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São Tomé e Príncipe

0° 19′ N, 6° 36′ L
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

República Democrática de São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe
Lema:Unidade, Disciplina, Trabalho
Hino: Independência total
Capital
e maior cidade
São Tomé
Língua oficialPortuguês
Outras línguasForro,crioulo cabo-verdiano efrancês
Gentílicosantomense, são-tomense
GovernoRepúblicasemipresidencialista
Carlos Vila Nova
Américo Ramos
Independência dePortugal
• Data
12 de Julho de1975
Área
 • Total1001km² (183.º)
População
 • Estimativa para 2023220 372[1] hab. (183.º)
 • Censo 2012187 356[2] hab.
 • Urbana76,4 hab. (188.º)
 • Densidade156,84 hab./km² (65.º)
PIB (PPC)Estimativa para 2021
 • TotalUS$ 904,057milhões*[1] (207.º)
 • Per capitaUS$ 4 100[1] (182.º)
PIB (nominal)Estimativa para 2014
 • TotalUS$ 362milhões*[3]
 • Per capitaUS$ 1 854[3]
IDH (2021)0,618 (138.º) – médio[4]
MoedaDobra (STN)
Fuso horárioUTC+0
Em 1 de Janeiro de 2018, o país adoptou hora legal UTC+1 durante todo o ano, retornando ao UTC no ano seguinte.[5]
Cód. ISOST, STP
Cód. Internet.st
Cód. telef.+239
Website governamentalwww.stp.gov.st

São Tomé e Príncipe, oficialmenteRepública Democrática de São Tomé e Príncipe,[6] é umpaís insular localizado noGolfo da Guiné, na costa equatorial ocidental daÁfrica Central. Consiste em duas ilhas principais, as ilhas deSão Tomé ePríncipe, que distam cerca de 140 km uma da outra e cerca de 250 e 225 km da costa noroeste doGabão, respectivamente.[1] Outros países próximos são aGuiné Equatorial e osCamarões.[6][7]

Asilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até à sua descoberta pelos exploradores portuguesesJoão de Santarém ePedro Escobar em 1470.[8] Gradualmentecolonizadas pelos portugueses ao longo doséculo XVI, serviram deentreposto para ocomércio de escravos no Atlântico.[6] O rico solovulcânico e a proximidade aoequador[9] tornaram São Tomé e Príncipe ideal para o cultivo deaçúcar, seguido mais tarde por outras culturas de rendimento como ocafé e ocacau, atividades fortemente dependente do trabalho deescravos africanos.[6] Ciclos de agitação social einstabilidade económica ao longo dosséculos XIX eXX culminaram naindependência pacífica em 1975. São Tomé e Príncipe, desde então, permaneceu como um dos países mais estáveis ​​edemocráticos de África.[6]

Com uma população de204 454 habitantes (estimativa de 2018),[1] distribuídos em uma área total de 1 001 km²,[8] São Tomé e Príncipe é o segundo menos populosoEstado soberano africano, depois dasSeicheles, bem como o menor país de língua portuguesa.[6] Seu povo é predominantemente de ascendência africana emestiça, com a maioria praticando ocatolicismo romano.[1] O legado dodomínio português também é visível nacultura, nos costumes e namúsica do país, que fundem influências europeias e africanas.

Considerado umpaís subdesenvolvido, é esperado que São Tomé e Príncipe deixe esta classificação e se torne um país derenda média pelaONU em 2024.[10]

História

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Ver artigo principal:História de São Tomé e Príncipe

Descobrimento

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Mapa de São Tomé, feito por Johannes Vingboons, em 1665

Não se tem registo de ocupação humana nas ilhas de São Tomé e Príncipe anterior a 1470, sendo que asmarcações históricas dão aosportugueses João de Santarém e Pêro Escobar o título de descobridores das Ilhas. Os navegadores portuguesesexploraram as ilhas e decidiram que seriam boas localizações para as bases de comercialização com o continente.[11]

A ilha de São Tomé foi descoberta em 21 de dezembro de 1470, porJoão de Santarém, no dia deSão Tomé; 27 dias depois, em 17 de janeiro de 1471, no dia deSanto Antão,Pêro Escobar chega à ilha do Príncipe.[11] Príncipe foi inicialmente chamado de Santo Antão ("Santo António"), mudando o seu nome em 1502 para a Ilha do Príncipe, em referência ao Príncipe de Portugal para quem foram pagos impostos sobre a produção de açúcar da ilha.

O primeiro assentamento bem-sucedido de São Tomé foi estabelecido em 1493 porÁlvaro de Caminha, que recebeu a terra como uma concessão dacoroa. Príncipe foi liquidado em 1500 sob um arranjo semelhante. A atração de colonos mostrou-se difícil, sendo assim, a maioria dos primeiros habitantes foram "indesejáveis" enviados de Portugal, a maioriajudeus.[12] Com o tempo, esses colonos encontraram no solo vulcânico da região o local adequado para aagricultura, especialmente o cultivo de açúcar.[6]

Colonização portuguesa

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Canhão no Forte de São Sebastião, marco da presença portuguesa

Acana-de-açúcar e o cacau[13] foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados[14] mas a concorrência da colónia portuguesa do Brasil e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio noséculo XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos deescravos.[15]

No final do século XVI alguns conflitos severos ocorreram nas ilhas[16] onde, namaior das revoltas internas, um escravo chamadoAmador Vieira, considerado herói nacional, fundou oReino dos Angolares, que controlou quase toda ilha de São Tomé.[17]

As revoltas e conflitos criaram o ambiente propício para que uma esquadraneerlandesa ocupasse o arquipélago (além de São Tomé e do Príncipe, ainda agrupava administrativamente as ilhas deBioco eAno-Bom) em agosto de 1598, sendo derrotados e expulsos somente em outubro do mesmo ano, após contra-ataque liderado por João Barbosa da Cunha, que se tornou governador interino da ilha de São Tomé. No ano seguinte, os neerlandeses, liderados por Laurens Bicker, cercaram novamente abaía de Ana Chaves, contudo sem conseguir tomar a ilha de São Tomé por completo, sendo expulsos rapidamente.[16] A maior empreitada neerlandesa porém ocorreu sob a alçada daCompanhia Holandesa das Índias Ocidentais, que estabeleceu domínio na ilha de São Tomé entre 1641 e 1648, sendo expulsa após cerco naval lusitano durante aReconquista de Angola e São Tomé. Em 1663 os neerlandeses ainda voltaram uma última vez, comandados pelo almiranteMichiel de Ruyter, quando capturaram uma parte da ilha de São Tomé e ergueram um pequeno forte, sendo rapidamente expulsos pelos portugueses.

Conquista de São Tomé porCornelis Jol, 1641

A agricultura só foi estimulada no arquipélago noséculo XIX, com o cultivo decacau ecafé. Durante estes dois séculos, chamados deO ciclo do Cacau, criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente umchefe de serviço. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas peloGovernador da Colónia, que para legislar, auxiliava-se de umConselho de Governo e de umaAssembleia Legislativa.

Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que, com a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou umComando Independente. Fora da sua alçada encontrava-se aDireção-Geral de Segurança (DGS). O Governador deslocava-se periodicamente aLisboa, para informar o governo colonial e dele trazer instruções.

Na ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com largas atribuições. A colónia estava dividida em dois concelhos, o de São Tomé, o do Príncipe, e em várias freguesias.

No final da década de 1950, quando outras nações emergentes do continente africano exigiram sua independência, um pequeno grupo de são-tomenses formou oMovimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) — de cunho nacionalista, com viésmarxista e oposicionista ao domínio português — que acabou estabelecendo a sua base noGabão. Ganhando impulso na década de 1960, os acontecimentos ocorreram rapidamente após a queda da ditadura deMarcello Caetano em Portugal em abril de 1974. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de notável controle de Portugal, o arquipélago édescolonizado.[14][18]

Trabalho nas roças de São Tomé e Príncipe

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O trabalho forçado esteve profundamente ligado à economia colonial portuguesa na África. Ele durou quase cinco séculos, desde o início da colonização, por volta de 1440, com oTráfico de escravos e a escravidão, até o trabalho por contrato, umas das últimas formas de trabalho forçado, extinto com as Independências na década de 1970. Todas essas práticas tinham como objetivo principal atender às demandas do mercado mundial por mercadorias tropicais ou metais preciosos.[19]

Armazém (porto) da Roça Água-Izé
Sanzala da Roça Água-Izé

O trabalho forçado foi utilizado pelas metrópoles europeias para produzir mercadorias como açúcar, cacau, algodão e minérios para o mercado europeu. No entanto, como algumas colônias eram escassas em mão de obra disponível, a contratação voluntária de trabalhadores era inviável. Assim, o Estado português, por meio de suas as autoridades coloniais, recorria à força para obrigar as populações a trabalhar em minas ou plantações.[20]

No contexto da colonização portuguesa, destacaram-se duas formas principais de trabalho forçado. A primeira era o contrato forçado, no qual as pessoas eram "contratadas" sob forte pressão e vigilância das autoridades, como ocorreu nas plantações de cacau em São Tomé e Príncipe. A segunda era o imposto obrigatório: os colonizados eram obrigados a pagar tributos elevados e, para conseguir quitá-los, eram forçados a trabalhar no cultivo de algodão em Moçambique. As colheitas eram, posteriormente, vendidas ao próprio governo.[21]

A adoção do trabalho forçado se deveu, em grande parte, aos altos custos de implementação de uma economia colonial baseada apenas em investimentos europeus. O Estado colonial necessitava de trabalhadores, mas as sociedades locais não possuíam uma tradição de trabalho assalariado, como na Europa. A pressão por lucros rápidos levava os administradores coloniais a recorrerem a métodos de coerção para forçar a população a trabalhar.[22]

2º hospital da Roça Água-Izé

Mesmo após a abolição formal da escravidão, a realidade de milhares de pessoas pouco mudou. Novas formas de trabalho forçado surgiram, agora camufladas sob discursos que falavam em "educar" ou "civilizar" as populações locais. Na prática, porém, a violência e a exploração continuaram presentes. A justificativa mudou: substituíram-se as correntes e os leilões pela promessa vazia de progresso e modernidade. Por trás dessas palavras, a dor e a opressão seguiram moldando o destino daqueles considerados "inferiores" pelos colonizadores. Os contratos garantiam direitos e deveres, porém nenhum era aplicado pelos patrões, tal situação se manteve por longos anos, pois, os patrões não tinham que prestar contas ao governo, quem governava em São Tomé eram os patrões das roças.[23]

O trabalho forçado foi utilizado pelos países colonizadores para garantir a produção e os lucros das colônias, mas às custas do sofrimento e da destruição de inúmeras sociedades locais.[24]

Independência e pós-1975

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O palácio presidencial de São Tomé e Príncipe

Após aindependência, foi implantado um regimesocialista de partido único e as plantações são nacionalizadas[14] sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura económica do país. Em 1990, adota-se uma nova constituição, que institui o pluripartidarismo.[14]

Em 1991, durante suas primeiras eleições legislativas livres, o Partido de Convergência Democrática — Grupo de Reflexão (PCD-GR) sagrou-se vencedor do processo eletivo, conquistando a maioria das cadeiras do parlamento são-tomense. A eleição para presidente contou com a participação de Miguel Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995 foi instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o primeiro-ministro.[25] Ao longo da democratização do país, quatro tentativas de golpe não violentas foram registadas em 1995, 1998, 2003 e 2009. Todas fracassaram.[26]

Em 2001,Fradique de Menezes tornou-se presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma tentativa de golpe.[14]

Geografia

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Ver artigo principal:Geografia de São Tomé e Príncipe
Carta topográfica da ilha de São Tomé
Marco da linha do equador, noIlhéu das Rolas

As ilhas que formam São Tomé e Príncipe estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação dalinha vulcânica dos Camarões na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde oMonte Camarões, nocontinente, até aomar, no sentidosudoeste, atéBioko, passando por Príncipe, São Tomé eAno-Bom. Príncipe e São Tomé sãoilhas oceânicas, isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos.[27] As ilhas foram formadas de meados ao final doperíodo terciário. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.[27]

Azona económica exclusiva do país faz fronteira com a Guiné Equatorial e o Gabão. No noroeste, ela se sobrepõe à daNigéria. Em 2001, os dois países firmaram um acordo sobre uma zona de manejo comum para a exploração de recursos na área.[28][29]

As ilhas são íngremes, com uma pequena zona de planícies.[27] No sul e no oeste há altas montanhas de origem vulcânica, enquanto a paisagem no extremo norte é caracterizada por baixo relevo.[30] As montanhas estão fortemente erodidas. O solo, com basalto e fonólito, é relativamente fértil.[27] OPico Cão Grande é um grandepico vulcânico, a sul de São Tomé. Tem uma elevação de mais de 300 m acima da planície circundante e 663 m acima do nível do mar.[31]

Pico Cão Grande

São Tomé tem 50 km de comprimento e 30 km de largura, sendo a maismontanhosa das duas ilhas principais doarquipélago. Seus picos atingem 2 024 m — Pico de São Tomé. Príncipe tem cerca de 30 km de comprimento e 6 km de largura. Seus picos atingem 948 m — Pico de Príncipe. O Equador fica imediatamente a sul da ilha de São Tomé, passando sobre oilhéu das Rolas.[27]

Clima

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São Tomé e Príncipe tem um clima do tipoequatorial,quente ehúmido, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma multiplicidade demicroclimas, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude e do relevo.

Devido às montanhas e ao vento sudoeste, a maioria das precipitações cai ao sul e sudoeste das ilhas.[32] Ao norte de São Tomé, o clima é mais seco, com paisagem de savana. Em São Tomé, 1 000 mm de precipitação cai no nordeste e 4 000 mm no sudoeste.[27]

As estações são controladas pela variação nazona de convergência intertropical.[30] Há duas estações chuvosas que coincidem com oequinócio emmarço esetembro.[30] Entre eles estão os meses de vento demaio aagosto e os meses de maior calor dedezembro afevereiro. A estação seca é mais perceptível no norte e leste e no sudoeste pode estar ausente por alguns anos.[32]

O padrão de ocupação afetou oclima e avegetação.[30] Isso aconteceu apenas quando as plantações de açúcar foram plantadas e afloresta ao norte da ilhafoi limpa. Aqui, as áreas foram secas para que apenasgrama ebaobá cresçam.[30]

Ilhéus do arquipélago

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Ver artigo principal:Lista de ilhéus de São Tomé e Príncipe

Meio ambiente e biodiversidade

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O território do país faz parte da ecorregião de florestas húmidas de várzea de São Tomé, Príncipe e Annobón.[33] São Tomé e Príncipe possui uma pontuação média no Índice de Integridade da Paisagem Florestal de 6,64, em um total de dez pontos, classificando-o em 68º lugar globalmente entre 172 países.[34]

São Tomé e Príncipe não tem um grande número de mamíferos nativos (embora o musaranho-de-São Tomé e várias espécies de morcegos sejamendêmicas). As ilhas abrigam um grande número de pássaros e plantas endémicas, incluindo o menor íbis do mundo (oíbis de São Tomé), o maior pássaro solar do mundo (opássaro gigante), o rarofiscal de Newton (ou fiscal de São Tomé) e várias espécies gigantes deBegônia. São Tomé e Príncipe é um importante local de nidificação de tartarugas marinhas, incluindo astartarugas-de-pente.

Demografia

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Ver artigo principal:Demografia de São Tomé e Príncipe
Evolução demográfica de São Tomé e Príncipe

Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e sete mil e quinhentos na ilha do Príncipe.[2] Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas.

As ilhas são uma antiga colónia portuguesa. Nadécada de 1970 houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4 000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos deAngola. Os ilhéus foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem às igrejasCatólica Romana,Evangélica,Nazarena, Congregação Cristã ouAdventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços estreitos com as igrejas em Portugal.[carece de fontes?]

Línguas

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Ver artigo principal:Línguas de São Tomé e Príncipe

O português é a língua oficial e de factonacional de São Tomé e Príncipe, sendo falada por cerca de 98,4%[1] da população do país, uma parte significativa dela como sualíngua materna. Variantes reestruturadas de português oucrioulos portugueses[36] também são falados como oforro, ocrioulo cabo-verdiano (8,5%), oangolar (6,6%) e o lunguié (1%). Ofrancês (6,8%) einglês (4,9%) são as línguas estrangeiras ensinadas nas escolas.

Religião

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Ver artigos principais:Religião de São Tomé e Príncipe eIgreja Católica em São Tomé e Príncipe
Religião em São Tomé e Príncipe[35]
Religião% aprox.
Católicos
  
70%
Evangélicos
  
3%
Outras (Cristãs)
  
4%
Outras (não Cristãs)
  
3%
Não religiosos
  
19%

As manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas têm origem nos mais variados credos, pois se atendermos à gama de indivíduos de várias origens, facilmente se encontra a explicação deste facto.

De acordo com o CIA - The World Factbook a população de São Tomé e Príncipe dividia-se, aquando dos censos de 2001,[37] de acordo com as suas filiações religiosas da seguinte forma: 77,5% de Cristãos, (na sua maioria católicos — 70,3%), 3,1% seguem outras religiões e 19,4% são não religiosos.

Política

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Ver artigo principal:Política de São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe é uma repúblicasemipresidencialistademocracia representativa, opresidente é ochefe de Estado e oprimeiro-ministro é ochefe de governo.

A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido adotada pela Lei n.º 1/03, de 29 de janeiro de 2003. Outras normas jurídicas importantes do país são a Lei nº 8/1991 (Lei Base do Sistema Judiciário), a Lei nº 10/1991 (Estatuto dos Magistrados Judiciais), a Lei nº. 5/1997 (Estatuto da Função Pública).

Partidos Políticos

Poder Legislativo

  • Unicameral — Assembleia Nacional, com 55 membros
  • Constituição: 2003

Subdivisões

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Ver artigo principal:Subdivisões de São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe é um país constituído por duas ilhas principais e alguns ilhéus menores, e está administrativamente dividida em sete distritos. Em 2004, São Tomé e Príncipe contava com 139 000 habitantes e em 2012 com 178 739 habitantes.[38]

AIlha de São Tomé, cuja capital é a cidade deSão Tomé, tem uma população estimada em 133 600 habitantes (2004), numa área de 859 km².

AIlha do Príncipe, cuja capital éSanto António, é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em 5 400 habitantes (2004). Desde 29 de Abril de 1995 que ailha do Príncipe constitui uma região autónoma.

OIlhéu das Rolas fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé e tem a particularidade de ser atravessado pelalinha do Equador.

Apesar de estar consagrado naConstituição que os distritos devam ser governados por órgãos autárquicos eleitos, até ao momento realizaram-se poucas destas eleições em São Tomé e Príncipe, com regularidades de intervalo críticas.

Distritos de São Tomé e Príncipe, numerados.
Distritos de São Tomé e Príncipe, numerados.
Distritos de São Tomé e Príncipe

Ilha de São Tomé :
Água Grande (1)
Cantagalo (2)
Caué (3)
Lembá (4)
Lobata (5)
Mé-Zóchi (6)

Ilha do Príncipe
Pagué (7)

Economia

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Principais produtos deexportação de São Tomé e Príncipe em 2019 (em inglês)
Ver artigo principal:Economia de São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento,[39] mas a recente descoberta de jazidas depetróleo nas suas águas abriu novas oportunidades. A atividade pesqueira continua a ser uma das principais atividades económicas do país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais comPortugal. Em 2017, as exportações de São Tomé e Príncipe equivaleram a 16 milhões de dólares e as importações a 140 milhões de dólares.

As principais exportações de São Tomé e Príncipe são sementes de cacau (60% das exportações), petróleo (10% das exportações) e exportações de mobília, algodão e papel também são importantes (abaixo de 5%, cada). As principais importações são de carros e motores elétricos. Os maiores parceiros em termos de exportação, são a Polónia, Espanha, Holanda e Guiana.[40]

O maior parceiro em termos de importações de São Tomé e Príncipe é Portugal, 56% das importações provêm de Portugal. Outros parceiros em termos económicos, são a China, Nigéria, França e Estados Unidos.[40]

Infraestrutura

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Educação

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A nível superior existem neste momento as seguintes instituições:

A última é dependência da universidade privada portuguesa do mesmo nome.

Saúde

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São Tomé e Príncipe sofre uma taxa de mortalidade infantil bastante elevada (27% segundo a OMS, em 2015[42])e possui uma incidência muito significativa de doenças infecciosas e carências nutricionais nas causas de morte.

A rede sanitária do país possui uma boa cobertura. Esta é constituída por postos comunitários geridos pelos agentes de saúde comunitária, postos de saúde a cargo de enfermeiro e centros de saúde dirigidos por médicos, com alguns serviços diferenciados inclusive com hospitalização. O único hospital de referência denomina-se Hospital Dr. Ayres de Menezes, na capital, apresentando algumas deficiências nos cuidados de saúde prestados.[43] Os serviços de saúde possuem unidades de internamento distritais emCaué (construída com o apoio da ONG portuguesaAMI),Lembá e nailha do Príncipe e, ainda, centros de saúde nos restantes distritos. Os tratamentos mais diferenciados são encaminhados para o Gabão ou para Portugal.

Graças a fortes investimentos, em cooperação com aOrganização Mundial de Saúde, entre 2000 e 2015 opaludismo, a doença mais mortal do mundo, não vitimou qualquer cidadão em São Tomé e Príncipe. Em consequência deste progresso o país recebeu três Prémios de Excelência entregues pelaAliança dos Líderes Africanos contra a Malária, pelo cumprimento doObjetivo de Desenvolvimento do Milénio referentes à reversão da incidência da malária e de outras doenças até 2015.[43]

Cultura

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Tchiloli
Ver artigo principal:Cultura de São Tomé e Príncipe

Nofolclore santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentistas (século XVI): "A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "Tchiloli" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos "Autos de Floripes"[44] que ainda hoje é representado na aldeia das Neves, perto deViana do Castelo.

A Cena Lusófona editou um livro,Floripes Negra, em que Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações comPortugal.

Património

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Arquitetura religiosa

Arquitetura militar

  • Forte de Santo António (Ponta da Mina) (edificado depois de 1695 e reconstruído em 1809)
  • Fortaleza de São Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe) (1566) (cidade de São Tomé)
  • Forte de São Jerónimo (1613)
  • Forte de São José (1756)

Edificações do século XX

Património de origem portuguesa

  • Esculturas dePêro Escobar,João de Santarém eJoão de Paiva reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião
  • Monumentos aVasco da Gama e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal dacidade de São Tomé
  • Edificações do séc XIX e XX, designadas por "Roça" implantadas um pouco por todo o território. De cariz agrícola dispunham além das áreas habitacionais, de valências industriais, saúde, educação, produção e transformação agrícola e industrial.

Património científico

Ver também

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AWikipédia possui acategoria:
São Tomé e Príncipe

Referências

  1. abcdefg«São Tomé e Príncipe no CIA World Factbook». Central Intelligence Agency (CIA). Consultado em 26 de agosto de 2023 
  2. ab«São Tomé e Príncipe tem 187.356 habitantes – Téla Nón».telanon.info 
  3. abFundo Monetário Internacional (FMI), ed. (Outubro de 2014).«World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014 
  4. «Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022» 🔗(PDF). Programa de Desenvolvimento das Nações Unida. Consultado em 8 de setembro de 2022 
  5. «São Tomé and Príncipe Returns to GMT».Time and Date (em inglês). Consultado em 7 de março de 2019 
  6. abcdefg«São Tomé e Príncipe».Info Escola. Consultado em 7 de março de 2019 
  7. «São Tomé e Príncipe».Brasil Escola. Consultado em 7 de março de 2019 
  8. ab«República Democrática de São Tomé e Príncipe». Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Consultado em 7 de março de 2019 
  9. «Boas Vindas!». Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe. Consultado em 7 de março de 2019 
  10. «São Tomé e Príncipe anuncia graduação a país de renda média para 2024».ONU News. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  11. ab«Descubra a história e os encantos do arquipélago de São Tomé e Príncipe». Rede Globo. 8 de dezembro de 2012. Consultado em 7 de março de 2019 
  12. «The Expulsion 1492 Chronicles, section XI: "The Vale of Tears", quoting Joseph Hacohen (1496–1577); also, section XVII, quoting 16th century author Samuel Usque». Aish.com. 4 de agosto de 2009. Consultado em 29 de setembro de 2013 
  13. «Home - Pacific Biodiesel».Pacific Biodiesel (em inglês). Consultado em 20 de maio de 2017 
  14. abcdeSérie de autores e consultores,Dorling Kindersley,History (título original), 2007,ISBN 978-989-550-607-1, pág 555
  15. Isabel Castro Henriques (2000).São Tomé e Príncipe: A invenção de uma sociedade. Lisboa: Vega. p. 18.ISBN 9789726995692 
  16. abNegreiros, António Lobo de Almada; Augusto Chevalier (1901).Colonies portugaises. L'ile de San-Thomé. Paris: Sociedade de Geografia de Lisboa 
  17. Seibert, Gerhard (8 de fevereiro de 2011).«Rei Amador: história e mito do líder da revolta de escravos em São Tomé (1595-1596).». Buala 
  18. Tony Hodges & Malyn Newitt,São Tomé e Príncipe: From plantation colony to microstate, Londres: Wstview, 1988
  19. UMBELINA, Natália (2019).Trabalho Forçado no Arquipélago de São Tomé e Príncipe: Os Serviçais. Oeiras, Município de Oeiras: [s.n.]
  20. SANTOS, Maciel. Trabalho forçado na época colonial – um padrão a partir do caso português? Hendu, v. 4, n. 1, p. 9-21, 2014.
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