De acordo com o Artigo 76 daConstituição Soviética de 1977, os estados socialistas soberanos soviéticos se uniram para se tornar aUnião das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O Artigo 81 da mesma constituição afirmava que "os direitos soberanos das Repúblicas da União deverão ser salvaguardados pela URSS".[2]
Todas as ex-repúblicas soviéticas são atualmente países independentes, e onze delas (todas, com a exceção dos países bálticos e daGeórgia) encontram-se atualmente integradas de maneira pouco definida sob o nome deComunidade de Estados Independentes.
Constitucionalmente, a União Soviética era umafederação. De acordo com as provisões da sua constituição (nas versões adotadas em 1924, 1936 e 1977), cada república tinha o direito de se separar da URSS. Ao longo daGuerra Fria, no entanto, este direito foi considerado como sem valor, embora o Artigo 72 da constituição de 1977 tenha sido usado em dezembro de 1991 para dissolver, eventualmente, a união, quando aRússia, aUcrânia e aBielorrússia se separaram dela.
Na prática, a União Soviética foi uma entidade altamente centralizada desde sua criação, em 1922, até a metade da década de 1980, quando as forças políticas despertadas pelas reformas empreendidas porMikhail Gorbachev resultaram no afrouxamento do controle central, e nasua eventual dissolução. Sob a constituição adotada em 1936, modificada ao longo das décadas, até outubro de 1977, os alicerces políticos da URSS eram formados pelosSovietes (conselhos) dos Deputados do Povo. Estes organismos existiam em todos os níveis da hierarquia administrativa, com a união, como um todo, situada sob o controle nominal doSoviete Supremo da União Soviética, sediado emMoscou, dentro da RSFS Russa.
Juntamente com a hierarquia administrativa estatal, existia uma estrutura paralela de organizações partidárias, que permitia que oPolitburo exercesse grande controle sobre as repúblicas. Os órgãos administrativos estatais recebiam ordens dos órgãos partidários paralelos, e as orientações de todas as autoridades partidárias e estatais precisavam ser aprovadas pelos órgãos centrais do partido. A prática geral nas repúblicas (com exceção da Rússia) era de ter uma autoridade local comochefe de Estado, e alguém de fora da república como secretário-geral local do partido.
Cada república tinha seu próprio conjunto de símbolos estatais: umabandeira, umbrasão e, com a exceção da RSFS Russa, umhino. Cada república da União Soviética também foi agraciada com aOrdem de Lênin.
Nas décadas finais de sua existência, a União Soviética consistia de 15 repúblicas socialistas soviéticas. Estas repúblicas desempenharam um papel importante nadissolução da URSS; sob o governo deMikhail Gorbachev, aglasnost e aperestroika foram implementadas, visando reviver a união, porém tiveram efeitos que acabaram por ampliar o poder destas repúblicas. Inicialmente, a liberalização política permitiu que os governos dentro das repúblicas ganhassem legitimidade ao adotar a democracia, nacionalismo ou uma combinação de ambos. Além disso, a liberalização levou a fissuras dentro da hierarquia partidária, que reduziram o controle soviético sobre as repúblicas. Finalmente, aperestroika permitiu que os governos controlassem os bens econômicos nas suas repúblicas e não repassassem fundos ao governo central. Estes esforços não foram bem-sucedidos, e, em 1991, a União Soviética ruiu à medida que os governos das repúblicas se separaram. Todas estas repúblicas se tornaram então Estados independentes, com seus governos consistindo, na maior parte dos casos, de antigos funcionários dos governos soviéticos destas repúblicas.