Anação tem umalonga história, composta por diversos períodos distintos. Acivilização chinesa clássica — uma das mais antigas do mundo — floresceu na bacia fértil dorio Amarelo, na planície norte do país.[18] O sistema político chinês era baseado emmonarquias hereditárias, conhecidas comodinastias, que tiveram seu início com a semimitológicaXia (aproximadamente2 000 a.C.) e terminaram com a queda dosQing, em 1911. Desde221 a.C., quando adinastia Qin começou a conquistar vários reinos para formar um império único, o país expandiu-se, fraturou-se e reformulou-se várias vezes. ARepública da China, fundada em 1911 após a queda da dinastia Qing, governou ocontinente chinês até 1949. Em 1945, a república chinesa adquiriuTaiwan doImpério do Japão, após o fim daSegunda Guerra Mundial. Na fase de 1946–1949 daGuerra Civil Chinesa, oPartido Comunista derrotou o nacionalistaKuomintang no continente e estabeleceu a República Popular da China, em Pequim, em 1 de outubro de 1949, enquanto o Partido Nacionalista mudou a sede do seu governo paraTaipei. Desde então, a jurisdição daRepública da China está limitada àTaiwan e algumas ilhas periféricas (incluindoPenghu,Quemói eMatsu) e o país recebereconhecimento diplomático limitado ao redor do mundo.
A palavra "China" é derivada dopersaCin (چین), que por sua vez é derivado dosânscritoCina (चीन).[26] O termo é registrado pela primeira vez em 1516 no diário do explorador portuguêsDuarte Barbosa.[27][28] A palavra sânscrita foi usada para se referir à China já em150 d.C.[29][30] Há várias teorias acadêmicas sobre a origem desta palavra. A teoria tradicional, proposta noséculo XVII porMartino Martini, é a de que a palavraChina é derivada deQin (秦), o mais ocidental dos reinos chineses durante adinastia Zhou, ou a partir do sucesso dadinastia Qin (221–206 a.C.).[31] A palavraCina é usada em duas escriturashindus — oMahābhārata, doséculo V a.C., e noCódigo de Manu, doséculo II a.C. — referindo-se a um país localizado na fronteiratibetana-birmana no leste daÍndia.[32][33]
Na China, os nomes comuns para se referir ao país incluemZhōngguó (chinês simplificado:中国, lit. ‘O(s) Estado(s) do Centro’) eZhonghua (chinês simplificado:中华), embora o nome oficial do país tenha sido alterado inúmeras vezes por sucessivasdinastias e governos modernos. O termoZhongguo apareceu em vários textos antigos, como oShujing doséculo VI a.C.,[34] e em tempos pré-imperiais ele foi muitas vezes usado como um conceito cultural para distinguir oHuaxia dos bárbaros. O termo, que pode ser singular ou plural, se refere ao grupo de Estados na planície central da China. Foi só noséculo XIX que a expressão surgiu como o nome formal do país. Os chineses não eram os únicos a definir a sua nação como "central", já que outras civilizações tinham a mesma opinião sobre si mesmas.[35]
Evidências arqueológicas sugerem que os primeiroshominídeos habitaram a China entre 250 000 a 2,24 milhões de anos atrás.[36] Uma caverna emZhoukoudian (próximo da atualPequim) continha fósseis datados entre 300 000 e780 000 a.C.[37][38] Os fósseis da caverna são doHomem de Pequim, um exemplo deHomo erectus que manipulava ofogo. Há também restos deHomo sapiens que datam de 18 a11 000 a.C. encontrados no local do Homem de Pequim.[39]
A tradição chinesa indica aDinastia Xia como a primeira dinastia imperial, mas ela era considerada mítica até que escavações científicas encontraram os primeiros sítios daCultura Erlitou, daIdade do Bronze, na província deHenan em 1959. Os arqueólogos já descobriram sítios urbanos, implementos de bronze e túmulos em locais citados como pertencentes aos Xia em antigos textos históricos, mas é impossível verificar se esses restos são dessa época sem registros escritos do período.[40]
Vários Estados independentes finalmente emergiram do enfraquecido governo Zhou e entraram em guerra constantemente uns contra os outros durante o chamadoPeríodo das Primaveras e Outonos, que durou 300 anos, sendo apenas ocasionalmente interrompido pelo imperador Zhou. Até o momento doPeríodo dos Reinos Combatentes, durante os séculos V eIII a.C., havia sete poderososEstadossoberanos no que é agora é a atual China, cada um com seu próprio rei, ministério e exército.[41]
O primeiro Estado unificado chinês foi estabelecido porQin Shi Huang, doEstado Qin, em221 a.C. Qin proclamou-se o "Primeiro Imperador" (始 皇帝) e impôs muitas reformas em toda a nação, principalmente a normalização forçada dalíngua, medidas, comprimento de eixos e da moeda chinesa. ADinastia Qin durou apenas quinze anos, caindo logo após a morte de Qin Shi Huang, que com o durolegalismo e políticas autoritárias levou a uma rebelião generalizada no país.[42][43]
Após o colapso dos Han, um outro período de desunião seguiu-se, que incluiu a época chamada deTrês Reinos.[45] Os Estados independentes chineses deste período, como oWu Oriental, estabeleceram relações diplomáticas com oJapão,[46] introduzindo o sistema de escrita chinês por lá. Em 581, a China foi reunificada sob o governo daDinastia Sui.[47] No entanto, essa dinastia recuou após sua derrota naGuerra Goguryeo-Sui (598–614).[48][49]
Durante as dinastiasTang eSong, a tecnologia e a cultura chinesa entraram em umaidade de ouro.[50] O Império Tang esteve no auge do poder até meados doséculo VIII, quando aRebelião de An Lushuan destruiu a prosperidade do reino.[51] A dinastia Song foi o primeiro governo na história do mundo a emitirpapel-moeda e a primeira entidade política chinesa a estabelecer umamarinha permanente. Entre os séculos X e XI, a população da China dobrou de tamanho. Esse crescimento se deu por meio do cultivo dearroz, expandido na China central e austral, e à produção de excedentes abundantes de alimentos.[52]
Dentro das suas fronteiras, a dinastia Song do Norte tinha uma população de cerca de 100 milhões de habitantes. O governo dessa dinastia foi um período culturalmente rico para a filosofia e as artes da nação. Apintura de paisagem e deretrato foram trazidas para novos níveis de maturidade e complexidade após o reinado dos Tang e as elites sociais se reuniram para apreciar e partilhar a sua própria arte, além de negociar obras preciosas. Filósofos comoCheng Yi eZhu Xi revigoraram oconfucionismo, infundido ideaisbudistas, e destacaram uma nova organização de textos clássicos que levaram à doutrina central doneoconfucionismo.[52]
Em 1271, o lídermongol e quintocagano doImpério Mongol,Kublai Khan, estabeleceu aDinastia Yuan, com o último remanescente da Dinastia Song caindo para os Yuan em 1279. Antes dainvasão mongol, as dinastias chinesas teriam tido cerca de 120 milhões de pessoas sob seu comando; após a conquista ter sido concluída em 1279, o censo de 1300 estimou cerca de sessenta milhões de habitantes.[53]
Um camponês chamadoZhū Yuánzhāng derrubou a Dinastia Yuan em 1368 e fundou aDinastia Ming.[54] Sob essa dinastia, a China entraria em outra era de ouro, com o desenvolvimento de uma das mais fortes marinhas do mundo e uma economia rica e próspera em meio a um florescimento artístico e cultural. Foi durante este período queZheng He liderou explorações em todo o mundo, chegando até aocontinente africano. Nos primeiros anos da dinastia Ming, a capital da China foi transferida deNanquim paraPequim.[55]
Durante a Dinastia Ming, pensadores comoWang Yangming criticaram e ampliaram o neoconfucionismo através dos conceitos doindividualismo e damoralidade inata, o que teria um impacto enorme sobre o posterior pensamento japonês. ACoreia Joseon também se tornou um Estadovassalo da China Ming e adotou a maior parte de sua estrutura burocrática neoconfucionista.[55]
Em 1644, Pequim foi saqueada por uma coalizão de forças rebeldes lideradas porLi Zicheng, um oficial Ming inferior que liderou a revolta camponesa. O último imperador Ming,Chongzhen, cometeu suicídio quando a cidade caiu. ADinastia Qing, de origemmanchu, então aliou-se ao general MingWu Sangui e derrubou a dinastia Shun, de Li Zicheng, e depois assumiu o controle de Pequim, que se tornou a nova capital dos Qing. No total, o custo da conquista manchu da China foi de mais de 25 milhões de vidas.[56]
Território dadinastia Qing em 1890, a última dinastia imperial da China e o auge territorial do paísJuncos chineses sob bombardeio britânico durante aGuerra do Ópio
ADinastia Qing, que durou até 1912, foi a última dinastia imperial da China. Noséculo XIX, essa linhagem adotou uma postura defensiva em relação aoimperialismo europeu, embora estivesse envolvida em uma expansão imperialista particular para a Ásia Central. Neste momento, o país começou a perceber a importância do resto do mundo, em particular doOcidente. Como a China se abriu aocomércio exterior e à atividademissionária, oópio produzido pelaÍndia britânica foi forçado a entrar noImpério Qing. DuasGuerras do Ópio com aGrã-Bretanha enfraqueceram o controle do Imperador. Oimperialismo ocidental revelou-se desastroso para o país:
O fim da Guerra do Ópio marcou o início do imperialismo ocidental na China. Tratados desiguais, impostos no final da guerra, forçaram a China a ceder Hong Kong, abrir 'Tratados dos Portos' para o comércio exterior, pagar indenizações a seus vencedores e permitir que os estrangeiros que vivessem e trabalhassem em solo chinês ficassem livres da jurisdição da lei local (extraterritorialidade). Ao longo dos anos, novas guerras com as potências ocidentais expandiram essas imposições sobre a soberania nacional da China, que culminou com oTratado de Shimonoseki, que encerrou aGuerra Sino-Japonesa de 1894-95.
O enfraquecimento do regime Qing e a humilhação aparente dos tratados desiguais aos olhos do povo chinês levou à crescente desordem social doméstica. No final de 1850, o sul chinês entrou em ebulição com aRebelião Taiping, uma violentaguerra civil que durou até 1864. A rebelião foi liderada porHong Xiuquan, que foi parcialmente influenciado por uma interpretaçãoidiossincrática docristianismo. Hong acreditava ser ele o filho de Deus e o irmão mais novo deJesus.[59]
Embora as forças de Qing tenham sido vitoriosas, essa guerra civil foi uma das mais sangrentas dahistória da humanidade, custando pelo menos 20 milhões de vidas (mais do que o número total de mortes daPrimeira Guerra Mundial), com algumas estimativas chegando até 40 milhões de mortos. Outras rebeliões custosas seguiram a Rebelião Taiping, como Guerras do Clã Punti-Hakka (1855–1867),Rebelião Nien (1851–1868), Rebelião Miao (1854–1873),Revolta dos Panthay (1856–1873) e aRevolta Dungan (1862–1877).[59][60]
Cada uma dessas rebeliões resultou em uma perda estimada de vários milhões de vidas e teve um impacto devastador sobre a já frágil economia do país.[61][62][63] O fluxo do ópio britânico apressou ainda mais a queda do império. Noséculo XIX, a era docolonialismo estava no auge e a grandediáspora chinesa começou, sendo que hoje cerca de 35 milhões de chineses vivem nosudeste da Ásia.[64] As taxas deemigração foram reforçadas por catástrofes nacionais, como a Fome do Norte da China de 1876–1879, que custou entre 9 e 13 milhões de vidas.[65] De108 a.C. até 1911, a China passou por 1 828 períodos de fome[66] (um por ano) em algum lugar do território do império.[67]
Enquanto a China era destruída por contínuas guerras, oJapão Meiji conseguia rapidamente modernizar suas forças armadas e definir suas ambições sobre a conquista daCoreia e daManchúria. A pedido do imperador coreano, o governo Qing enviou tropas para ajudar a suprimir a Rebelião Tonghak em 1894. No entanto, o Japão também enviou tropas para a Coreia, levando àPrimeira Guerra Sino-Japonesa, o que resultou no fim da influência da China Qing napenínsula coreana, bem como a cessão deTaiwan (incluindo asIlhas Pescadores) para o Japão em 1895.[68]
No início doséculo XX, uma massiva desordem civil havia começado e apelos por reformas e revolução eram ouvidos em todo o país. O imperador Guangxu de 38 anos de idade morreu em prisão domiciliar em 14 de novembro de 1908, curiosamente um dia antes da morte da própria Tseu-Hi. Com o trono vazio, ele foi sucedido pelo herdeiro escolhido a dedo pela imperatriz, seu sobrinho de dois anos de idadePu Yi, que se tornou o imperadorXuantong. Aconsorte de Guangxu tornou-se a imperatriz viúva Longyu. Em outro golpe de Estado em 1912,Yuan Shikai derrubou Pu Yi e forçou Longyu a assinar o decreto de abdicação como regente, terminando mais de 2 000 anos de domínio imperial na China. Longyu morreu, sem filhos, em 1913.[70]
Em 1 de janeiro de 1912, aRepública da China foi estabelecida, anunciando o fim da China Imperial.[71]Sun Yat-sen doKuomintang (Partido Nacionalista ou KMT) foi proclamado o presidente provisório da República.[72] No entanto, a presidência foi dada mais tarde aYuan Shikai, um ex-general Qing, que tinha assegurado adeserção de todo oExército de Beiyang do império Qing à revolução. Em 1915, Yuan proclamou-seImperador da China, mas foi forçado a abdicar e restabelecer a república em face da condenação popular, não só da população em geral, mas também do próprio Exército de Beiyang e de seus comandantes.[73]
Após a morte de Yuan Shikai em 1916, a China estava politicamente fragmentada, com um governo reconhecido internacionalmente, mas virtualmente impotente no âmbito doméstico e assentado emPequim.Senhores da guerra regionais exerciam controle real sobre seus respectivos territórios.[74][75] No final dos anos 1920, o Kuomintang nacionalista deChiang Kai-shek foi capaz de reunificar o país sob seu próprio controle através de uma série de hábeis manobras políticas e militares, conhecidas popularmente como aExpedição do Norte.[76][77]
O Kuomintang mudou a capital do país paraNanquim e implementou a "tutela política", um estágio intermediário de desenvolvimento político delineado no programa San-min, deSun Yat-sen, para transformar a China em um Estadodemocrático moderno. Efetivamente, a tutela política significou um governounipartidário comandado pelo Kuomintang, mas o partido dividiu-se politicamente em facções concorrentes.[78][79]
Esta divisão política tornou difícil para Chiang combater oscomunistas, com quem o Kuomintang guerreava desde 1927, naGuerra Civil Chinesa. Esta guerra continuou com êxito para o Kuomintang, especialmente depois que os comunistas se retiraram naGrande Marcha, até que oIncidente de Xi’an e a agressão japonesa forçaram Chiang a enfrentar oJapão Imperial.[80][81]
ASegunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945), uma parte daSegunda Guerra Mundial, forçou uma aliança entre o Kuomintang e os comunistas. A "Política dos Três Tudos" do Japão no norte da China — "matar todos, queimar tudo e destruir tudo" — levou a inúmerasatrocidades de guerra cometidas contra a população civil pelos soldados japoneses; ao todo, mais de 20 milhões de civis chineses morreram.[82][83][84] Estima-se que 200 000 chinesesforam massacrados apenas na cidade de Nanquim durante a ocupação japonesa.[85]
O Japão se rendeu incondicionalmente para a China em 1945.Taiwan, incluindo asIlhas Pescadores, foi colocada sob o controle administrativo da República da China, que imediatamente reivindicou sua soberania. A China emergiu vitoriosa, com o auxílio da invasão soviética em agosto de 1945, mas foi devastada e financeiramente drenada pela guerra.[86] A desconfiança permanente entre o Kuomintang e os comunistas levou à retomada da guerra civil. Em 1947, a lei constitucional foi estabelecida, mas por causa da contínua agitação muitas disposições da Constituição da República da China nunca foram implementadas na China continental.[87][88][89]
Os conflitos daGuerra Civil Chinesa terminam em 1949, quando oPartido Comunista tomou o controle daChina continental e oKuomintang recuou para o mar, reduzindo seu território para apenasTaiwan,Ainão e suas ilhas vizinhas. Em 1 de outubro de 1949,Mao Tsé-Tung proclamou a criação da República Popular da China,[90] que ficou conhecida no ocidente como "China comunista" ou "China Vermelha" durante o período daGuerra Fria. Em 1950, oExército de Libertação Popular (ELP) teve sucesso na recaptura de Ainão da República da China, ocupou oTibete e derrotou a maioria das forças remanescentes do Kuomintang nas províncias deIunã eSinquião, apesar de alguns redutos do Partido Nacionalista ainda tiverem sobrevivido por muito mais tempo.[91]
Os primeiros líderes da República Popular da China (RPC) nasceram na ordem imperial tradicional, mas foram influenciados peloMovimento de Quatro de Maio e pelos ideais reformistas. Eles tentaram mudar alguns aspectos tradicionais da cultura chinesa, como a posse da terra rural, osexismo e o sistema educacional confucionista, preservando outros, como a estrutura familiar e a cultura de obediência aoEstado.[92]
Mao encorajou o crescimento da população e, sob a sua liderança, a população chinesa quase duplicou, passando de cerca de 550 milhões para mais de 900 milhões de habitantes.[93] No entanto, o "Grande Salto Adiante" de Mao, um projeto de larga escala de reforma econômica e social, resultou em um número estimado de 45 milhões de mortes entre 1958 e 1961, principalmente por causa dafome.[94] Entre 1 e 2 milhões de proprietários de terra foram executados sob a acusação de serem "contrarrevolucionários".[95]
Em 1966, Mao e seus aliados lançaram aRevolução Cultural, que duraria até a morte do líder comunista uma década depois. Essa Revolução, motivada por lutas de poder dentro do partido e pelo medo daUnião Soviética, levou a uma grande reviravolta na sociedade chinesa. Em outubro de 1971, a República Popular da China substituiuTaiwan naOrganização das Nações Unidas e tomou seu lugar como membro permanente doConselho de Segurança. No mesmo ano, pela primeira vez, o número de países que reconheciam a República Popular da China superou os que reconheciam a República da China, com sede emTaipei, como o governo legítimo do país. Em fevereiro de 1972, no auge daruptura sino-soviética, Mao eZhou Enlai encontraram o então presidente americanoRichard Nixon em Pequim. No entanto, osEstados Unidos só foram reconhecer oficialmente a República Popular como o único governo legítimo da China em 1 de janeiro de 1979.[96]
Alguns analistas veem o período pós-1949 como uma continuação da história dinástica tradicional chinesa, enquanto outros afirmam que o governo do Partido Comunista danificou os fundamentos da cultura chinesa, especialmente através de movimentos políticos, como aRevolução Cultural dos anos 1960, onde muitos aspectos da cultura tradicional foram destruídos, tendo sido denunciados como "regressivos e prejudiciais" ou "vestígios dofeudalismo". Muitas características importantes da moral e da cultura tradicional do país, como oconfucionismo, aarte, aliteratura e asartes cênicas, como aÓpera de Pequim, foram alterados conforme as políticas do governo e apropaganda da época.[92]
Após a morte de Mao em 1976 e a prisão doBando dos Quatro, que foram responsabilizados pelos excessos da Revolução Cultural,Deng Xiaoping rapidamente arrebatou o poder do sucessor de Mao,Hua Guofeng. Embora ele nunca tenha se tornado o chefe do partido ou do Estado, Deng foi o "líder supremo" de fato da China na época e sua influência dentro do Partido levou o país aimportantes reformas econômicas. Posteriormente, o Partido Comunista afrouxou o controle governamental sobre a vida dos cidadãos e ascomunas populares foram dissolvidas, sendo que muitos camponeses receberam múltiplos arrendamentos de terra, com o aumento de incentivos e da produção agrícola. Estes eventos marcaram a transição da China de umaeconomia planejada para umaeconomia mista com um ambiente de mercado cada vez mais aberto, um sistema chamado por alguns de "socialismo de mercado" e que o Partido Comunista da China oficialmente descreve como "socialismo com características chinesas". A China adotou a sua atual constituição em 4 de dezembro de 1982.[97] Outras fontes, no entanto, interpretam as reformas impostas pelo governo chinês como um abandono do sistema econômico socialista.[98][99]
A morte do oficial pró-reformaHu Yaobang ajudou a desencadear oProtesto na Praça da Paz Celestial em 1989, durante o qual estudantes e outros civis fizeram campanha por vários meses, pedindo o combate contra a corrupção e uma maior reforma política, que incluísse os direitosdemocráticos e aliberdade de expressão. No entanto, eles foram finalmente dispersos em 4 de junho, quando as tropas e veículos doELP entraram à força e abriram a praça, resultando em várias vítimas. Este evento foi amplamente divulgado e trouxe condenação mundial e sanções contra o governo chinês.[100][101] O incidente conhecido como "O Rebelde Desconhecido" tornou-se particularmente famoso na época.[102]
O presidenteJiang Zemin e o primeiro-ministroZhu Rongji, ambos ex-prefeitos da cidade deXangai, lideraram a nação na década de 1990. Sob os dez anos de administração de Jiang e Zhu, o desempenho econômico do país retirou cerca de 150 milhões de camponeses dapobreza e manteve uma taxa média anual de crescimento doproduto interno bruto (PIB) de 11,2%. O país aderiu formalmente àOrganização Mundial do Comércio (OMC) em 2001.[103][104]
Panorama deShenzhen. Em 2017, 90% dos produtos eletrônicos vendidos ao redor do mundo eram feitos na cidade[105]
No entanto, o rápidocrescimento econômico que tornou aeconomia chinesa a segunda maior do mundo, também impactou severamente osrecursos naturais e omeio ambiente do país.[106] Outra preocupação é que os benefícios do crescimento da economia não foram distribuídos uniformemente entre a população, resultando em uma ampla lacuna de desenvolvimento entre as áreas urbanas e rurais. Como resultado, com o presidenteHu Jintao e o primeiro-ministroWen Jiabao, o governo chinês iniciou políticas para abordar estas questões de distribuição equitativa de recursos, embora o resultado continue a ser observado.[107] Mais de 40 milhões de agricultores foram deslocados de suas terras,[108] em geral para o desenvolvimento econômico, contribuindo para as 87 000 manifestações e motins que aconteceram por toda a China apenas em 2005.[109] Ospadrões de vida melhoraram significativamente, mas os controles políticos se mantiveram estáveis.[110]
Embora a China tenha, em grande parte, conseguido manter a sua rápida taxa de crescimento econômico, apesar darecessão no final da década de 2000, sua taxa de crescimento começou a diminuir no início da década de 2010 e a economia continua excessivamente centrada no investimento fixo.[111][112][113] Além disso, os preparativos para uma grande mudança de liderança no Partido Comunista no final de 2012 foram marcados por disputas entre facções e escândalos políticos.[114] Durante a mudança da liderança da China em novembro de 2012, Hu Jintao e Wen Jiabao foram substituídos como presidente e primeiro-ministro porXi Jinping eLi Keqiang, que assumem tais cargos em 2013.[115][116] Em novembro de 2022, aproximadamente 530 milhões de pessoas, ou 40% da população, enfrentavam alguma medida restritiva imposta pelo governo devido àPandemia de COVID-19.[117] Protestos foram relatados em todo o país, em uma rara demonstração de dissidência contra o Partido Comunista.[118]
A República Popular da China é o terceiro maior país do mundo em área terrestre[119] e é considerado oterceiro ou quarto maior em relação à área total.[120] A incerteza sobre o tamanho do país está relacionada com a validade de certos territórios reivindicados pela China, comoAksai Chin eVale de Shaksgam (ambos os territórios também são reivindicados pelaÍndia), e com a forma como a área territorial é calculada.[121]
Aflora da China também contém uma variedade de tipos defloresta. O nordeste e o noroeste do país contêm montanhas e florestas deconíferas, suportando espécies animais que incluemalces eursos-negros-asiáticos, juntamente com cerca de 120 tipos deaves. As úmidas florestas de coníferas podem ter moitas debambu como um sub-bosque, sendo substituído porrododendros. As florestas subtropicais, que dominam a região central-sul da China, abrigam 146 000 espécies de plantas.Florestas tropicais e florestas tropicais sazonais, embora confinadas emIunã e na ilha deAinão, na verdade, contêm um quarto de todas as espécies vegetais e animais encontradas na China.[125]
Imagem de satélite de uma espessa neblina formada porpoluição atmosférica (proveniente de poluição urbana e industrial) sobre a costa oriental da China, na região da Baía Bohai e doMar Amarelo; junho de 2009
Nas últimas décadas, a China sofreu com a grave deterioração ambiental epoluição de seu território.[126] Embora algumas legislações, tais como a Lei de Proteção Ambiental de 1979, sejam bastante rigorosas, elas são mal aplicadas, já que são frequentemente desconsideradas pelas comunidades locais e funcionários do governo em favor do rápido desenvolvimento econômico. Como resultado, os protestos públicos e distúrbios por questões ambientais têm se tornado cada vez mais comuns no país.[127]
Ativistas ambientais, tais como Ma Jun advertiram sobre o perigo de que apoluição da água representa para a sociedade chinesa.[128] De acordo com o Ministério chinês de Recursos Hídricos, cerca de 300 milhões de chineses não têm acesso àágua potável e 40% dos rios do país estavam poluídos por resíduos industriais e agrícolas no final de 2011.[129] Esta crise é agravada pelo problema perene da escassez de água, sendo que 400 das 600 cidades chinesas pesquisadas apresentavam poucos recursos de água potável.[130][131] Além disso, várias grandes cidades costeiras do país, incluindoXangai, são consideradas altamente vulneráveis a inundações de larga escala.[132]
No entanto, a China é investidor mundial líder em tecnologias deenergias renováveis, com 52 bilhões dólares investidos apenas em 2011.[133][134][135] O país produz maisturbinas eólicas epainéis solares do que qualquer outro[136] e projetos de energia renovável, como o aquecimento solar de água, são amplamente adotados, em nível local.[137] Em 2009, mais de 17% da energia da China foi obtida a partir de fontes renováveis, principalmente deusinas hidrelétricas, das quais a China tem uma capacidade total instalada de 197 GW.[138]
A China tem umclima dominado principalmente porestações secas emonções úmidas, o que leva a diferenças de temperatura noinverno e noverão. No inverno, os ventos do norte, provenientes de áreas de altaslatitudes, são frios e secos; no verão, os ventos do sul, de zonas marítimas em baixa latitude, são quentes e úmidos. O clima na China é diferente de região para região por causa da extensa e complexatopografia do país.[139]
Uma questão importante é a contínua expansão dosdesertos, principalmente o deserto de Gobi.[140] Embora as linhas de barreira de árvores, plantadas desde 1970, tenham reduzido a frequência detempestades de areia,secas prolongadas e resultados negativos nas práticas agrícolas, tempestades de poeira ainda assolam o norte da China a cadaprimavera e então se espalham para outras partes do leste daÁsia, incluindoJapão eCoreia. De acordo com a fiscalização ambiental da China, a SEPA, a República Popular da China perde cerca de 4 000 km² por ano para adesertificação.[141]
Água,erosão e controle da poluição têm se tornado questões importantes nas relações da China com outros países. O derretimento dasgeleiras no Himalaia, também pode levar à escassez de água para centenas de milhões de pessoas.[142]
Mapa dadensidade populacional no território chinês. As províncias litorâneas, no leste do país, são muito mais densamente povoadas do que o interior chinês, no oesteImagem de satélite do território chinês e de outras partes daÁsia Oriental à noite
O censo nacional de 2010 estimou a população da República Popular da China em 1 338 612 968 habitantes. Cerca de 21% da população (145 461 833 homens; 128 445 739 mulheres) tinha 14 anos ou menos, 71% (482 439 115 homens; 455 960 489 mulheres) tinha entre 15 e 64 anos de idade e 8% (48 562 635 homens; 53 103 902 mulheres) tinha mais de 65 anos de idade. A taxa de crescimento populacional em 2006 foi de 0,6%.[143]
Ao final de 2010, a proporção de pessoas do continente chinês com quatorze anos ou menos era de 16,60%, enquanto o número com sessenta anos ou mais cresceu para 13,26% da população, dando uma proporção total de dependentes de 29,86%. A proporção da população em idade de trabalho era de cerca de 70%.[144]
Embora seja um país de renda média para os padrões ocidentais, o rápido crescimento do país tem tirado centenas de milhões de pessoas da pobreza desde 1978. Hoje, cerca de 10% da população chinesa vive abaixo dalinha de pobreza (com 1 dólar por dia), uma queda de 64% em relação aos níveis de 1978. O desemprego urbano na China caiu para 4% no final de 2007, embora o desemprego global real seja de cerca de 10%.[145]
Com uma população de mais de 1,3 bilhões e escassez de recursos naturais, a China está muito preocupada com seu crescimento populacional e tentou, com resultados diversos,[146] implementar uma política rigorosa deplanejamento familiar, conhecida como "política do filho único". A meta do governo é de uma criança por família, com exceções para as minorias étnicas e com certo grau de flexibilidade nas áreas rurais. Espera-se que o crescimento populacional da China estabilize-se nas primeiras décadas doséculo XXI, embora algumas projeções estimem uma população entre 1,4 bilhões e 1,6 bilhões até 2025. O Ministro de Planejamento Familiar da China indicou que a política do filho único será mantida pelo menos até 2020.[147] No entanto, essa estratégia do governo encontra resistência, particularmente nas áreas rurais do país, por causa da necessidade de trabalho agrícola e de uma tradicional preferência por meninos (que mais tarde podem servir como herdeiros do sexo masculino). As famílias que não respeitam essa política frequentemente mentem durante os censos.[148]
Crescimento populacional chinês de 1949 a 2008
A decrescente confiança das estatísticas demográficas da China desde o início do planejamento familiar no final dos anos 1970 torna a avaliação da eficácia dessa política difícil.[148] Os dados do censo de 2010 indicam que ataxa de fecundidade total pode agora ser em torno de 1,4 filhos por mulher.[149] O governo está particularmente preocupado com o desequilíbrio na proporção entre os sexos no nascimento, aparentemente um resultado de uma combinação da tradicional preferência por meninos e da pressão do planejamento familiar, o que levou à proibição de utilização de dispositivos deultrassonografia para situações não emergenciais, em uma tentativa de se evitarabortos seletivos.[150]
Segundo o censo de 2010, havia 118,06 meninos nascidos para cada 100 meninas, o que é 0,53 pontos menor do que o índice obtido em uma pesquisa por amostragem populacional realizada em 2005.[151] No entanto, a razão de sexo de 118,06 ainda está além da faixa normal de cerca de 105% e os especialistas alertam para uma crescente instabilidade social se esta tendência continuar.[152] Para a população nascida entre os anos de 1900 e 2000, estima-se que poderia haver 35,59 milhões mulheres a menos do que homens.[153] Outros demógrafos argumentam que os desequilíbrios de gênero observados podem surgir a partir do sub-registro dos nascimentos de meninas.[154][155][156] Um estudo recente sugere que até três milhões de bebês chineses sejam escondidos pelos seus pais a cada ano.[156] De acordo com o censo de 2010, os homens representavam 51,27% do total da população, enquanto as mulheres compunham 48,73% do total.[151]
Em 2023,aÍndia superou a China como o país mais populoso.[157]
A China reconhece oficialmente56 grupos étnicos distintos, sendo o maior deles os chineses daetnia han, que constituem cerca de 91,51% da população total do país.[158] Os han, o maiorgrupo étnico único do mundo, superam outros grupos étnicos chineses em cada província, município e região autônoma, exceto noTibete e emSinquião. Eles são descendentes de antigas tribos huaxia que viviam ao longo dorio Amarelo.[3]
As minorias étnicas representam cerca de 8,49% da população chinesa, de acordo com o censo de 2010. Em comparação com o censo populacional de 2000, a população han aumentou em 66 537 177 pessoas, ou 5,74%, enquanto a população das 55 minorias nacionais combinadas aumentou 7 362 627 de pessoas, ou 6,92%.[3]
O censo de 2010 registrou um total de 593 832 cidadãos estrangeiros que viviam na China. Os maiores desses grupos eram provenientes daCoreia do Sul (120 750), dosEstados Unidos (71 493) e doJapão (66 159).[159]
Desde 2000, as cidades chinesas têm se expandido a uma taxa média de 10% ao ano. Estima-se que a população urbana do país irá aumentar para 400 milhões de pessoas em 2025,[161] quando suas cidades irão abrigar uma população de mais de um bilhão de habitantes.[162] Ataxa de urbanização do país aumentou de 17,4% para 46,6% entre 1978 e 2009, uma escala sem precedentes na história humana.[163] Entre 150 e 200 milhões de trabalhadores migrantes trabalham em tempo parcial nas grandes cidades, voltando para o campo periodicamente com os seus ganhos.[164][165]
Hoje, a China tem dezenas de cidades com um milhão ou mais de habitantes, incluindo as trêscidades globais dePequim,Hong Kong eXangai. Em 2025, estima-se que o país terá 221 cidades com mais de um milhão de habitantes.[162]
Na China, o governo permite um grau limitado deliberdade religiosa, porém a tolerância oficial só é estendida aos membros de organizações religiosas aprovadas pelo Estado e não para aqueles que são adeptos de outras religiões. É difícil se obter o número exato de seguidores de grupos religiosos devido à falta de dados oficiais, mas há um consenso geral de que a religião no país está passando por um tipo de "ressurgimento" nos últimos 20 anos.[167] Uma pesquisa de Phil Zuckerman, nositeAdherents.com, concluiu que em 1998, 59% (mais de 700 milhões de pessoas)[168] da população erairreligiosa. Enquanto outra pesquisa de 2007 constatou que existem 300 milhões de pessoas (23% da população) religiosas, divergindo do número oficial de 100 milhões.[167]
Apesar dos resultados de diferentes pesquisas, a maioria concorda que as religiões tradicionais —budismo,confucionismo,taoismo e areligião tradicional chinesa — são asreligiões dominantes. De acordo com várias fontes, obudismo na China possui entre 660 milhões (50%) a 1 bilhão de membros (80%),[169] enquanto que o número de taoistas é de 400 milhões de pessoas (aproximadamente 30%).[170][171]
No entanto, devido ao fato de que uma pessoa pode participar de duas ou mais crenças tradicionais e, ao mesmo tempo, pela dificuldade em diferenciar claramente o budismo, o confucionismo, o taoismo e a religião tradicional chinesa, o número de adeptos dessas religiões podem ser sobrepostos. Além disso, os seguidores do budismo e do taoismo não são considerados necessariamente religiosos por aqueles que seguem taisfilosofias.[172][173][174]
Das religiões minoritárias, ocristianismo tem sido particularmente destacado como uma das de mais rápido crescimento (especialmente desde os últimos 200 anos) e, hoje, possui entre 40 milhões (3%)[167][175] a 54 milhões (4%) de seguidores,[176] de acordo com pesquisas independentes, enquanto as estimativas oficiais sugerem que há apenas 16 milhões de cristãos no país. Oislamismo também está presente no país, porém estatísticas sobre o tema são difíceis de serem encontradas e os valores que a maioria das estimativas fornecem ficam em torno de 20 e 30 milhões demuçulmanos (1,5% a 2% da população).[2][177][178][179]
Existem também seguidores de outras religiões minoritárias, como ohinduísmo, odongbaismo, obön e uma série denovas religiões e seitas. Em julho de 1999, a prática espiritual da seitaFalun Gong foi oficialmente proibida pelas autoridades[180] e vários organismos internacionais têm criticado o tratamento do governo a esse grupo.[181]
O país é governado peloPartido Comunista da China (PCC), cujo poder está consagrado na constituição.[186] O sistema eleitoral chinês é hierárquico, segundo o qual os Congressos Populares locais sãoeleitos diretamente e todos os níveis mais elevados de Congresso Popular até aAssembleia Popular Nacional (APN) são eleitos indiretamente pelo Congresso Popular de nível imediatamente inferior.[186] O sistema político é parcialmente descentralizado, com poucos processos democráticos internos ao partido e ao nível das vilas locais, embora estas experiências tenham sido marcadas pelacorrupção. Há outros partidos políticos na China, referidos no país como partidos democráticos, que participam da Assembleia Popular Nacional e daConferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC).[187]
Comparada às suas políticas fechadas de até meados dos anos 1970, a liberalização da China resultou em um clima administrativo menos restritivo do que o anterior. O país apoia fortemente o princípioleninista de "centralismo democrático",[186] mas a política chinesa é muito diferente dademocracia liberal ou dasocial-democracia adotada na maioria dos países doOcidente e a Assembleia Nacional Popular tem sido descrita como uma instituição que na prática é muito dependente do governo central.[188]
O presidente em exercício do país éXi Jinping e seu primeiro-ministro éLi Keqiang, que também é um ex-membro sênior doComitê Permanente do Politburo do Partido, um órgão com atualmente sete integrantes que dividem os cargos mais importantes do país.[189] O secretário-geral do Partido Comunista da China é atualmente Xi Jinping, que é também o presidente da Comissão Militar Central e serve comolíder político do país.[115]
Houve alguns movimentos pela liberalização política do país, em que eleições abertas contestadas são agora realizadas nos níveis de vilas e cidades,[190][191] sendo que as legislaturas têm mostrado alguma assertividade de vez em quando. No entanto, o partido mantém o controle efetivo sobre as nomeações governamentais: na ausência de umaoposição significativa, o PCC ganha por falta de concorrência na maioria das vezes. As preocupações políticas na China incluem diminuir o fosso crescente entre os ricos e os pobres, além do combate à corrupção dentro da liderança do governo.[192] O nível de apoio popular ao governo e à sua gestão do país está entre os mais altos do mundo, sendo que 86% dos cidadãos chineses expressaram satisfação com a economia de sua nação de acordo com uma pesquisa doPew Research Center feita em 2008.[193]
A República Popular da China (RPC) tem relações diplomáticas com 171 países e mantémembaixadas em 162 deles.[194] A sualegitimidade é contestada pelaRepública da China (RC, conhecida simplesmente comoTaiwan) e alguns outros países; portanto, é o maior e mais populoso país, mas com reconhecimento relativamente limitado. ASuécia foi o primeiro país ocidental a estabelecer relações diplomáticas com a RPC em 9 de maio de 1950. Em 1971, a RPC substituiu a RC como o único representante da China nasNações Unidas e como um dos cinco membros permanentes doConselho de Segurança.[195] O país também é um ex-membro e ex-líder doMovimento de Países Não Alinhados e ainda se considera um defensor dospaíses em desenvolvimento.[196]
Sob a sua interpretação da "Política de Uma China", o país tornou um pré-requisito para o estabelecimento de relações diplomáticas que o outro país reconheça a sua reivindicação sobTaiwan e corte os laços oficiais com o governo taiwanês. As autoridades chinesas protestaram em várias ocasiões quando países estrangeiros fizeram aberturas diplomáticas com a RC,[197] especialmente em relação a vendas de armamentos.[198] Reuniões políticas entre líderes de governos estrangeiros e o14º Dalai Lama também sofrem oposição do governo chinês, que considera oTibete parte formal do seu território.[199]
Grande parte da atual política exterior da China é declaradamente baseada nos Cinco Princípios de Coexistência Pacífica deZhou Enlai: não interferência nos assuntos de outros países, não agressão, convivência pacífica, igualdade e benefícios mútuos. A política externa do país também é impulsionada pelo conceito de "harmonia sem uniformidade", que incentiva as relações diplomáticas entre os Estados, apesar de diferenças ideológicas. Esta política levou a China a apoiar os Estados que são considerados perigosos ou repressivos pelas nações ocidentais, comoZimbabué,Coreia do Norte eIrã.[200]
Conflitos com países estrangeiros ocorreram em alguns momentos da história chinesa recente, particularmente com os Estados Unidos, como no bombardeio americano da embaixada chinesa emBelgrado, durante aGuerra do Kosovo em maio de 1999, e no incidente entre aviões militares dos dois países em abril de 2001 na província chinesa deAinão. As relações internacionais do país com muitas nações ocidentais estremeceram-se por um tempo após a repressão militar noProtesto na Praça da Paz Celestial em 1989, embora nos últimos anos o país tenha melhorado suas relações diplomáticas com o Ocidente.[201][202] A China também tem uma relação econômica cada vez mais próxima daRússia e os dois governos muitas vezes votam em conjunto no Conselho de Segurança.[203][204]
O país tem fortes laços políticos e econômicos com várias nações domundo em desenvolvimento. Mais notavelmente, ele tem seguido uma política de engajamento com os paísesafricanos em comércio e cooperação bilateral.[205][206] AXinhua, aagência de notícias oficial do país, declarou em 2008 que havia cerca de 750 000 cidadãos chineses que trabalhavam ou viviam naÁfrica.[207] Além disso, a China tem reforçado os seus laços com as economias daAmérica do Sul, tornando-se o maior parceiro comercial doBrasil e construindo laços estratégicos com aArgentina.[208][209] Junto com Brasil,Rússia,Índia eÁfrica do Sul, o país é membro do grupoBRICS de economias emergentes importantes e sediou aterceira cúpula oficial do bloco emSanya, na província deAinão, em abril de 2011.[210]
Muito progresso foi feito na última década e a RPC continua a fazer esforços para concluir a modernização de suasforças armadas. O país comproucaças de última geração daRússia, como oSukhoi Su-30, e também produziu os seus próprios caças modernos, especificamente os chinesesChengdu J-10,Shenyang J-11 eChengdu J-20.[215] Também adquiriu e aprimorou o míssil russoS-300, que é considerado um dos melhores sistemas de interceptação de aeronaves do mundo.[216] Em anos recentes, a China divulgou umprotótipo de caçastealth, o Chengdu J-20, previsto para entrar em operação entre 2017 e 2019.[217] Em anos recentes, a China concentrou-se na construção de navios de longo alcance, introduzindo seu primeiroporta-aviões.[218]
Há pouca informação disponível sobre as motivações que apoiam a modernização militar da China. Um relatório de 2007 doSecretário de Defesa dos Estados Unidos observou que "as ações da China em determinadas áreas aparecem cada vez mais incompatíveis com as suas políticas declaratórias" de ascensão pacífica.[219] Por sua vez, o governo chinês afirma que mantém um exército puramente para fins defensivos.[220]
A Chinaexecuta mais pessoas do que qualquer outro país no mundo, respondendo por 72% do total mundial de execuções em 2009, apesar de não ser o maior númeroper capita. O país também tem a segunda maior população carcerária do planeta (atrás apenas dosEstados Unidos), com 1 701 344 presos.[241]
O governo chinês busca ativamente reprimir a repercussão internacional de suas ações,[242] e responde às críticas afirmando que a noção dedireitos humanos deve levar em conta o atual nível de desenvolvimento econômico e a situaçãogeopolítica.[243] O aumento daalfabetização, daexpectativa de vida e dopadrão de vida dos chineses médios nas últimas três décadas é visto pelo governo como um progresso tangível em matéria de direitos humanos.[244] Os esforços na última década para combaterdesastres naturais eacidentes de trabalho também são retratados pelo governo como um progresso em matéria de direitos humanos.[243]
A República Popular da China (RPC) tem o controle administrativo sobre22 províncias e consideraTaiwan como a sua 23ª província, apesar da ilha ser atualmente administrada pelaRepública da China (RC), que contesta a alegação da RPC. A China também tem cinco subdivisões oficialmente denominadasregiões autônomas (cada uma com um grupo étnico minoritário designado);quatro municípios eduas Regiões Administrativas Especiais (RAE), que possuem um alto grau de autonomia política. Estas 22 províncias, cinco regiões autônomas e quatro municípios podem ser referidos coletivamente como "China continental", um termo que geralmente exclui as RAE deHong Kong eMacau. Nenhuma dessas divisões são reconhecidas pelo governo da RC, que reivindica a totalidade do território da RPC.[245]
A economia da República Popular da China é a segunda maior do mundo.[247] Seuproduto interno bruto (PIB nominal) é estimado em 7,3 trilhões de dólares (dados de 2011),[248] enquanto seupoder de compra foi calculado em pouco mais de 11,3 trilhões de dólares. A rendaper capita do país está em5 185 dólares por pessoa (nominal) e8 395 dólares por pessoa (PPP) em 2011, de acordo com oFundo Monetário Internacional. A China é a nação com omaior crescimento econômico dos últimos 25 anos, com a média do crescimento do PIB em 10% por ano.[249] Arendaper capita da China cresceu 8% ao ano nos últimos 30 anos. Além disso, é um dospaíses BRICS.[250]
Desde sua fundação em 1949, a República Popular da China adotava um estilo soviético deeconomia planificada. Com a morte de Mao Tse-tung e o fim daRevolução Cultural, os novos dirigentes chineses começaram a reformar a economia. A sua transformação emeconomia mista, foi iniciada porDeng Xiaoping em 1978, após a falha da economia planificada em desenvolver os sistemas produtivos chineses a níveis aceitáveis.[251]
As reformas de Xiaoping incluíram aprivatização das fazendas, o que pôs fim à agricultura coletiva, e de indústrias estatais que fossem consideradas de baixo desempenho na época, como mineração e produtos básicos (roupas, processamento de alimentos), entre outras. Em 1978, a China e o Japão normalizaram as relações diplomáticas e a China aceitou empréstimos do Japão. Nas últimas décadas este país tem sido o maior credor estrangeiro da China.[252] Para selar sua condição de economia globalizada, em 2001 a China foi aceita naOrganização Mundial do Comércio.[253]
Em 2013, 70% da economia da China era privada e este número continua crescendo desde então.[99] A economia da China composta por membros capitalistas "transplantados num corpo socialista debilitado", modifica, em 1995, a taxa de crescimento, impulsionada principalmente pelo setor não estatal, para 8,9%, superando as expectativas do governo e antecipando a meta prevista no IX Plano Quinquenal (1996–2000).[254]
Roewe Marvel X,carro elétrico produzido pelaSAIC Motor, a maior montadora de veículos do paísSede daHuawei, emShenzhen, a segunda maior fabricante de celulares do mundo[255]
Este robusto crescimento econômico, combinado com excelentes fatores internos como estabilidade política, grandes reservas em moeda estrangeira (a maior do mundo, com 818,9 bilhões de dólares),[256] mercado interno com grande potencial de crescimento, faz com que a China seja atualmente um dos melhores locais do mundo para investimentos estrangeiros, com uma avaliação de risco (Moody's) A2, índice considerado excelente.[257]
As grandes mudanças sociais e econômicas promovidos pelos seguidores deDeng Xiaoping deram uma nova dinâmica política à China contemporânea e limitaram as opções dos governantes do país. Houve nos últimos anos uma melhoria no padrão de vida dos chineses, embora seja um país com renda média para os padrões mundiais.[254]
O rápido crescimento econômico do país conseguiu retirar centenas de milhões de pessoas da pobreza desde 1978 — o número de camponeses pobres caiu de 200 milhões para 80 milhões em 10 anos. Apenas 10% da população vive abaixo da linha depobreza (em comparação com 64% em 1978) e 99,8% dos jovens são alfabetizados. Desemprego urbano diminuiu para 4 por cento em 2007 (desemprego real pode estar em 10%). Aexpectativa de vida chinesa é a terceira maior doleste asiático, com 73 anos, atrás daCoreia do Sul com 77,3 e doJapão com 82,2.[254] A China é o segundo maior consumidor mundial de bens de luxo, com 27,5% da quota global, atrás do Japão.[258] O mercado de varejo da China cresceu 16,8% ao ano.[259]
Com reformas econômicas iniciados em 1978, a China cresceu 90 vezes,[260] se tornando a economia de maior crescimento mundial nos últimos 25 anos, com crescimento do PIB em torno de 10% por ano. Arendaper capita da China tem crescido cerca de 8% ao ano nos últimos 30 anos. Levando em conta a renda per capita e moeda desvalorizada, o custo de vida na China é baixo.[249]
A China é o quarto país mais visitado do mundo, com 50,9 milhões de visitantes internacionais em 2009.[261] Atualmente a China é a segunda potência comercial do mundo, atrás dos Estados Unidos e a frente do Japão. Suasreservas internacionais de moedas estrangeiras atingiram 2,4 trilhões de dólares, os maiores do mundo.[262]
A China possui cerca de 1,6 trilhão de dólares de títulos financeiros dos Estados Unidos.[263] A China detém 801,5 bilhões de dólares em títulos do Tesouro americano, tornando-se o maior credor estrangeiro da dívida pública americana.[264][265] O investimento da China no mercado internacional está crescendo rapidamente. Em 2008 era o sexto maior investidor no mercado internacional.[266]
O sucesso comercial da China tem sido devido principalmente ao seu baixo custo de produção. São atribuídos uma combinação de fatores como mão de obra de baixo custo, boa infraestrutura, bom nível de tecnologia, alta produtividade, em alguns casos, o não pagamento de licenças comerciais, a política governamental favorável e uma moeda muito desvalorizada.[267]
O Estado ainda predomina nas áreas-chaves da indústria como a energia e as indústrias pesadas, a iniciativa privada (30 milhões de empresas privadas) responde entre 33%[268] a 70% do PIB em 2005, enquanto a estimativa daOCDE é superior a 50% da produção nacional da China,[269] muito superior a 1% de 1978.[99]
A China ocupa posição 29 no ranking no Índice de Competitividade Global.[270] Quarenta e seis empresas chinesas entraram na lista daFortune Global 500 em 2010.[271] Utilizando o cálculo de capitalização de mercado, quatro das dez empresas mais valiosas do mundo são chinesas. Algumas delas incluem a primeira no ranking mundialPetroChina Company (empresa de petróleo mais valiosa do mundo), terceiro no rankingBanco Industrial e Comercial da China (banco mais valioso do mundo), quinto no rankingChina Mobile (empresa de telecomunicações mais valiosa do mundo) e sétima no rankingChina Construction Bank.[272]
Apesar do progresso significativo dos últimos anos, existem grandes obstáculos para o crescimento chinês a longo prazo. A significativa piora dadistribuição de renda é apenas um dos fatores negativos para o desenvolvimento social, com umcoeficiente de Gini em 41,1 e cada vez maior.[273] Outro grande problema é odireito previdenciário que, com a política do filho único e aumento da expectativa de vida, apresenta desequilíbrios no fluxo de caixa, sendo cada vez menor a relação entre trabalhadores contribuintes por aposentado. Cerca de 21% da população tem 14 anos ou menos de idade e 8% têm mais de 65 anos.[274] Outro aspecto é a diferença dedesenvolvimento econômico entre as áreas costeiras (urbanas), nordeste e leste da China e o seu interior, principalmente no sul e oeste, ainda predominantemente agrário e de baixa renda, exacerbada com a liberação do mercado, pois os investidores preferem investir em áreas com melhor infraestrutura e trabalhadores mais qualificados.[274]
Em 1986, o país estabeleceu a meta de longo prazo de fornecereducação básica obrigatória de nove anos para cada criança. Em 2007, havia 396 567escolas primárias, 94 116escolas secundárias e 2 236 instituições deensino superior na República Popular da China.[275] Em fevereiro de 2006, o governo avançou sua meta de educação básica se comprometendo a fornecer educação de nove anos completamente de graça, incluindo livros didáticos e taxas.[276]
O sistema de ensino atual introduziu aeducação obrigatória e gratuita para todos oscidadãos chineses, comensino fundamental com duração de 9 anos (6–15) e quase todas as crianças nas áreas urbanas continuam seus três anos doensino médio. Muitos pais estão profundamente comprometidos com a educação de seus filhos, muitas vezes, investindo grande parte da renda da família na educação. Aulas particulares e atividades recreativas, como em línguas estrangeiras ou música, são populares entre as famílias declasse média que podem pagar por esses serviços.[277]
Em 2007, 93,3% da população acima de 15 anos de idade era alfabetizada.[143] Ataxa de alfabetização da juventude chinesa (idade 15–24) foi de 98,9% (99,2% para o sexo masculino e 98,5% feminino), em 2000.[278] Em março de 2007, a China anunciou a decisão de tornar a educação uma "prioridade estratégica nacional", oorçamento central das bolsas nacionais será triplicado em dois anos e 223,5 bilhões deyuans (28,65 bilhões de dólares) de um financiamento adicional será atribuído pelo governo central nos próximos cinco anos, para melhorar o ensino obrigatório nas zonas rurais.[279]
Hospital do Povo emHaikou,AinãoHospital Internacional Cardiovascular TEDA, emTianjin
O Ministério da Saúde, juntamente com os gabinetes provinciais de saúde, supervisiona as necessidades médicas da população chinesa.[281] A ênfase nasaúde pública e namedicina preventiva tem caracterizado a política de saúde do país desde 1950. Naquela época, o Partido Comunista começou a Campanha de Saúde Patriótica, que visava a melhoria dosaneamento básico e dahigiene, além do tratamento e prevenção de diversas patologias. Doenças comocólera,febre tifoide eescarlatina, que anteriormente eram frequentes por toda a China, quase foram erradicadas pela campanha. Depois queDeng Xiaoping começou a implantação de reformas econômicas em 1978, a saúde pública melhorou rapidamente devido a melhornutrição da população, apesar de muitos dos serviços gratuitos de saúde prestados no campo terem desaparecido junto com ascomunas populares. O sistema de saúde chinês tornou-se na maior parte privatizado e experimentou um aumento significativo na qualidade. Aexpectativa de vida nacional ao nascer subiu de cerca de 35 anos em 1949 para 73,18 anos em 2008[2][282] e amortalidade infantil caiu de 300‰ em 1950 para cerca de 11‰ em 2021.[2][283] Adesnutrição atingia 12% da população em 2002, de acordo com fontes daFAO, dasNações Unidas.[284] Em 2009, o governo começou uma iniciativa de grande escala para prestar cuidados médico no valor de 124 bilhões de dólares e que se espera possa vir a atingir 90% da população da China.[285]
Em 2021, a expectativa de vida média ao nascer da China era de 76,3 anos[286] e sua taxa de mortalidade infantil era de 11,1‰ nascimentos.[287] Apesar dos significativos avanços na saúde e na construção de avançadas instalações médicas, o país tem vários problemas emergentes de saúde pública, comodoenças respiratórias causadas pelapoluição do ar generalizada[288] e centenas de milhões de habitantes que sãofumantes de cigarros,[289][290] uma possívelepidemia deHIV/AIDS no futuro e o aumento daobesidade entre os jovens urbanos.[291][292] A grande população do país e suas cidades densamente povoadas levaram a surtos de doenças graves nos últimos anos, como o deSARS em 2003, embora este tenha sido contido com sucesso.[293]
Estima-se que cerca de 760 000 pessoas morrem anualmente na China por causa dapoluição ambiental (além dotabagismo), principalmente a partir da poluição do ar e da água (incluindo apoluição do ar interior).[294] Em 2007, a China ultrapassou osEstados Unidos como o maior emissor mundial dedióxido de carbono.[295] Cerca de 90% das cidades chinesas sofrem com algum grau depoluição da água[296] e quase 500 milhões de pessoas não tinham acesso à água potável em 2005.[297] Relatórios doBanco Mundial e doNew York Times indicaram a poluição industrial, particularmente do ar, como um perigo significativo à saúde da população do país.[298]
A economia da China é altamente deficiente no que diz respeito ao aproveitamento. O país gasta de 20% a 100% de energia adicional em comparação com países daOCDE para os mesmos processos industriais. A China é o maior consumidor de energia do mundo,[299] mas depende docarvão para fornecer 70% das suas necessidades energéticas.[300]
Com uma regulamentação ambiental deficiente, a grave e maciça poluição do ar e da água (a China tem 20 das 30 cidades mais poluídas do mundo) atinge várias regiões do país. Por conseguinte, o governo prometeu aumentar a utilização deenergias renováveis, estabelecendo a meta de atingir 10% do consumo total de energia até 2010 e 30% em 2050.[301]
A China tem atualmente a maioria dos usuários decelulares no mundo, com mais de 800 milhões de usuários em julho de 2010.[303] O país também tem o maior número de usuários deinternet ebanda larga no mundo.[304]
AChina Telecom e aChina Unicom, dois grandes prestadores de serviços debanda larga, são responsáveis por 20% dos assinantes de banda larga global, enquanto os dez maiores fornecedores de serviços de banda larga do mundo, respondem juntos por 39% dos clientes de banda larga do planeta.[305] A China Telecom tem mais de 55 milhões de assinantes de banda larga e a China Unicom, tem mais de 40 milhões, enquanto o terceiro maior fornecedor, aNTT, possui menos de 18 milhões de assinantes.[305]
O espaço entre os dois grandes prestadores de banda larga chineses e os prestadores do resto do mundo, continuará a crescer rapidamente, visto que os outros dez maiores provedores de banda larga operam em mercados desenvolvidos, com elevados níveis de penetração da banda larga e com rápida desaceleração do crescimento de assinantes.[305]
O transporte na parte continental da República Popular da China melhorou significativamente desde a década de 1990 como parte de um esforço do governo para vincular toda a nação através de uma série de vias expressas. O comprimento total da rede deautoestradas era de 65 000 km no final de 2009, a segunda maior rede do mundo, perdendo apenas para osEstados Unidos.[306] A posse de umautomóvel privado está aumentando a uma taxa anual superior a 30%. A venda de automóveis começou a aumentar rapidamente após acrise financeira em 2009. Cerca de 18,06 milhões de veículos foram vendidos na China em 2010, uma expansão de 33% em relação a 2009 com 13,8 milhões.[307] Os analistas preveem que as vendas anuais de veículos no país possa subir para 40 milhões em 2020.[308] Um efeito colateral do rápido crescimento da rede de estradas chinesa é que tem havido um aumento significativo nos acidentes de trânsito, causados pela má aplicação de leis de tráfego; apenas em 2011, cerca de 62 000 chineses morreram em acidentes rodoviários.[309][310]
A China possui a maior rede ferroviária dealta velocidade do mundo, com mais de 9 676 km de linhas em serviço.[311] Destes, 3 515 km servem trens com velocidade máxima de 300 km/h.[312] Em 2011, a China produziu seus primeiros trens de alta velocidade construídos inteiramente sem assistência estrangeira.[313] O país pretende operar cerca de 16 000 km de linhas ferroviárias de alta velocidade até 2020.[314] O transporte de longa distância também continua a ser dominado por ferrovias e sistemas de ônibus fretados. As ferrovias são o suporte vital do país, são monopolizadas pelo Estado e divididas em vários gabinetes ferroviários em diferentes regiões. Devido à grande demanda, o sistema está regularmente sujeito a superlotação, especialmente durante os períodos de férias, como durante oAno Novo Chinês. A rede ferroviária chinesa transportou cerca de 1,68 bilhões de passageiros apenas em 2010. Em áreas urbanas, asbicicletas continuam a ser um modo muito comum de transportes, apesar do aumento da prevalência de automóveis — em 2012 existiam cerca de 470 milhões de bicicletas na China.[314]
Os sistemas demetrô também estão em rápido desenvolvimento nas grandes cidades chinesas, sob a forma de redes de sistemas de trens subterrâneos ouVLTs.Hong Kong tem um dos mais desenvolvidos sistemas detransporte público do mundo, enquanto queXangai temuma linha ferroviária maglev de alta velocidade que liga a cidade ao seu principal aeroporto internacional, oAeroporto Internacional de Pudong. A China está ainda a desenvolver o seu própriosistema de navegação por satélite, chamadoBeiDou, que começou a oferecer serviços de navegação comerciais em toda a Ásia em 2012[315] e está planejado para oferecer uma cobertura global até 2020.[316] Em 2012, a China foi o maior construtor mundial de novosaeroportos e o governo chinês começou um projeto de cinco anos e de 250 bilhões de dólares para expandir e modernizar otransporte aéreo doméstico.[317]
A China foi um dos líderes mundiais emciência etecnologia até aDinastia Ming. Antigas descobertas e invenções chinesas, como a fabricação dopapel, aimpressão, abússola e apólvora (as Quatro Grandes Invenções), contribuíram para o desenvolvimento econômico de toda aÁsia eEuropa. No entanto, a atividade científica chinesa entrou em um declínio prolongado noséculo XIV. Ao contrário dos cientistas europeus daRevolução Científica, os pensadores chineses medievais não tentaram reduzir as observações da natureza às leis matemáticas e não formaram uma comunidade acadêmica que oferecia arevisão por pares e a pesquisa progressiva. Houve um aumento da concentração sobre a literatura, as artes, a administração pública, enquanto a ciência e a tecnologia eram vistas como triviais ou restritas a um número limitado de aplicações práticas. As causas destaGrande Divergência continuam a ser discutidas.[318]
Depois de repetidas derrotas militares para asnações ocidentais noséculo XIX, os reformadores chineses começaram a promoção da ciência e da tecnologia modernas, como parte do movimento de autofortalecimento. Após a vitóriacomunista naGuerra Civil Chinesa em 1949, foram feitos esforços para organizar a ciência e a tecnologia baseando-se no modelo daUnião Soviética. No entanto, aRevolução Cultural (1966–1976) deMao Tsé-Tung teve um efeito catastrófico na pesquisa chinesa, já que acadêmicos foram perseguidos e a formação de cientistas e engenheiros foi severamente restringida por quase uma década. Após a morte de Mao em 1976, a ciência e a tecnologia se estabeleceram como uma dasQuatro Modernizações e o sistema acadêmico de inspiração soviética foi gradualmente reformado.[318]
Desde o fim da Revolução Cultural, o país se tornou um dos líderes mundiais em poderes tecnológicos,[319] gastando cerca mais de 100 bilhões de dólares empesquisa e desenvolvimento apenas em 2011.[320] A ciência e a tecnologia são vistas como vitais para a realização da coesão econômica e dos objetivos políticos do país, além de serem consideradas uma fonte de orgulho nacional a um grau às vezes descrito como "tecnonacionalista".[321] Quase todos os membros do Comitê Permanente doPolitburo do PCC têm cursos de engenharia.[322]
A China está rapidamente desenvolvendo seu sistema de ensino, com ênfase naciência,matemática eengenharia. Em 2009, o país produziu mais de 10 000PhDs graduados em engenharia e cerca de 500 000BScs graduados, mais do que qualquer outro país.[323] O país é também o segundo que mais publica trabalhos científicos no mundo, produzindo 121 500 só em 2010, incluindo 5 200 nos principaisperiódicos científicos internacionais.[324] Empresas de tecnologia chinesas, como aHuawei e aLenovo, se tornaram líderes mundiais em telecomunicações e computação pessoal,[325][326][327] e ossupercomputadores chineses são consistentemente classificadosentre os mais poderosos do mundo.[328] A China é ainda o maior investidor mundial em tecnologia deenergias renováveis.[135]
Oprograma espacial chinês é um dos mais ativos no mundo e é um grande orgulho nacional.[329][330] Em 1970, a China lançou seu primeiro satélite, o Dong Fang Hong I. Em 2003, o país se tornou o terceiro a independentemente enviar seres humanos ao espaço, com o taikonautaYang Liwei a bordo daShenzhou 5. Em setembro de 2012, oito cidadãos chineses viajaram para o espaço. Em 2008, a China realizou sua primeiracaminhada espacial durante a missãoShenzhou 7. Em 2011, o primeiro módulo da estação espacial chinesa, Tiangong-1, foi lançado, marcando o primeiro passo de um projeto para montar uma grande estação tripulada em 2020.[331] O Programa de Exploração Lunar Chinês inclui uma missão de exploração em 2013 e, possivelmente, umpouso lunar tripulado em 2025.[332][333] A experiência adquirida com o programa lunar poderá ser utilizada para futuros programas, tais como aexploração de Marte e deVênus.[334] No entanto, alguns analistas estrangeiros têm acusado a China de secretamente usar suas missões espaciais civis para fins militares, como o lançamento de satélites de vigilância.[335]
Atualmente, o governo chinês aceita vários elementos da cultura tradicional chinesa como sendo parte integrante da sociedade do país. Com a ascensão donacionalismo chinês e o fim da Revolução Cultural, as várias formas de arte tradicional, literatura,música,cinema, moda earquitetura chinesa têm experimentado um forte renascimento.[336][337] Ofolclore e a arte em geral também têm despertado o interesse nacional e internacional.[338]
Desde os tempos antigos, acultura chinesa foi fortemente influenciada peloconfucionismo e por filosofias conservadoras. Durante grande parte da era dinástica do país, oportunidades de progresso social podiam ser alcançadas através de um alto desempenho nos prestigiososexames imperiais, que foram instituídos em 605 para ajudar o Imperador a selecionar os burocratas mais hábeis. A ênfase literária dos exames afetou a percepção geral de refinamento cultural da nação, como a crença de que acaligrafia e apintura literata eram formas superiores dearte do que a dança ou o teatro. A cultura chinesa há muito enfatiza um profundo senso histórico e uma forte perspectiva nacional introspectiva.[339]
Várias linhas de pensamento mais autoritárias eracionais também foram influentes, sendo olegalismo um exemplo proeminente. Durante muitas ocasiões houve conflito entre essas filosofias — por exemplo, aindividualista e neoconfucionistadinastia Song acreditava que o legalismo afastava-se do espírito original do confucionismo. Os exames e acultura do mérito ainda permanecem muito valorizados na China atual. Nos últimos anos, vários neoconfucionistas alegaram que os modernosideais democráticos e osdireitos humanos são compatíveis com os valores confucionistas tradicionais.[340]
A culinária chinesa é altamente diversificada, com base em vários milênios de história. Os imperadores das antigas dinastias chinesas eram conhecidos por promover banquetes com mais de cem pratos servidos em uma mesma ocasião, empregando funcionários da cozinha imperial e inúmeras concubinas para preparar a comida. Tais pratos reais gradualmente se tornaram parte de uma ampla cultura chinesa. O alimento básico é oarroz, mas o país também é conhecido pelos seus pratos com carne.Especiarias são endêmicas da culinária do país.[341]
Na esteira do Movimento da Nova Cultura, após o fim dadinastia Qing, a literatura chinesa embarcou em uma nova era com vernáculo escrito para cidadãos comuns.Hu Shih eLu Xun foram pioneiros na literatura moderna.[350] Vários gêneros literários, como apoesia enevoada, aliteratura de cicatrizes, ficção para jovens adultos e literatura sobre xungen, que é influenciada pelorealismo mágico,[351] surgiram após a Revolução Cultural.Mo Yan, autor de literatura xungen, recebeu oPrêmio Nobel de Literatura em 2012.[352]
A China tem uma das culturas esportivas mais antigas do mundo. Há evidências de que um tipo defutebol era jogado no país por volta do ano 1000.[353] Hoje, alguns dos esportes mais populares no país incluem asartes marciais, obasquete, o futebol, otênis de mesa, obadminton, anatação e asinuca. Jogos de tabuleiro, como ogo (conhecido comoweiqi na China),xiangqi e, mais recentemente, oxadrez também são jogados em nível profissional.[354]
Aaptidão física é amplamente enfatizada na cultura chinesa. Exercícios matinais são uma atividade comum, sendo que os cidadãos idosos são incentivados a praticarqigong etai chi chuan.[355] Os jovens chineses também têm interesse em basquete, especialmente nos centros urbanos. ANational Basketball Association (NBA), dosEstados Unidos, tem um enorme número de seguidores entre a juventude do país, com alguns jogadores de origem chinesa, comoYao Ming.[356]Academias de ginástica estão ganhando popularidade rapidamente no país, com mais de 3 000 estabelecimentos que atendiam cerca de 3 milhões de clientes ativos nas principais cidades chinesas em 2010.[357] Além disso, a China é o lar de vários ciclistas, com uma estimativa de 470 milhões debicicletas em 2012.[358]
Muitos esportes mais tradicionais também são praticados na China. Corridas deBarco Dragão ocorrem durante oFestival do Barco Dragão todos os anos e desde então ganharam popularidade no exterior. NaMongólia Interior, esportes como a luta mongol e oturfe são populares. NoTibete,tiro com arco ehipismo são parte de festivais tradicionais da cultura local.[359]
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