Localizado na região Nordeste do continente africano, tem uma área total de 9,40 milhões de quilômetros quadrados, sendo sua área equiparável à daEuropa (10,19 milhões de quilômetros quadrados) e à área dosEstados Unidos, e maior que a área de muitos países continentais tais comoBrasil,Austrália eÍndia. A área total ocupada por este imenso deserto é maior que a de outros importantesbiomas terrestres, como afloresta amazônica.[3]
Os seres humanos vivem na extremidade do deserto há milhares de anos. Durante a últimaglaciação, o deserto do Saara foi mais úmido (como o Leste africano) do que é agora, e já possuiu densas florestas tropicais. Seu clima era tão diferente que recentes estudos revelaram que oRio Nilo corria antigamente para oOceano Atlântico em vez de desaguar nomar Mediterrâneo. Uma mudança de poucos graus[5][6] no eixo de rotação terrestre causou, há cerca de 10 mil anos, uma grande transformação climática gerando o Saara. Essa alteração, segundo alguns cientistas, gerou as condições necessárias à formação da civilização egípcia quando obrigou pessoas que já haviam desenvolvido formas de vida sedentárias (agricultura e pastoreio) e tradições históricas (civilização) a se deslocarem para o leito atual do Rio Nilo.[carece de fontes?]
O deserto é rico em história, e diversos fósseis dedinossauros e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali. O Saara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale doNilo, em poucosoásis, e em algumas montanhas nele dispersas.[carece de fontes?]
O deserto do Saara, no qual se distinguem dois trechos, um dominado pordunasarenosas e denominado Erg, e outro bastante pedregoso denominado Hamadas, compreende parte dos seguintes países e territórios:Argélia,Chade,Egito,Líbia,Mali,Mauritânia,Marrocos,Níger,Saara Ocidental,Sudão eTunísia. Atualmente, em 2020, vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Saara.[7]
Os limites do Saara podem também ser definidos por critériosbotânicos, definidos por Frank White, que correspondem a zonas climáticas (por exemplo, definidas por Robert Capot-Rey). O limite norte coincide com a região em que se cultiva atamareira (nosoásis) e com o limite sul doesparto, umapoácea típica doclima mediterrânico; este limite corresponde igualmente àisoieta (linha de igualprecipitação anual) dos 100 mm. A sul, o Saara limita com oSahel, uma cintura de savana seca com umverãochuvoso, que se estende através de toda aÁfrica. Aí o limite é definido pela Cornulaca monacantha, umaquenopodiácea tolerante àseca, ou pelo limite norte doCenchrus biflorus, uma grama característica do Sahel, o que corresponde à isoieta de 150 mm. Este valor é a média de muitos anos, uma vez que a precipitação varia muito de um ano a outro.[8][9][10]
O clima da região que compreende hoje o Saara sofreu enormes variações, indo várias vezes do seco ao húmido durante os últimos cem mil anos chegando a mais de 50 graus e muito seco a 1 hora da tarde, quando a temperatura chega a 53 graus celsius.[11] Durante a últimaEra do Gelo, o Saara era maior do que é hoje, estendendo para o sul além de seus limites atuais.[12] O fim da idade de gelo trouxe épocas melhores ao Saara no período compreendido entre aproximadamente8 000 a.C. a6 000 a.C., isto devido a área de baixa pressão que acompanhou o desmoronar domanto de gelo ao norte.[13]
Quando a Era do Gelo se foi, a parte norte do Saara secou. Entretanto, não muito tempo depois,monções trouxeramchuva ao Saara, neutralizando a tendência de desertificação do Saara na parte sul.[carece de fontes?]
Sabe-se que ar sobre o planeta Terra move-se porconvecção de forma a redistribuir a energia pelo planeta, e ascensões de ar, puxando ar úmido do oceano, causam geralmente chuvas em determinadas regiões. Paradoxalmente, o Saara estava mais úmido quando recebeu maisinsolação no verão. Por sua vez, todas as mudanças na insolação são causadas por mudanças nageofísica daTerra.[14]
Ao redor de2 500 a.C., asmonções recuaram para o sul onde está hoje,[15] que conduziram adesertificação do Saara. O deserto está atualmente árido na forma que o conhecemos hoje há aproximadamente 13 000 anos. Estas circunstâncias são responsáveis para o que foi chamado deTeoria da Bomba do Saara.[carece de fontes?]
O Saara é conhecido por ter um dos climas mais áridos do mundo. O vento que vem do nordeste prevalece, e pode por várias vezes fazer com que aareia dê forma a "furacões". Asprecipitações, muito raras mas não desconhecidas, acontecem ocasionalmente nas zonas de beira-mar ao norte e ao sul, e o deserto recebe aproximadamente 25 mm de chuva em um ano. As chuvas acontecem muito raramente, geralmente torrenciais após os longos períodos secos, que podem durar anos.[carece de fontes?]
Em 18 de fevereiro de 1979, nevou em vários lugares no sul daArgélia, incluindo umatempestade de neve de 30 minutos que parou o tráfego emGardaia, e foi relatado como sendo "pela primeira vez na memória viva".[16] A neve desapareceu em horas.[17]
Em 2023, registros de neve em picos daprovíncia de Béchar, naArgélia, foram feitos por um dos satélites Sentinel-2 do Programa Copernicus.[18]
Caravana de mercadores viajando pela porçãonigerina do deserto do Saara, a qual é composta em grande parte peloTénéré.
Dromedários ecabras são os animais predominantes no Saara. Por causa das suas habilidades de sobrevivência, da resistência e da velocidade, o dromedário é o animal favorito dosnômades.[19] Dentre os mamíferos também há ofeneco, umonívoro, oDassie, cujo primeirofóssil encontrado remonta a 40 milhões de anos atrás e oadax, um grandeantílope branco, o qual atualmente é uma espécie ameaçada. Muito adaptado ao deserto, pode sobreviver por até um ano sem água. Achita do Saara vive noNíger, noMali e noChade.[20]
OLeiurus quinquestriatus (escorpião-amarelo-da-palestina) é um tipo deescorpião do Saara que pode alcançar 10 cm. Ele produz agitoxina e cilatoxina, que sãovenenos tóxicos.[21]
Em relação aos repteis, há o varano (famíliavaranidae), um tipo de lagarto que se encontra facilmente nas areias do deserto. Acerastes é um tipo decobra que tem em média 50 cm no comprimento que tem proeminências que lembram um par de chifres.[22] Muito ativa à noite, encontra-se geralmente enterrada naareia com somente seus olhos visíveis. As mordidas destas cobras são dolorosas, mas raramente fatais.[23]
↑Esta informação carece de fontes. À primeira vista, viola a lei física da conservação da quantidade de movimento angular (momento angular) do planeta, mas é sabido que o eixo de rotação da Terra precessa em torno do eixo perpendicular àeclíptica e sofre variação periódicas em seu valor em função da interação gravitacional da terra com o Sol (e Lua)
↑«Snow Falls In The Sahara».The Spokesman-Review Eastern Washington ed. Spokane, Washington: Cowles Publishing Company. 19 de Fevereiro de 1979. 1 páginas