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Sala São Paulo

23° 32′ 03,6″ S, 46° 38′ 23,2″ O
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Sala São Paulo
Logotipo

Interior da Sala São Paulo
Informações gerais
TipoSala de concerto
Fim da construção9 de julho de1999
Proprietário(a)Governo do estado de São Paulo
Websitehttps://www.salasaopaulo.art.br/
Dimensões
Altura24metros
Área por andar10.000
Geografia
PaísBrasil
LocalizaçãoSão Paulo,SP,
Brasil
Coordenadas23° 32′ 03″ S, 46° 38′ 23″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

ASala São Paulo é uma sala de concertos onde ocorrem apresentações sinfônicas e de câmara. Faz parte doComplexo Cultural Júlio Prestes, na antigaEstação Júlio Prestes, uma histórica estação ferroviária.[1] Fica localizada na Praça Júlio Prestes, no bairro deCampos Elíseos, no centro da cidade deSão Paulo.

Inaugurada no dia 9 de julho de 1999, ao som daSinfonia n°2 deGustav Mahler,Ressurreição,[2] foi a primeira sala de concertos doBrasil, sendo considerada uma das melhores do mundo desde a sua concepção. A estação foi completamente restaurada e remodelada pelo Governo do Estado como parte do projeto de revitalização docentro da cidade. Ao lado dela encontra-se aEstação Pinacoteca, que abriga exposições dearte.

A sala tem capacidade para 1 498 espectadores e 22 camarotes. É a sede daOrquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e doCoro da Osesp. Foi concebida de acordo com os mais atualizados padrões internacionais e muitos especialistas consideram-na uma das salas de concerto com melhor acústica no mundo. É comparada a muitas salas dosEstados Unidos e daEuropa mundialmente conhecidas, como aSymphony Hall deBoston, aMusikverein deViena e aConcertgebouw deAmsterdã.

A renovação começou em novembro de 1997, mas os primeiros passos foram dados em 1995, sob a supervisão do arquiteto Nelson Dupré. O então governadorMário Covas visualizava aEstação Júlio Prestes como um espaço ideal para apresentações sinfônicas, uma vez que faltavam ao Brasil lugares adequados para este tipo de apresentação e principalmente porque aOsesp não possuía uma sede permanente. Em 2015, o jornal britânicoThe Guardian classificou a Sala São Paulo como uma das dez melhorescasas de concerto do mundo.[3][4] Em 1999, ela foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).[5]

História

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Fachada daEstação Júlio Prestes
Vista interior da Sala São Paulo durante umconcerto daOsesp
Instrumentos no palco
Grande Hall
Teto no prédio da Estação Júlio Prestes
Hall de entrada

AEstação Júlio Prestes foi construída entre 1926 e 1938 para ser a sede e ponto de partida daEstrada de Ferro Sorocabana – uma empresa criada pelosbarões do café para transportar o produto até aoPorto de Santos, pois na metade do século XX o café se tornou o produto mais importante para a economia brasileira; sendo assim, o seu cultivo se expandiu rapidamente em direção ao oeste paulista.[6] O Estado adquiriu a empresa em 1905 e tornou-aFerrovia Paulista S.A. na década de 1970.[7] Desta forma, os materiais poderiam ser trazidos de outras cidades e da Europa.[7] Em 1938, ano de conclusão do prédio onde hoje fica a Sala São Paulo, acidade de São Paulo já convivia com a presença de automóveis, fato que levou à diminuição da utilização de bondes e trens.[1]

O edifício foi planejado no ano de 1925 porCristiano Stockler das Neves, em uma época em que a cidade experimentava um importante desenvolvimento econômico, devido à produção de café e, consequentemente, à expansão em ritmo acelerado da sua rede ferroviária. O exato local onde hoje fica a Sala São Paulo era um jardim de inverno planejado para a primeira classe, compalmeiras imperiais.[1][8] Devido aos impactos dacrise de 29, as obras acabaram sendo prolongadas até a década de 1930.[2]

Desde a década de 1980, aCompanhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) assumiu a linha e a estação tornou-se ponto de chegada. O nomeJúlio Prestes é uma homenagem ao ex-governador do estado de Sâo Paulo.Christiano Stockler das Neves, o projetista da estação, baseou seu projeto em umestilo eclético, descrito comoneoclássicoestilo Luís XVI, que foi uma reação ao estilobarroco, no qual o prédio é marcado por ornamentos[1] e que predominava na época. Neves também foi claramente influenciado pelas estações daPensilvânia e deNova Iorque.[7]

No início do século XXI, os engenheiros que trabalharam na transformação dohall tiveram dificuldades em conciliar a tecnologia de hoje com a conservação histórica. O antigo trem foi substituído por um gigantesco guindaste de 150 toneladas. Esta foi a única maneira de transportar as imensas vigas a 25 metros de altura, que mais tarde se transformariam em parte da estrutura que suporta o teto ajustável ao longo do novo corredor.[7]

No ano de 1997, as principais áreas do prédio já estavam sendo utilizadas e locadas para a realização de eventos institucionais, fato que levou a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo a assumir o controle do estabelecimento e transformá-lo no que seria o Complexo Cultural Júlio Prestes, situado no centro da cidade, localizado próximo àPinacoteca do Estado e aoMuseu de Arte Sacra.[1]

A Sala São Paulo teve seu prédio tombado como patrimônio histórico peloCondephaat,[1] Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, no dia 9 de julho de 1999, quando aOsesp apresentou a peça inauguralSinfonia nº 2 – Ressurreição, deGustav Mahler. Dezoito meses de obra que uniu centenas de operários, técnicos especializados, procedimentos artesanais de longa tradição e as mais inovadoras tecnologias transformaram a área central da estação em uma das mais encantadoras, modernas e completas salas de concerto no mundo. Além disso, a coexistência da sala com a estação ferroviária exigiu uma laje flutuante. Mesmo com a inauguração, em 1999, ela ainda possui um forro especial, permitindo à acústica do local uma adaptação a diversos tipo de música a serem executados. É possível, também, testemunhar o encanto do edifício em dias de concerto ou por visitas previamente monitoradas.[9]

Restauro

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A restauração da Estação Júlio Prestes foi uma obra doGoverno do Estado de São Paulo, que entregou à União a estação como forma de quitar uma dívida que a empresa ferroviáriaFepasa possuía. O encarregado pelo projeto arquitetônico e pela adequação da antiga estação para o uso da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo foi o arquiteto Nelson Dupré, em parceria com Luizette Davini, arquiteta responsável pela coordenação do projeto, e José Augusto Nepomuceno, consultor acústico.[10]

O trabalho de recuperação do edifício acompanhou a reestruturação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sediada atualmente no mesmo prédio da Sala São Paulo, e a solução encontrada para as intervenções realizadas nesse prédio histórico concebido de acordo com princípios específicos de um estilo e época baseou-se na intenção de estabelecer um diálogo adequado com espaço existente, valorizando os conceitos e características de uma construção anterior. Como foram 13 anos de construção, ela foi influenciada pelos representantes doMovimento Modernista,estilos neoclássico e francês.[11]

Para a reforma, Dupré tinha como desafios o isolamento e tratamento acústicos, a restauração e a nova arquitetura, fatos que levaram o arquiteto a buscar inspiração em outros auditórios e salas de concertos citadas como referências, como naAmérica do Norte eEuropa, analisando todos os detalhes que atendessem às necessidades acústicas e estruturais, tais como palco, sistema acústico, áreas de apoio, acessos e fluxos.[10]

A consultoria acústica estadunidense Artec definiu alguns padrões para a ocupação do antigo Grande Hall da Estação como sala de concertos, e sugeriu a utilização de um forro móvel que garantiria a flexibilidade acústica da Sala, e que tornaria possível a adequação da acústica ao espetáculo, característica marcante da Sala São Paulo.[10]

O arquitetoCristiano Stockler das Neves fez o projeto em 1925, o que proporcionou aos patrocinadores a deixarem marcas, como flores de café no piso e colunas. Muitas molduras são feitas de folha de café, conhecida como Ouro Verde, nome do vagão inicial da Sorocabana – havia também o Ouro Branco, como era chamado o algodão. A preocupação com a restauração do patrimônio garante a sua preservação por meio de uma ocupação significativa, que certamente eleva o edifício à posição de marco da cidade.[12]

Em 2000, o projeto da Sala São Paulo recebeu o prêmio internacional de honra da United States Institute for Theatre Technology (USITT), como a primeira sala de concertos no Brasil.[10] A Sala São Paulo possui 22 balcões nomezanino e no primeiro andar. Eles foram colocados entre as grandescolunas e o teto ajustável, criado pela empresa estadunidense Artec (a maior especialista do mundo emsalas de concerto). Sua área é de 10 000 e a altura máxima é de 24 metros.[10]

Teto ajustável

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Teto ajustável
Teto móvel da Sala São Paulo

O teto da Sala São Paulo é ajustável e pode ficar a uma altura máxima de 25 metros acima do piso principal. Possui quinze painéis, cada um pesando 7,5 toneladas, que são suportados por vintecabos metálicos enrolados.[13] Os painéis podem ser controlados individualmente, permitindo que o volume dohall possa ser ajustado para entre 12 mil e 28 mil. Isso garante que a intensidade de qualquer composição tenha o seu conceito acústico respeitado,[14] além de possibilitar a variação de seu tempo dereverberação, demora verificada entre a emissão de um som até sua inaudibilidade; assim, uma sala reverberante como a Sala São Paulo pode ser chamada de 'viva', sendo capaz de alterar sua reverberação para que se adeque ao espetáculo, e flua o som com uma excelente acústica.[1]

Os painéis podem ser ajustados independentemente ou em conjunto, através do uso de computadores, travas e sensores automáticos. Junto com o limite máximo da flexibilidade, 26banners develudo podem travar a oito metros de altura, de acordo com as vibrações necessárias. É uma vantagem adicional, pois esse sistema une elementos da arquitetura original do edifício com novos conceitos de arquitetura.[14]

Ao longo do teto, há uma cobertura depolicarbonato com extremidades arredondadas, que respeita o conceito do projeto original do edifício, mas usa materiais mais modernos. Telhas termo-acústicas foram usadas, ao invés decobre, e de policarbonato ao invés devidro.[14] O teto é vazado e está ligado com lustres napoleônicos – o projeto, inclusive, foi rejeitado na época da construção, pois o som iria entrar ou escapar. Esse projeto possibilita a apresentação de qualquer tipo de concerto, pautada pela alteração da sala de concertos e gerada pela flexibilidade do forro com painéis moveis; além disso, os elementos de composição foram concebidos para reflexão sonora multidirecional, atendendo a recomendações acústicas.[15][14]

A qualidade acústica da Sala não se dá apenas pelo forro móvel, porém, este ocupa um papel importantíssimo junto com outros aspectos da composição do lugar, como a disposição dos balcões, o desenho das frentes dos balcões, o posicionamento do palco, a inexistência de carpetes ou cortinas, a espessura da madeira do palco, o desenho das poltronas, paredes pesadas e as irregularidades da arquitetura eclética do edifício existente que compõem a Sala São Paulo.[1]

O forro móvel tem como função atender às demandas individuais de cada de espetáculo, adequando-se aos seus respectivos repertórios sinfônicos.[1] O deslocamento deste forro totalmente móvel garante a flexibilidade do volume da Sala, criando, assim, um 'espaço acústico acoplado', localizado entre o forro e o piso técnico – onde ficam os equipamentos para o acionamento do forro. O som, ao atingir ambos (o forro móvel e o espaço acoplado), é capaz de criar algumas alterações na resposta acústica da Sala.[14]

Programação

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Aos domingos (e em alguns sábados), às 11h da manhã, a Sala São Paulo realiza osMatinais, concertos gratuitos com aOsesp ou orquestras e grupos artísticos convidados. A distribuição de ingressos ocorre na segunda-feira anterior, pelosite oficial, e também na bilheteria, uma hora antes do espetáculo.

Além disso, por ser um edifício de grande importância histórica e cultural para a cidade de São Paulo, é possível realizar visitas monitoradas pelo local, mediante agendamento pelosite.

Grande Hall da Sala São Paulo

Ver também

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Referências

  1. abcdefghi«A Sala São Paulo». Consultado em 25 de abril de 2017 
  2. ab«Notas sobre a Sala São Paulo e a nova fronteira urbana da cultura»(PDF). FAU 
  3. Folha de S. Paulo, ed. (5 de março de 2015).«Jornal 'The Guardian' inclui Sala São Paulo entre as 10 melhores do mundo». Consultado em 6 de março de 2015 
  4. The Guardian, ed. (5 de março de 2015).«10 of the world's best concert halls». Consultado em 6 de março de 2015 
  5. Secretaria da Cultura (ed.).«Bem Tombado». Consultado em 16 de setembro de 2016. Arquivado dooriginal em 16 de setembro de 2017 
  6. «História». Consultado em 10 de abril de 2017 
  7. abcdSala São Paulo (ed.).«História». Consultado em 6 de março de 2015 
  8. Sala São Paulo
  9. Lima, Nara de.«Sala São Paulo».www.cidadedesaopaulo.com. Consultado em 6 de abril de 2017 
  10. abcdeSala São Paulo (ed.).«Restauro». Consultado em 11 de setembro de 2016 
  11. Artística, Cultura.«Sala São Paulo - Cultura Artística».www.culturaartistica.com.br. Consultado em 26 de abril de 2017 
  12. «Cristiano Stockler das Neves». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 26 de abril de 2017 
  13. Sala São Paulo moderniza movimentação de teto com tecnologia Rockwell Automation, acesso a 15 de abril de 2016
  14. abcdeSala São Paulo (ed.).«Acústica». Consultado em 6 de março de 2015 
  15. «Sala São Paulo | Governo do Estado de São Paulo».Governo do Estado de São Paulo 

Ligações externas

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