É formado pela confluência de três outros rios, oNilo Branco (Bahr-el-Abiad), oNilo Azul (Bahr-el-Azrak) e orio Atbara. O Nilo Azul (Bahr-el-Azrak) nasce nolago Tana (Etiópia), confluindo com o Nilo Branco emCartum, capital doSudão.
Osantigos egípcios chamavam-lheitéru (trans. =jtrw) que significava "grande rio".[10] Esta "palavra" seria transformada mais tarde emeior .
Para alguns autores a palavra Nilo pode estar relacionada com a raiz semítica "nahal", que significa vale. Emlíngua árabe ehebraico, duas línguas semíticas, rio diz-senahrun enehar respectivamente. Contudo, duas outras línguas semíticas, o aramaico e alíngua ge'ez usam palavras pouco semelhantes a "nahal" para se referirem a um rio (felege ewonz).[11][12]
A palavra Nilo (emárabe:nīl), deriva dogregoΝεῖλος (Neilos), que seria uma transcrição deformada do termo egípcioNa-eiore, plural deeior designando odelta.[13] Emárabe escreve-seالنيل (An-Nil).
Tradicionalmente considerava-se que o rio Nilo nasce nolago Vitória.[14] Contudo, o próprio lago Vitória tem como principal tributário orio Cagera, que é por causa disso considerado como fonte mais remota do Nilo.[15]
O rio Cagera, que deságua no lago Vitória perto da cidadetanzaniana de Bukoba, tem doisafluentes principais, o rio Ruvyironza, que nasce na província deBururi, noBurundi[16] e orio Nyabarongo que nasce naFloresta Nyungwe, noRuanda. No entanto, uma expedição recente descobriu a nascente do rio Rukarara, também afluente do Nyabarongo, ainda na Floresta Nyungwe, mas vários quilómetros a montante, o que permite atribuir ao Nilo o comprimento total de 7088 km.[1]
O Nilo propriamente dito começa emJinja (Uganda), na borda norte do lago Vitória, correndo para norte através das quedas Ripon (que deixaram de existir desde a construção da barragem de Owen Falls em 1954), passando pelolago Kyoga e pelolago Alberto. O ramo entre estes dois lagos é conhecido como o Nilo Vitória.
Em Númula e até se encontrar com o rio Sobate (um pouco acima de Malacal) o Nilo é conhecido como o Baral Jabal, o rio Montanhoso. Torna-se então mais sinuoso, recebendo junto ao lago No o rio Gazzal (Gazela) como afluente. Porém, antes disso, o Nilo passou por entre um pântano, o Sudd.
Entre Malacal e Cartum, o Nilo é conhecido como o Nilo Branco. EmCartum o Nilo Branco recebe as águas doNilo Azul, oriundo dos altos planaltos da Etiópia.
A 322 quilómetros a norte de Cartum, o Nilo recebe o seu último grande afluente, orio Atbara, oriundo igualmente do planalto abissínio. O rio avança então pelos penhascos da região da Núbia até chegar aAssuão no Egipto. A partir deAssuão o vale alarga até se atingir o Delta, desaguando no mar Mediterrâneo.
ODelta do Nilo é uma região plana com uma forma triangular, apresentando 160 km de comprimento e 250 km de largura. No Delta o Nilo bifurca-se em dois canais que levam as suas águas para o Mediterrâneo: a oeste, o canal de Roseta, e, a leste, o de Damieta.
O Nilo possui várias cataratas, mas na antiguidade distinguiam-se seis cataratas clássicas do Nilo que estavam situadas entreAssuão eCartum.
A primeira catarata situa-se emAssuão, constituindo hoje em dia a única catarata do Nilo em território egípcio. Esta catarata era na Antiguidade a fronteira sul doAntigo Egito, pois a partir dali começava aNúbia.
A segunda catarata, perto de Uadi Halfa, encontra-se hoje submersa. O faraóSesóstris III ordenou a construção nas suas redondezas das fortalezas de Semna e Kumma.
Margem esquerda (ocidental) do rio Nilo, entre Edfu e Com Ombo
Julga-se que os antigosEgípcios conheciam o Nilo até ao ponto de confluência do Nilo Branco com o Nilo Azul, emCartum. Embora não tenham explorado o Nilo Branco, acredita-se que conheceriam o Nilo Azul até à suanascente nolago Tana.
Em meados doséculo V a.C., o historiadorgregoHeródoto realizou uma viagem aoEgito, tendo percorrido o rio atéAssuão, a fronteira tradicional doAntigo Egito.
Noséculo II a.C.Eratóstenes desenhou um mapa que mostrava de forma bastante precisa o percurso do Nilo atéCartum, no qual também se mostravam dois afluentes, oAtbara e o Nilo Azul. Eratóstenes foi o primeiro a postular que a nascente do Nilo estaria em lagos equatoriais.
Em 66 d.C., na época do imperadorNero, o exército romano tentou encontrar a nascente do rio. Porém, e segundoSéneca, o pântano Sudd, impediu o exército de avançar. Ainda noséculo I um mercador grego chamado Diógenes relatou ao geógrafoMarino de Tiro que durante uma viagem pela costa oriental africana decidiu penetrar pelo continente, tendo ao fim de vinte e cinco dias chegado junto a dois grandes lagos e a uma cadeia de montanhas cobertas de neve de onde oNilo nasceria. Noséculo IIPtolomeu utilizou esta informação para fazer um mapa onde se mostrava o Nilo Branco a nascer desseslagos, que recebiam as suaságuas dasmontanhas da Lua (Lunae Montes). É provável que estas montanhas sejam os montes Ruvenzori, situados entre oUganda e oZaire.
Noséculo XII,Dreses atribui como nascente do rio Nilo e dorio Níger um lago. Noséculo XVI conhece-se uma expedição árabe que procurou atingir as nascentes do Nilo pelo Saara e Sudão.
Em1618 o jesuítaPero Pais (ou Pedro Páez) foi o primeiro europeu a localizar as nascentes do Nilo Azul nolago Tana, tendo falecido na Etiópia vítima de malária. Em1770 o escocês James Bruce realizou uma viagem de exploração do Nilo Azul no lago Tana, ficando com a fama de descobridor da sua nascente, embora como exposto o jesuíta ali chegou primeiro.
Cais da cidade deCom Ombo, na margem direita do rio Nilo
A partir de 1821, oquedivaMaomé Ali e os seus filhos seriam responsáveis por várias viagens de exploração do Nilo. Em dezembro de 1856,Richard Francis Burton convidouJohn Hanning Speke para participar numa expedição aos grandes lagos da África Oriental. Em resultado da expedição Burton e Speke tornaram-se os primeiros europeus a chegar aolago Tanganica em fevereiro de1858. Na viagem de regresso Speke viajou em sentido norte e descobriu olago Vitória (que recebeu este nome em honra da rainha Vitória) e que considerou como nascente do Nilo.
Em1860, sob os auspícios daRoyal Geographical Society, Speke realiza uma nova expedição à região acompanhado por James Grant, da qual resultaria a descoberta dorio Cagera e do local de saída do Nilo a partir do lago Vitória (as quedas de Ripon, 1862).
O Nilo é normalmente tido como o maior rio do mundo, com um comprimento de cerca de 6 852 km,[2] e oAmazonas como o segundo maior, com um comprimento de cerca de 6 400 km.[3][2] O debate sobre a verdadeira origem (nascente) dos respectivos rios e, portanto, sob o seu comprimento, intensificou-se nas últimas décadas. Segundo estudos brasileiros e peruanos efectuados em 2007 e 2008,[4] foram acrescentados à nascente do Amazonas os canais de maré da bacia do interior sul da Amazónia e o estuário do Pará do Tocantins, concluindo-se dessa forma que o Amazonas tem um comprimento de 6 992 km sendo portanto maior que o Nilo, cujos estudos até a data apontavam para um comprimento calculado em 6 853 km,[5] quando se suponha que a nascente do Nilo era no rio Cagera. No entanto, estudos efectuados em 2009 apontam para que a nascente do Nilo seja no rio Rukarara passando este a ter 7 088 km[1] e voltando novamente a ser o maior rio do mundo. Todos estes estudos levam a que o comprimento de ambos os rios permaneça em aberto, continuando por isso o debate e como tal, continuando-se a considerar o Nilo como o rio mais longo.[3]
Em 2008 a Sociedade Geográfica de Lima, apoiada por entidades da comunidade científica internacional, teria colocado fim à polémica sobre a origem dorio Amazonas. Com nascente nosAndes do sul doPeru, o Amazonas é o maior rio do mundo, com quase 7 000 km, maior que o Nilo, na África. A verdadeira nascente do Amazonas foi identificada na quebrada Apacheta, na base do Nevado Quehuisha, no departamento deArequipa, Peru, a 5 150 m de altitude, percorrendo 7 062 km de extensão, pelo Peru e Brasil, até a sua desembocadura noAtlântico.[7] Meses mais tarde o INPE, afirma que efectuou medições correctas e que afinal o Amazonas é apenas 140 km maior que o Nilo, tendo os rios respectivamente 6 992,06 km e 6 852,15 k.[5] No entanto novos estudos efectuados no Nilo apontam para que este tenha uma extensão maior, mais precisamente 7 088 km.[1] Nenhum destes valores até ao momento foi aceito como correto, pelo que o verdadeiro tamanho de ambos continua em aberto.
↑O Nilo é normalmente tido como o maior rio do mundo, com um comprimento de cerca de 6852 km,[2] e oAmazonas como o segundo maior, com um comprimento de cerca de 6400 km.[3][2] O debate sobre a verdadeira origem (nascente) dos respectivos rios e, portanto, sob o seu comprimento, intensificou-se nas últimas décadas. Segundo estudos brasileiros e peruanos efectuados em 2007 e 2008,[4] foram acrescentados à nascente do Amazonas os canais de maré da bacia do interior sul da Amazónia e o estuário do Pará do Tocantins, concluindo-se dessa forma que o Amazonas tem um comprimento de 6992 km sendo portanto maior que o Nilo, cujos estudos até a data apontavam para um comprimento calculado em 6853 km,[5] quando se suponha que a nascente do Nilo era no rio Cagera.[6] No entanto, estudos efectuados em 2009 apontam para que a nascente do Nilo seja no rio Rukarara passando este a ter 7088 km[1] e voltando novamente a ser o maior rio do mundo. Todos estes estudos levam a que o comprimento de ambos os rios permaneça em aberto, continuando por isso o debate e como tal, continuando-se a considerar o Nilo como o rio mais longo.[3]
↑Em 2008 a Sociedade Geográfica de Lima, apoiada por entidades da comunidade científica internacional, teria colocado fim à polémica sobre a origem dorio Amazonas. Com nascente nosAndes do sul doPeru, o Amazonas é o maior rio do mundo, com quase 7000 km, maior que o Nilo, na África. A verdadeira nascente do Amazonas foi identificada na quebrada Apacheta, na base do Nevado Quehuisha, no departamento deArequipa, Peru, a 5150 m de altitude, percorrendo 7062 km de extensão, pelo Peru e Brasil, até a sua desembocadura noAtlântico.[7] Meses mais tarde o INPE, afirma que efectuou medições correctas e que afinal o Amazonas é apenas 140 km maior que o Nilo, tendo os rios respectivamente 6992,06 km e 6852,15 k.[5] No entanto novos estudos efectuados no Nilo apontam para que este tenha uma extensão maior, mais precisamente 7088 km.[1] Nenhum destes valores até ao momento foi aceite como correcto, pelo que o verdadeiro tamanho de ambos continua em aberto.
Referências
↑abcdefgS. Liu, P. Lu, D. Liu, P. Jin, W. Wang (2009). «Pinpointing the sources and measuring the lengths of the principal rivers of the world».International Journal of Digital Earth (em inglês).2 (1): 80 - 87.ISSN1753-8947.doi:10.1080/17538940902746082 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)