Os lusitanos criaram as mais antigasvilas na costa do sudeste do Brasil. A mais antiga vila criada eraSão Vicente. Ali começou o cultivo dacana-de-açúcar. Mais tarde, nasceram demais vilas. A colonização do interior se iniciou com a criação da vila deSão Paulo de Piratininga.[12]
Bandeirismo, tropeirismo, cultivo da cana-de-açúcar, imigração e desenvolvimento econômico e infraestrutural
Os habitantes da vila deSão Paulo penetraram por intermédio dointerior em busca de indígenas para prender. Eles promoveram asbandeiras. Em suas cansativas e longínquas andanças, osbandeirantes paulistas avistaramjazidas deouro nas terras do hoje estado deMinas Gerais.[12]
A ocupação também cresceu com a venda de animais. Os vendedores conduziram os animais dosul do Brasil para serem comercializados na região das minas. No trajeto por onde trafegavam as tropas de gado surgiram ranchos e pousadas. Estas localidades fizeram nascer váriosmunicípios.[12]
Novas propriedades de cultivo decana-de-açúcar nasceram nas antigas rotas por onde acompanhavam as bandeiras. Estas propriedades fizeram surgir diversas comunas. Posteriormente, com o plantio docafé, demais municipalidades nasceram.[12]
A colonização cresceu bastante com a vinda dos imigrantes e com a construção de novasferrovias. A implantação defábricas também colaborou para que muitos imigrantes de demaisunidades federativas e de demaisnaçõesestrangeiras chegassem a residir na região sudeste do Brasil.[12]
Planalto Central: na parte noroeste da região, na retaguarda daSerra do Espinhaço, estão aschapadassedimentares, já na passagem para a região centro-oeste. Ali sobressaem oEspigão Mestre, grande prolongamento plano formado porrochas de longa data e fortemente desenvolvidas pelaerosão. Entre ele e a Serra do Espinhaço, localiza-se a Depressão São Franciscana, região, que possui terrenos rebaixados, atravessado por um importante rio, oSão Francisco.
PlanaltoArenito-basáltico: compreende sucessões derochas menos duras, como oarenito (sedimentar) e outras mais resistentes, como obasalto (vulcânica), possibilitando a formação das denominadascuestas, acidentes datopografia que se apresentam abruptas e íngremes em umaencosta e no sentido contrário correm em leve descida. Estascuestas são vulgarmente denominadas pela designação de serras, como, por exemplo, aserra deBotucatu.
Em seu alto curso, que se estende da nascente atéPirapora (Minas Gerais), orio São Francisco é irregular e inadequado para anavegação, no entanto, possui grande potencialidade hidrelétrica. Ausina hidrelétrica de Três Marias foi ali erguida para normalizar o curso do rio, produzirenergia elétrica e expandir o seu percurso navegável, por intermédio de eclusas que aumentam o nível das águas. Já no médio curso, que vai entre Pirapora eJuazeiro, naBahia, o rio é completamente apropriado para a navegação. O baixo curso do rio São Francisco se situa completamente naregião nordeste.[18]
No sudeste, como em qualquer outra região, as temperaturas passam pela decisiva força dalocalização geográfica, isto é, dalatitude, do relevo ou altura e também damaritimidade. Deste modo, o norte de Minas Gerais e o Espírito Santo, de baixas latitudes e altitudes regulares, possuem um clima mais cálido. Já aSerra do Mar possui a maior umidade da região, porque bloqueia a transição dosventos oriundos doAtlântico, repletos de chuva, e, por esta razão, cai chuva somente em suas encostas orientais. O litoral também é verdadeiramente mais chuvoso, como consequência damaritimidade.[20]
Vegetação
Já que são muitos ostipos climáticos na região sudeste, podemos entender que antigamente ali havia uma enorme variedade de gêneros de formação vegetal, atualmente em boa parte desflorestada, em consequência dodesenvolvimentoagrário.[21]
Afloresta tropical é a vegetação predominante na região, no entanto, sua característica oscila bastante. Ela é abundante e rica nas vertentes direcionadas para ooceano —Mata Atlântica — onde apluviosidade é mais intensa, propiciando o crescimento deárvores altas, várioscipós,epífitas e numerosaspalmeiras; está quase completamente desflorestada, menos nossopés mais abruptos. No interior docontinente, esta floresta se mostra menos espessa, já que aparece em regiões de clima maisseco, ocorre somente em manchas.[21]
Em determinadas regiões dointerior aparecem asmatas galerias ouciliares, que se propagam às beiras dosrios, mais chuvosas. Nas regiões caracteristicamentetropicais do sudeste, sobressai a vegetação denominada decerrado, formada por pequenas árvores earbustos de galhos retorcidos e vegetação rasteira.[21]
A região Sudeste do Brasil abriga umapopulação estimada em 84.847.187 habitantes, conforme dados docenso de 2022, consolidando-se como a mais populosa do território nacional.[22] Esse elevado contingente demográfico deve-se, sobretudo, aosfluxos migratórios provenientes daEuropa e àsmigrações internas ocorridas ao longo do século XX.[23] O estado deMinas Gerais, com 63% da superfície total, é o maior em extensão territorial da região,[24] enquantoSão Paulo, responsável por 48% do número de habitantes, é o estado mais habitado.[25][23]
Cerca de 7% dos habitantes residem emáreas rurais, embora essa proporção apresente uma tendência de declínio.[26] A região conta com cem municípios cuja população ultrapassa 100 mil habitantes[27] e possui seteregiões metropolitanas de relevância, destacando-seSão Paulo, com 20.743.587 habitantes;Rio de Janeiro, com 13.497.709 habitantes; eBelo Horizonte, com 5.733.783 habitantes, segundo o censo de 2022.[22][23]
Hoje residem na região sudeste do Brasil pouco mais de 123 milindígenas. Do total, 17,44% moram em terras indígenas e 82,56% vivem fora. Dentre os 21 525 habitantes, que habitamterras indígenas, 20 555 moradores têm cor ou raça indígena e 970 residentes se acham indígenas. Entre os 101 909 residentes, os quais moram fora de terras indígenas, 89 379 pessoas possuem cor ou raça indígena e 12 530 indivíduos se julgam indígenas.[32]
Segundo pesquisa de autodeclaração do censo de 2022, 44 152 518 sudestinos se reconheceram comobrancos, 28 904 271pardos, 6 281 663pretos, 902 731amarelos e 101 295indígenas.[33] Em 2010, 99,62% forambrasileiros (99,51% natos e 0,11% naturalizados) e 0,38% estrangeiros.[34] Dentre os brasileiros, 88,64% naturais do sudeste (83,94% do próprio estado) e 10,39% em demais regiões. 1,65% são dosul, 7,92% donordeste, 0,56'% docentro-oeste e 0,26% donorte.[35] Entre os estados de origem dos imigrantes, aBahia (2,77) possuía o maior percentual de residentes (1,46%). Este é acompanhado porPernambuco (1,52%),Paraná (1,38),Ceará (0,91),Paraíba (0,85) eAlagoas (0,58).[36]
Povoamento
Imigrantes portugueses, espanhóis, italianos e alemães
A compreensão dodesenvolvimento econômico da região Sudeste do Brasil está intrinsecamente ligada à contribuição deimigrantesestrangeiros. Entre esses grupos, osportugueses destacam-se como o contingente mais numeroso, presentes desde o período dodescobrimento e concentrados majoritariamente nas áreas urbanas. Ositalianos, por sua vez, estabeleceram-se sobretudo noestado de São Paulo, onde desempenharam um papel essencial na mão de obra das lavouras de café, atividade que impulsionou o desenvolvimento econômico estadual. Posteriormente, também contribuíram para o processo deindustrialização da capital paulista.[37]
Osespanhóis chegaram em número reduzido, mas, assim como ositalianos, inicialmente trabalharam naagricultura cafeeira e, posteriormente, nosetor industrial paulista. Osalemães, embora menos numerosos, tiveram relevância significativa, fixando-se predominantemente na zona sul da cidade deSão Paulo, emLimeira e novale dorio Doce, noEspírito Santo. Apesar do volume expressivo de alemães em São Paulo, sua participação no Sudeste não foi tão marcante quanto na região Sul do país.[37]
Diversidade étnica minoritária, imigrantes sul-americanos, coreanos, chineses e japoneses
Aimigração japonesa merece menção especial, pois, embora menos expressiva em outras partes do Brasil, foi de grande importância para o Sudeste, particularmente em São Paulo. Osjaponeses fixaram-se nas áreas periféricas da capital paulista, onde se dedicaram à horticultura, contribuindo para a formação docinturão verde da cidade. No interior, impulsionaram o desenvolvimento daavicultura e da produção de algodão em municípios comoBastos,Marília eTupã.[37]
Predomínio da etnia caucasiana e grande número de mestiços
A região Sudeste do Brasil, após oSul, apresenta a segunda maior proporção de pessoas autodeclaradasbrancas, correspondendo a aproximadamente 66% da população. O estado de São Paulo destacou-se como o principal polo de atração para imigranteseuropeus, inicialmente em razão da expansão dacultura cafeeira e, posteriormente, devido ao processo deindustrialização.[37]
Em relação àpopulação negra, embora esta represente apenas 6% dos habitantes da região, o Sudeste, juntamente com oNordeste, abriga o maior contingente do país. Esse fenômeno é explicado por fatores históricos, já que pessoasescravizadas foram trazidas principalmente para o trabalho nas atividades demineração durante o século XVIII e, mais tarde, para o cultivo do café nos séculos XIX e XX. Por outro lado, a presença depovos indígenas é limitada, concentrando-se em pequenas áreas ao longo dolitoral. Apopulação parda corresponde a cerca de 27% do total regional.[37]
A estrutura eclesiástica católica na região é robusta, contando com diversasarquidioceses edioceses. Dentre as principais, destacam-se as arquidioceses deSão Paulo,Belo Horizonte eRio de Janeiro. Cada uma dessas jurisdições coordena dioceses menores e centenas deparóquias, atendendo uma vasta comunidade de fiéis.[43][44][45] As celebrações religiosas, especialmente as festas católicas, são importantes elementos culturais e turísticos, como a Festa deNossa Senhora Aparecida e a Procissão doSenhor dos Passos.[46][47]
O movimento evangélico na região é diversificado. As igrejaspentecostais, como aAssembleia de Deus e aIgreja Universal do Reino de Deus, têm grande representação, principalmente em áreas urbanas. As igrejas de missão, como aPresbiteriana e aBatista, também possuem significativa presença e influenciam na educação e ações sociais. O crescimento do segmento evangélico é notável, refletindo uma mudança no perfil religioso da população brasileira nas últimas décadas.[39][40][41][42]
A região Sudeste do Brasil destaca-se por oferecer uma ampla variedade de oportunidades deemprego, além de contar com elevados padrões educacionais e serviços desaúde de qualidade, fatores que a tornam um destino atrativo para migrantes provenientes de diversas partes do país. O fluxo migratório é especialmente intenso a partir de regiões onde odesenvolvimento econômico não segue o crescimento populacional, como ocorre em algumas áreas doNordeste. Além disso, acapital paulista recebe também considerávelmigração interna, composta por habitantes de cidades menores do interior do estado, o que contribui para queSão Paulo apresente índices de crescimento demográfico superiores à média regional do Sudeste.[37]
Entretanto, a intensidade dessamigração já não é tão expressiva quanto em períodos anteriores. Atualmente, as cidades do Sudeste experimentam um crescimento urbano menos acelerado. A cidade de São Paulo, que outrora apresentava uma expansão contínua, viu sua taxa de crescimento populacional declinar de 4,5% para 1,9% ao ano.[37]
São Paulo e Rio de Janeiro configuram-se comometrópoles de abrangência nacional, exercendo influência em todo o território brasileiro. Em contrapartida, Belo Horizonte é classificada como uma metrópole regional, com uma esfera de influência limitada ao estado deMinas Gerais.[37]
O crescimento acelerado dessas três cidades resultou em um processo denominado conurbação, caracterizado pela integração espacial com municípios vizinhos, formando umaárea urbana contínua. NoBrasil, essas conurbações são oficialmente reconhecidas comoregiões metropolitanas.[37]
Embora seja a região maisindustrializada edesenvolvida do país, o Sudeste também enfrenta diversos desafios, frequentemente oriundos de seu próprio progresso. Entre os problemas mais significativos dessa região, que invariavelmente têm impacto em todo o território nacional, destacam-se os mencionados a seguir:[49]
Áreas verticais e horizontais lado a lado no tecido urbano deHeliópolis.Constantescrises econômicas: desde a década de 1970, a região Sudeste tem sido significativamente impactada pelas recorrentescrises econômicas que afetam o Brasil. Os elevados índices deinflação, associados à insuficiência de investimentos governamentais em áreas fundamentais, comoenergia elétrica etelecomunicações, têm contribuído para o aumento dodesemprego e para a intensificação dasdesigualdades sociais, repercutindo não apenas no Sudeste, mas em todo o território nacional.[49]
Concentração de população nas regiões urbanas, provocada peloêxodo rural: a intensa migração da população rural para as áreas urbanas, fenômeno conhecido comoêxodo rural, resultou em um excedente deforça de trabalho disponível. Essa dinâmica tem contribuído para a redução da renda média da população, agravando as taxas de desemprego e ampliando o contingente de habitantes emassentamentos precários. Consequentemente, a qualidade de vida de uma parcela significativa dos residentes na região Sudeste apresenta-se comprometida.[49]
Violência urbana: a violência urbana pode ser compreendida como um reflexo direto das adversidades econômicas e das expressivasdesigualdades sociais. Populações marginalizadas, frequentemente enfrentando desafios como o desemprego e ainsegurança alimentar, podem recorrer a atos violentos na busca por meios de subsistência. Nesse contexto, uma redistribuição equitativa derenda, aliada à promoção de oportunidades acessíveis para todos os indivíduos, desponta como uma abordagem viável para mitigar essa problemática.[49]
A violência urbana e acriminalidade constituem desafios comuns a grandes cidades em escala global. No entanto, esses fenômenos alcançam níveis alarmantes nasmetrópoles da região Sudeste do Brasil, especialmente emSão Paulo e noRio de Janeiro. Nessas localidades, a proximidade entre áreas de alta concentração deriqueza e de extremapobreza favorece o surgimento de dinâmicas associadas aocrime organizado e ao tráfico deentorpecentes.[49]
Progresso desigual dentre distintas zonas da região: o desenvolvimento desigual resulta em um fenômeno inevitável de atração populacional exercido pelos núcleos urbanos. Como consequência, as cidades experimentaram um crescimento desproporcional, enfrentando desafios significativos nas áreas dehabitação,saúde pública,infraestrutura desaneamento,transporte esegurança alimentar.[49]
Graves problemas de agressão ao meio ambiente: a região Sudeste do Brasil, caracterizada por sua elevadadensidade demográfica e significativa concentração de atividadesindustriais, enfrenta sérios desafios relacionados aomeio ambiente. Entre os principais problemas, destacam-se a degradação daqualidade do ar, a contaminação dosrecursos hídricos e a deterioração dos solos. Além disso, o desmatamento de áreas florestais contribui para a perda irreversível debiodiversidade, levando à extinção de diversasespécies defauna eflora.[49]
A região Sudeste do Brasil, assim como qualquer outra área do planeta, inevitavelmente continuará a enfrentar desafios. A melhoria nas condições de vida e na distribuição de recursos financeiros atenuará muitas dessas dificuldades, contudo, outras permanecerão. Com o retorno ao crescimento e a revitalização econômica, tanto o país quanto a região Sudeste terão a possibilidade de superar algumas de suas questões mais graves.[49]
A Região Sudeste do Brasil, composta pelos estados deSão Paulo,Minas Gerais,Rio de Janeiro eEspírito Santo, é uma das mais politicamente influentes do país, desempenhando um papel fundamental tanto no cenário nacional quanto local. Cada um dos estados dessa região possui sua própria estrutura de governo, com a divisão dos três poderes:executivo,legislativo ejudiciário, além de exercer uma forte influência no eleitorado nacional.[50][51][52][53]
No poder executivo, cada estado (São Paulo,Rio de Janeiro,Minas Gerais eEspírito Santo) é governado por umgovernador, escolhido por voto direto das populações paulista, fluminense, mineira e capixaba para mandatos de quatro anos. A composição doslegislativos estaduais é feita porassembleias legislativas, com o número de deputados variando de acordo com a população de cada estado.São Paulo, como o estado mais populoso, possui a maiorassembleia, com 94deputados estaduais. O Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo possuem, respectivamente, 70, 77 e 30 cadeiras. Osistema eleitoral é baseado no voto proporcional, com candidatos disputando cadeiras conforme a quantidade de votos recebidos.[50][51][52][53]
A Região Sudeste é decisiva naseleições gerais, com sua alta concentração populacional representando uma parcela significativa do eleitorado brasileiro.São Paulo, como o maior colégio eleitoral do país, influencia diretamente a escolha dopresidente do Brasil,senadores edeputados federais. O estado tem, aproximadamente, 33 milhões de eleitores.Rio de Janeiro eMinas Gerais seguem em termos de representatividade política, com oEspírito Santo, embora menor em termos populacionais, desempenhando papel relevante na política regional. Além disso, os estados da região são conhecidos por terem uma diversidade política, com grandes cidades comoSão Paulo eRio de Janeiro servindo de berço para diferentes correntes políticas e sociais.[59][60][61][62]
São Paulo possui omaior PIB, com R$ 3 130 333 trilhões, depois vem o Rio de Janeiro, com R$ 1 153 512 trilhão. O Espírito Santo é o estado mais pobre da região em PIB, com R$ 186 337 bilhões.[75] Omaior PIB per capita é do estado do Rio de Janeiro, com R$ 71 850, depois vem São Paulo, com R$ 70 471. Apesar de ser o menor em PIB per capita, Minas Gerais está dentre os maiores do Brasil nesta questão, com R$ 44 147.[76]
Omaior estado em IDH é São Paulo, com 0,806, à frente de Minas Gerais, com 0,774, e do Espírito Santo, com 0,771. Mesmo sendo o estado com a mais baixaqualidade de vida, o Rio de Janeiro está entre os primeiros maiores IDHs do Brasil, com 0,762.[77]
A expansão econômica do sudeste doBrasil se encontra associada a uma série de razões que possibilitaram principalmente esta região, em relação às demais do país sul-americano. Dentre estes motivos, sobressaem:[82]
Oescoamento docafé cultivado na região favoreceu, no decorrer de décadas (cerca de1880 a1950), o acúmulo de capitais.
As duasguerras mundiais (1914–1918 e1939–1945) proporcionaram a instalação defábricas noBrasil, o qual possuía incapacidade de comprar de certas nações em conflito. Deste modo, expandiu-se de maneira mais interna, a fabricação de produtos anteriormente comprados doestrangeiro, organizando-se enorme desenvolvimento das fábricas brasileiras.
É importante ressalvar que todas as razões se encontram interconectadas; a existência de um possibilita a expansão de outro. Por exemplo, a importante potencialidade humana e oprogressoagrário efabril do sudeste garantem um grandemercado consumidor para a produção regional. Estes motivos, associados a outros, são responsáveis por um desenvolvimento econômico muito maior em relação ao resto do Brasil.[82]
Mas a expansão agrícola,pecuária e fabril da região sudeste não é invariável: tal como ocorre com adivisão demográfica, as fontes de renda oscilam bastante de estado para estado, existindo maior quantidade de fábricas e pessoas na porção meridional da regiãio, mormente no decorrer da costa.[82]
Os setoresagrícola epecuário se mostram bastante expandidos e muito variegados, apesar docafé haver sido a força primeira dacolonização doestado de São Paulo e de sua enorme expansão econômica, seu plantio tem se diminuído cada vez mais e, hoje, alterna-se com demais cultivos ou era completamente sucedido.[83]
Na extração mineral, em 2017, Minas Gerais era o maior extrator do país deminério de ferro (277 milhões de toneladas no preço de R$ 37,2 bilhões),ouro (29,3 toneladas em R$ 3,6 bilhões),zinco (400 mil toneladas em R$ 351 milhões) enióbio (no formato de cloridrato) (131 mil toneladas em R$ 254 milhões). Ademaiz, Minas fora o segundo maior exploradoer dealumínio (bauxita) (1,47 milhão de toneladas em R$ 105 milhões), terceiro demanganês (296 mil toneladas em de R$ 32 milhões) e 5º deestanho (206 toneladas em R$ 4,7 milhões). Minas Gerais possui 47,19% do valor da extração de minerais vendida no Brasil (primeiro lugar), com R$ 41,7 bilhões.[84][85][86][87] O estado detém a maior extração do país de várias pedras preciosas. Naágua-marinha, Minas Gerais extrai as pedras mais valiosas do mundo. Nodiamante, o Brasil foi o maior explorador mundial de diamantes entre 1730 e 1870: a mineração aconteceu primeiramente na Serra da Canastra, região deDiamantina, vindo a diminuir o valor da pedra internacionalmente pela extração em demasia. Minas Gerais continua produzindo diamantes, além de possuir extrações maiores ou menores deágata,esmeralda,granada,jaspe esafira.Topázio eturmalina sobressaem. No topázio, o Brasil tem a variedade mais reluzente do mundo, o topázio imperial, extraído somente emOuro Preto. Ademais, o país é o maior extrator de topázio do mundo. É ainda um dos maiores exploradores de turmalinas do planeta.[88][89][90]
Ainda tem extração degrafita, emSalto da Divisa, Minas Gerais; aglomerados, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e pedras ornamentais, no Espírito Santo.[91]
Extremo norte: área de passagem para onordestesemiárido, esta zona do sudeste é o mais subdesenvolvido economicamente, sobressaindo a criação extensiva degado e a plantação dealgodão. O município mais populoso da região éMontes Claros.[92]
São Paulo eRio de Janeiro comandam oturismo brasileiro, denegócios e delazer, nessa ordem, com a entrada inicial direta de cerca de 452 mil e mais de 181 milturistas em cada um em 2012.[93] Em 2018, a Região Sudeste do Brasil foi responsável por 54,8% do total de passageirosembarcados e desembarcados no país. Considerando que, nesse ano, o movimento total de passageiros nos principaisaeroportos brasileiros somou 206.880.245, isso representa aproximadamente 113.400.000 passageiros movimentados na Região Sudeste. É importante notar que esses números incluem tanto embarques quanto desembarques, emvoosdomésticos einternacionais. Além disso, a região concentrou 52,6% dospousos edecolagens deaeronaves no país durante o mesmo período.[94]
A Região Sudeste do Brasil, composta por quatro estados, possui 1.668municípios. Em 2009, a região contava com aproximadamente 600.399médicos, resultando em uma média de 3,1 médicos por milhabitantes. Além disso, havia cerca de 132.313enfermeiros, correspondendo a 0,7 enfermeiros por mil habitantes.[96] A equipe de enfermagem, incluindo técnicos e auxiliares, ocupava 272.398 postos de trabalho na região, com predominância nosetor público e emestabelecimentos hospitalares.[97]
Em relação ao acesso a serviços de saúde, dados de 2019 indicam que 76,5% da população brasileira costumavam procurar o mesmo local ouprofissional de saúde, sendo que 69,8% desses atendimentos ocorriam em estabelecimentospúblicos, com destaque para asUnidades Básicas de Saúde (UBS), mencionadas por 46,8% dos usuários. Além disso, apenas 28,5% da população possuía algum plano de saúde, seja médico ou odontológico, evidenciando a importância doSistema Único de Saúde (SUS) na assistência à saúde da população.[99]
AEstratégia Saúde da Família (ESF) desempenha um papel fundamental na atenção primária, com equipes multidisciplinares atuando em comunidades para promover a saúde e prevenirdoenças. No entanto, desafios persistem, como a necessidade de ampliar a cobertura e melhorar a infraestrutura dos serviços de saúde, especialmente em áreas mais vulneráveis.[100]
A Região Sudeste do Brasil destaca-se por sua expressiva infraestrutura educacional, abrangendo desde aeducação infantil até oensino superior. Em 2022, a taxa deescolarização paracrianças de 6 a 14 anos atingiu 99,4% no país, com o Sudeste apresentando uma das maiores taxas, refletindo o compromisso regional com aeducação básica.[101]
Ataxa de analfabetismo na região é a mais baixa doBrasil, registrando 2,9% em 2022, em contraste com a média nacional de 5,6%. No entanto, desafios persistem, como a redução doanalfabetismo funcional e a melhoria contínua da qualidade do ensino.[101]
OÍndice de Desenvolvimento Humano (IDH) relacionado àeducação no Sudeste é elevado, refletindo os investimentos e políticas públicas voltadas para o setor.[28] Apesar dos avanços, a região continua empenhada em aprimorar seus indicadores educacionais, buscando equiparar-se apaíses desenvolvidos e assegurareducação de qualidade para toda apopulação.[106]
A malha ferroviária da região Sudeste, expandida principalmente devido àcultura cafeeira, constitui aproximadamente metade dasvias férreas existentes noBrasil. Além disso, cerca de 30% dasrodovias nacionais estão situadas nessa região, com destaque para oestado de São Paulo, onde se concentra a maior parte dessas estradas. Determinadas rodovias, como a dosImigrantes e aCastelo Branco, são reconhecidas por sua qualidade e segurança, sendo comparáveis às melhores infraestruturas viárias daAmérica.[110]
Nos anos mais recentes, contudo, a redução nosaportes financeiros por parte do governo tem inviabilizado a expansão dainfraestrutura rodoferroviária e comprometido a conservação das estruturas já implantadas.[110]
O progresso industrial observado na região, aliado a uma estratégia governamental explicitamente voltada àexportação, impulsionou significativamente a ampla expansão das atividadesportuárias no Sudeste do Brasil. Nesse contexto, destacam-se os portos deSantos,Vitória,Tubarão,Angra dos Reis eSepetiba como os mais movimentados do território nacional.[110]
A região dispõe de uma infraestrutura moderna e bem equipada, destacando-se a presença deaeroportos internacionais e diversos terminais destinados ao intenso fluxo devoos domésticos. Em contrapartida, a utilização danavegação fluvial permanece subaproveitada. Com o intuito de viabilizar otransporte aquaviário em trechos navegáveis de rios como oTietê e oParaná, foi instituída ahidrovia Tietê-Paraná. Para tal empreendimento, foram edificadas oitoeclusas — mecanismos hidráulicos semelhantes aelevadores aquáticos — cuja função é regularizar os desníveis do leito fluvial, permitindo, assim, otrânsito seguro de embarcações entre as diferentes seções dahidrovia.[110]
A hidrovia possibilita a navegação ao longo de 2,4 mil quilômetros dabacia Platina, abrangendo cincoestados brasileiros e quatronações sul-americanas. Trata-se de um avanço significativo na modernização da infraestrutura detransportes da região Sudeste, contribuindo para a redução dos custos defrete e favorecendo a integração com outros meios de transporte.[110]
Por se encontrar centralizado quase 50% do contingente populacional do país, além de se encontrar o maior e mais variegado centro fabril do país e de centralizar um grande sistema de transportes, a região precisa de muita energia. Boa parte da energia utilizada na região (bem como ocorre no país) é gerada por usinas hidrelétricas, comoFurnas,Ilha Solteira,Três Marias,Marimbondo,Jupiá e outras; explorando o relevo montanhoso e a existência de rios volumosos. Uma porção da energia gerada na região procede dasusinas termonucleares,Angra I eAngra II.[111]
Em 2013, o Sudeste é responsável por mais da metade do volume do Sistema Integrado Nacional (SIN), sendo a maior região compradora de eletricidade do país. O potencial implantado de produção de energia elétrica da região perfazia mais de 42 500 MW, o que significava mais de um terço do volume de produção do Brasil. A produçãohidrelétrica respondia por 58% do potencial implantado na região, sendo o resto 42% essencialmente equivalente à produçãotermelétrica. São Paulo era responsável por 40% desse potencial; Minas Gerais por mais de 25%; o Rio de Janeiro por 13,3%; e o Espírito Santo pelo resto. Entre as fontes renováveis para a produção termelétrica, sobressai abiomassa da cana-de-açúcar, com aproximadamente 6 300 MW de capacidade, divididos em mais 230 usinas. Entre as fontes não renováveis, sobressaem ogás natural, com cerca de 6 300 MW, os derivados de petróleo, com 1 100 MW, e a geração termonuclear, com 2 000 MW.[111]
O sistema prisional na Região Sudeste enfrenta desafios significativos, incluindosuperlotação edéficit de vagas. O aumento doencarceramento e da rede de instituições carcerárias em todo o Brasil é impulsionado pelo "exemplo" paulista, que lidera o país em termos de número de presos e estabelecimentos prisionais. Além disso, o surgimento e a expansão de facções criminosas dentro do sistema prisional têm contribuído para a complexidade dasegurança pública na região.[113]
Em relação às estatísticas decriminalidade, os estados da Região Sudeste apresentam taxas dehomicídios abaixo da média nacional. Por exemplo,São Paulo registrou uma redução significativa na taxa de homicídios, passando de 39,7 para 10,1 por 100 mil habitantes entre 1998 e 2014. Essa diminuição reflete os esforços contínuos das autoridades estaduais em implementar políticas de segurança pública eficazes.[114]
No entanto, desafios persistem, como aviolência policial e aimpunidade em alguns casos. A atuação daPolícia Militar noRio de Janeiro, por exemplo, tem sido alvo de críticas devido a padrões violentos de operação, sendo responsável por 17% de todas as mortes violentas em 2017. Além disso, a baixa efetividade daPolícia Civil reflete-se na impunidade dos crimes que não têm as investigações concluídas, com apenas 12% dos crimes registrados sendo encaminhados para osistema judiciário em 2015.[115]
A região sudeste é abundante emlendas emitos, repletos de personagens extraordinários como osaci-pererê e amula sem cabeça. Na região interiorana deMinas Gerais são notórios os narradores de "causos", cuja inventividade sustentava antigamente a imaginação dos escutadores. Uma raridade que ainda existe nas comunidades rurais é ocarro de boi, o primeiro meio de transporte no Brasil.[116]
Nas regiões produtoras decafé noestado de São Paulo,extinta a escravatura, os agricultores das propriedades começaram a morar nas imediações da sede, em agrupamentos deresidências que compunham grupos de edificação normal. Com a difusão dasolarias, a residências de taipa passaram a ceder lugar àsconstruções detijolos. Nas comunidades de colonização mais tradicional, como noRio de Janeiro eMinas Gerais, preservaram-se as matrizes dosengenhos de açúcar e das propriedades de café do período colonial. Diminutas residências rurais mantém aspectos antigos, com paredes detaipa oupau-a-pique, ocasionalmente com revestimento desapê. NoEspírito Santo se fizeram frequentes as habitações de pau-a-pique,barreadas, revestidas comfolhas dezinco ouestilhaços delenha. Nos importantes centros urbanos, principalmente noRio de Janeiro, osmigrantes sem teto fizeram surgir um gênero próprio de edificação, o barraco, em agrupamentos estreitos que ganharam a denominação defavela oumorro. A favela se constitui de casas depapelão,tábuas e latas que convivem com outras dealvenaria, de dois ou mais andares, geralmente semarremate exterior.[116][117]
A Região Sudeste do Brasil destaca-se por sua rica tradição esportiva, com ofutebol ocupando posição de destaque.[119][120] Nos quatro estados que compõem a região, os clubes mais vitoriosos são:
Ofutebol foi introduzido nos estados do Sudeste no final do século XIX e início do século XX. EmSão Paulo,Charles Miller é creditado por trazer o esporte em 1894.[135] NoRio de Janeiro, o futebol ganhou força no início do século XX, com clubes de remo adotando a modalidade.[136][137] EmMinas Gerais, o esporte começou a se popularizar nas primeiras décadas do século XX.[138][139] NoEspírito Santo, o futebol também se difundiu no início do século XX, com a fundação de clubes tradicionais.[140][141]
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