvolvidas na região do vale dorio Tubarão.[102] As mais antigas colônias de imigrantes italianos foram criadas nacosta catarinense. As doenças tropicais e o clima um pouco mais quente atingiram os imigrantes, conduzindo as colônias ao fracasso.[102] No começo do século XX, italianos, que vieram do Rio Grande do Sul, migraram para o oeste catarinense, e ali as colônias italianas se desenvolveram. Cerca de metade da população do estado é descendente de italianos.[102][108]
Em agosto de 1869, veio ao porto deItajaí, desembarcando do navio "Vitória", o primeiro agrupamento de emigrantes poloneses daAlta Silésia. Este era formado pelas famílias de Francisco Polak, Nicolau Wos, Boaventura Polak, Tomás Szymanski, Simão Purkot, Filipe Kokot, Miguel Prudlo, Simão Otto. No total, havia 64 pessoas.[102] Estabeleceram-se na colôniaBrusque, na região de "Sixteen Lots". Mais de 5% da população catarinense são filhos, netos e bisnetos de poloneses (280 mil pessoas).[102]
Os escravos africanos e seus filhos, netos e bisnetos também contribuíram para formar o povo catarinense. No ano de 1796, os escravos formavam 22% da população dailha de Santa Catarina e os forros 1,8%. Em 1864, a capital possuía 21 136 habitantes, e os escravos ainda eram por volta de 18% da população. Ao passo disso, os "pardos e pretos" livres contavam 1381, 6,5% de todo o contingente.[109]
Atualmente vivem no estado de Santa Catarina pouco mais de 16 milindígenas, distribuídos em vinte e oito grupos, que ocupam área de 96 581,346 4hectares de extensão. Um total de vinte e oito já se encontram demarcadas definitivamente pelaFundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão dogoverno brasileiro responsável pela questão. Nelas se encontra a totalidade dos indígenas residentes no estado.[110] Dessas, destaca-se a de maior área, a reserva indígena Xapecó, que abrange os municípios deAbelardo Luz,Ipauçu eEntre Rios.[110]
Conforme pesquisa de autodeclaração do censo de 2010, 83,85% dos catarinenses declararam-sebrancos, 12,61%pardos, 2,86%pretos, 0,41%amarelos e 0,25%indígenas, além dos sem declaração (0,01%).[111] 99,81% erambrasileiros (99,72% natos e 0,10% naturalizados) e 0,19% estrangeiros.[112] Entre os brasileiros, 95,45% nasceram no Sul (82,11% no próprio estado) e 3,92% em outras regiões. Deste total, 2,37% nasceram noSudeste, 0,95% noNordeste (1,92%), 0,40% noCentro-Oeste e 0,21% noNorte.[113] Muitas pessoasmigram de outros estados brasileiros para Santa Catarina em busca de trabalho ou melhores condições de vida. Dentre os estados, o Rio Grande do Sul tinha o maior percentual de residentes (6,76%). Este é seguido por Paraná (6,58%) e São Paulo (1,59%).[114]
Segundo uma pesquisa de 2013, a composição genética de Santa Catarina é a seguinte: 79,7% de sangue europeu, 11,4% africana e 8,9% indígena.[115]
De acordo com dados do "Mapa da Violência 2012", publicado pelo Instituto Sangari e peloMinistério da Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que era de 6,7 em 1980, subiu para 13,0 em 2009 (ficando abaixo da média nacional, que era de 27,0). Entre 2000 e 2010, o número de homicídios subiu de 423 para 805. Em geral, Santa Catarina desceu uma posição na classificação nacional das unidades federativas por taxa de homicídios, passando da vigésima-sexta em 2000 para a vigésima-sétima em 2010. Florianópolis e RM possuíam taxas três vezes maiores que a do estado (16,9), enquanto, no interior, o mesmo era duas vezes menor que a média estadual (9,6).[126]
Em 2000, 25 municípios registravam uma taxa de homicídios de 7,2, número que caiu para 4,7 em 16 cidades em 2010. Considerando-se todos esses municípios, totalizam-se 108. Entre os municípios acima de 500 000, destaca-se apenasJoinville, que apresentou aumento relacionadamente equilibrado nos níveis de violência. Entre os municípios de 200 000 a 500 000 habitantes, se observa o maior aumento emFlorianópolis,Blumenau eSão José. Em segunda posição, no conjunto de 23 municípios abrangidos na faixa de 50 a 200 mil pessoas, destaca-se para os altos índices de violência. Estes aumentaram emItajaí,Balneário Camboriú eNavegantes. Ao mesmo tempo, a região metropolitana da capital registrou um forte aumento de 108,0% nas taxas de homicídios. Enquanto o interior do estado havia registrado uma queda de 9,6%.[126][127]
Desde 1823 a capital de Santa Catarina éFlorianópolis, cuja denominação da cidade eraNossa Senhora do Desterro, em homenagem à sua santa padroeira. O nome foi alterado durante o término daRevolução Federalista, em 1894, e a população do município ainda contesta essa mudança. A denominaçãoFlorianópolis é uma homenagem ao então presidenteFloriano Peixoto. Dessa denominação vem a alcunhaFloripa, pela qual a cidade é conhecida.[129]
O poder executivo catarinense está centralizado nogovernador do estado. Este é eleito emsufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração. Pode ser reeleito para mais um mandato. Ele é o responsável pela nomeação dos secretários de estado, que auxiliam no governo.[125] A sede do governo estadual é oCentro Administrativo, localizado nobairroflorianopolitano deSaco Grande.[130]
Desde o começo do período republicano, assumiu pela primeira vez o governo do estado o militar, engenheiro e diplomataLauro Müller. Esteve no poder entre 2 de dezembro de 1889 e 24 de agosto de 1890. Depois daRevolução de 1930, Santa Catarina foi o estado onde ocorreu a primeira invasão pelas forças que levariamGetúlio Vargas ao poder. Entre 1930 e 1945, interventores federais governaram o estado. No decorrer destes quinze anos, houve um pequeno período, entre 1935 e 1937. Nessa época o Poder Executivo estadual foi dirigido por um governador eleito,Nereu Ramos, que oEstado Novo manteve como interventor em 1937.[47]
Foi apenas no ano de 1947 onde ocorreu a posse do primeiro governador eleito por sufrágio universal,Aderbal Ramos da Silva. Este se elegeu pela segunda vez para um mandato entre 1956 e 1961.[47] Em 1966, assumiu o governadorIvo Silveira, que se elegeu. Após essa época, dois governadores foram eleitos pela Assembleia Legislativa:Colombo Sales e Antônio Carlos Konder Reis; e um por voto popular, Jorge Bornhausen.[136] O atual chefe do executivo catarinense éJorginho Mello, tendo como vice,Marilisa Boehm.[50] O vice-governador substitui o governador caso este renuncie sua posição, seja afastado do poder ou precise afastar-se do cargo temporariamente.[125]
Opoder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais brasileiras, sendo composto pordesembargadores. Além disso, é formado pelos tribunais de júri, juizados especiais e juízes de direito, substitutos e de paz.[125] A maior corte doPoder Judiciário catarinense é oTribunal de Justiça de Santa Catarina, localizado no Centro Cívico Tancredo Neves.[138] Representações deste poder estão espalhadas pelo território estadual por intermédio de unidades denominadas decomarcas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, Santa Catarina possuía, em novembro de 2016, 5 005 356 eleitores, representando 3,403% do eleitorado brasileiro, o décimo maior do país.[139]
Obrasão de Santa Catarina é formado por uma estrela de cinco pontas deargento com umaáguia de asas abertas. Esta segura com a pata direita, umachave, com a esquerda, uma âncora, dejalde e cruzadas. No peito da águia, umpequeno escudo com a data histórica: 17 de novembro de 1889. Como timbre, umbarrete frígio de goles enfiado por cima da ponta superior da estrela-escudo. Como suportes, doiscolmos, um detrigo, à esquerda, e outro decafé, à direita, unidos por uma faixa degoles com as pontas leves. Esta mostra a inscrição "Estado de Santa Catarina", em letras de argento.[140][141] A estrela simboliza a integração dosmunicípios; a águia representa as forças produtivas. A chave, sua localizaçãoestratégica nosul do Brasil; a âncora, ooceano Atlântico, que banha Santa Catarina. A data, 17 de novembro de 1889, o dia em que foi adotada arepública na antiga província, elevada à categoria de estado. Apresentando alavoura daserra e a dacosta, há dois ramos de trigo (à direita) e de café (à esquerda). Estes se encontram unidos por um listel onde está escrito: "Estado de Santa Catarina". Como timbre, o barrete frígio simboliza a república.[140][142][141]
Divisão das regiões intermediárias em vermelho e das imediatas em cinza no estado de Santa Catarina
Surgiu como unidade política em 1738 com três cidades. A vila mais antiga é a deSão Francisco do Sul, fundada em 1658, e a última desse período foiLages, criado em 1770.[56] Com aIndependência do Brasil asprovíncias foram organizadas em 1823 e nesse ano o território já estava dividido em quatro cidades.[56] Do Império até a República passou de vinte para 295 cidades. Santa Catarina é osexto estado com o maior número de municípios e a terceira da Região Sul, atrás do Paraná.[144]
O governo do estado divide o território em regiões de gestão e planejamento, estabelecidas com o objetivo de centralizar as atividades das secretarias estaduais. Seus limites nem sempre coincidem com os das mesorregiões e microrregiões. As 35 regiões administrativas do estado são: Araranguá, Blumenau, Braço do Norte. Brusque, Caçador, Campos Novos. Canoinhas, Chapecó, Concórdia. Criciúma, Curitibanos, Dionísio Cerqueira. Ibirama, Itajaí, Itapiranga. Ituporanga, Jaraguá do Sul, Joaçaba. Joinville, Lages, Laguna. Mafra, Maravilha, Palmitos. Quilombo, Rio do Sul, São Joaquim. São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste. Seara, Taió, Timbó. Tubarão, Videira e Xanxerê.[148]
Em extensão territorial, os maiores municípios catarinenses são: Lages (2.644,313 km²); São Joaquim (1.884,640 km²); Campos Novos (1.679,848 km²); Bom Retiro (1.407,064 km²); Painel (1.164,292 km²); São José do Cerrito (1.124,066 km²); Ouro (1.099,015 km²); Anita Garibaldi (954,483 km²); Abdon Batista (941,799 km²).[149]
O estado também tem uma intensa participação no Comércio Exterior, sobretudo nas importações. Em 2022, foi o segundo estado mais importador do Brasil (aproximadamente 29 bilhões de dólares), atrás apenas deSão Paulo, e o décimo nas exportações (aproximadamente 12 bilhões de dólares).[154] Desde meados de 2009, Santa Catarina importa mais do que exporta. No período de 12 meses encerrados em maio de 2023, a balança comercial catarinense apresentou foi deficitária em 17,4 bilhões de reais.[155]
Apecuária bovina se pratica especialmente em campo natural, de modo extensivo, e nas regiões de florestas, em pequena quantidade, com os animais sujeitos à semi-estabulação. Nessas áreas onde aagricultura constitui a fonte de renda majoritária, a produção se dirige para osporcos, principalmente no planalto basáltico. Nessa região, onde a milhocultura garante ração apropriada aos animais, acriação de porcos teve grande desenvolvimento no estado. Isso em consequência da evolução dosabatedouros baseados no processamento decarne suína,[58] como aPerdigão,[157] aSadia,[158] a Aurora[159] e aSeara.[160] Todas elas têm sede no estado. Grande crescimento ocorreu também na avicultura,[58] com a chegada do frangoChester no mercado brasileiro na década de 1980.[157][161] Em 2012, Santa Catarina foi também o segundo maior criador brasileiro decoelhos. Tem um efetivo de 37 501 rebanhos, somente atrás doRio Grande do Sul e à frente doParaná.[162]
Santa Catarina é um dos mais importantes produtores de pescado do país. Apesca, especialmente a praticada em modelos pré-industriais, exerce fundamental função no quadro econômico estadual. A fonte de renda, que remonta à procedência açoriana da população, é praticada sobretudo emFlorianópolis,Navegantes eItajaí.[58]
As riquezas minerais e vegetais contribuem de maneira decisiva para o desenvolvimento da produção no estado.[163] Dentre as primeiras sobressaem as reservas florestais, constituídas sobretudo pelospinheirais, apesar de sua grande extração. E oservais, que permitem ao estado continuar como importante produtor daerva-mate. O estado de Santa Catarina é um dos grandes produtores de papel e celulose do país.[164][163]
Na extração mineral, as ocorrências decarvão, sobretudo nas regiões da baixada litorânea (Urussanga,Criciúma,Lauro Müller eTubarão), são agentes fundamentais no progresso econômico da região.[165] Os carvões de Santa Catarina são os mais uniformes do país, embora tenham defeitos. São abundantes empiritas, têm altas quantidades de cinza, etc.[165]
Os requisitos de extração docarvão mineral têm melhorado sensivelmente, sob a ótica técnica e dos equipamentos utilizados. Santa Catarina tem também as mais extensas reservas brasileiras defluorita esílex (em produção). Outrosrecursos minerais existentes constituem os sedimentos calcários deBrusque, demármore, de galena argentífera e de minério demanganês, nem todos, no entanto, extraídos economicamente.[165]
Vista deBlumenau, um dos principais polos industriais do estado.
Santa Catarina tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 66,3 bilhões, equivalente a 5% da indústria nacional. Emprega 804.796 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (17,9%), Alimentos (14,5%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (7,5%), Vestuário (7,4%) e Máquinas e materiais elétricos (5,8%). Estes 5 setores concentram 53,1% da indústria do estado.[166]
Osetor secundário é segundo mais relevante da economia catarinense ao nível nacional. Em 2013, a participação daindústria representava 4,9% do valor total adicionado à de todo o Brasil.[156]
Os mais importantes centrosfabris de Santa Catarina sãoJoinville eBlumenau.[165] O primeiro possui personalidade variada, com indústrias têxteis, de alimentos, fundições e fábricas de automóveis. Blumenau centraliza sua atividade naindústria têxtil, nametalmecânica e na de "softwares".[165] Além disso, as cervejarias artesanais expandiram-se recentemente.[167] No interior do estado, aparecem inúmeros centros industriais menores, associados tanto àindústria madeireira como para o beneficiamento de produtos agropecuários.[165]
O nordeste do estado (entre Joinville eJaraguá do Sul) merece destaque na fabricação de motocompressores, autopeças,refrigeradores,motores e componentes elétricos, máquinas industriais, tubos e conexões.[165] No sul do estado (inclusive os municípios deImbituba,Tubarão,Criciúma,Içara eUrussanga), por seu turno, estão concentradas as maiores fábricas decerâmica de revestimento do Brasil. O estado de Santa Catarina ainda é o maior produtor brasileiro de louças ecristais.[165]
Osetor terciário é o menos relevante para a economia catarinense ao nível nacional. Em 2013, a participação dos serviços representava somente 3,6% do valor total adicionado à de todo o Brasil.[156]
Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) realizada pelo IBGE em 2013, existiam no estado 76 095 empresas,[168] das quais 308 113 eram locais.[169]
Em 2013, trabalharam para todas essas empresas, 560 945 trabalhadores, que totalizavam ao todo umareceita bruta de R$ 55 944 815. Juntos com salários e outras remunerações somavam um total de 10 776 363.[168]
Em Santa Catarina, existiam, em 2015, 592 agências (instituições financeiras), que renderam R$ 71 121 160 249 mil em operações a crédito. 108 094 736 mil em depósitos à vista do governo. 5 215 932 191 mil em privados. 37 528 225 778 mil empoupança. 26 668 289 042 mil a prazo e 16 924 967 mil em obrigações por recebimento.[170]
O estado de Santa Catarina comporta um território repleto de contrastes: as serras contrastam com a costa de lindaspraias,baías,enseadas e mais de dezilhas. Na arquitetura, diversos municípios preservam as edificações típicas à época da colonização. Ao passo disso, a capital,Florianópolis, é uma cidade de prédios inovadores e requintados, caracterizada pela grande participação dos jovens, dos esportes náuticos e dos campeonatos de surfe. Entre os balneários destacam-seBombinhas, a qual é tida como a capital brasileira do mergulho, eBalneário Camboriú, uma das praias mais famosas.[171]
Atualmente, visitar o estado de Santa Catarina é uma possibilidade de entender uma característica mistura de nacionalidades. Isto se revela não somente na cultura, porém, da mesma forma no patrimônio histórico. Além disso, há no estado outras grandes atrações, como as elevadas médias térmicas do verão. Estas movimentam numerosos turistas para suas belas praias, distribuídas por destinos comoBalneário Camboriú,Bombinhas,Itapema,Garopaba,Joaquina,Praia Mole eda Vila em Imbituba. Neste lugar ocorre etapa do principal campeonato de surfe do mundo, oWCT. E o excessivo frio do inverno da Serra Catarinense com intensas geadas — ocasionalmente seguido pela neve —, assegurando confortáveis e apaixonados roteiros. Tanto no inverno como verão, há muitas escolhas de passeios para o ano todo.[171]
NoVale do Itajaí — sobressaindoPenha, onde existe oBeto Carrero World, eBlumenau — estão concentrados destinos onde o bom é o turismo de negócios. Limitando-se com Blumenau estáGaspar. A cidade é conhecida pela Igreja Matriz e pela Rota das Águas. Esta contém mais de nove parques aquáticos, o mais conhecido deles é o Cascaneia. Já no município deTimbó, o destaque está para os bons locais para a realização de esportes radicais como orafting,canyoning e práticas verticais. No município deFraiburgo, subordinada à Rota da Amizade, o destaque fica por conta do plantio da maçã. Podem ser conhecidas as várias fases deste cultivo, como a floração daMalus domestica, o plantio dos frutos. Além disso, conta com a estrutura presente na Terra da Maçã para o acolhimento dos visitantes.[171]
Chamado de "um pedaço daEuropa encravado no Sul do país", o estado de Santa Catarina possui um dos mais altos índices de desenvolvimento econômico do Brasil. Este progresso está apoiado em uma produção industrial bem variada. Um importante ponto turístico constitui oFarol de Santa Marta, o maior das Américas e o terceiro maior do mundo.[171]
Também é foco de movimentação a zona decolonização alemã, com centro emBlumenau, porém, alcançando, nos arredores,Pomerode eTimbó e compreendendo, mais para o norte, Joinville. Os municípios da região incentivam a edificação das antigas casas deenxaimel (caibros atravessados de maneira a segurar obarro, que compõe as paredes).[172]
São tidas como boas as condições de saúde do estado, muito embora ainda não tenha sido possível erradicar algumasendemias rurais.[141] Em 2009, a estrutura dos hospitais abrangia uma rede de 4 470 estabelecimentos, os quais contavam com 15 557 leitos. Estes eram atendidos, em 2010, por 33 788 médicos, 4 420 enfermeiros e 6 824auxiliares de enfermagem.[173][174] São quatro os órgãos federais que realizaram atividades no estado. Departamento Nacional deEndemiasRurais (educação sanitária, atividades desaneamento básico, campanhas devacinação contra aancilostomose,doença de Chagas,febre amarela,filariose,malária etracoma). Serviço Nacional deDoenças Mentais. Serviço Nacional daLepra e Serviço Nacional deTuberculose.[141] Em 2005, 79,1% da população catarinense possuíam acesso à rede de água,[175] ao passo que 82,6% eram beneficiados pela de esgoto sanitário.[175]
De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2008, 76,6% da população catarinense avaliavam sua saúde como boa ou muito boa. 67,4% realizavam consulta médica periodicamente. 48,0% dos habitantes consultavam o dentista regularmente e 6,9% estiveram internados em leito hospitalar nos doze meses anteriores. 35,2% dos habitantes declararam ter algumadoença crônica e apenas 28,5% tinham plano de saúde. Outro dado significante é o fato de 71,9% dos habitantes declararem necessitar sempre do Programa Unidade de Saúde da Família — PUSF.[176]
Na questão da saúde feminina, 42,5% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos doze meses anteriores. 51,9% das pessoas do sexo feminino entre 50 e 69 anos, mamografia nos dois anos anteriores. 83,4% das mulheres entre 25 e 59 anos, preventivo paracâncer do colo do útero nos três anos anteriores.[176]
Em 2021, as principais causas de mortes em Santa Catarina foram infecção por coronavírus (14 600 óbitos), infarto do miocárdio (2 707), diabetes (2 259), câncer dos brônquios ou pulmões (1 419) e acidente vascular cerebral (1 207).[177]
Em 2015, foram registradas matrículas de 837 814 discentes, nas 3 250 instituições educacionais deensino fundamental em Santa Catarina. Destas, 954 eram do estado, 1 912 do município, 383 da iniciativa privada e uma da União. No que diz respeito ao corpo docente, era igualmente formado por de 48 904 professores, Destes, 18 433 ensinavam em instituições de ensino do estado. 69 lecionavam em escolas da União, 23 550 nas do município e 6 852 nas da iniciativa privada.[178]
Oensino médio, em 2015, era lecionado em 990 estabelecimentos com 242 153 discentes registrados por matrícula, atendidos por 18 879 docentes. Dos 242 153 alunos, 198 952 encontravam-se nas escolas do estado. 7 415 estavam nas da União e 1 215 nas dos municípios e nas 34 571 da iniciativa privada.[178][nota 2]
Em 2010, ataxa de analfabetismo estadual era de 3,2%, a mais baixa do Brasil.[179] A taxa de escolarização na faixa etária de 6 a 14 anos é de 99,2%, tornando o estado líder nesse quesito.[179] Em 2009, 14,0% da população catarinense é deanalfabetos funcionais.[180] OIDH-educação de Santa Catarina é o 3.º mais alto do Brasil (0,934).,[175]
O estado possui, segundo dados doIDEB, o melhor índice de proficiência emleitura eredação do Brasil, ao contrário do ente federativo irmão nordestino,Maranhão.[182]
Em 2019, Santa Catarina contava com 62.871 km de estradas, sendo 9.321 km pavimentados, e destes, 556 km eram vias duplicadas.[183] A malha rodoviária de Santa Catarina compreende as diversas regiões do estado. Asrodovias estaduais de Santa Catarina são comandadas pelo Departamento de Transportes e Terminais. Esta é responsável por consertar e vigiar a maior parte das vias públicas que ligam as cidades e as zonas rurais do estado. A presença depedágios, em suas rodovias, é proibida pela Constituição Estadual de 1989.[136]
Cincoportos especializados — São Francisco do Sul, Itajaí,Itapoá,Imbituba eNavegantes — compõem o sistema portuário de Santa Catarina. O primeiro, basicamente exportador, constitui o maior porto graneleiro do estado. O de Itajaí é reservado principalmente à exportação de açúcar e congelados e ao transporte de combustíveis. Ao passo disso, Imbituba representa um terminal carbonífero e Laguna, porto pesqueiro.[184][165]
Asestradas de ferro de Santa Catarina, gerenciadas em parte pelaAmérica Latina Logística, possuem dois troncos principais. Estes atravessam o estado na direção norte-sul: um, corta Mafra e Lages e o outro, Porto União,Caçador eJoaçaba. No norte do estado, uma linha em direção leste-oeste conecta as cidades com a costa. Atende Porto União, Canoinhas, Mafra, São Bento do Sul,Joinville eSão Francisco do Sul. Outras ferrovias catarinenses atendem o vale do Itajaí e a região carbonífera, conectando-a aos portos de Laguna e Imbituba.[184][165]
Em Santa Catarina, há diversas empresas de abastecimento de água. Em 195 dos 295 municípios catarinenses, a empresa de água esaneamento básico é aCasan.[191]
No que diz respeito àenergia elétrica, há uma empresa em território estadual,Centrais Elétricas de Santa Catarina.[192] O potencial hidrelétrico de Santa Catarina não está completamente explorado, e usinas termelétricas produzem boa parte da energia consumida no estado. O carvão-vapor é usado no funcionamento dessas usinas. Essa utilização colabora não só para a ampliação da produção termelétrica como também garante comércio em desenvolvimento para o aumento do consumo da produção de carvão no estado.[165]
Em Capivari de Baixo está o mais extenso complexo termelétrico a carvão da América Latina. O Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, com 857 megawatts, fazia parte da estatal Eletrosul Centrais Elétricas até a privatização, em 1997. Atualmente pertence à Tractebel Energia, empresa sediada em Florianópolis, filial do grupo francês GDF Suez. É importante ressaltar-se que nos últimos anos vem crescendo no estado a captação e a geração de energia a partir doutras fontes. Pode-se exemplificá-lo pela Usina de Cogeração Lages desde a biomassa gerada pelos resíduos da madeira. Os parques eólicos de Bom Jardim da Serra e Água Doce. As usinas de Biogás a partir da captação do gás metano de dejetos de animais em Itapiranga e Pomerode. E a começar de sólidos urbanos em Itajaí, da geração fotovoltaica na Megawatt Solar em Florianópolis (a maior da América Latina integrada a edifício). E na Cidade Azul (a mais extensa do Brasil e segunda da América Latina), localizada no município de Tubarão.[193]
Existem serviços de "internet" discada ebanda larga (ADSL) sendo fornecidos por váriosprovedores de acesso gratuitos e pagos. O serviço de telefonia fixa é fornecido por algumas operadoras, como aBrasil Telecom.[194] O código de área (DDD) do estado é variável, entre 047 e 049.[195][196][197] No dia 17 de novembro de 2008, as regiões leste e sul começaram a serem atendidas pelaportabilidade. Juntaram-se a outras cidades de DDDs 85 e 88 (Ceará), 98 e 99 (Maranhão).[198]
A secretaria encarregada das comunicações em todo o estado de Santa Catarina é a Secretaria de Comunicação, atuando tanto na assessoria da imprensa, quanto no "marketing" e naInternet. Há vários jornais em diversos municípios do estado, como, por exemplo,A Notícia (em Joinville),Notisul (em Tubarão),A Tribuna (em Criciúma).Jornal de Santa Catarina (em Blumenau),Jornal Vale do Itapocu (em Jaraguá do Sul),Correio Lageano (Lages).Oi São José (São José),Jornal Médio Vale (Timbó), etc.[199] Ambos os periódicos de maior influência do Brasil,[200]Diário Catarinense eCorreio da Ilha, são catarinenses e suas sedes são mantidas na capital estadual.[199]
Monumento "O Desbravador" emChapecó, com a Catedral ao fundo
A origem dacultura de Santa Catarina se encontra na diversidade. Esta resulta da presença dosportugueses (açorianos emadeirenses), dos alemães doVale do Itajaí, e pela pequenaItália localizada ao sul. Estes, após sua chegada a Santa Catarina trouxeram uma enorme bagagem cultural. Esses povos são caracterizados pela importância das tradições da sua população e porfestividades religiosas que foram muito importantes para a formação da cultura do estado.[203]
Santa Catarina reflete todos os povos colonizadores que constituem harmoniosamente a cultura desse estado. Por esse motivo, pode-se dizer que a culinária de Santa Catarina é abundante emfrutos do mar (influência dePortugal), tais comopeixes,camarões e mariscos. Estes podem apresentar variações no seu modo de preparar e segundo a espécie. Podem ser destacados como alguns alimentos mais comuns: peixe ensopado (comsal eervas de cheiro) acompanhado compirão efarinha de mandioca.Peixe frito (oferecido em pedaços e envolvido em farinha de mandioca ou detrigo até fritar), grelhado na brasa e/ou na folha debananeira. Peixe assado, camarão à milanesa, caldo de camarão, ovas detainha, entre outros. Além disso, existe a geleia de morango,bolo de mel, kutiá, torta dericota e vereniqué (pastel cozido).[203] Noartesanato, destacam-se os artigos feitos devime,lã ecouro.Renda de bilros. A produção debonecos de pano. Pintura emporcelana e a arte deescultura emmadeira, que merece destaque por ter artesãos que fabricam peças para ilustres colecionadores.[203]
Além disso, nacosta, existem muitos casarões dearquitetura portuguesa. Nas regiões do Vale do Itajaí e no norte do estado, podem ser encontradas também a arquitetura alemã. Esta é mais conhecida como estiloenxaimel. O município deTreze Tílias, por seu turno, foi criado porimigrantes austríacos da região doTirol e parece uma vilaalpina.[203]
Outras festas folclóricas famosas no estado são oTerno de Reis, em janeiro. Oboi-de-mamão, em janeiro e fevereiro, uma aparência depantomima onde prevalece a imagem de umboi depapelão oumadeira. Esta é acompanhada de pessoas,fantasia,dançarinos ecantores; e afarra do boi, nasemana santa. Da culinária de Santa Catarina, os pratos mais famosos são abijajica (bolinho depolvilho,ovos eaçúcar, fritado em banha). E o Ente mit Rotkohl (marreco com repolho roxo), iguaria daregião de Brusque. No mês de abril ocorre a Expofeira Nacional da Cebola no município de Ituporanga, período em que as festas são realizadas. O evento, a cada edição, se firmou como habitual para excursões, promoção de agronegócios e divulgação de novas tecnologias no setor agropecuário. Entre maio e julho ocorre emLages aFesta Nacional do Pinhão, com pratos típicos feitos depinhão, considerado o mais importante festival tradicionalista brasileiro. E em Urussanga, no sul do estado, a Festa do Vinho e a festa Ritorno Alle Origini merecem destaque como festas da imigração italiana na região.[205]
Santa Catarina é sede de eventos esportivos nas mais diversas modalidades, seja de importância local, nacional e até mesmo internacional, entre os quais os Jogos Abertos de Santa Catarina. Os Joguinhos, a Olimpíada Estudantil (Olesc), os Jogos Escolares (JESC). Campeonato Escolar de Futsal (MOLEQUE), os Jogos Abertos Paradesportivos (PARAJASC), os Escolares Paradesportivos (PARAJESC). Os Abertos da Terceira Idade (JASTI) e Dança Catarina, todos realizados pela secretaria estadual do esporte.[209]
Em Santa Catarina há dois feriados estaduais: o dia 11 de agosto, data magna do estado, e o dia 25 de novembro, festa litúrgica deSanta Catarina de Alexandria.[236][237] Estes feriados foram oficializados por meio das leis n.º 10 306/1996 e 12 906/2004, ambas revogadas pela Lei Estadual n.º 16 719/2015.[236][237]
↑abGirardi, Giovana (fevereiro de 2007).«Índios, santos e geografia». Revista Galileu. Consultado em 28 de setembro de 2013. Arquivado dooriginal em 31 de outubro de 2013
↑Del Vas Mingo, Marta Milagros (1986).Las Capitulaciones de Indias en el siglo XVI. Edición Cultura Hispánica del Instituto de Cooperación Iberoamericana por la conmemoración del V centenario del descubrimiento de América. Madrid.
↑abcGoverno de Santa Catarina.«Governadores de Santa Catarina». Secretaria Executiva da Casa Militar. Consultado em 25 de novembro de 2016. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑«Raimundo Colombo 55». Eleições 2014. Consultado em 25 de dezembro de 2016. Arquivado dooriginal em 19 de dezembro de 2016
↑Marín, Daniel (1998).Atlas geográfico de la República Argentina (em espanhol) 1ª ed. Buenos Aires: Betina
↑Observatório Nacional (ON) (2014).«Hora Legal Brasileira». Consultado em 10 de janeiro de 2015. Arquivado dooriginal em 22 de julho de 2011
↑abcGoverno de Santa Catarina (1991).«Atlas escolar de Santa Catarina»(PDF). Secretaria de Estado de Coordenação Geral e Planejamento. Consultado em 6 de junho de 2017. Arquivado dooriginal(PDF) em 12 de agosto de 2017
↑Vibrans, A.C.; et al. (2012). «Gasper, A.L.; Meyer, L.; Sevegnani, L.; Sobral, M.E.G.; Bonnet, A. Flora vascular de Santa Catarina.».Inventário florístico florestal de Santa Catarina: diversidade e conservação de remanescentes florestais. [S.l.: s.n.] p. 99-111.ISBN978-85-7114-330-2
↑abGoverno de Santa Catarina.«Regiões metropolitanas». Secretaria de Estado do Planejamento. Consultado em 7 de março de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑ab«Indígenas». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 17 de junho de 2017
↑abPayer, Maria Onice.«Italiano». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑abcBolognini, Carmen Zink.«Alemão». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 13 de janeiro de 2017
↑abSchumm, Gabriele.«Pomerano». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑abSturza, Eliana.«Espanhol no Brasil». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑ab«Européias». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 17 de junho de 2017
↑ab«Asiáticas». Enciclópedia das Línguas do Brasil. Consultado em 9 de janeiro de 2017. Arquivado dooriginal em 17 de junho de 2017
↑Exército Brasileiro (2017).«Histórico». Comando Militar do Sul. Consultado em 29 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 29 de agosto de 2017
↑Exército Brasileiro (2017).«Histórico». 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército. Consultado em 29 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 8 de setembro de 2017
↑Marinha do Brasil (2017).«Histórico». 5º Distrito Naval. Consultado em 29 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 11 de setembro de 2017
↑Marinha do Brasil (2017).«Histórico». Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina. Consultado em 29 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 30 de agosto de 2017
↑Força Aérea Brasileira (2017).«Histórico». Base Aérea de Florianópolis. Consultado em 29 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 29 de agosto de 2017
↑Governo de Santa Catarina (2017).«Histórico». Museu Histórico de Santa Catarina. Consultado em 4 de junho de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de novembro de 2017
↑abcdDNIT (2013).«Mapa Multimodal»(PDF). Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal(PDF) em 15 de agosto de 2016
↑Infraero (2017).«Aeroporto Internacional Hercílio Luz». Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária. Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑Infraero (2017).«Aeroporto de Joinville». Empresa Brasileira de Infraestutura Aeroportuária. Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑«Aeroporto Chapecó SC». Aeroportos do Brasil. 2017. Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 3 de setembro de 2017
↑Celesc (2017).«Perfil». Centrais Elétricas de Santa Catarina. Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
↑RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio - Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional - Edições Aduaneiras Ltda - 2000 - São Paulo - Pg. 43 -ISBN 85-7129-239-6
↑«OPERADORAS». Consultado em 29 de julho de 2011. Arquivado dooriginal em 30 de julho de 2011
↑Paulino Motter (2008).The role of the media in educational policy formation and legitimation in Brazil: 1995-2008. Madison:Universidade do Wisconsin-Madison
↑Acaert (2017).«EMISSORAS DE TV». Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão. Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado dooriginal em 12 de agosto de 2017
Arruda, Ana (1988). «Santa Catarina».Enciclopédia Delta Universal.13. Rio de Janeiro: Delta
Benton, William; Azevedo, Aroldo de; Gallotti, Antônio (1973). «Santa Catarina».Enciclopédia Barsa.12. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda
Bueno, Eduardo (1999).Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro: Objetiva.ISBN8573022523
Cabral, Oswaldo R. (1970).História de Santa Catarina 2 ed. Rio de Janeiro: Laudes
Carneiro, Márcio Matos (2006).Origem dos nomes dos municípios de Santa Catarina. Blumenau: Nova Letra