Asrelações entre Estados Unidos e Sudão referem-se às relações bilaterais entre oSudão e osEstados Unidos. Os Estados Unidos é crítico da situação dos direitos humanos no Sudão e enviou umaforça de manutenção da paz das Nações Unidas paraDarfur.

O Sudão rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos em junho de 1967 após a eclosão daguerra árabe-israelense. As relações melhorariam após julho de 1971, quando oPartido Comunista Sudanêstentou derrubar o presidenteGaafar Nimeiry e Nimeiry suspeitou do envolvimento soviético. A assistência dos Estados Unidos ao reassentamento de refugiados após oacordo de paz de 1972 com o sul melhorou ainda mais as relações.
Em 1 de março de 1973, terroristas palestinos daOrganização Setembro Negro assassinaram o embaixador estadunidenseCleo A. Noel e o vice-chefe da missão, Curtis G. Moore, emCartum. As autoridades sudanesas prenderam os terroristas e os julgaram sob acusações de homicídio. Em junho de 1974, entretanto, foram liberados à custódia do governo egípcio. O embaixador estadunidense no Sudão foi retirado em protesto. Embora o embaixador dos Estados Unidos retornasse a Cartum em novembro, as relações com o Sudão permaneceram estáticas até o início de 1976, quando o presidente Nimeiry mediou a libertação de dez reféns estadunidenses mantidos por insurgentes eritreus em fortalezas rebeldes no norte daEtiópia. Em 1976, os Estados Unidos decidiram retomar a assistência econômica ao Sudão.
No final de 1985, houve uma redução do pessoal na Embaixada dos Estados Unidos em Cartum devido à presença de um grande contingente de terroristas líbios. Em abril de 1986, as relações com o Sudão deterioraram-se quando os Estados Unidosbombardearam a Líbia. Um funcionário da embaixada estadunidense foi baleado em 16 de abril de 1986. Imediatamente após esse incidente, todo o pessoal não-essencial e todos os dependentes partiram por seis meses. Nessa época, o Sudão era o maior destinatário do auxilio ao desenvolvimento e da assistência militar dos Estados Unidos naÁfrica Subsaariana. No entanto, a ajuda oficial estadunidense ao desenvolvimento foi suspensa em 1989, na sequência dogolpe militar contra o governo eleito, que levou ao poder aFrente Islâmica Nacional liderada pelo GeneralOmar al-Bashir.[1]
As relações dos Estados Unidos com o Sudão ficariam mais tensas na década de 1990. O Sudão apoiou oIraque na suainvasão do Kuwait[1] e forneceu refúgio e assistência a grupos terroristas islâmicos. No início e meados da década de 1990,Carlos o Chacal,Osama bin Laden,Abu Nidal e outros líderes terroristas residiam em Cartum. O papel radical do Sudão na Conferência Islâmica Pan-Árabe representou uma questão de grande preocupação para a segurança dos funcionários e dependentes estadunidenses em Cartum, resultando em várias retiradas e/ou evacuações do pessoal norte-americano de Cartum, no início dos anos 1990. As ligações do Sudão islamita com organizações terroristas internacionais representaram um assunto especial de preocupação para o governo dos Estados Unidos, levando à designação do Sudão como um "Estado patrocinador do terrorismo" em 1993 e uma suspensão das operações da Embaixada dos Estados Unidos em Cartum, em 1996. Em outubro de 1997, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas, comerciais e financeiras abrangentes contra o Sudão.[2] Em agosto de 1998, na sequência dosatentados às embaixadas da África Oriental, os Estados Unidoslançaram ataques com mísseis contra a fábrica farmacêutica Al-Shifa, no Sudão.[2] O último embaixador estadunidense no Sudão, o embaixadorTim Carney, deixou o cargo antes deste evento e nenhum novo embaixador seria designado desde então. A Embaixada dos Estados Unidos é chefiada por umencarregado de negócios.
Os Estados Unidos e o Sudão entraram em um diálogo bilateral sobre ocombate ao terrorismo em maio de 2000. O Sudão tem prestado cooperação concreta contra o terrorismo internacional desde osataques de 11 de setembro de 2001 emNova York eWashington. No entanto, apesar de o Sudão ter apoiado publicamente as ações da coalizão internacional contra a redeal-Qaeda e oTalibã noAfeganistão, o governo criticou as incursões estadunidenses nesse país e se opôs a um alargamento do esforço contra o terrorismo internacional a outros países. O Sudão permanece na lista dos Estados patrocinadores do terrorismo.[2] Em resposta à contínua cumplicidade do governo do Sudão com aviolência incessante noDarfur, o presidenteGeorge W. Bush impôs novas sanções econômicas ao Sudão em maio de 2007. As sanções bloquearam ativos de cidadãos sudaneses envolvidos no genocídio em Darfur e sancionaram outras empresas mantidas ou controladas pelo Governo do Sudão. O Sudão frequentemente acusou os Estados Unidos de ameaçar suaintegridade territorial, apoiando referendos noSul e em Darfur.
Apesar das diferenças políticas, os Estados Unidos têm sido um grande doador deajuda humanitária ao Sudão ao longo do último quarto de século. Os Estados Unidos foram um grande doador na "Operação Lifeline Sudan" de março de 1989, que entregou 100 mil toneladas métricas de alimentos para o governo e áreas do Sudão mantidas peloExército Popular de Libertação do Sudão, evitando assim a fome generalizada. Em 1991, os Estados Unidos fizeram grandes doações para aliviar a escassez de alimentos causada por uma seca de dois anos. Numa seca similar em 2000-2001, os Estados Unidos e a comunidade internacional reagiram para evitar a fome em massa no Sudão. Em 2001, o governo Bush nomeou um enviado presidencial para a paz no Sudão para explorar o papel que os Estados Unidos poderiam desempenhar para acabar com aguerra civil sudanesa e melhorar a entrega da ajuda humanitária. Durante osanos fiscais de 2005-2006, o governo estadunidense comprometeu quase $2.6 bilhões para o Sudão para assistência humanitária emanutenção da paz em Darfur, bem como apoio para a implementaçãodo acordo de paz e reconstrução e desenvolvimento no sul do Sudão.
No entanto, as relações entre os dois países têm, pelo menos, uma esperança de progresso devido ao envio do enviado especial do presidenteBarack Obama,Scott Gration, ao Sudão para melhorar as condições diplomáticas e discutir formas de encerrar o atual conflito em Darfur. Em 9 de setembro de 2009, os Estados Unidos publicaram uma nova lei para aliviar as sanções em partes do Sudão. Obama nomeouDonald E. Booth como seu enviado especial para Sudão e Sudão do Sul em 28 de agosto de 2013.[3][4] Em 13 de janeiro de 2017, os Estados Unidos retiraram sanções econômicas e comerciais contra o Sudão, devido à cooperação com o governo sudanês na luta contra o terrorismo, na redução do conflito e na negação de refúgio seguro aos rebeldes sul-sudaneses e na melhoria do acesso humanitário às pessoas necessitadas. A Casa Branca anunciou a flexibilização das sanções como parte de um processo de compromisso de cinco faixas.[5] Em 16 de março de 2017, os Estados Unidos e o Sudão anunciaram a retomada das relações militares depois de trocarem adidos militares.[6] Em abril de 2017, foi anunciado que aAgência Central de Inteligência (CIA) decidiu abrir um escritório em Cartum.[7]
Este artigo incorporamaterial em domínio público do sítio eletrônico ou documento deDepartamento de Estado dos Estados Unidos (Background Notes).[1]