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Questão de Palmas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Quintino Bocaiuva.
PresidenteGrover Cleveland que desempenhou o papel de árbitro na questão.
Barão do Rio Branco, defensor da posição brasileira.

AQuestão de Palmas foi umadisputa territorial entre os governos daArgentina e doBrasil pela parte ocidental dos estados brasileiros deSanta Catarina eParaná, entre 1890 e 1895, decidida a favor do Brasil.

História

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A Argentina reivindicava a região Oeste dos atuais estados doParaná e deSanta Catarina, pretendendo estabelecer as fronteiras pelos riosChapecó eChopim, supostamente com base noTratado de Madri (1750). Durante o Império, por ordem do imperadorDom Pedro II, o Brasil fundou duas colônias militares na região, com o objetivo de mostrar ocupação e se defender de uma possível ocupação argentina. No flanco doRio Chapecó, foi fundada aColônia Militar de Chapecó em 1882, e no flanco doRio Chopim, foi fundada aColônia Militar do Chopim, também em 1882.[1]

Mas, ainda no Império, Brasil e Argentina não haviam podido chegar a um acordo sobre a linha de limites no trecho da fronteira entre o rio Uruguai e o Iguaçu. Dessa forma, pouco antes daproclamação da República do Brasil (1889), aschancelarias de ambos os países haviam acordado que olitígio seria solucionado porarbitramento, sob à arbitragem do presidente dos Estados Unidos da América.[2]

Com aProclamação da República do Brasil,Quintino Bocaiuva, Ministro das Relações Exteriores do Governo Provisório, assinou oTratado de Montevidéu (25 de janeiro de 1890), com o chanceler argentinoEstanislao Zeballos, que dividia a região entre ambos os países.

Considerando que o diplomata extrapolou as suas atribuições, tendo feito excessivas concessões territoriais, oCongresso Nacional do Brasil não ratificou os termos do Tratado (1891). A questão foi submetida ao arbitramento do presidenteestadunidense,Grover Cleveland (1893–1897).

José Maria da Silva Paranhos Júnior, o barão do Rio Branco, que exercia até então as funções de cônsul-geral emLiverpool, foi escolhido pelo presidenteFloriano Peixoto (1891–1894) para substituir obarão Aguiar de Andrade, falecido no desenrolar da Questão. Assim, o barão de Rio Branco estreou comoadvogado do Brasil, a partir de 1893, apresentando ao presidente Cleveland uma exposição, acompanhada de valiosa documentação, sobretudo, arquivos europeus, principalmente portugueses e espanhóis, reunida em seis volumes:A questão de limites entre o Brasil e a República Argentina (1894).[3] A Argentina pleiteava que a fronteira corresse pelos rios Chapecó e Chopim, mas o Brasil sustentava que a linha de limites deveria fazer-se pelos riosPeperi-Guaçu eSanto Antônio.[4]

Rio Branco apoiou-se no princípio douti possidetis da época da independência, comprovando a presença brasileira na região até os rios Peperi-Guaçu e Santo Antônio, desde o século XVII, e apresentando a interpretação correta do mapa de 1749 e das instruções especiais dadas aos comissários demarcadores da fronteira estabelecida pelo Tratado de Madri, que foi invocado pelo próprio representante argentino, Estanislao Zeballos.[5]

Obelisco de pedras basálticas acinzentadas contendo o brasão de armas do Brasil e a inscrição 1902.
Obelisco erguido em 1902 na margem esquerda da foz do Rio Peperi-Guaçu.

Olaudo da arbitragem foi inteiramente favorável ao Brasil (5 de fevereiro de 1895), definindo-se as fronteiras pelos riosPeperi-Guaçu eSanto Antônio. A cidade deClevelândia, no estado do Paraná, localizada na área do litígio, teve o nome dado em homenagem ao presidente americano. A solução desta arbitragem foi obtida quando oChanceler doBrasil era o GeneralDionísio Evangelista de Castro Cerqueira o qual também cedeu nome a um município brasileiro, emSanta Catarina.[6] Esta missão contou com a secretaria deDomingos Olímpio, que durante algum tempo teve de residir nosEstados Unidos.

Ver também

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Referências

  1. Menck, José Theodoro Mascarenhas (2009).A questão do Rio Pirara (1829-1904). Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão.OCLC 607365575 
  2. Caderno de Ensaios(PDF).V.2. Brasília: Instituto Rio Branco. 2017. 193 páginas.ISSN 2526-5601 
  3. Moraes, Cristina de (13 de fevereiro de 2017).«O Mapa do Território Nacional de Misiones (1881) na conjuntura da disputa territorial entre Argentina e Brasil».Confins. Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia (em francês) (30).ISSN 1958-9212.doi:10.4000/confins.11774. Consultado em 25 de março de 2022 
  4. Jorge, Arthur Guimarães de Araújo (1999).Rio Branco e as fronteiras do Brasil : uma introdução às obras do Barão do Rio Branco(PDF). Col: Coleção Brasil 500 anos. Brasília: Senado Federal. 166 páginas 
  5. Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do (2012).Obras do Barão do Rio Branco. Brasília: [s.n.]OCLC 842885255 
  6. Radin, José Carlos (2018).Dicionário histórico-social do Oeste catarinense. Gentil Corazza. [S.l.]: SciELO Books - Editora UFFS.OCLC 1202550545 

Leitura adicional

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  • ARAUJO FILHO, José Tadeu Campos.Uma Análise Geopolítica da Questão de Palmas. Palmas-Paraná: Kaygangue, 2009.
  • CALMON, Pedro.História diplomática do Brasil. Belo Horizonte: Livraria Editora P. Bluhm, 1941.
  • CARVALHO, Carlos de.História diplomática do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.
  • DIAS, Demosthenes de Oliveira.Formação territorial do Brasil: origem e evolução. Rio de Janeiro: Na Loja Carlos Ribeiro, 1956.
  • QUESEDA, Vicente G.Historia diplomática Latino-América III: la política imperialista del Brasil y las cuestiones des limites de las republicas sudamericanas. Buenos Aires: Casa Vacaro, 1920.
  • ROGRIGUES, José Honório.Uma história diplomática do Brasil: 1531-1945. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
  • VIANA, Hélio.História da República e História diplomática do Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1957.
  • PIAZZA, Walter.A Colonização de Santa Catarina. 3ª edição. Florianópolis: Lunardelli, 1994. Página 218.
  • FUSSIGER, Evilásio. Chopinzinho Suas Histórias, Suas Lendas. Chopinzinho, 1997.
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