Por várias vezes, as terras da península foram governadas separadamente da ilha da Sicília. Frequentemente o reino foi governo por outros monarcas, tais como os reis deAragão ou daEspanha.[2] Desde a morte de seu fundador,Rogério II da Sicília, em1154, asfronteiras ficaram praticamente as mesmas por 700 anos.
Era, algumas vezes, chamado de Reino da Apúlia e Sicília (regnum Apuliae et Siciliae) até1282 quando a parte continental foi separada da ilha e passou a ser conhecida comoReino de Nápoles. Depois de1302 era, às vezes, chamado de "Reino de Trinacria". Em várias ocasiões, a coroa foi usada por outros monarcas como o rei deAragão, o rei daEspanha e por um breve período de tempo, pelosSaboia.[3] Em 1816 o Reino da Sicília e o Reino de Nápoles foram unidos noReino das Duas Sicílias.
RogérioBosso de Altavila, irmão de Roberto, no comando de um grupo de cavaleiros, em1061, desembarcou emMessina e invadiu a ilha (então sob domínioárabe), conseguindo em1072 chegar aPalermo, que foi escolhida capital. EnquantoBoemundo I de Antioquia, filho da primeira esposa de Roberto, se tornava no fim de 1088 soberano incontestável doPrincipado de Taranto, Rogério I junto ao filhoRogério II, consolidavam seu domínio sobre a Sicília.[4]
Rogério passou a maior parte da década que iniciou-se com sua coroação e terminou com o grandeAssise de Ariano combatendo um invasor após o outro e sufocando rebeliões de seus vassalos Grimoaldo de Bari, Roberto II de Cápua, Ranulfo de Alife,Sérgio II de Nápoles e outros. Em 1139, otratado de Mignano garantiu a Rogério o reconhecimento de seu reinado pelo papa legítimo. Foi por meio de seu almiranteJorge de Antioquia que Rogério então conquistouMádia naÁfrica (Ifríquia emárabe), tomando o título não oficial de "Rei da África". Ao mesmo tempo, a poderosa esquadra de Rogério atacou oImpério Bizantino e fez da Sicília o poder marítimo dominante noMediterrâneo por quase um século.[4]
O filho e sucessor de Rogério,Guilherme, o Mau,[necessário esclarecer] tem seu apelido devido à sua pouca popularidade com os cronistas, que apoiavam as revoltas dos barões inimigos de Guilherme. Seu reinado terminou em paz, mas seu filhoGuilherme II da Sicília[necessário esclarecer] era menor de idade. Até ao período final de regência, em 1172, o reino esteve em rebeliões que quase derrubaram a família real., embora o reinado do segundo Guilherme seja lembrado como quase duas décadas de contínua paz e prosperidade. Por isso, mais que qualquer outra coisa, ele é apelidado de "o Bom". porém, sua morte sem herdeiros em 1189 iniciou um período de caos.
A dominação pela dinastiasuábia dosHohenstaufen na Sicília teve início com um matrimônio deEstado entre Henrique VI, filho do imperadorFrederico Barbarossa, eConstança de Altavila, filha de Rogério II da Sicília. Em 1185, abriu-se assim a estrada para a conquista suábia. Em 1194, com a morte de Guilherme III, a ilha foi conquistada pelo soberano germânico, passando a integrar oSacro Império. Tinha assim início a dinastia suábia na Sicília que comFrederico II, filho de Constança, atingiu seu máximo esplendor.
Frederico II, uma criança que se tornaria tambémSacro Imperador Romano-Germânicoem 1197, afetou profundamente o futuro imediato da Sicília. Em um país tão acostumado a uma forte autoridade central, a pouca idade do rei causou um sério vácuo de poder. Seu tio, Filipe da Suábia, tratou de assegurar a herança de Frederico, indicando Marcvardo de Anweiler,marquês de Ancona, como regente em 1198. Enquanto isso, opapa Inocêncio III reafirmou a autoridade papal sobre a Sicília, mas reconheceu os direitos de Frederico. O papa viu a autoridade daIgreja Católica decrescer na década seguinte e ficou inseguro sobre o lado a apoiar em muitas disputas.
O poder dos Hohenstaufen, porém, não estava assegurado. Valter III de Briene havia se casado com a filha de Tancredo e foi ao Sul em 1201 reivindicar o reino. Em 1202, um exército liderado pelo chanceler Walter de Palearia e Dipoldo de Vohburgo foi derrotado por Walter de Briene. Marcvardo foi morto e caiu sob controle deGuilherme Capparone, um aliado dospisanos. Dipoldo continuou a luta contra Walter no continente até a morte do reclamante em 1205. Dipoldo finalmente resgatou Frederico de Capparone em 1206 e o colocou sob a tutela do chanceler Walter of Palearia. Depois de uma década, as guerras sobre o trono e a regência cessaram.
O conflito entre osHohenstaufen e o papado levou à conquista da Sicília, em 1266, porCarlos I, daCasa de Anjou, começando o domínioangevino. Em 1282, a oposição aos domínios e taxas francesas da Casa de Anjou provocou asVésperas Sicilianas. A ilha da Sicília se proclamou independente e elegeu como reiPedro III, o Grande, rei de Aragão. A resultanteguerra das Vésperas Sicilianas durou até aPaz de Caltabellota em 1302. A paz dividiu o Reino da Sicília em duas partes, mas ambas conservaram o nome de Reino da Sicília. A ilha da Sicília, chamada de Reino da Sicília além do Farol ou Reino de Trinacria foi dada aFrederico III da Sicília. AItália meridional, que conservou o nome de Reino da Sicília, mas é chamado pelos historiadores atuais de Reino de Nápoles continuou sob o controle da dinastia francesa comCarlos II. Portanto, a paz foi o reconhecimento formal de um difícilstatus quo.
Seguiram-se então mais de cinco séculos de governo dos príncipes aragoneses e reis espanhóis.
A Sicília foi governada como um reino independente por parentes dos reis de Aragão até 1409 e portanto como parte da coroa de Aragão. O Reino de Nápoles foi governado pelos angevinos até que as duas coroas foram forçosamente reunidas, sob o nome de Reino das Duas Sicílias, porAfonso V de Aragão, cujo sítio de Nápoles terminou com êxito em 26 de fevereiro de 1443. Porém em 1458, após o governo de Afonso o reino foi novamente dividido. Ele passou Nápoles a seu filhoFernando I de Nápoles, que reinou de 1458 a 1494, e Aragão e Sicília para o irmão de Afonso,João II de Aragão. De 1494 a 1503 os sucessivos reis de FrançaCarlos VIII eLuís XII, que eram herdeiros dos angevinos, tentaram conquistar Nápoles mas falharam, e o reinou foi unido a Aragão.
Quando em 1492 osReis Católicos,Fernando II (rei da Sicília desde 1468) eIsabel, ordenaram a expulsão ou a conversão dosjudeus na Espanha, e a Sicília teve de fazer o mesmo. Fernando II, o Católico recuperou em 1504 o Reino de Nápoles sob os auspícios da coroa espanhola.
Os títulos foram usados pelosreis de Aragão até 1516, seguidos pelosreis de Espanha até 1707. OsSacro Imperadores Romanos usaram o título de 1707 até 1735, e então Nápoles foi atacada pelo duque Calos de Parma, que tornou-seCarlos III de Nápoles e Sicília. Seus descendentes reinaram até a unificação da Itália, em 1861. De 1816 a 1861, os reinos foram unificados como Reino das Duas Sicílias.
Com oTratado de Utrecht (1713), a Sicília separou-se novamente de Nápoles.
Tendo pertencido àCasa de Savoia (1714), passou ao controle dosHabsburgos (1720) e, em seguida, foi novamente incorporada ao Reino das Duas Sicílias, já então governado pelosBourbons (1738). Em 1799, o exército revolucionáriofrancês derrotouFernando I das Duas Sicílias, e conquistou o Reino de Nápoles. Sete anos depois, em 1806,Napoleão Bonaparte impôs seu irmãoJosé Bonaparte (José I) no trono napolitano, no qual permaneceu por um breve período.
Frequentemente conturbada por agitações, a Sicília foi palco, em 1820, de um levante militar, dirigido peloscarbonários.
Fim do Reino da Sicília e união ao Reino de Itália