Dá ainda pelos seguintesnomes comuns:rosa-canina[4] (com as variantesroseira-canina,[2]rosa-de-cão[2] eroseira-de-cão[2]);rosa-brava[2] (com a varianteroseira-brava[2]);roseira-silvestre,[2]mosqueta[5] esilvão.[6]
Trata-se de umarbusto defolha caduca, cujas dimensões podem variar entre 1 e 5 metros de altura.[7] Dispõe de ramos verdosos e fortes, arqueados ou erectos, oiriçados de espinhos chamadosacúleos.[8]
Asfolhas são pinadas, amiúde têm 1 ou 2 acúleos subestipulares, e são compostas com cinco a sete folíolos de margens serradas.[8] Osfolíolos, por sua vez, têm um formato ovado-lanceolado e uma base arredondada.[3] Opecíolo tanto pode ter penugem, como ser glabro, estando, por vezes dotado de pequenos acúleos que se estendem peloráquis e pela nervura central.[9]
Asflores são grandes, medindo entre 4-6 cm de diâmetro, e contam com cincopétalas, de cor branca ou rosa.[8] As flores podem ser solitárias ou agrupar-se em conjuntos de 2 a 5 e exalam um odor almiscarado.[9] Asbrácteas são são ovado-lanceoladas e caducam antes da úrnula amadurecer, sendo por vezes substituídas por umaestípula ou folha com 1 a 3 folíolos.[9] A úrnula é esférica ou elipsoidal, costuma ser lisa na superfície, só muito raramente aparece com acúleos, podendo, por vezes, mostrar-se mais carnosa do que lisa.[3] Costuma ter uma coloração próxima do vermelho escuro.[9] Assépalas são lanceoladas, pelosas na face interna e na margem, mas glabras na face externa, caducando antes da flor amadurecer.[9]
Esta planta floresce na Primavera, de Abril a Junho.[2]
Produz umfruto macio, comummente designado cinarrodo,[8] de formato oval ou elíptico, com 1,5 a 2 cm de comprimento, e uma coloração entre o vermelho e o alaranjado.
É uma espécie muito polimórfica, reunindo um vasto rol de formas hibridógenas que se caracterizam pela sua reprodução sexual atípica, em que se formam sempre gametas masculinos com 7 cromossomas.[9]
Encontra-se na maior parte da Europa, no Cáucaso, na Ásia Central e no Próximo Oriente até Afeganistão e Paquistão. Está presente no Noroeste africano e na Macaronésia.[2]
Foi naturalizada na América do Norte, no Chile e no Sul da Austrália.[9]
Esta espécie, nativa da região mediterrânica era muito apreciada pelos romanos, que as usavam para exornar os seus jardins, incluindo nasvillae romanas na Lusitânia.[8]
Com efeito, a silva-macha era um motivo botânico comum na arte romana, figurando nas pinturas de murais dos jardins dePompeia[10] e nos mosaicos davilla romana doRabaçal.[8]
As rosas-de-cão eram usadas para fazer grinaldas e para fazer perfumes durante a Antiguidade Clássica, na orla Mediterrânea.[8] Historicamente, os seus frutos - denominados cinarrodo- eram usado para confeccionar geleias,[9] com efeito, hodiernamente, naBulgária, ainda são aproveitados para fazer vinho doce echá.
O cultivarRosa canina assisiensis é o único sem espinhos. Os frutos são usadas como aromatizante nacockta, uma bebida não-alcoólica eslovena.
Na medicina tradicional austríaca, utilizam-se para produzir uma infusão destinada ao tratamento de infeções virais e doenças dosrins e dotrato urinário.
Nofolclore português, a silva-macha ou silvão esteve historicamente associada a práticas mágicas, às mãos de benzedores, para operar curas mágicas sobre os enfermos.[11]
Com efeito, o Livro V dasOrdenações Manuelinas, em 1514, cominava o uso do silvão em fervedouros, benzeduras e ensalmos de teurgia ou magia branca, sob pena de açoites públicos e multa até três mil reais.[11]