A população urbana da região sul tem crescido nos últimos anos. Existem duas grandes cidades:Curitiba ePorto Alegre. Osetor fabril passou a se expandir nas últimas décadas, especialmente no Rio Grande do Sul, nordeste catarinense eregião de Curitiba. Na região deCriciúma–SC, situam-se quase todas as jazidas decarvão extraídas no Brasil. O potencial energético, constituído pelas muitasquedas d'água dos rios dasbacias doUruguai e doParaná, também é pouco utilizado.[8]
A região sul, propriamente dita, é um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origemitaliana[9] egermânica.[10] A região sul apresenta índices sociais acima da média brasileira e das demais regiões em vários aspectos: possui o maiorIDH do Brasil, 0,831,[11] e o terceiro maior PIB per capita do país.[12] A região é também a mais alfabetizada, 95,2% da população, e a com menor incidência de pobreza.[13] Sua história é marcada pela grande imigração europeia,[14] pelaGuerra dos Farrapos,[15] e mais recentemente pelaRevolução Federalista,[16] com seu principal evento oCerco da Lapa.[17] Outra revolta ocorrida na história da região foi aGuerra do Contestado,[18] entre os anos de 1912 e 1916.
Ospaulistas também tinham curiosidade pela comercialização de gado. Ostropeiros, ou seja, os vendedores de gado, juntavam os animais criados soltos pelos campos. Eles conduziam osanimais para comercializar nas feiras de gado, emSorocaba. Na estrada por onde transitavam os tropeiros, nasceram povoados. Os tropeiros também fundaram as mais antigas estâncias, ou seja, propriedades de produção de animais.[22] Os condutores de tropa foram os mais antigos devotos deNossa Senhora das Brotas do século XVIII ao XIX.[23]
Para proteger as estâncias que haviam sido fundadas,fortalezas militares na região foram mandadas erguer pelorei de Portugal. Nos arredores dos fortes, nascerampovoados. No decorrer de vários anos,Portugal eEspanha combateram pela conquista das terras meridionais. Os conflitos armados prosseguiram e apenas foram solucionados com a promulgação detratados como, por exemplo, deMadri (1750),Santo Ildefonso (1777) eBadajoz (1801). Esses tratados estabeleceram as fronteiras das terras situadas na parte meridional do Brasil.[22]
Vinda dos imigrantes, colonização recente e expansão agropecuária
A colonização cresceu grandemente com a vinda dos imigrantes. Os primeiros imigrantes eram osaçorianos. Em seguida, chegaram especialmente imigrantesalemães (1824,São Leopoldo–RS) eitalianos (1875,Caxias do Sul). Outros grupos buscavam a região para morar. Os imigrantes criaram colônias que se transformaram em cidades muito populosas como, por exemplo, Caxias do Sul.[22]
Seurelevo é ocupado, em sua grande parte, por duas divisões doplanalto Brasileiro: oplanalto Atlântico (ou Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste) e oMeridional. Nesta região, o planalto Atlântico é cognominadoplanalto Cristalino, e o Meridional é fragmentado em duas porções:arenito-basáltico edepressão periférica. A região abriga também determinadas planícies.[24] A altitude máxima da região sul é oPico Paraná, com 1 922 metros dealtitude, situado noParaná. Porém, oMorro da Igreja está localizado a 1 822 metros de altitude, sendo o local povoado mais elevado da região sul e onde se registrou, não oficialmente, a menor temperatura do Brasil: -17,8 °C, em29 de junho de1996.[25]
Mapa geomorfológico do sul do Brasil
As mais importantes características da geomorfologia da região sul do Brasil são:[24]
Planalto Meridional: compreende grande parte do território sulista,entremeando extensas camadas dearenito ebasalto. O basalto é umarocha de procedênciavulcânica, que formasolos deterra roxa, bastante produtivos. No sul, com exceção donorte do Paraná, são poucas as regiões que têm tais solos, porque, ocasionalmente, os arenitos recobrem as rochas basálticas.[26] A elevação de maior relevância no planalto Meridional é aserra Geral, a qual, no Paraná e emSanta Catarina, ocorre na parte de trás daserra do Mar, porém, noRio Grande do Sul acaba perto dacosta, constituindofalésias como as que ocorrem nas praias da cidade deTorres, no estado do Rio Grande do Sul.[24] Para descomplicar a descrição, o planalto Meridional é habitualmente fragmentado em duas porções: planalto Arenito-basáltico e depressão Periférica.[24]
A região tem também pequenos vales encaixados nos dois enormes planaltos (Cristalino e Meridional) e uma grande planície litorânea, perto da costa. No Paraná, a planície de maior importância é aBaixada Paranaense e, no Rio Grande do Sul, sobressai a existência derestingas, as quais “limitam” enseadas e constituem lagoas litorâneas, como alagoa dos Patos e aMirim. Em Santa Catarina, aplanície litorânea é longa, especialmente no norte, e, dessa forma, estende-se até a costa do Paraná, em que compõe lindaspraias,dunas ou entãorestingas.[24]
É possível encontrar também aspectos tropicais nasplanícies litorâneas do Paraná e de Santa Catarina, em que as médias de temperatura estão acima de 20 °C e as chuvas caem especialmente no verão.[27]
Astemperaturas também são atingidas pelosventos. No verão, assopram osventos alísios provenientes dosudeste, os quais, por serem cálidos e chuvosos, causam elevadas temperaturas, acompanhadas de intensas chuvas. No inverno, asfrentes frias, que sãomassas de ar oriundas doPolo Sul, ocasionam resfriamentos e geadas. Esse vento frio é conhecido comominuano ou pampeiro pelos moradores do Sul.[27]
É necessário frisar que os traços, abrangidos no clima da região sul do Brasil, possuem enorme efeito devido à Massa Polar Atlântica (MPA) que é gélida e chuvosa. A mesma procede doanticiclone localizado ao sul da Patagônia. Sua influência é mais forte na estação fria, com atuação destacada nas regiões Sul e Sudeste. Pode afetar demais regiões como a Amazônia, onde a mesma perdera força.[27]
Tanto aserra do Mar quanto aserra Geral localizam-se perto da costa. Dessa forma, o relevo da região sul curva-se aointerior, e a maioria dos rios — sendo deplanalto — vai de leste a oeste.[28]
Quando fazemos alusão ao sul do Brasil, é comum nos recordarmos dafloresta ombrófila mista ou mata de araucárias e do grandepampa gaúcho, formações vegetais características da região, apesar de não serem as únicas.[29]
AMata de Araucárias, atualmente quase extinta, ocorre nas áreas mais altas dos planaltos noParaná e emSanta Catarina, em pequenas áreas, junto a outras formas de vegetação. O pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) ajusta-se melhor aos climas frios, típicos das áreas mais elevadas do terreno, e ao solo de rocha mista, comoarenito ebasalto, que se encontra no planalto arenito-basáltico, no interior da região.[29]
A erva-mate é um dos principais produtosagrícolas da região Sul.
Dessa floresta são explorados, especialmente o pinheiro-do-paraná e aimbuia, usados emmarcenaria, e aerva-mate, cujas folhas são empregadas na preparação dochimarrão.[29]
Adestruição dessa floresta, a qual era a vegetação característica dessa região e hoje encontra-se restrita a áreas isoladas, começou nos últimos anos doperíodo imperial brasileiro, em consequência de concessões realizadas pelo governo para a construção de estradas, e piorou com a atividade madeireira.[29]
Além dessa floresta, aserra do Mar, bastante chuvosa em virtude da vizinhança com ooceano Atlântico, propicia o crescimento da floresta tropical úmida da encosta, ouMata Atlântica, bastante espessa e com enorme diversidade deespécies. A Mata Atlântica começa noNordeste segue pelo sudeste até chegar ao sul. Nonorte do Paraná, afloresta tropical está quase devastada, em função do desenvolvimento agrário. Nos últimos anos, têm-se buscado implementar uma política dereflorestamento.[29]
A região sul do Brasil é também compreendida por grandes áreas decampos limpos, denominados decampos meridionais, subdivididos em duas regiões diferentes. A primeira equivale aoscampos dosplanaltos, que aparecem em porções a partir doParaná até o norte doRio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é a maior de todas e situa-se totalmente no Rio Grande do Sul, numa região denominada de Campanha Gaúcha, oupampa. É a formação vegetal dascoxilhas e ocorre como uma camada de ervas rasteiras, a qual é a mais bem-sucedidapastagem natural do Brasil.[29]
Nocenso demográfico de 2010, abrigava uma população de 27 386 891 habitantes. Conforme este mesmo censo demográfico, 84,93% dos habitantes moravam nazona urbana e os 15,07% remanescentes narural.[32]
Hoje residem na região sul do Brasil pouco mais de 88 milindígenas.[37] Do total, 36,75% moram em terras indígenas e 63,25% vivem fora. Dentre os 40 409 habitantes, que habitamterras indígenas, 39 738 moradores têm cor ou raça indígena e 22 104 e 671 residentes se acham indígenas. Entre os 47 932 residentes, os quais moram fora de terras indígenas, 41 740 pessoas possuem cor ou raça indígena e 6 192 indivíduos se julgam indígenas.[38]
Segundo pesquisa de autodeclaração do censo de 2022, 21 729 713 sulistas se reconheceram comobrancos, 6 499 382pardos, 1 505 526pretos, 120 838amarelos e 81 478indígenas.[39] Em 2010, 99,76% forambrasileiros (99,63% natos e 0,14% naturalizados) e 0,24% estrangeiros.[40] Dentre os brasileiros, 93,92% são naturais do sul (87,94% do próprio estado) e 5,31% em demais regiões. 3,67% são dosudeste, 1,06% donordeste, 0,41'% docentro-oeste e 0,17% donorte.[41] Entre os estados de origem dos imigrantes,São Paulo possuía o maior percentual de residentes (2,50%). Este é acompanhado porMinas Gerais (0,81%),Bahia (0,32%),Rio de Janeiro (0,29%),Pernambuco (0,20%) eMato Grosso do Sul (0,19%).[42]
Acolonização da região sul do Brasil seria preenchida com o povoamento em duas etapas. A primeira foi o povoamentoaçoriano (portugueses) no decorrer do litoral, com ênfase para aIlha de Santa Catarina, onde se encontraFlorianópolis, e para a região dePorto Alegre. A segunda começou do primeiro do século XIX, com a chegada deimigrantesalemães,italianos e, em menor quantidade,russos,poloneses,ucranianos e outros. Eles povoaram osplanaltos, com o aspecto de seus hábitos no estilo dascasas, no modo deconversar e nos costumesculinários. Foram responsáveis também pela difusão dapolicultura e do sistema de pequenaspropriedades. Por esse motivo que o sul é a região brasileira que apresenta a maior percentagem de pequenas propriedades em seu meio rural.[43]
Boa parte dos moradores da região sul do Brasil é de procedênciaeuropeia, e por essa razão mais de 80% da população sul-brasileira é formada porcaucasianos. Certos motivos concorreram para a abrangência daimigração europeia no Sul, começando pelomeio ambiente, principalmente em consequência doclima subtropical.[nota 1][nota 2][nota 3] Além disso, fatores históricos também impulsionaram esta aglomeração: noperíodo imperial, era importante garantir a conquista das terras do Sul, porque era uma região escassamente habitada; com o processo daabolição da escravatura, estimulou-se a penetração demão de obra imigrante; já no século XX, as duasguerras mundiais (1914–1918 e1939–1945) conduziram à penetração de milhões deeuropeus que escapavam das lutas armadas.[43]
Composição étnica
Assim como ocorre em outras partes doBrasil, a composição genética da população, de maneira geral, reflete uma origem plural, com ancestralidadeseuropeia,indígena eafricana, abrangendo categorias identificadas como "brancos", "pardos" e "negros", conforme apontam estudos genéticos. Uma análise realizada em 2011 revelou que, do ponto de vistagenético, as distinções entre asregiões brasileiras são menos significativas do que previamente estimado.[44] Ademais, um estudo de 2013, que abrangeu todas as regiões do país, corroborou a existência de ancestralidades europeia, indígena e africana em todas elas, diferenciando-se apenas em termos de proporção. Em todas as regiões analisadas, a ascendência europeia apresentou-se como majoritária, acompanhada por contribuições substanciais de ascendência africana e indígena. No caso específico da região sul do Brasil, foi constatado que, embora predomine a ancestralidade europeia, também estão presentes contribuições de origem africana e indígena.[45]
A religião na região Sul do Brasil é majoritariamente cristã, com ocatolicismo romano sendo a denominação dominante, seguido de perto pelo crescimento expressivo doprotestantismo nas últimas décadas. De acordo com dados recentes do IBGE e estudos como o "Novo Mapa das Religiões" daFundação Getúlio Vargas (FGV), cerca de 53% da população do Sul se identifica como católica, o que reflete a forte herança cultural e histórica da colonização europeia, especialmente deportugueses eitalianos. Em segundo lugar, osevangélicos representam aproximadamente 30% da população, com destaque para as igrejaspentecostais eneopentecostais, que têm conquistado muitos adeptos na região em um movimento observado em todo oBrasil.[46][47][48][49]
Adiversidade religiosa também é observada em crenças minoritárias, como oespiritismo, que representa cerca de 3% da população da região, além dereligiões de matrizes africanas, que têm menor expressão, mas mantêm uma presença cultural significativa em áreas urbanas. Esses dados mostram como a região sul é um espaço de pluralidade religiosa, combinando tradições estabelecidas com novas expressões de fé.[46][47][48][49]
A mecanização daagricultura e daagroindústria propiciam a transferência defamílias docampo para acidade. No Sul, a qual possui as mais baixas porcentagens nasmigrações internas do Brasil, 82% dapopulação mora em cidades. A decorrência emergente deste elevado nível de ocupação urbana é o aparecimento dos bolsões de miséria nas cidades mais importantes da região. A imensapobreza afeta até mesmo parte da população deCuritiba, a capital paranaense, tida como modelo internacional de centro urbano.[66]
O pior desafio enfrentado pela região sul do Brasil é habitual para todo o país: a crescente disparidade nadivisão de renda. No entanto, no Sul, a dicotomia entre aabastança de poucos e osescassos recursos de muitos não é tão grande como noSudeste ou noNordeste. Comprova-se, somente na presença de comunidades de casebres improvisados, ou seja,favelas, nas maiores cidades, nos elevados indicadores deiliteracia em determinadas regiões, nas péssimas condições habitacionais e noatendimento médico precário.[68]
Exageros do clima: Oclima subtropical, mesmo que aprazível em boa parte do ano, é conhecido por constantesgeadas, de resultados drásticos para aagricultura. Além disso,chuvas torrenciais podem provocarcheias irreprimíveis, de resultados drásticos para apopulação e aeconomia.
Dificuldades de ordem humana: Boa parte da população até o momento utiliza métodosagropecuários ultrapassados, conseguindo umaprodutividade bem inferior ao padrão. Além disso, amecanização agrícola conduz à demissão, ocasionando a transferência para demais estados e o aparecimento deboias-frias. Estescamponeseslatifundários são empregados provisoriamente paraserviços, os quais demandam grande número detrabalhadores, e exonerados mais tarde. Suas condições deemprego,bem-estar ehabitação são bem piores.
Para os desafios resultantes das condições naturais, existem expectativas de saída: métodos para lutar contra a força dasgeadas passam a ser elaborados em todas as regiões críticas. Havendo a possibilidade de desafios de natureza social, com origens históricas, as saídas demandam mais tempo, mas não são inviáveis; hoje, o desenvolvimento dos meios de transporte e o alargamento da rede detelecomunicações possibilitam projetos deliteracia eassistência médico-sanitária para as populações mais afastadas.
OPoder Judiciário na região segue a organização nacional, contando comtribunais de justiça nos três estados.[72][73][74] Esses tribunais atuam principalmente em causas estaduais e, no caso de questões de grande repercussão, possuem tribunais superiores, como oTribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que abrange a jurisdição dos três estados para casos de competência federal. Além disso, os estados dispõem de tribunais eleitorais próprios, que fiscalizam e organizam o processo eleitoral, garantindo a transparência e a segurança das eleições regionais e municipais.[75]
No contexto eleitoral, a região sul tem uma relevância significativa no cenário nacional. Em 2022, por exemplo, o número de eleitores registrados na região representou cerca de 15% doeleitorado brasileiro, com oParaná somando aproximadamente 8,5 milhões de eleitores, seguido peloRio Grande do Sul com cerca de 8,4 milhões, eSanta Catarina com 5,4 milhões. A região é conhecida por sua participação ativa em processos eleitorais e, historicamente, apresenta altos índices de comparecimento àsurnas. Este perfil eleitoral contribui de forma expressiva na definição de cargos políticos em âmbitos local e federal, especialmente considerando o cenário político diversificado dos três estados.[76]
Omaior estado em área é o Rio Grande do Sul, localizado mais ao sul do país, com 281 730,223km², e omais populoso, em 2022, é o Paraná, situado ao norte, com 11 824 665 habitantes. O menor e o mais central dos estados éSanta Catarina, com 95 730,690km².[85][80]
O Rio Grande do Sul possui omaior PIB, com R$ 581 284 bilhões, depois vem o Paraná, com R$ 549 973 bilhões. Embora seja o estado mais pobre da região em PIB, Santa Catarina se encontra entre os primeiros mais ricos do Brasil neste quesito, com R$ 428 571 bilhões.[86] Omaior PIB per capita é do estado do Rio Grande do Sul, com R$ 50 693,51, depois vem Santa Catarina, com R$ 58 400,55. Apesar de ser o menor em PIB per capita, o Paraná está dentre os maiores do Brasil nesta questão, com R$ 47 421,76.[87]
Omaior estado em IDH é Santa Catarina, com 0,792, à frente do Rio Grande do Sul, com 0,771, e do Paraná. Mesmo sendo o estado com a mais baixaqualidade de vida, o Paraná está entre os primeiros maiores IDHs do Brasil, com 0,769.[88]
Os estados sulistas possuem na agricultura a essência de suaeconomia, malgrado o célere desenvolvimento daindustrialização. Plantio agrário diversificado, alto índice demecanização e utilização de métodos inovadores tornam a região um verdadeiro empório dealimentos, consumidos em todo o país.[92]
Sobre a agricultura, a região Sul é uma grande produtora desoja,milho,tabaco,arroz,uva,maçã,trigo,aveia,cana de açúcar,erva-mate,melancia,mandioca,feijão,tangerina,pêssego, entre outros produtos. Nasoja, a maior cultura, na safra de 2023/2024, o Rio Grande do Sul produziu 18,3 milhões de toneladas e o Paraná 18,7 milhões - a Região Sul, se fosse um país independente, seria o 4º maior produtor deste grão no mundo. Os dois estados são o 2º e o 3º maiores produtores do grão no país. Noarroz, O Rio Grande do Sul possuía 68% da produção brasileira em 2024, com aproximadamente 7 milhões de toneladas, e Santa Catarina produzia 11% do total nacional. Nomilho, em 2024/2025 o Rio Grande do Sul colheu quase 15 milhões de toneladas e o Paraná 18 milhões, sendo a Região Sul também uma das áreas onde mais se produz milho no mundo. O Sul também é o maior produtor detabaco do país, cultura que é praticamente toda exportada. Em 2024 o Rio Grande do Sul era o maior produtor nacional, com cerca de 300 mil toneladas e exportações com valor próximo a R$ 5 bilhões. O Paraná produzia perto de 200 mil toneladas anuais. Sobre auva, O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro e tem aproximadamente 90% da produção nacional destinada ao processamento de vinhos, sucos e espumantes. O estado produzia, em 2024, 49% das uvas do país e o Paraná produzia 4%. Amaçã é quase que um monopólio da Região Sul em relação à produção brasileira - em 2024, Santa Catarina produzia quase 55%, o Rio Grande do Sul quase 42% e o Paraná quase 3% da produção brasileira. O mesmo pode-se dizer daerva-mate, onde em 2024 o Paraná era o maior produtor, e o Rio Grande do Sul o 2º maior produtor e maior exportador. Notrigo, o Rio Grande do Sul e o Paraná também respondem por quase toda a produção nacional - em 2023 o Paraná produzia 3,6 milhões de toneladas e o Rio Grande do Sul, 2,6 milhões. Namelancia, o Rio Grande do Sul está entre os maiores produtores do país, principalmente no sul do estado. Nofeijão, desde os anos 90 o Paraná é o maior produtor do Brasil, com cerca de 650 mil toneladas em 2024. O Paraná também é um grande produtor decana de açúcar, tendo colhido cerca de 36 milhões de toneladas em 2024. A Região Sul também produz 80% dopêssego do país. Namandioca, o Paraná é o 2º maior produtor do país e o principal produtor de mandioca com finalidade industrial. O Rio Grande do Sul também se encontra entre os principais produtores.[93][94][95][96][97][98][99][100][101][102][103]
Nosestados sulistas, possui importante destaque a produção deporcos, fonte de renda na qual a região é a maior do país. Essa produção se desenrola de maneira simultânea ao plantio domilho, empregado como comida do rebanho. Acarne, além de suprir a demanda alimentar da população, é utilizado comomatéria-prima para importantes abatedouros, como aPerdigão e aSadia.[104] A Região Sul é a maior produtora decarne de frango - em 2023, tinha cerca de 60% de participação na produção brasileira - e decarne suína - com quase 68% do total nacional - do país, sendo também a maior exportadora de carne de aves e carne suína do país, com participações de 78% e de 93% respectivamente, no mesmo ano.[108][109]
Apecuária intensiva também é grandemente praticada na região Sul, que disputa com o Sudeste a liderança na produção brasileira deleite.[104] Em 2023, cerca de um terço (33,57%) do leite produzido no Brasil era oriundo da Região Sul, com o Paraná liderando com 12,88%. O Noroeste Riograndense era a principal região produtora de leite no país, seguida do Oeste Catarinense.[110][111] As indústrias delaticínios, como, por exemplo, aBatavo, aLacticínios Tirol e aCooperativaPiá, transformam parte da produção sul-brasileira de leite.[104]
O Sul também é o maior produtor demel do país, onde tinha quase 37% da produção nacional em 2022.[112]
A região sul do Brasil é responsável por aproximadamente 20% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial nacional.[115][116][117]
Fábrica da BRF em Santa Catarina.Vinícola Salton no Rio Grande do Sul.Calçados Beira Rio no Rio Grande do Sul.
A região sul está em segundo lugar noBrasil quanto à quantidade de mão de obra e à importância e capacidade de produção fabril. Este desenvolvimento é resultado de vários motivos, como bons meios de transporte, alta capacidade para gerarenergia hidroelétrica, uso simples de energia de calor, grande quantidade e diversidade de recursos naturais e um público consumidor com boa capacidade de compra.[118]
Na área, são mais comuns amplos centros defábricas que têm operações variadas, ao passo que, ao sul, a área mostra os seguintes aspectos:[118]
a costa meridional do estado de Santa Catarina, na qual se praticam atividades industriais associadas à extração decarvão, desenvolvendo municípios comoImbituba,Laguna,Criciúma eTubarão;
Fachada de Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).
A região sul do Brasil conta com uma rede ampla de estabelecimentos desaúde, composta por unidadespúblicas eprivadas. Em 2022, estimava-se que existiam mais de 10 mil estabelecimentos hospitalares e ambulatoriais, com ampla cobertura peloSistema Único de Saúde (SUS), garantindo acesso aos serviços básicos para a população. A maioria dos municípios da região possui ao menos uma Unidade de Saúde da Família (USF), possibilitando cuidados preventivos e atendimento próximo àscomunidades, especialmente em áreas rurais e periféricas. No entanto, a densidade de profissionais de saúde, comomédicos eenfermeiros, varia entre os estados e tende a se concentrar nas grandes cidades, comoCuritiba,Porto Alegre eFlorianópolis, enquanto áreas mais remotas enfrentam desafios de acesso e disponibilidade de pessoal qualificado.[120][121][122]
A busca por atendimento médico regular é uma prática comum na região. Cerca de 80% da população realizaconsultasmédicas periódicas, e aproximadamente 60% consultam odentista pelo menos uma vez ao ano. A procura porplanos de saúde é significativa, principalmente nas capitais, com cerca de 35% da população sulista possuindo algum tipo de cobertura privada, o que alivia a demanda sobre oSUS. Contudo, o SUS continua sendo a única opção para muitos moradores, especialmente em áreas rurais e para a população debaixa renda.[126][127]
Nos últimos anos, a região também apresentou dados positivos quanto àinternação hospitalar e acesso a exames de diagnóstico. Cerca de 10% dos habitantes da região sul passaram por internações nos últimos 12 meses, sendo o atendimento SUS predominante em casos de média e alta complexidade. A presença dehospitais bem equipados nas capitais e em polos regionais contribui para a qualidade do atendimento de urgência eemergência, embora a distribuição desigual dos recursos e a falta de pessoal especializado em áreas remotas ainda sejam desafios a superar.[128][129]
A região sul do Brasil possui uma forte infraestrutura educacional, com matrículas distribuídas entreeducação infantil,ensino fundamental,médio esuperior. O últimoCenso Escolar, coordenado peloInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), revela que, no país, a matrícula em tempo integral tem crescido tanto nos anos iniciais quanto finais, com uma tendência de aumento no ensino médio em tempo integral. Além disso, aproximadamente 91,9% dos jovens de 15 a 17 anos estão matriculados na escola, refletindo um avanço na universalização doensino básico.[130]
Ataxa de alfabetização na região é uma das mais altas do Brasil, com a escolarização para jovens de 15 a 17 anos superando 90%. Esse desempenho coloca a região como uma das mais avançadas em termos de educação básica, ao lado de outros países daAmérica Latina, como oChile. A taxa deanalfabetismo funcional, no entanto, ainda é um desafio, com estimativas nacionais variando entre 20% e 30%, o que reflete a necessidade de melhorias na qualidade da alfabetização.[130]
Prédio da Reitoria daUFSC, no Campus Reitor João David Ferreira Lima, emFlorianópolis–SC.
O sul apresenta um elevadoIDH-Educação em comparação com outras regiões brasileiras. Esse índice, que mede o progresso educacional junto com outros aspectos dequalidade de vida, coloca a região entre as mais bem colocadas no ranking nacional, especialmente por causa das altas taxas de alfabetização e escolarização e do desempenho em avaliações de qualidade educacional. O Inep fornece indicadores específicos, como taxa de distorção idade-série e adequação de formação docente, que refletem a efetividade das políticas educacionais na região.[130]
Além de atender às necessidades deiluminação pública e particular do sul do Brasil à noite, a energia de Itaipu é bastante empregada em demais regiões do país, principalmente nosudeste, mais rico industrialmente. Por ser uma hidrelétrica binacional, também o Paraguai emprega a produção de energia de Itaipu.[134]
A Região Sul também conta, atualmente, com boa parte de sua energia provinda das matrizeséolica esolar.[135][136]
O abastecimento de eletricidade na região sul é comandado pelaEletrosul, a qual atendeMato Grosso do Sul e também demais áreas do Brasil, devido a interconexões com o sistema de eletricidade da região sudeste.[134]
O sul do Brasil é uma região razoavelmente bem atendida na área de transportes. Embora não esteja no nível infra-estrutural da Região Sudeste, conta comrodovias em quantidade razoável (embora, em certas áreas, haja baixa densidade rodoviária) e de alguma qualidade (havendo, porém, poucas rodovias duplicadas e cidades ainda sem acesso asfáltico), que chegam a concentrar 80% do transporte de cargas, além de bonsportos, bonsaeroportos e uma quantidade razoável deferrovias. O destaque negativo fica para ashidrovias, que são quase inexistentes em áreas com alto potencial hidroviário.[137][138][139][140][141][142][143][144]
Rodovias duplicadas, ou em duplicação, da Grande Região Sul do Brasil, no ano de 2025.
APolícia Militar e aPolícia Civil atuam nos três estados com desafios variados, incluindo déficits de efetivo significativos. NoRio Grande do Sul, por exemplo, aBrigada Militar reduziu seu contingente em cerca de 22,5% ao longo de uma década, enquanto aPolícia Civil teve um leve aumento de efetivo, embora ainda insuficiente. OParaná eSanta Catarina também enfrentam déficits em suas corporações, com menos de 70% das vagas ocupadas em média nas forças de segurança dos três estados.[145][146]
AsForças Armadas também têm presença na região, com unidades doExército Brasileiro,Marinha do Brasil eForça Aérea Brasileira contribuindo para a defesa e apoio à segurança local. O Exército, por exemplo, conta com oComando Militar do Sul, responsável pela segurança das fronteiras e por atividades conjuntas de treinamento e cooperação com as polícias estaduais, especialmente em áreas de fronteira como o Paraná.[147][148] Essas colaborações se intensificam diante de ameaças como otráfico de drogas e armas nas regiões de fronteira com países doMercosul.[145][146]
Osistema prisional da região sul também enfrenta superlotação, comum em muitas unidades, além de desafios em reinserção social e controle de facções. NoParaná, mais de 28 mil pessoas estão privadas de liberdade, com a taxa de ocupação de unidades prisionais frequentemente excedendo 200% da capacidade.Santa Catarina eRio Grande do Sul compartilham problemas semelhantes, agravados pelofinanciamento limitado para expansões e melhorias nas unidades prisionais. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública sugere que a superlotação contribui para a reincidência criminal e dificulta o controle de atividades ilegais dentro dos presídios.[145][146]
Em termos de estatísticas deviolência, o sul do Brasil historicamente exibe taxas dehomicídio inferiores à média nacional, mas isso varia dentro da região. Enquanto áreas urbanas enfrentam problemas crescentes decriminalidade, o interior é relativamente mais seguro. Mesmo com taxas mais baixas em comparação com onorte enordeste, aviolência doméstica e os crimes de tráfico ainda demandam esforços concentrados das forças de segurança e políticas públicas para redução da violência e promoção da paz social.[145][146]
No sul doRio Grande do Sul, preserva-se apilcha, que incluibombachas,calças largas ajustadas nostornozelos;camisa delã; a guaiaca, faixa ampla amarrada nacintura onde carrega afaca e agarrucha; ochiripá, um pedaço debaeta preso ao corpo da cintura para baixo; oponcho, umagasalho rústico que, quando aberto, serve como abrigo improvisado para dormir;chapéu de couro oufeltro com abas largas; e umlenço colorido amarrado comnó corrediço. Ao montar, o gaúcho posiciona o poncho de modo que cubra parte do corpo docavalo, permitindo que este compartilhe seu calor com o cavaleiro. Curiosamente, ele reserva para os arreios de seu cavalo umluxo que não se permite: freio,estribos e outras peças metálicas em prata. EmSanta Catarina, os cavaleiros bem-vestidos optam por ponchos listrados, grandesesporas e adornos prateados nosarreios.[149]
Além do futebol, a região sul do Brasil também se destaca em esportes comovôlei,judô,futsal, basquete e esportes de aventura, especialmente devido ao relevo montanhoso e litorâneo, que favorece atividades como surf, canoagem e montanhismo. A Região Sul sedia eventos esportivos de importância regional e nacional, como etapas doCampeonatoBrasileiro deSurfe e competições de automobilismo, como aStock Car.[168][169]
↑O clima sul-brasileiro difere do inverno do norte da Itália, onde faz frio em janeiro e calor em julho. Em 1875, quando os primeiros imigrantes italianos chegaram a Caxias do Sul, na época, o hemisfério sul já sofria influências climáticas do período conhecido como solstício de inverno, fenômeno natural que ocorre a cada ano.
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