Radial Leste | |
|---|---|
| Radial Leste na altura do distrito deCarrão | |
| Inauguração | c. 1957 |
| Extensão | Aprox. 23.600 m |
| Extremos | Rua da Figueira EstaçãoGuaianases daCPTM |
| Subprefeitura(s) | Mooca,Penha,Itaquera eGuaianases |
| Bairro(s) | Parque Dom Pedro II,Belém,Tatuapé,Carrão,Vila Matilde,Artur Alvim,Itaquera,José Bonifácio eGuaianases |
ARadial Leste é uma importante via arterial da cidade deSão Paulo, cruzando todo o eixo leste da capital paulista em direção àregião central, servindo às subprefeituras daMooca,Penha,Itaquera,Guaianases, além de ser a principal via de ligação da cidade de São Paulo com o município deFerraz de Vasconcelos.[1] No sentido Centro-Bairro, a Radial Leste tem seu início na região doParque Dom Pedro II, na altura da rua da Figueira, embora seu fluxo de veículos mais importante provenha do elevado do Glicério, que a conecta com aLigação Leste-Oeste e com aAvenida do Estado.[1]
Tendo sua criação anunciada em 1945, a via surgiu como opção para diminuir o trânsito das avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia.[2] O nome Radial faz referência à maneira com a obra foi pensada para ser um raio dentro de uma circunferência, ou seja, uma reta que parte do centro paulistano dentro de um círculo formado pelo conjunto de avenidas e ruas da região central.[2] Devido à sua localidade, a via é um dos principais caminhos entre aZona Leste de São Paulo e o Centro. Paralela com aLinha 3-Vermelha doMetrô de São Paulo, a Radial ainda conta com um trecho de ciclovia, que foi inaugurada no ano de 2008.[1]
A Radial era considerada, por muitos, um dos locais mais perigosos para motoristas e pedestres na década de 1970.[2] Somente em 1974, houve ali 1 538 acidentes, com 2 023 vítimas.[2]
Segundo reportagens da época, o cenário era terrível e resultava da combinação entre a falta de sinalização e a imprudência dos motoristas, que pisavam no acelerador além da conta, resultando em diversos acidentes.[2]
Esse cenário era tão caótico que uma ambulância era mantida de plantão na via, das 7 horas até às 22 horas para socorrer os acidentados.[2]
Nos dias atuais, a via não aparece mais como uma das mais perigosas da cidade.[2]
O projeto para a construção da Radial Leste foi apresentado em 1945 pelo então prefeito da cidade deSão Paulo,Prestes Maia.[3] No entanto, suas obras só foram iniciadas doze anos depois, em 1957. Na época, a avenida Rangel Pestana e aAvenida Celso Garcia encontravam-se congestionadas devido ao grande fluxo de automóveis, linhas debonde e ônibus na região, sendo assim a Radial Leste surgia como via necessária para aliviar o trânsito nas mesmas e opção de caminho para o motorista.[2] Boa parte das áreas utilizadas para a construção da avenida faziam parte da faixa patrimonial daEstrada de Ferro Central do Brasil, o que facilitou sua construção.[1]
O primeiro trecho da via, entre oParque Dom Pedro II e a região doBrás (bairro de São Paulo) ficou pronto em agosto de 1957, quando foi inaugurado o viaduto sobre os trilhos da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí.[4] A implantação da nova via estimulou a especulação imobiliária na região e serviu como estímulo para a ocupação da região leste de São Paulo, que se tornaria a mais populosa da cidade algumas décadas depois. Após mais de uma década paralisado, o prolongamento da Radial Leste da região doTatuapé àVila Matilde foi retomado em 1966 na gestão do prefeitoJosé Vicente Faria Lima,[5] quando foi inaugurado em 17 de maio de 1967 mais um trecho de 800 metros de extensão, entre a praça Presidente Kennedy (na altura da rua dos Trilhos) e a rua Bresser e o viaduto Alcântara Machado, de 1 150 metros de extensão.[5]
Inicialmente, grande parte da Radial contava com cruzamentos com a linha da Central de trens, necessitando depassagem de nível.[6] O volume de tráfego na nova via da capital ocasionava uma maior utilização dessas passagens, o que, consequentemente, acaba por gerar muitos acidentes envolvendo trens e veículos. No início dos anos 1970, foram inaugurados os viadutos Bresser,Viaduto Guadalajara e Conselheiro Carrão, eliminando assim as passagens nível das ruas Bresser e Belarmino Matos.[6] Nessa época, a Radial alcançava regiões cada vez mais distantes do centro comoCarrão, Vila Matilde,Artur Alvim e Itaquera, porém esse trecho final era modesto se comparado com o início da avenida, com passagens de nível e poucas faixas de pedestres.[7] Essa combinação causava uma série de atropelamentos e acidentes, tornando a Radial Leste a via mais perigosa da cidade na década de 1970.[7]
Os acidentes chegaram ao auge em 1977, quando um ônibus avançou a cancela da passagem de nível da estação Artur Alvim e colidiu com um trem de subúrbios, matando 22 passageiros e ferindo outros dezessete.[8] Só no ano de 1974, houve na via 1 538 acidentes com 2 023 vítimas, resultado da combinação de falta de sinalização com a imprudência dos motoristas. A situação era tão caótica que uma ambulância ficava de plantão entre o período das 7 às 22 horas para acudir os acidentados.[9]

Nessa época, as obras daLinha Leste Oeste (hoje conhecida comoLinha 3-Vermelha) doMetrô haviam sido iniciadas e a prefeitura utilizou a expansão do metrô para reurbanizar parte das regiões lindeiras, que na legislação ambiental são aquelas que estão ao redor de uma área protegida até determinada distância, e construir diversos viadutos, passarelas para pedestres,taludes, entre outras obras.[10] Em outubro de 1978 foi inaugurado um novo trecho de setecentos metros na região da Vila Matilde,[10] enquanto que os demais trechos até Itaquera seguiram em obras paralelas a da expansão do metrô.
Em 2008, o então prefeitoGilberto Kassab entregou um novo trecho do prolongamento da Radial Leste e um túnel sob a Avenida Águia de Haia, no distrito de Artur Alvim.[11] Já em 2011, a Prefeitura havia concluído a licitação para o prolongamento da Radial Leste de Itaquera até Guaianases. A obra seria executada ao custo de 131 milhões de reais pelo Consórcio Pontal Leste, liderado pela Construtora OAS doGrupo OAS.[12] Após a assinatura do contrato, no início de fevereiro, o grupo teria dois anos para entregar o novo trecho, antes daCopa do Mundo FIFA de 2014.[13]
No entanto, o prolongamento não foi entregue até o prazo definido. O novo trajeto de 3,5 quilômetros é considerado fundamental para atrair empresas e melhores serviços para o extremo da zona leste, no trecho entreArtur Alvim eGuaianases. A previsão é que a obra seja entregue em 2016.[12]
A Radial Leste é o local que mais recebe veículos entre as rotas consideradas mais importantes pelaCET. São 2,7 veículos por segundo em média nos horários de rush.[14]
Radial Leste é um termo não-oficial atribuído à via, ou seja, a avenida recebe diversos nomes ao longo de toda sua extensão:

Umaciclovia de 12,2 quilômetros, chamada "Ciclovia Caminho Verde", foi inaugurada em 2008, durante a gestão do então prefeito de São PauloGilberto Kassab.[16] A ciclovia acompanha aLinha 3 doMetrô. O trecho, pontuado por jardins e árvores e uma topografia plana, liga a Estação Tatuapé até a Estação Corinthians Itaquera, acompanhando justamente a linha metroviária atraindo os ciclistas tanto quanto para meio de transporte quanto para a área de lazer.[16]
Em outubro de 2014, já na gestão do prefeitoFernando Haddad, o secretário municipal de transportes,Jilmar Tatto, anunciou uma parceira entre a Prefeitura e o Metrô para estender o trecho da ciclovia, ligando a região doParque Dom Pedro II àEstação Tatuapé doMetrô.[17] Com isso, seria criada uma ligação direta para circulação de ciclistas desde da região de Itaquera até o centro da cidade. A obra ainda não tem data para começar.[17] Na futura ligação será incluída a estrutura cicloviária do Jardim Helena com a ciclovia da Radial Leste. Isso favorecerá um grande eixo de circulação ligando o centro da cidade de São Paulo ao extremo leste paulistano. Esse trecho terá entre seis e oito quilômetros de extensão e se ligará com as ciclovias criadas no centro da capital facilitando assim o trajeto para os ciclistas.[18]
No percurso da Radial Leste existem variados tipos de estabelecimentos contendo treze concessionárias de veículos,[19] treze restaurantes, dez postos de gasolina, seis escolas, cinco motéis, três hospitais, três supermercados, dois sex shops, duas casas noturnas, três shoppings nas redondezas, uma alfaiataria e duas agências bancárias e dois pet shops.[19]
Ainda na gestão do prefeitoFernando Haddad, as principais vias arteriais da capital paulista tiveram a velocidade máxima reduzida e passaram a ter o limite padronizado em 50 km/h.[20] Sob a supervisão do secretário municipal de Transportes,Jilmar Tatto, a alteração da velocidade máxima das vias passou a valer em toda a cidade com exceção doCorredor Norte-Sul no trecho entre oTerminal Bandeira e aAvenida dos Bandeirantes, e as pistas central e expressa das marginais. A redução da velocidade faz parte do projeto "Programa de Proteção à Vida" daCompanhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo e visa melhorar a segurança dos usuários mais vulneráveis do sistema viário, como pedestres e ciclistas, e reduzir acidentes automobilísticos.[21]
A Radial Leste e as vias que compõem o Eixo Leste-Oeste também tiveram suas velocidades máximas reduzida de 60 km/h para 50 km/h, segundo o plano da Prefeitura, no dia 11 de setembro de 2015 proposto pelo ex prefeito Fernando Haddad.[22]

Foi durante aCopa do Mundo FIFA de 2014 que o muro que separa a Radial Leste, principal via de acesso àArena Corinthians, da linha 3-Vermelha do Metrô recebeu oprojeto 4KM,[23] tornando-se o maior corredor degrafite a céu aberto daAmérica Latina. Elaborado pela Secretaria Estadual de Turismo e pelo Comitê Paulista para a Copa do Mundo, com verbas do governo e da iniciativa privada, o projeto recebeu a inscrição de quinhentos e dois projetos de grafite por trezentos e oitenta e nove artistas para a seleção. No entanto, apenas setenta foram os escolhidos.


Os desenhos feitos no muro entre as estaçõesPatriarca - Vila Ré eCorinthians - Itaquera e próximo àArena Corinthians, tiveram três temas para serem explorados: turismo em São Paulo, torcida brasileira e futebol (esses temas foram escolhidos devido a copa do mundo de 2014 que ocorreu no Brasil),[24] mas os artistas também poderiam escolher temas livres para suas obras. Os grafites ficam visíveis apenas para as pessoas que percorrem pela avenida e não para quem estiver dentro dos vagões do metro.[24] Cada grafiteiro tinha um espaço de 50 metros de comprimento por 2,5 metros de altura e 40 litros de tinta látex e mais 60 tubos de spray. O governo gastou especificamente R$ 1,3 milhão, mais R$ 500 mil vieram de patrocinadores, como a Nike,[24] e o cachê dos 70 grafiteiros é de R$ 6 500 cada.[24]
Não apenas grafiteiros de São Paulo participam do projeto. De acordo com os organizadores, artistas de Goiânia, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Camboriú, Curitiba e outras cidades do Estado de São Paulo também ajudaram durante a realização. Além do muro, os prédios do conjunto habitacional Cohab Itaquera também foram pintados com a temática daCopa do Mundo, o que possibilitou um olhar diferente do conjunto habitacional para quem costumava passar próximo ao local.
A avenida foi pensada para ser um raio dentro de uma circunferência, por isso o nome "Radial". Outra importante avenida que possui essa característica é a Avenida 23 de Maio.[25]
A criação da Avenida Radial Leste foi o resultado que a prefeitura da época encontrou para diminuir os congestionamentos presentes nas avenidas ao redor, como Rangel Pestana e Celso Garcia.[25]
Considerada um dos mais perigosos locais para pedestres e motoristas durante os anos 1970, a Radial contabilizou, em apenas um ano, mais de 1.500 acidentes. Por causa dessa fama, ambulâncias eram mantidas ao longo da Avenida durante todo o dia, a fim de socorrer os acidentes que ocorriam com uma certa frequência ao longo do dia.[25]
A Avenida não possui muitas casas residenciais. Estar entre as avenidas mais movimentadas deSão Paulo, ao lado daArena Corinthians e de muito barulho, faz com que moradores que ali residem queriam mudar-se rapidamente, deixando a região da Arena Corinthians praticamente isolada de áreas residenciais.[25]
Campeã no quesito buzinas, a Radial Leste é o ponto da cidade em que mais se ouve o estridente som de motos e de carros, devido ao seu enorme fluxo de frotas de automóveis.[25][26]
