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Renda de bilros

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Renda de bilros dePeniche.

Arenda de bilros é produzida pelo cruzamento sucessivo ou entremeado de fios têxteis, executado sobre o pique e com a ajuda de alfinetes e dos bilros. O pique é um cartão, normalmente pintado da cor açafrão para facilitar a visão por parte da rendilheira, onde se decalcou um desenho, feito por especialistas.[1]

Execução

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É realizada sobre umaalmofada (Brasil) dura, o rebolo (nome dado à almofada em Portugal),cilindro de pano grosso, cheio compalha oualgodão, cujas dimensões dependem da dimensão da peça a realizar, coberto exteriormente por um saco detecido mais fino.

A almofada fica sobre um suporte demadeira, ajustável, de forma a ficar à altura do trabalho da rendilheira.

No rebolo, é colocado umcartão perfurado, o pique (Portugal) ou pinicado (Brasil), onde se encontra odesenho da renda, feito com pequenos furos.

Nos furos da zona do desenho que está a ser realizada, a rendilheira (Portugal) ou rendeira (Brasil) espeta alfinetes, que desloca à medida que o trabalho progride.

Os fios são manejados por meio de pequenas peças de madeira torneada (ou de outros materiais, como oosso), osbilros ouBirros (Brasil).

Uma das extremidades do bilro tem a forma depêra ou deesfera, conforme a região. Ofio está enrolado na outra extremidade.

Os bilros são manejados aos pares pela rendilheira (Portugal) - rendeira (Brasil) que imprime um movimento rotativo e alternado a cada um, orientando-se pelos alfinetes.

O número debilros (birros) utilizado varia conforme a complexidade do desenho.

Em Portugal

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Almofada de renda de bilros,Peniche.

Em Portugal a arte da renda de bilros tem especial expressão nas zonas piscatórias do litoral, com maior relevo paraCaminha,Póvoa de Varzim,Vila do Conde,Árvore,Azurara,Setúbal,Lagos, e Olhão, tendo existido ainda emSilves,Sines eSesimbra, onde esta arte é antiquíssima. Também se encontra o fabrico de rendas de bilros emNisa, no Alentejo eFarminhão, perto de Viseu.

Devido ao elevado nível em arte e produção atingido em Lenha, toda e qualquer renda de bilros portuguesa é conhecida, simplesmente, por renda de Peniche. Em meados do século XIX, existiam em Peniche quase mil rendilheiras e, segundo Pedro Cervantes de Carvalho Figueira, eram oito as oficinas particulares onde crianças a partir dos quatro anos de idade se iniciavam na aventura desta arte.
Em 1887, com a fundação da escola de Desenho Industrial Rainha D. Maria Pia (mais tarde Escola Industrial de Rendeiras Josefa de Óbidos), sob a direcção de D.Maria Augusta de Prostes Bordalo Pinheiro, que as rendas de Bilros atingiriam um grau de perfeição e arte difíceis de igualar.[2]


Na Eslovénia

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A renda de bilros da Eslovénia
Património Cultural Imaterial da Humanidade

Fiadeira eslovena em 1954
País(es) Eslovênia
DomíniosTécnicas artesanais tradicionais
Referênciaenfres
RegiãoEuropa e América do Norte
Inscrição2018 (13.ª sessão)
ListaLista Representativa

Para fazer renda, naEslovénia é utilizada uma técnica artesanal que consiste em tecer fios enrolados em pequenos fusos de madeira, os bilros. Os padrões para a execução dos laços, seja em tiras ou em formas acabadas, são característicos de cada região do país e têm denominações específicas. A renda de bilros é feita de acordo com um padrão desenhado em papelão que é fixado numa almofada cilíndrica colocada numa cesta de vime, ou numa almofada de lã de madeira. Fruto da criatividade de todas as pessoas que concebem os padrões e tricô, os vestidos de rendas e acessórios de moda são destinados, assim como tecidos e objetos usados ​​em casas, locais de culto religioso, à celebração de solenidades ou representações diversas. Também são fontes de inspiração para criações artísticas feitas em áreas tão diversas quanto design, arquitetura ou arte culinária. Além de ecológica e sustentável, a prática desse elemento do património cultural tem notáveis ​​qualidades terapêuticas. Atualmente, existem na Eslovénia cerca de 120 sociedades e grupos de pessoas praticando o elemento, tanto veteranos quanto novatos. As mulheres são as depositárias das técnicas e conhecimentos correspondentes, que, como regra geral, são transmitidos de avós para netas. As comunidades do bairro de fabricantes de rendas também desempenham um papel essencial na transmissão do elemento.[3]

A UNESCO integrou a renda de bilros da Eslovénia na lista representativa doPatrimónio Cultural Imaterial da Humanidade em 2018.[3]

No Brasil

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Rendeira de bilros (Ceará).

No Brasil a renda está e esteve presente em quase todos os estados brasileiros com maior incidência nas regiões litorâneas.[4]

Museus

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Portugal

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Referências

  1. Professora. [S.l.: s.n.] 
  2. HENRIQUES, Ana Carolina Santos.No princípio estava o mar : Peniche : o património cultural, o turismo e o mar. Tese de mestrado em Lazer, Património e Desenvolvimento apresentada à Universidade de Coimbra em 2010
  3. abUNESCO.«El encaje de bolillos de Eslovenia». Consultado em 18 de janeiro de 2019 
  4. Ramos, Luiza; Ramos, Arthur (1948).A renda de bilros e sua aculturação no Brasil. [S.l.]: Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia 
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