Prolepse (do gregoprólepsis"ação de antes"), também conhecida comoantecipação, é uma figura de linguagem na qual ocorre um deslocamento antecipativo. Em narrativa, na qual é também conhecida pelo inglês cinematográficoflashforward, é a interrupção de umasequência cronológica narrativa pela interpolação de eventos ocorridos posteriormente. Em linguística, é umafigura sintática que antecipa um termo numa oração.[1][2][3] Oposta àanalepse, a prolepse é um recurso narrativo, ou de construção frásica, através do qual se antecipa um elemento do futuro.[4][5]
Aparece emOs Lusíadas, no plano da história dePortugal, bem como no romanceA ladeira da memória, deJosé Geraldo Vieira, em que o primeiro capítulo, na verdade, temporalmente se situaria após o último, de modo que do segundo capítulo em diante trata-se de uma analepse, ou "flashback", se considerarmos o primeiro capítulo como determinante do tempo real do romance.
O livro "Cem anos de solidão" deGabriel García Márquez abre com prolepse analéptica, isto é, o que o narrador conta são, na verdade, recordações. Por analepse ele 'volta' ao tempo para antecipar, por prolepse, o acontecimento narrado.
Como figura sintática, é utilizado por exemplo no trecho "E estas calças, veja em que estado deixou estas calças…", deJosé Saramago, emTodos os Nomes.