Orinoceronte-de-sumatra ourinoceronte-de-samatra (nome científico:Dicerorhinus sumatrensis, dogregodi, dois +cero, corno +rhinus, nariz/focinho; e dolatim,ensis, relativo aSumatra) é uma das cinco espécies viventes de rinocerontes da famíliaRhinocerotidae. Outras denominações vérnaculas incluemrinoceronte-sumatrano,rinoceronte-peludo, erinoceronte-de-dois-chifres-asiático.
É a menor das espécies derinocerontes recentes e a que tem características mais primitivas. Como seus parentesafricanos, possui dois cornos, sendo o anterior muito maior que o posterior. Apresenta umapelagem marrom-acastanhada única entre os membros da família. Pouco se conhece a respeito de sua ecologia, comportamento e reprodução na natureza, devido a seus hábitos furtivos e noturnos e pela dificuldade de pesquisa noambiente florestal. Entretanto, dezenas de estudos em cativeiro foram desenvolvidos para auxiliar nos programas deconservação ex situ. É a espécie de rinoceronte que mais apresenta vocalizações.
Originalmente distribuído pelosudeste asiático, foi dizimado em grande parte de sua área geográfica, restando apenas pequenas populações isoladas, naIndonésia eMalásia. Considerado em perigo crítico pelaIUCN, sua população é de difícil determinação devido aos hábitos solitários, mas sendo estimada por volta de 300 animais. O declínio da espécie é atribuído principalmente àcaça predatória para o comércio ilegal dos cornos, que possuem um valor alto namedicina tradicional chinesa. Outros fatores incluem a perda do habitat para a agricultura, pecuária e indústria madeireira. O recenteterremoto de 2004 que devastou grande parte da região deAceh contribuiu negativamente para a conservação do rinoceronte, devido à grande extração de madeira no ecossistema de Lesuer.
Um programa deconservação e reprodução em cativeiro foi iniciado em 1984 na Malásia, entretanto a grande maioria dos animais morreu sem gerar descendentes. O programa foi então adaptado, para santuários ou centros de conservação, localizados em Sungai Dusun, Way Kambas e Sepilok. Fora do sudeste asiático, oZoológico de Cincinnati é o único lugar a manter uma coleção de espécimes, e um programa de reprodução em cativeiro, que após inúmerasconcepções fracassadas, obtendo êxito em 2001 com o nascimento do primeiro rinoceronte-de-sumatra gerado em cativeiro. A fêmeaEmi pariu outras duas vezes, em 2004 e 2007, quebrando todos os recordes e dando esperança para o futuro da espécie.
Emi com o filhoteHarapan (14 meses), no Zoológico de Cincinnati.
O rinoceronte-de-sumatra originalmente era encontrado do norte deMianmar, extremo nordeste daÍndia eBangladesh até apenínsula malaia e nas ilhas deSumatra eBornéu. Relatos não confirmados também identificaram a espécie noCamboja,Laos eVietnã.[6] Adistribuição geográfica precisa é indeterminada, os registros históricos não conseguem distinguir os rinocerontes ao nível de espécie, devido asimpatria parcial com os outros dois rinocerontes asiáticos (Rhinoceros sondaicus eRhinoceros unicornis).[2] Registros paleontológicos, demonstraram a presença doD. sumatrensis na caverna Liucheng, datada doPleistoceno Inferior e localizada na província deGuangxi, estendendo o território pleistocênico da espécie até o sul daChina.[7] Está extinto na Índia e Bangladesh. Algunsconservacionistas acreditam que ainda possam ter sobrevivido em Mianmar e/ou naFronteira Índia-Mianmar.[8] No entanto, os tumultos políticos no país impedem qualquer assentamento para o estudo de possíveis exemplares sobreviventes.[4] É pouco provável que qualquer rinoceronte sobreviva naTailândia.[8]
Na Índia a espécie ocorria principalmente na região de fronteira com a entãoBirmânia, nas províncias deNagalândia,Manipur,Mizorã,Tripurá eBengala Ocidental; e também na região deChatigão (atual Bangladesh).[9] A grande maioria dos registros e dos animais mortos ocorreram de 1868 até o início de 1900; relatos dedécada de 1930 indicavam a existência de poucos animais nas Cordilheiras de Lushai e nas Colinas de Tripura (Índia) e no Trato de Chatigão (Bangladexe). Nas décadas de1950 e1960 aconteceram relatos duvidosos, mas nenhum registro foi confirmado. Em Mianmar os registros iniciaram-se em 1838 principalmente nas regiões de Arakan,Pegu eTenasserim; os últimos registros foram entre agosto de 1943 e maio de 1945 quando três animais foram avistados por oficiais britânicos na região deArracão;[10] entretanto Ansell (1947) relata um animal morto em 1946.[11] Na Tailândia os registros ocorreram majoritariamente próximos àsfronteiras com Mianmar e Malásia. Os últimos registros confirmados foram animais mortos em 1959 naprovíncia Kanchanaburi e em 1970 naprovíncia de Chaiyaphum.[11] Uma expedição realizada entre 25 de março a 2 de abril de 1998 nafronteira Malásia-Tailândia não encontrou vestígios de rinocerontes-de-sumatra na região, apenas relatos de caçadores indicaram a possível presença de três animais.[12]
Habita preferencialmenteflorestas tropicais eflorestas úmidas de altitude, mas ocasionalmente ocorre em florestas marginais e secundárias. É encontrado principalmente em áreas montanhosas próximas às fontes de água, podendo mover-se para regiões mais baixas em determinadas estações do ano.
O rinoceronte-de-sumatra é o menor de todos os rinocerontes atuais, possuindo um corpo relativamente curto e troncudo.[17] Apele é coriácea, espessa e de coloração castanho-acinzentada escura. Na face, a pele assume um aspecto rugoso ao redor dos olhos, mas o focinho arredondado é liso devido à intensaqueratinização. As placas de pele corpóreas são menos pronunciadas que no gêneroRhinoceros e mais desenvolvidas que nos gênerosDiceros eCeratotherium.[15] Estando concentradas em duas regiões principais, uma no tronco logo após os membros dianteiros e outra no flanco e ventre (mas não sobre o dorso) antes dos membros traseiros.[11] A espécie possui maispêlos que os demais membros da família, e a pelagem castanho-avermelhada é mais densa e longa nos filhotes e nos adultos jovens, tornando-se mais esparsa, grossa e escura nos adultos. Em cativeiro, os adultos podem apresentar uma pelagem mais abundante devido à falta de abrasão com a vegetação.[16] Olábio superior é recurvado e preênsil.[17]
Gravura da cabeça do rinoceronte-de-sumatra.
Como nos espécimes africanos, possui doiscornos. Um localizado noosso frontal, menor e medindo cerca de dez centímetros, quase não é notado. E o segundo noosso nasal, maior e medindo geralmente entre 15 e 25 centímetros, entretanto, registros de espécimes com cornos de 38 e 80 centímetros são documentados noMuseu de História Natural de Londres.[18] O corno nasal é também conhecido como corno anterior e o frontal como posterior. Os cornos são cinza-escuros ou negros. A espécie possuidimorfismo sexual, sendo os cornos dos machos maiores que os das fêmeas, não havendo outra característica física que possibilite a determinação dos sexos.
O rinoceronte-de-sumatra tem hábito solitário, com exceção da época reprodutiva, quando formam casais temporários e, posteriormente, as mães com seus filhotes. Cada rinoceronte tem um território permanente e bem definido, que inclui uma área de sal e um poço de lama. Omacho possui território mais amplo, com cerca de 30–50 km², que se sobrepõe ao de váriasfêmeas, que tem territórios menores com cerca de 10–15 km².[11][16] Os territórios das fêmeas são separados uma das outras, exceto pelos depósitos de sal, que tendem a ser comunitários.[15] Não há evidências de enfrentamento na defesa dos territórios, entretanto, estes são demarcados comurina,fezes, galhos quebrados e solo revolvido.
Rinoceronte-de-sumatra numa poça de lama no Zoológico de Cincinnati.
Os animais realizam pequenos movimentos sazonais, mantendo-se nasmontanhas na época das chuvas, quando as planícies estão inundadas, e descendo quando o clima torna-se mais ameno, próximo ao final daépoca das chuvas; retornando às elevações em março, possivelmente para escapar do ataque detabanídeos, que são comuns nas áreas baixas na estação da seca.[15] Encontra-se mais ativo ao anoitecer, sendo que a maior parte do dia é gasto nas poças de lama ou atoleiros, que são escavados ou aprofundados pelos próprios animais, geralmente localizados no topo de umacolina ou em uma área próxima a um pequenocórrego. A região ao redor do poço, cerca de 10-35 metros, é limpa de vegetação. Chafurdar na lama atua como mecanismo de resfriamento corporal e também protege a pele contra ataque deinsetos e outrosparasitas.[15]
Espécimes em cativeiro, privados de banhos adequados, logo enfrentam rachaduras e inflamações nocouro, supurações, problemas oculares,unhas inflamadas, perda de pêlo, eventualmente levando a morte.[19] Um estudo ao longo de 20 meses observando o comportamento do rinoceronte-de-sumatra e seus banhos demonstra que ele não visita mais que três atoleiros no mesmo período. Após 2 a 12 semanas servindo-se de um poço em particular, o rinoceronte o abandona. Tipicamente, o rinoceronte-de-sumatra banha-se por volta do meio-dia durante 2 a 3 horas de cada vez antes de aventurar-se em busca do alimento. A despeito de ter sido observado mergulhado na lama doszoológicos por menos de 45 minutos por dia, o estudo de animais selvagens demonstra que gastam de 80 a 300 minutos (em média 166 minutos) por dia nesta atividade.[19]
Rinoceronte em trilha na densa vegetação se alimentando.
O animal mantém uma rotina diária, percorrendo trilhas bem definidas abertas na floresta, dos atoleiros às áreas de alimentação, mudando essas áreas a cada 10 a 15 dias. A relativa ausência de atoleiros próximos aosrios nos territórios do rinoceronte-de-sumatra indica que ocasionalmente podem banhar-se nos rios em vez dos atoleiros.[20] As trilhas no seu território podem dividir-se em duas categorias: trilhas principais - utilizadas por gerações de rinocerontes em suas migrações entre as diversas áreas de seu território, como as que ligam depósitos de sal ou áreas separadas por terrenos muito acidentados - e trilhas menores - entre as áreas de alimentação ainda cobertas devegetação. Os rinocerontes-de-sumatra ocasionalmente quebram brotos deárvores que não consomem. Supõem-se que este comportamento seja empregado como forma de comunicação, frequentemente indicando uma bifurcação em umatrilha.[20] Sabe-se que existem trilhas que podem cruzar grandes rios com 1,5 metros de profundidade e medindo 50 metros de largura. A força da correnteza nestes rios é grande, mas o rinoceronte é um forte nadador.[11][18]
Não houve muitas oportunidades de estudarepidemiologia no rinoceronte-de-sumatra. Existem relatos do século XIX de mortes de animais em cativeiro causadas porcarrapatos eGyrostigma sp.[11] Sabe-se que o rinoceronte também é vulnerável à doença sanguínea,surra, disseminada pormutucas portando o parasitaTrypanosoma sp. Em 2004, os cinco rinocerontes do Centro de Conservação do Rinoceronte-de-sumatra morreram em um período de 18 dias após terem sido infectados pela doença.[21] Excetuado ohomem, o rinoceronte-de-sumatra não tem predadores naturais.Tigres (Panthera tigris) ecães-selvagens-asiáticos (Cuon alpinus) são capazes de matar um filhote, mas estes permanecem próximos de suas mães. Contudo, a freqüência destas mortes é desconhecida.[16] Apesar de seu território sobrepor-se ao doelefante-asiático (Elephas maximus) e dotapir-malaio (Tapirus indicus), as espécies não parecem competir por alimento ouhabitat. Sabe-se mesmo que elefantes e rinocerontes-de-sumatra compartilham trilhas e muitas espécies menores, comocervos,javalis e cães-selvagens-asiáticos, utilizam-se das trilhas criadas pelos grandes animais.[20]
O rinoceronte-de-sumatra é o mais sonoro dentre os rinocerontes.[22] A observação de espécimes em cativeiro exibe a espécie quase constantemente vocalizando e sabe-se que faz o mesmo na natureza.[11] Emite três sons diferentes: oganido curto, ocanto e oassobio-assopro. O ganido curto dura apenas um segundo, é osom mais comum. O canto, assim denominado por sua semelhança com as vocalizações daBaleia-jubarte (ver:Canto das baleias), é o mais musical e o segundo mais comum dos sons. O canto varia em tom e dura de 4 a 7 segundos. O assobio-assopro é assim chamado pois consiste de um som assobiado de dois segundos imediatamente seguido por uma lufada de ar. O assobio-assopro á a mais alta das vocalizações, sonora o bastante para fazer vibrar as barras de ferro das jaulas. O propósito das vocalizações é desconhecido, contudo supõe-se que expressem sinais de perigo, prontidão sexual e localização, assim como outras vocalizações de outrosungulados. O assobio-assopro pode ser ouvido a grande distância, mesmo na mata densa em que o rinoceronte-de-sumatra vive. Vocalizações deelefantes, similares em volume, podem ser ouvidas por até 9,8 km e assim deve acontecer com o assobio-assopro.[22]
A dieta do rinoceronte inclui uma grande variedade de plantas, como: (sentido horário),Mallotus sp.,mangustin,Ardisia sp., eEugenia sp.
O rinoceronte-de-sumatra alimenta-se principalmente ao anoitecer e pela manhã. Sua dieta baseia-se em árvores novas, folhas, galhos tenros e brotos,[18] mas também ingerebambu.[11] Frutos também podem fazer parte de seu cardápio, entre os registrados estão:Garcinia mangostona,Mangifera indica,[20]Citrus medica ePayena costata.[11] Os rinocerontes ingerem em média de 50 a 60 quilogramas (quase 1% do peso vivo) de material vegetal por dia.[16] Baseando-se em avaliações de amostrasfecais, pesquisadores identificaram mais de 100 espécies de plantas consumidas pelo rinoceronte, entretanto, o número pode ser bem maior, devido à grande variedade de sua dieta.[11] Parte considerável de sua alimentação é composta porárvores jovens cujoscaules medem cerca de 1-6 centímetros de diâmetro. Os rinocerontes normalmente empurram essas pequenas árvores com seu corpo, entortando-as sem pisarem nelas, de modo a alcançarem asfolhas. Muitas das espécies de plantas que os rinocerontes consomem existem apenas em pequenas quantidades, o que implica mudanças constantes da dieta e dos locais de alimentação.[20]
Os rinocerontes, como todos osherbívoros, necessitam de uma suplementação mineral em sua dieta, que provêm de depósitos naturais de minerais presentes no meio ambiente. Estudos mostram que osódio é o elemento que os animais mais necessitam e o fator que atrai as espécies para esses depósitos naturais de minerais.[23] Pouco se conhece acerca das necessidades minerais dos rinocerontes-de-sumatra e o papel desses depósitos na nutrição mineral do animal não está claro.[24] Na Malásia peninsular, na região da floresta de Endau Rompin, uma área onde oDicerorhinus sumatrensis sumatrensis vive, não existem depósitos naturais de sal conhecidos.[25] Nasmontanhas Barisan e nasplanícies aluviais do leste de Sumatra os depósitos são raros.[20] E uma pesquisa realizada no Vale Danum, em Sabá, concluiu que a dieta vegetal contém uma quantidade suficiente de minerais para a nutrição dos animais, que não dependem de outras fontes de minerais, como os depósitos naturais.[24] No estudo observou-se a ingestão de plantas ricas em minerais como os gêneroMemecylon,Diospyros,Mallotus eMacaranga.
Emi com o filhoteHarapan (19 dias), no Zoológico de Cincinnati
Os hábitos reprodutivos do rinoceronte-de-sumatra têm sido estudados em cativeiro.[29] As fêmeas tornam-se sexualmente maduras com idade entre 6 e 7 anos, enquanto os machos somente com 10 anos de idade. O período degestação é de 15 a 16 meses. Ofilhote, que normalmente pesa entre 40 e 50 kg, é desmamado após aproximadamente 15 meses e fica com a mãe durante os primeiros 2 a 3 anos de sua vida. Em estado selvagem, o intervalo entre partos é estimado em 4 a 5 anos; a criação do filhote na natureza não é conhecida.[16]
As relações sexuais começam com um período de cortejo caracterizado pelo aumento da vocalização, movimentação da cauda,micção e contato físico, tanto o macho quanto a fêmea, usando seusfocinhos para bater na cabeça e nagenitália do outro. O estilo de cortejo é muito semelhante ao dorinoceronte-negro. Os machos jovens são muitas vezes agressivos com as fêmeas, chegando até a feri-las. Em estado selvagem, a fêmea pode fugir de um macho excessivamente agressivo, mas em cativeiro não conseguem. A incapacidade de escapar da agressividade dosmachos pode contribuir parcialmente para a baixa taxa de sucesso de programas de reprodução em cativeiro.[30][31]
O período doestro propriamente dito, quando a fêmea é receptiva ao sexo masculino, dura cerca de 24 horas e observações têm colocado sua recorrência entre 21 a 25 dias. Os rinocerontes do Zoológico de Cincinnati, com tamanhos semelhantes aos outros exemplares da espécie, foram observados copulando entre 30 e 50 minutos; observações noCentro de Conservação do Rinoceronte-de-sumatra da Malásia têm mostrado um período de acasalamento menor. Mas, como o Zoológico de Cincinnati teve gestações prósperas e os outros rinocerontes também têm cópulas longas, um acasalamento longo pode ser o comportamento natural.[30] Estudos em Cincinnati descobriram que a ovulação do rinoceronte-de-sumatra é induzida pela cópula e que os níveis deprogesterona são imprevisíveis.[32]
Devido à falta de informações, areprodução em cativeiro não tem um histórico de sucesso.[33] A captura de uma fêmea em 1984 na Malásia deu início a um programa de conservação em cativeiro do rinoceronte-de-sumatra.[34] Desde1984, um total de 27 animais eram mantidos em cativeiro ao redor do mundo; e passados seis anos, 29,6% morreram sem deixar nenhuma contribuiçãogenética para a conservação da espécie. Embora os pesquisadores tenham observado concepções bem sucedidas, todas as gestações terminam fracassadas por inúmeros motivos até o primeiro nascimento em cativeiro no ano de2001, no Zoológico de Cincinnati.[35]
O primeiro registro do rinoceronte-de-sumatra foi feito porWilliam Bell, que, em 1793, examinou um animal morto a 16 quilômetros de Fort Marlborough, próximo aBencoolen, na costa oeste de Sumatra.[3] Bell morreu no mesmo ano, mas seus esboços e descrição do espécime foram enviados ao naturalistaJoseph Banks, então presidente daRoyal Society, que publicou o material noPhilosophical Transactions of the Royal Society de 1793.[36] Desde Bell (1793), o rinoceronte proveniente de Sumatra foi considerado como uma espécie válida, mas não recebeu um nome científico devido à falta de interesse nessas formalidades e à confusão sobre a sistemática dos rinocerontes na época.[3]Johann Fischer von Waldheim, em 1814, foi o primeiro a propor o nome científico,Rhinoceros sumatrensis, baseado na descrição de Bell.
Carolus Linnaeus classificava todos os rinocerontes no gêneroRhinoceros.Joshua Brookes, em 1928, considerou o rinoceronte-de-sumatra, com dois cornos, suficientemente diferente do rinoceronte-indiano, de um corno, elevando-o a um gênero próprio, oDidermocerus. O gênero ainda sofreu outras duas nomeações: uma em 1841 porConstantin Wilhelm Lambert Gloger que propôs o nomeDicerorhinus e a outra em 1868, quandoJohn Edward Gray propôs o nomeCeratorhinus.[3]
Dicerorhinus foi usado universalmente para a espécie até 1951, quandoEllerman eMorrison-Scott reabilitaram o termoDidermocerus, sendo seguidos por muitoszoologistas. Em contrapartida, muitos outros rejeitaram a mudança donome que vinha sendo usado por muitos anos. Dúvidas a respeito da validade da publicação original doDidermocerus foram levantadas e a partir dessa data ambos os nomes foram utilizados na literatura.[37] Normalmente a denominação mais antiga tem a prioridade. Entretanto, Boylan (1967) levou o caso até aComissão Internacional de Nomenclatura Zoológica,[38] que em 1977, através de regulamentação, suprimiu oDidermocerus em favor doDicerorhinus, apesar de confirmar a autenticidade da publicação de Brookes.[39]
Groves, em 1965, reconheceu quatro subespécies para o rinoceronte-de-sumatra:R. s. lasiotis eR. s. niger para osudeste asiático,R. s. sumatrensis para Sumatra eR. s. harrisoni para Bornéu; entretanto, Ellerman e Morrison-Scott (1966) reconheceram apenas duas subespécies:R. s. sumatrensis para as ilhas de Sumatra e Bornéu eR. s. lasiotis para o continente.[40] Posteriormente o táxonniger foi sinonimizado com oR. s. sumatrensis. Trêssubespécies são reconhecidas por Groves (1967)[41] e Grubb (2005):[5]
Dicerorhinus sumatrensis sumatrensis(J. Fisher, 814), conhecido comorinoceronte-de-sumatra-ocidental, era encontrado na península malaia e na ilha de Sumatra, hoje só é encontrado no oeste de Sumatra e numa única localidade na Malásia peninsular. Possui conformação corporal grande, dentes de médios a pequenos, eoccipício estreito e baixo.[41] Um estudo conduzido por geneticistas daUniversidade Columbia demonstrou que não há diferençasgenéticas entre os animais da península malaia e do leste de Sumatra, mas há uma pequena diferença entre as populações do leste e do oeste da ilha.[42]
Dicerorhinus sumatrensis harrissoniGroves, 1965, conhecido comorinoceronte-de-sumatra-oriental ourinoceronte-de-bornéu, é restrito à ilha de Bornéu. A única população conhecida atualmente reside em Sabá, mas há registros não confirmados de animais em Sarawak e Kalimantan.[2] Possui conformação corporal pequena, dentes pequenos e occipício estreito, mas proporcionalmente alto e inclinado caudalmente.[41] A subespécie foi nomeada em homenagem aTom Harrisson, que trabalhou extensivamente em Bornéu nas áreas de zoologia e antropologia nadécada de 1960.[43] O rinoceronte de Bornéu é significativamente menor que as demais subespécies.[3]
Esboço deSclater (1876) mostrando a diferença entrelasiotis esumatrensis.
Dicerorhinus sumatrensis lasiotisBuckland, 1872, conhecido comorinoceronte-de-sumatra-setentrional ourinoceronte-de-sumatra-da-índia, era encontrado na Índia, Butão, Bangladesh e Mianmar. Está extinto nos três primeirospaíses, havendo uma possibilidade que haja populações remanescentes no norte de Mianmar.[2] Entretanto, instabilidades políticas na região impedem que expedições sejam feitas.[44] Possui conformação corporal grande, dentes grandes e occipício largo e alto.[41] O termolasiotis deriva dogrego e significa "orelhas peludas". Estudos demonstraram que seuspêlos auriculares não eram mais compridos que os das demais subespécies e a única diferença marcante era o tamanho avantajado que possuía.[3]
As subespécies são definidas basicamente pelas diferençascraniais edentárias, pouco se conhecendo (exceto pelo tamanho) sobre suas características externas.[11] Uma quarta subespécie é descrita por Groves (1972), oDicerorhinus sumatrensis eugeneiSody, 1946, conhecida através de material subfóssil (dentes) encontrados nas Cavernas Padang, do início doHoloceno.[18]
O declínio da população é atribuído principalmente àcaça predatória em busca de seus cornos muito valorizados pelamedicina tradicional chinesa, os quais atingem altos preços, até 30.000dólares americanos por quilograma nomercado negro.[50] Durante a década de 1970, foram documentados os usos de partes do corpo dos rinocerontes pelos habitantes locais de Sumatra, por exemplo, a utilização dos cornos comoamuletos devido à crença popular de que estes oferecem proteção contra envenenamento. Carne seca foi empregada como remédio paradiarreia,lepra etuberculose. "Óleo-de-rinoceronte" uma poção obtida de um crânio embebido emóleo de coco durante diversas semanas, era aplicado no tratamento dedoenças da pele. A extensão do uso e crenças destas práticas não são totalmente conhecidas.[4][11][20] Acreditava-se que cornos de rinocerontes eram amplamente utilizados como umafrodisíaco, mas na realidade a medicina tradicional chinesa nunca os empregou com este propósito,[50] utilizando-os principalmente contradores efebre.[16]
Aperda do habitat é outro fator que está afetando as populações, uma vez que as florestas tropicais no sudeste asiático estão sob forte pressão da indústria madeireira. Madeiras raras como "merbau", "meranti" e "semaram" são valiosas no mercado internacional, atingindo cifras como 1.800 dólares americanos por metro cúbico.[51] A aplicação de leis contra a coleta predatória é complicada pois a população local vive dentro ou próxima das mesmas florestas habitadas pelos rinocerontes. OTerramoto do Índico de 2004 aumentou a extração de madeira nas florestas do norte de Sumatra (província de Aceh), utilizada principalmente para a reconstrução das cidades destruídas pelatsunami; mas também gerando lucro para autoridades corruptas que vendem amadeira de lei ilegalmente ao mercado internacional.[13]
OParque Nacional Taman Negara possui a única população concentrada de rinocerontes-de-sumatra do continente asiático.
O rinoceronte está amplamente disperso ao longo de seuhabitat original, muito mais do que os outros rinocerontes asiáticos, o que tornou difícil para os conservacionistas protegerem a população efetivamente.[4] Orinoceronte-de-java, apesar de ser mais raro e contar com uma população menor, encontra-se mais estável que o de sumatra, já que sua população está concentrada noParque Nacional de Ujung Kulon. A população global do rinoceronte-de-sumatra diminuiu 85% (estimativa) entre 1970 e 1987.[52] Na década de 1970, foi criada pela "Species Survival Comission" da IUCN a "Asian Rhino Specialist Group", para concentrar os esforços na preservação do rinoceronte.[4] No terceiro encontro do grupo, emSingapura em 1984, decidiu-se lançar um programa de captura de animais selvagens para a reprodução em cativeiro em zoológicos daEuropa,Ásia eEstados Unidos. O programa de conservaçãoex situ, que transcorreu de 1986 a 1995, teve 50% de mortalidade (no total foram 40 indivíduos capturados) e o único filhote nascido em cativeiro era de uma fêmea capturada já prenhe.
Após os esforços fracassados, uma nova estratégia foi tomada pelos grupos responsáveis pela conservação do rinoceronte. Baseada na experiência em Sungai Dusun, Malásia, adaptou-se o programa de reprodução em cativeiro para santuários no próprio ambiente natural (in situ) denominados de"rhino protection units" (unidades de proteção ao rinoceronte).[4] Três unidades foram formadas:[53] a unidade doParque Nacional Way Kambas, em Sumatra, com 10.000 hectares e inicialmente com três rinocerontes vindos doReino Unido e daIndonésia (entretanto, uma fêmea morreu em 2001); a unidade daReserva da Vida Selvagem de Sungai Dusun, na Malásia peninsular, com aproximadamente 45 hectares e com sete animais (dois machos e cinco fêmeas); e o Centro de Sepilok, em Sabah, o menor de todos e com apenas um casal de rinocerontes.
Pouco se conhece sobre a variabilidade genética nas populações remanescentes ou o grau de divergência genética entre elas. Um estudo, comDNA mitocondrial, se mostrou inadequado para o manejo conservacionista de populações homólogas, já que não demonstrou diferenças entre as subpopulações fenotípicas existentes.[54] Estudo posterior identificou três linhagens distintas de rinocerontes-de-sumatra.[42] Oestreito de Malaca não representou uma barreira significante para os rinocerontes, já que indivíduos da península malaia e do leste de Sumatra apresentam padrões de mtDNA muito semelhantes. Por outro lado, animais do leste e do oeste da ilha apresentam umfluxo gênico mais restritivo, em decorrência da presença dasmontanhas Barisan, que constituíram uma barreira entre as duas populações. O rinoceronte-de-bornéu possui grande divergência genética com as outras populações, assim como características morfológicasfenotípicas distintas. Essas três linhagens podem ser consideradas como três unidades de conservação daespécie. Entretanto, em caso extremo, será possível cruzar indivíduos da unidade da península malaia/leste de Sumatra com a unidade do oeste de Sumatra, sem conseqüências genéticas negativas sérias, pois apresentam baixos níveis de divergência genética e ausência de diferenças dehaplótipos fixos, indicando um intercâmbio entre animais até recentemente.[42] Já a população de Bornéu deve ser considerada uma unidade totalmente distinta, sendo desaconselhado o cruzamento entre as outras linhagens.
Imagens da fêmeaBegum, exibida no Zoológico de Londres em 1872; ela foi aespécie-tipo para a descrição do táxonR. lasiotis.
Apesar de incomum, os rinocerontes-de-sumatra têm sido ocasionalmente exibidos emzoológicos por cerca de um século e meio. OZoológico de Londres possuía o maior número de animais, chegando a ter oito indivíduos, seisR. s. sumarensis e doisR. s. lasiotis.[11] O zoológico também possui o recorde de longevidade da espécie para o cativeiro, uma fêmea (lasiotis) viveu 32 anos e 8 meses. O primeiro espécime exibido vivo na Europa pertenceu à coleção doZoológico de Hamburgo, tendo sido adquirido em janeiro de 1872, e não o Zoológico de Londres que recebeu seu primeiro espécime em fevereiro de 1872. Neste mesmo ano sete animais foram trazidos a várias coleções ao redor do mundo, incluindo dois animais destinados a circos americanos. Entre 1872 e 1909, 48 animais eram mantidos em cativeiro.[55] Em 1960, apenas três animais existiam em cativeiro, um emBogor (Java), um emBasileia, e outro emCopenhague. Os rinocerontes de Bogor e Basileia morreram em 1961, e o doZoológico de Copenhague morreu em fevereiro de 1972.[11] Os rinocerontes-de-sumatra não prosperaram bem em cativeiro e os únicos registro de nascimento em cativeiro foram feitos a partir de fêmeas capturadas prenhes na natureza: um noZoológico de Calcutá em 1889 e quatro na cidade deMalaca (Malásia) em 1987.
De 1972 a 1984 não existiram exemplares mantidos em cativeiro. Entre 1984 e 1996 o programa de conservaçãoex situ afiançado pela IUCN transportou 40 animais capturados na natureza para zoológicos e reservas pelo mundo. Entretanto, o programa falhou e, em 1997, só metade dos animais ainda permanecia viva. Em 2004, uma epidemia de surra no Centro de Conservação do Rinoceronte-de-sumatra matou cinco rinocerontes cativos na Malásia peninsular, reduzindo a população de rinocerontes em cativeiro a oito espécimes: 4 nos Estados Unidos e 4 nosudeste asiático.[21]
Rapunzel morreu em dezembro de 2005 no Zoológico do Bronx.
Rinocerontes-de-sumatra em cativeiro:população total[55]
OsEstados Unidos inicialmente possuíam sete rinocerontes cativos mas, em 1997, seu número reduzira-se a três: uma fêmea no Zoológico de Los Angeles, um macho noZoológico de Cincinnati e uma fêmea no Zoológico do Bronx. Em um esforço final, os três rinocerontes foram reunidos em Cincinnati. Após anos de tentativas fracassadas, a fêmea de Los Angeles,Emi, engravidou pela sexta vez, do machoIpuh. Já engravidara cinco vezes anteriormente, mas todas terminaram em insucessos. No entanto os pesquisadores do zoológico haviam aprendido com estes fracassos e, com a ajuda de tratamento hormonal adequado,Emi pariu um macho saudável chamadoAndalas (uma palavra poética emindonésio para "Sumatra") em 13 de setembro de 2001, o primeiro nascimento gerado em cativeiro.[58] O nascimento deAndalas foi o primeiro nascimento de um rinoceronte-de-sumatra em cativeiro em 112 anos. Uma fêmea chamadaSuci ("pura" em indonésio) seguiu-se em 30 de julho de 2004.[59] Em 19 de abril de 2007,Emi pariu pela terceira vez, um segundo macho, chamadoHarapan ("esperança" em indonésio) ouHarry.[60]Rapunzel, após vários insucessos reprodutivos, foi novamente transferida para oBronx, onde morreu em dezembro de 2005, com cerca de 30 anos de idade.[61] Em 5 de setembro de 2009,Emi morreu aos 21 anos de idade no zoológico de Cincinnati,[62] a necropsia revelou umcomprometimento hepático, cuja análise do tecido, por patologistas veterinários, indicou que a causa da morte foi devido a falência do fígado causada pelahemocromatose.[63]
Em 2007,Andalas, que vivia noZoológico de Los Angeles, retornou a Sumatra para participar de programas reprodutivos com fêmeas saudáveis.[31][64]Andalas se acasalou comRatu no santuário localizado no Parque de Way Kambas, e, em 23 de junho de 2012, pariu o machoAndatu, o quarto nascimento em cativeiro registrado nos últimos 100 anos.[65]
A despeito dos recentes êxitos emCincinnati, o programa de reprodução em cativeiro permanece controverso.[31][50] Seus defensores afirmam que os zoológicos têm contribuído para o esforço deconservação ao estudar seus hábitos reprodutivos, ao alertar o público sobre o problema e ao disseminar informações sobre os rinocerontes, além de ajudar no levantamento de fundos para conservação em Sumatra. Os oponentes do programa de reprodução em cativeiro argumentam que as perdas são grandes demais; o programa caro demais; que a remoção dos rinocerontes de seuhabitat, mesmo temporariamente, altera seu papel ecológico e que as populações em cativeiro não igualam a taxa de recuperação observada em ambientes naturais bem protegidos.
Excetuados os poucos indivíduos mantidos em zoológicos e ilustrados nos livros, o rinoceronte-de-sumatra permanece pouco conhecido, ofuscado pelos mais comunsrinoceronte-indiano,rinoceronte-negro erinoceronte-branco. No entanto, recentemente, vídeos sobre o rinoceronte-de-sumatra em seu habitat e em centros de reprodução têm sido apresentados em diversos programas sobre a vida selvagem. Longas filmagens são encontradas no documentárioThe Littlest Rhino da Asia Geographic.[66]
Apesar de documentados por excrementos e trilhas, fotografias do rinoceronte-de-bornéu somente foram feitas e amplamente distribuídas por conservacionistas recentemente, em abril de 2006, quando câmeras escondidas fotografaram um adulto saudável nas florestas de Sabah.[67] No início de 2007 anunciou-se que câmeras haviam filmado o primeiro vídeo de um rinoceronte-de-bornéu. A filmagem noturna mostrava o rinoceronte alimentando-se, esquadrinhando a folhagem e farejando o equipamento de filmagem. OWorld Wildlife Fund, responsável pelo vídeo, empregou-o no esforço de convencer as autoridades locais a transformarem a área em uma zona de conservação para rinocerontes.[68]
Alguns relatos folclóricos sobre o rinoceronte-de-sumatra foram recolhidos por naturalistas coloniais e caçadores desde a metade doséculo XIX ao princípio doséculo XX.[11] Em Mianmar, acreditava-se que o rinoceronte-de-sumatra alimentava-se de fogo. Contos descrevem o rinoceronte-engolidor-de-fogo procurando a origem da fumaça, especialmente em fogueiras de acampamentos, e então atacando. Existe ainda a crença birmanesa de que a melhor época para caçar era em julho quando os rinocerontes-de-sumatra se reuniam sob a lua cheia. Na Malásia dizia-se que o corno do rinoceronte era oco e poderia ser usado como uma espécie de mangueira para respirar e esguichar água. Na Malásia e em Sumatra acreditava-se então que o rinoceronte trocava de corno a cada ano e que o enterrava no solo. Em Bornéu, afirmavam que o rinoceronte apresentava um peculiar hábito alimentar: após defecar em uma correnteza, virava-se e comia o peixe que tivesse sido paralisado pelo excremento.
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