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Ernesto Geisel

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado dePresidente Geisel)
Ernesto Geisel
Retrato oficial,c. 1974
29.ºPresidente do Brasil
Período15 de março de 1974 até
15 de março de 1979
Vice-presidenteAdalberto Pereira dos Santos
Antecessor(a)Emílio Garrastazu Médici
Sucessor(a)João Figueiredo
13.º Presidente daPetrobras
Período5 de novembro de 1969 até
6 de julho de 1973
Antecessor(a)Waldemar Levy Cardoso
Sucessor(a)Floriano Peixoto Faria Lima
Ministro do Superior Tribunal Militar
Período20 de março de 1967 até
27 de outubro de 1969
Antecessor(a)Floriano de Lima Brayner
Sucessor(a)Jurandir Bizarria Mamede
Ministro-chefe do Gabinete Militar daPresidência da República doBrasil
Período1.º- 25 de agosto de 1961 até 8 de setembro de 1961
2.º- 15 de abril de 1964 até 15 de março de 1967
PresidentesRanieri Mazzilli(1961)
Castelo Branco(1964-1967)
Antecessor(a)1.º-Pedro Geraldo de Almeida
2.º-André Fernandes de Sousa
Sucessor(a)1.º-Amaury Kruel
2.º-Jaime Portela de Melo
Dados pessoais
Nome completoErnesto Geisel
Nascimento3 de agosto de1907
Bento Gonçalves,Rio Grande do Sul
Morte12 de setembro de1996 (89 anos)
Rio de Janeiro,Rio de Janeiro
Nacionalidadebrasileiro
ProgenitoresMãe: Lydia Beckmann
Pai: Wilhelm August Geisel
Alma materEscola Militar do Realengo
CônjugeLucy Markus(1939–1996)
Filhos(as)Orlando Geisel Sobrinho(1940–1957)
Amália Lucy Geisel(1945–2022)
PartidoARENA
ReligiãoLuteranismo/agnosticismo[1]
Profissãomilitar
AssinaturaAssinatura de Ernesto Geisel
Serviço militar
Lealdade Brasil
Serviço/ramoExército Brasileiro
Anos de serviço1927–1969
GraduaçãoGeneral de exército
ConflitosRevolução de 1930
Revolução Constitucionalista

Ernesto Geisel[2] (Bento Gonçalves,3 de agosto de1907Rio de Janeiro,12 de setembro de1996) foi umpolítico emilitarbrasileiro. Foi o29ºPresidente do Brasil entre 15 de março de 1974 e 15 de março de 1979, o quarto presidente daDitadura Militar Brasileira.[3]

Filho deimigrantesluteranosalemães, estudou no Colégio Martin Luther deEstrela e noColégio Militar de Porto Alegre. Em seguida, foi para oRio de Janeiro, formando-seaspirante a oficial deArtilharia naEscola Militar de Realengo, atualAcademia Militar das Agulhas Negras.[4] Ingressou na carreira política ao ser nomeado chefe daCasa Militar do governo do PresidenteCastelo Branco, em 1964. Fez parte do grupo de militares castelistas que combateram a candidatura do MarechalCosta e Silva à presidência da República.[4] Castelo promoveu-o ainda aGeneral-de-exército em 1966 e nomeou-oMinistro doSuperior Tribunal Militar em 1967. NoGoverno Emílio Médici, tornou-se presidente daPetrobras, enquanto seu irmãoOrlando Geisel exercia o cargo deMinistro do Exército. O apoio de Orlando foi decisivo para que Médici o escolhesse como candidato à Presidência. Em 1974,candidatou-se à presidência pelaAliança Renovadora Nacional (ARENA), tendoAdalberto Pereira dos Santos como vice, vencendo com quatrocentos votos (84,04%) a chapa oposicionista deUlysses Guimarães eBarbosa Lima Sobrinho doMDB, que obteve 76 votos (15,96%).[5]

Assumiu a Presidência do Brasil em 15 de março de 1974.[6] Seu governo foi marcado pelo início de uma abertura política e amenização da repressão imposta pela ditadura militar, mas encontrou fortes oposições de políticos chamados delinha-dura.[6] Durante seu mandato, ficaram marcados os seguintes acontecimentos: a fusão daGuanabara aoRio de Janeiro, a divisão doMato Grosso com a criação doMato Grosso do Sul, reatamento de relações diplomáticas com aRepública Popular da China, reconhecimento daindependência deAngola, realização de acordos nucleares com aAlemanha Ocidental, início do processo de redemocratização do país, extinção doAI-5 e grande adiantamento da construção daUsina Hidrelétrica de Itaipu.[6]

Em sua vida pós-presidência, Geisel manteve influência sobre o Exército ao longo dadécada de 1980 e, naseleições presidenciais de 1985, apoiou o candidato oposicionista vitoriosoTancredo Neves, o que levou à diminuição das resistências a Tancredo no meio militar. Foi presidente da Norquisa,holding do setorpetroquímico.[7]

Início de vida

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Ernesto Geisel nasceu emBento Gonçalves, em 3 de agosto de 1907. Seu pai era Wilhelm August Geisel,imigrante alemãoluterano,[4] que chegou ao Brasil em 1883, oriundo de Herborn, no estado deHesse. No Brasil, onde assumiu o nome de Guilherme Augusto Geisel. Sua mãe foi Lydia Beckmann, gaúcha deTeutônia, filha de pais alemães oriundos deOsnabruque, no estado daBaixa Saxônia. Em Bento Gonçalves, onde Geisel nasceu, havia apenas duas famílias de origem alemã - os Geisel e os Dreher - enquanto a maioria da população era composta porimigrantes italianos.

Sobre o contato com os imigrantes italianos locais durante sua infância, Geisel descreveu os contrastes culturais entre a educação estrita e rigorosa que seus pais alemães impunham, em comparação com a liberdade e o modo de vida mais livre que seus amigos italianos tinham, os quais ele admirava. Geisel foi criado numa família luterana (o avô materno era pastor), a qual ele classificava como de classe média baixa, relativamente pobre.[8] Em entrevista, Ernesto Geisel declarou que, em suainfância, entendia e falava oalemão, embora nunca tendo aprendido a ler nesse idioma. Na idade adulta, entendia o idioma, mas falava com dificuldade.[9] Tinha quatro irmãos: Amália, Bernardo, Henrique e Orlando. Passou a infância emTeutônia eEstrela.[10]

Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel eOrlando Geisel, que chegou a serMinistro do Exército durante o governo deEmílio Garrastazu Médici.

Início de carreira

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Ernesto Geisel ingressou noColégio Militar de Porto Alegre em 1921 e em 1928 formou-se oficial naEscola Militar de Realengo. Participou de ações militares naRevolução de 1930 como tenente. Fez parte das tropas federais que combateram aRevolução Constitucionalista, de 1932.[11]No início dosanos 1930 também desempenhou as funções de secretário de fazenda daParaíba, quando os tenentes da Revolução de 1930 passaram a ocupar cargos políticos.

Em 1940 Geisel casou com sua prima de primeiro grau,Lucy, com quem teve dois filhos: Orlando e Amália. Orlando, nascido em 1940, morreu atropelado por um trem em 28 de março de 1957 quando Geisel era comandante do 2º Grupo de Canhões Antiaéreos em Quitaúna. A morte de Orlando nunca foi superada por Geisel, que chegou a ficar uma década sem citar o nome do filho. Em agosto de 1986, revendo o acontecimento, Geisel afirmou "Ao longo de minha vida eu fui um infeliz...".[12][13] Amália, nascida em 1945, morreu em 2022, vítima de um tumor na cabeça.[14]

Vida política

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Geisel eGetúlio Vargas.Recife, 1940.

Nadécada de 1950, Geisel comandou a guarnição deQuitaúna e foi superintendente darefinaria de Cubatão, ambas no estado deSão Paulo, e em 1957 foi nomeado como representante do Ministério da Guerra noConselho Nacional do Petróleo.[15][16] Durante este período, estreitou suas ligações com o grupo militar que mais tarde seria conhecido como "Sorbonne", ligado àEscola Superior de Guerra.

Em sua gestão na presidência daPetrobras, empresa estatal que deteve até adécada de 1990 o monopólio da extração de petróleo no Brasil, concentrou esforços na exploração da plataforma submarina, tendo obtido resultados positivos. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou convênios com oIraque, oEgito e oEquador.[15]

Geisel como Chefe daCasa Militar de Castelo Branco.

Após oGolpe de Estado em 1964, foi nomeado em 15 de abril de 1964, chefe da Casa Militar pelo presidenteCastelo Branco,[15][carece de fonte melhor] que o encarregou de averiguar denúncias detorturas em unidades militares doNordeste do Brasil.

Geisel fez parte do grupo de militares "castelistas" que combateram a candidatura do marechalCosta e Silva à presidência da República.

Castello Branco promoveu-o aGeneral de Exército em 1966, e ainda o nomeou ministro doSuperior Tribunal Militar em 1967.

Com a posse de Costa e Silva na presidência, Geisel caiu no ostracismo político. No governo deEmílio Médici tornou-se presidente da Petrobras, enquanto seu irmãoOrlando Geisel se tornou o ministro do Exército. O apoio do irmão Orlando foi decisivo para que Médici o escolhesse como candidato à Presidência da República para o mandato de 1974-1979.

Presidente da República

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Posse de Ernesto Geisel como Presidente da República, 1974.Arquivo Nacional.
Discurso de Ernesto Geisel, em 1975.

Lançado oficialmente candidato daARENA à presidência em 18 de junho de 1973,foi eleito presidente com 400 votos, contra 76 do "anticandidato"Ulysses Guimarães, doMDB, em 15 de janeiro de 1974.[5][15]

Geisel dedicou-se à abertura política, articulada pelo generalGolbery do Couto e Silva, que encontrou resistência nos militares da chamada linha-dura, sendo que o episódio mais dramático foi a demissão doministro do exército,Sylvio Frota, em 12 de outubro de 1977.

Outro fato marcante foi a exoneração do GeneralEdnardo D'Ávila Mello, comandante doII Exército, após as mortes sob torturas do jornalistaWladimir Herzog, em outubro de 1975, e do metalúrgicoManuel Fiel Filho, em janeiro de 1976, nas dependências doDOI-CODI sob jurisdição doII Exército.[17]

Em dezembro de 1976 ocorreu aChacina da Lapa, no bairro da Lapa na zona oeste da cidade de São Paulo que visava desarticular o comitê central doPC do B.[18][19][20] Entre os órgãos da repressão da ditadura militar que auxiliaram nessa operação estavam oDOPS e DOI-CODI do II Exército, já sob comando do General Dilermando Gomes Monteiro. Essa operação contra o PC do B resultou na morte de três membros do partido e na prisão de outros membros do partido.[18][19][20]

Geisel conseguiu fazer seu sucessorJoão Figueiredo, que continuou a abertura política do país.

Principais realizações do Governo Geisel

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Estes foram alguns dos principais planos do governo Geisel:

  • Anexação daGuanabara peloRio de Janeiro em 1975;
  • Divisão deMato Grosso e criação deMato Grosso do Sul entre 1977 e 1979;
  • II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), políticadesenvolvimentista que ajudou a manter a economia aquecida, oparque industrial em expansão e o nível de empregos após oprimeiro choque do petróleo (1973), mas que causou agravamento dadívida externa e dos problemas monetários ocasionadores dahiperinflação das décadas seguintes, legando um estado derecessão já no governo do sucessorJoão Figueiredo. A concessão de grandes incentivos aos investimentos de capital estrangeiro no país foi outro controverso e capital ponto do II PND. Durante seu governo houve um crescimento de 31,88% doPIB (média de 6,37%) e 19,23% darenda per capita (média de 3,84%),[21] números porém que desaceleraram os conquistados pelomilagre econômico brasileiro (1969–1973). Geisel assumiu com uma inflação em 15,54% e deixou o cargo com 40,81%;[22]
  • Inaugurou as primeiras linhas dometrô emSão Paulo e noRio de Janeiro;
  • Deu início do processo de redemocratização do país, embora tal processo tenha sofrido alguns retrocessos durante seu governo, como bem exemplifica oPacote de Abril, em 1977;
    Posse do presidente Ernesto Geisel e de seu vice Adalberto Pereira dos Santos, em sessão conjunta do Congresso Nacional.
  • Abertura política do Brasil, sobre a qual Geisel afirmou que a redemocratização seria um processo "lento, gradual e seguro" em seu discurso de posse. Os assassinatos do jornalistaVladimir Herzog e do operárioManoel Fiel Filho emSão Paulo, entre o final de 1975 e o início de 1976, apressaram os planos do governo e ocasionaram um enfraquecimento do poder da chamadalinha-dura dentro da administração federal, com a demissão, pouco tempo depois das mortes, do generalEdnardo D'Ávila Mello, comandante do II Exército, responsável pelas prisões de Herzog e Fiel Filho. No auge da crise institucional, Geisel neutraliza uma tentativa de golpe do generalSylvio Frota, principal expoente da "linha-dura" e tido como um dos favoritos à sua própria sucessão, e termina por exonerá-lo em outubro de 1977;
  • Extinguiu oAI-5 e preparou o governo seguinte (João Figueiredo) para realizar aanistia política e a volta dos exilados, mas sem que retomassem seus cargos políticos;
  • Autorizou a demolição doPalácio Monroe - episódio polêmico que movimentou interesses diversos e gerou intensas campanhas contra e a favor nos jornais;
  • Construiu grande parte daUsina Hidrelétrica de Itaipu;
  • Demitiu o ministro do Exército, generalSílvio Frota, isolando o grupo de militares que era contra o processo de abertura política;[23]
  • Assinou a Lei nº 6.515, de 28 de junho de 1977, que legalizou odivórcio no Brasil;[24]
  • Criação daDataprev,CODEVASF,BB Tecnologia e Serviços,Nuclep,INAMPS (atual SUS) eCrédito Educativo (atual FIES).

Política externa

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Em política externa, dentro de uma orientação denominada pelo governo de "pragmatismo responsável",[25] procurou ampliar a presença brasileira naÁfrica e com os demais países doTerceiro Mundo (incluindo nisso os vizinhos deAmérica Latina), evitando o alinhamento incondicional aosEstados Unidos. Reconheceu de imediato os regimes socialistasportugueses eangolanos que se sucederam após as guerras de independência colonial e o desmonte do poder ditatorialsalazarista,[25] bem como reatou relações diplomáticas com aRepública Popular da China;

Geisel durante jantar oferecido aopresidenteJimmy Carter, 29 de março de 1978. Ao lado de Geisel aprimeira-dama,Rosalynn Carter.

Busca de novas fontes de energia, realizando oAcordo nuclear com a Alemanha, criando os contratos de risco com a Petrobras e incentivando a utilização doálcool como combustível.[26]

OAcordo Militar Brasil-Estados Unidos, assinado em 15 de Março de 1952 sobre assistência militar, estabeleceu "o fornecimento de material norte-americano para o Exército brasileiro em troca de minerais estratégicos", em 11 de março de 1977, o acordo foi denunciado pelo governo do presidente Ernesto Geisel,[27] na esteira da crise diplomática causada em 4 de março de 1977, quando os EUA, entregaram aoItamaraty um memorando informal e um relatório enviado peloDepartamento de Estado aoCongresso dos EUA avaliando negativamente a situação dosdireitos humanos no Brasil, que a partir deste momento gerou uma crise entre os dois países, com isso, o acordo deixou de vigorar um ano depois.[27]

Condecorações

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Em 1 de junho de 1977 foi agraciado peloestado português, com o Grande-Colar daOrdem Militar de Sant'Iago da Espada e em 13 de fevereiro de 1979 foi agraciado com o Grande-Colar daOrdem do Infante D. Henrique.[28]

Memorando da CIA

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Um memorando daCIA afirma que o general conhecia e autorizou a execução de opositores durante aditadura militar. Esse documento, de 11 de abril de 1974, foi elaborado pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, e endereçado ao secretário de Estado dos EUA,Henry Kissinger, tendo sido revelado no Brasil em maio de 2018, pelo pesquisador Matias Spektor, daFundação Getúlio Vargas, quando foi tornado público pelo governo americano. O texto se refere a um suposto encontro, em 30 de março de 1974, entre Geisel,João Batista Figueiredo, então chefe doServiço Nacional de Informações, e os generais Milton Tavares de Souza e Confúcio Danton de Paula Avelino, que trabalhavam no Centro de Inteligência do Exército (CIE). O general Milton, segundo o documento, disse que o Brasil não poderia ignorar a "ameaça terrorista e subversiva", e que "os métodos extralegais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos". Além disso, Geisel teria dito ao general Figueiredo que a política deveria continuar, mas que se deveria tomar "muito cuidado para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem executados". Ainda conforme o memorando, todas as execuções deveriam ser aprovadas por Figueiredo, sucessor de Geisel até 1985. Partes do documento permanecem em sigilo.[29]

Segundo os dados daComissão Nacional da Verdade (CNV), 89 pessoas morreram ou desapareceram no Brasil por motivos políticos, a partir de 1º de abril de 1974, a data posterior àquela em que o encontro dos generais teria ocorrido, isto é, desde que Geisel teria autorizado a execução de opositores. Além disso, houve onze pessoas que podem ter morrido ou desaparecido e possivelmente muitos casos que não foram registrados. Conforme o relato divulgado, Geisel pediu para pensar durante o fim de semana de 1974. Então, no dia 1º de abril, ele e Figueiredo decidiram implantar as ações propostas, mas destacaram que apenas "subversivos perigosos" deveriam ser executados. Figueiredo concordou com a consulta ao presidente quando o CIE apreendesse uma pessoa. As informações sobre as vítimas do regime militar estão nos relatórios da CNV, que foi criada para apurar violações de diretos humanos entre 1946 e 1988. A informação agora disponível muda a imagem de Geisel, antes tido como moderado, visto que se pensava que as execuções ocorriam contra a sua vontade.[30][31]

No entanto, fontes dosEstados Unidos reforçam trecho do memorando da CIA de 1974 no qual o então diretor da agência, William Colby, disse que o Presidente Geisel buscaria ter o controle sobre o principal órgão de repressão do Exército, o CIE (Centro de Informações do Exército). Esse fato efetivamente aconteceu, o que confirma a ação fundamental do Presidente na abertura política.[32]

Vida após a presidência

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Túmulo de Ernesto Geisel e demais membros da família.
Túmulo de Ernesto eLucy Geisel noCemitério Evangélico de Porto Alegre

Como ex-presidente, manteve influência sobre o exército ao longo dosanos 1980, e em 1985, seu apoio à candidatura deTancredo Neves, nas eleições indiretas daquele ano, derrotando Paulo Maluf. Seu apoio diminuiu as resistências a Tancredo no meio militar. Também exerceu a presidência da Norquisa, holding das empresas que dividiam o controle da Copene com a Petrobras noPolo de Camaçari, e da qual depois passou a presidir o conselho de administração.[7]

Em 1997, aFundação Getúlio Vargas publicou a transcrição de seu depoimento, no qual narrou sua vida particular, militar e política.

Depois de deixar a presidência, Geisel passou a alternar sua residência entre dois locais: um apartamento no Edifício Debret,[33] no bairroIpanema, residência na qual morou até a sua morte, e uma granja de sua propriedade na cidade deTeresópolis.[34]

Morte

Ernesto Geisel morreu aos 89 anos, no dia 12 de setembro de 1996, de câncer generalizado.[6] Foi sepultado noCemitério de São João Batista na cidade doRio de Janeiro,[35] no ano de 2003 os restos mortais de Ernesto Geisel eLucy Geisel foram transladados para oCemitério Evangélico de Porto Alegre.[36]

Bibliografia

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  • _______,Viagem do Presidente Geisel À Alemanha, Assessoria da Presidência da República, Editora Brasília, 1978.
  • ______,Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro,Fundação Getúlio Vargas, 1984.
  • ABREU, Hugo de Andrade,O outro lado do poder, Nova Fronteira, 1979.
  • ARAÚJO, Maria Celina de, CASTRO, Celso, orgs,Ernesto Geisel, Editora FGV, RJ, 1997.
  • BARROS, Adirson de,Geisel e a Revolução Brasileira, Editora Artenova, 1976.
  • CASTRO, Celso,Dossiê Geisel , Editora FGV,RJ, 2002.
  • CURY, Levy,Um Homem Chamado Geisel, Editora Horizonte, 1978.
  • GEISEL, Ernesto,Discursos, 5 volumes, 1978, Assessoria de Imprensa da Presidência, 1979.
  • GÓES, Waldemar de,O Brasil do General Geisel, Nova Fronteira, 1978.
  • JORGE, Fernando,As Diretrizes Governamentais do Presidente Ernesto Geisel, Edição do Autor, 1976.
  • JORGE, Fernando,Geisel - o Presidente da Abertura, Companhia Editora Nacional, 2007.
  • FALCÃO, Armando, Tudo a declarar, Nova Fronteira, 1989.
  • FALCÃO, Armando,Geisel do Tenente ao Presidente, Editora Nova Fronteira, 1995.
  • FROTA, Sylvio,Ideais Traídos, Jorge Zahar, 2006.
  • OLIVEIRA, Eliézer Rizzo de,De Geisel a Collor Forças Armadas, Transição e Democracia, Editora Papirus, 1984.
  • SILVA, Hélio,Ernesto Geisel - 25ª Presidente do Brasil, Editora Três, 1983.
  • STUMPF, Andre Gustavo, PEREIRA Filho,Segunda Guerra: Sucessão de Geisel, Editora Brasiliense, 1979.
  • VIEIRA, R. A. Amaral,Crônica dos Anos Geisel, Editora Forense Universitária, 1987.

Ver também

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Referências

  1. A Ditadura Derrotada, Elio Gaspari, p. 361 e 362. "Luterano por hábito familiar, o general era um agnóstico discreto e anticlerical assumido. Acreditava quando muito na existência de uma força criadora do universo, a qual, no entanto, seria um ente da física, não uma divindade. Nunca se dirigira ao sobrenatural. Entendia as religiões como sacrários de princípios. Lembrava-se dos padres de Bento Gonçalves ameaçando com o inferno quem entrasse em templo protestante, da professora primária ensinando que a Santa Madre era a Igreja “única e verdadeira”. Em condições normais, Geisel era anticlerical por agnóstico. Com uma Igreja na oposição, à sua esquerda, por convicção."
  2. Ofício de registro civil de Bento Gonçalves RS.«Certidão de nascimento de Ernesto Geisel». 1976-03-22. Consultado em 19 de abril de 2023 
  3. Renato Cancian.«"Distensão", oposições e crise econômica». UOL Educação. Consultado em 14 de outubro de 2011 
  4. abc«Ernesto Geisel - Biografia».Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República e Almanaque Abril. UOL - Educação. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  5. ab«Geisel eleito, por 400 votos a 76». Folha de S.Paulo. 16 de janeiro de 1974. Consultado em 22 de março de 2016 
  6. abcdAntonio Gasparetto Junior (9 de setembro de 2008).«Governo de Ernesto Geisel». InfoEscola. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  7. ab«Presidente encontra Geisel e discute Petrobras».Folha de S.Paulo. 18 de março de 1995. Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  8. KOIFMAN, Fábio. Presidentes Do Brasil: De Deodoro A FHC.
  9. D'Araujo, Maria Celina; Castro, Celso (1997).Ernesto Geisel. Rio de Janeiro: FGV. 494 páginas.ISBN 8522502293 
  10. GASPARI, Elio.A Ditadura Derrotada. São Paulo:Companhia da Letras, 2003. p.29
  11. GASPARI, Elio (2014).A Ditadura Derrotada: O Sacerdote e o Feiticeiro. [S.l.]:Intrínseca. p. 31-32. 548 páginas.ISBN 978-8580574326 
  12. GASPARI, Elio (2014).A Ditadura Derrotada: O Sacerdote e o Feiticeiro. [S.l.]:Intrínseca. p. 52-53. 548 páginas.ISBN 978-8580574326 
  13. «Morte de Lucy Markus Geisel». 15 de março de 2000. Consultado em 13 de dezembro de 2010. Arquivado dooriginal em 29 de abril de 2003 
  14. «Morre Amália Lucy Geisel, única filha do ex-presidente da República Ernesto Geisel». Metro1. Consultado em 8 de abril de 2023 
  15. abcd«Ernesto Geisel 1908 - 1996».Folha de S.Paulo. 12 de setembro de 1996. Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  16. «Geisel garante monopólio estatal do petróleo».Arquivos da Ditadura. Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  17. «A verdade sobre Manoel Fiel Filho».Sindicato dos metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes. 26 de junho de 2015. Consultado em 21 de fevereiro de 2023 
  18. ab«Chacina da lapa, o último grande crime da ditadura militar».https://pcdob.org.br. 16 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de fevereiro de 2023 
  19. ab«DOI-CODI comanda chacina da Lapa».Memorial da Democracia. Consultado em 21 de fevereiro de 2023 
  20. ab«Chacina da Lapa: um crime com apoio do General Ernesto Geisel».vermelho.org.br. 12 de dezembro de 2016. Consultado em 21 de fevereiro de 2021 
  21. «GDP growth (annual %) | Data».data.worldbank.org (em inglês). Consultado em 16 de junho de 2017 
  22. «Inflação e Dívida Pública».R7. Consultado em 26 de fevereiro de 2018 
  23. «Ernesto Geisel». Educacao UOL. Consultado em 13 de junho de 2014 
  24. «Lei nº 6.515, de 28 de junho de 1977». Planalto. Consultado em 12 de novembro de 2017 
  25. ab«A política externa brasileira e a questão angolana: traços do pragmatismo responsável.».www.funag.gov.br. Consultado em 2 de outubro de 2023 
  26. «Acordo Nuclear Brasil-Alemanha».atlas.fgv.br. Consultado em 2 de outubro de 2023 
  27. ab«Folha de S.Paulo - Fim de acordo não foi retaliação, diz Geisel - 14/5/1995».www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de outubro de 2023 
  28. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Ernesto Geisel". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016 
  29. «Em memorando, diretor da CIA diz que Geisel autorizou execução de opositores durante ditadura». G1. 10 de maio de 2018. Consultado em 11 de maio de 2018 
  30. «89 morreram ou desapareceram após reunião relatada pela CIA em que Geisel autoriza mortes; veja lista». G1. 12 de maio de 2018. Consultado em 12 de maio de 2018 
  31. Marília Marques (11 de maio de 2018).«Memorando da CIA reforça que imagem de 'moderado' de Geisel era falsa, dizem historiadores». G1. Consultado em 12 de maio de 2018 
  32. «Geisel quis controlar repressão, dizem EUA». FSP. 16 de maio de 2018. Consultado em 19 de maio de 2018 
  33. GASPARI, Élio. A Ditadura Acabada. Editora Intrínseca, 2016
  34. Folha de S.Paulo. "Patrimônios presidenciais". Coluna de Mário Sergio Conti. 02/02/2016
  35. Folha online (12 de setembro de 1996).«Geisel será enterrado no Rio nesta sexta». Consultado em 1 de julho de 2016 
  36. Interativa, Bravo (12 de setembro de 2021).«Presidente para uns, ditador para outros».Grupo A Hora. Consultado em 2 de agosto de 2025 

Ligações externas

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Precedido por
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Precedido por
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30º Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República

1964 — 1967
Sucedido por
Jaime Portela de Melo
Precedido por
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13º Presidente da Petrobras

1969 — 1973
Sucedido por
Floriano Peixoto Faria Lima
Precedido por
Emílio Garrastazu Médici
Brasil.
29º Presidente do Brasil

1974 — 1979
Sucedido por
João Figueiredo
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Lista de titulares
e períodos de governo
  1. Deodoro da Fonseca(1889–91)
  2. Floriano Peixoto(1891–94)
  3. Prudente de Morais(1894–98)
  4. Campos Sales(1898–02)
  5. Rodrigues Alves(1902–06)
  6. Afonso Pena(1906–09)
  7. Nilo Peçanha(1909–10)
  8. Hermes da Fonseca(1910–14)
  9. Venceslau Brás(1914–18)
  10. Delfim Moreira(1918–19)
  11. Epitácio Pessoa(1919–22)
  12. Artur Bernardes(1922–26)
  13. Washington Luís(1926–30)
  14. Getúlio Vargas(1930–45)
  15. José Linhares(1945–46)
  16. Eurico Gaspar Dutra(1946–51)
  17. Getúlio Vargas(1951–54)
  18. Café Filho(1954–55)
  19. Carlos Luz(1955)
  20. Nereu Ramos(1955–56)
  21. Juscelino Kubitschek(1956–61)
  22. Jânio Quadros(1961)
  23. Ranieri Mazzilli(1961)
  24. João Goulart(1961–64)
  25. Ranieri Mazzilli(1964)
  26. Castelo Branco(1964–67)
  27. Costa e Silva(1967–69)
  28. Emílio Garrastazu Médici(1969–74)
  29. Ernesto Geisel(1974–79)
  30. João Figueiredo(1979–85)
  31. José Sarney(1985–90)
  32. Fernando Collor(1990–92)
  33. Itamar Franco(1992–95)
  34. Fernando Henrique Cardoso(1995–03)
  35. Luiz Inácio Lula da Silva(2003–11)
  36. Dilma Rousseff(2011–16)
  37. Michel Temer(2016–19)
  38. Jair Bolsonaro(2019–23)
  39. Luiz Inácio Lula da Silva(2023–presente)

Bandeira do Presidente do Brasil.
Bandeira do Presidente do Brasil.
Sedes e residências
Temas gerais
Vice-presidente
Ernesto Geisel, 29.º Presidente do Brasil
Ministérios
Aeronáutica
Agricultura
Alysson Paulinelli (1974-1979)
Comunicações
Educação
Ney Braga (1974-1978) •Euro Brandão (1978-1979)
Exército
Fazenda
Indústria e Comércio
Severo Fagundes Gomes (1974-1977) •Ângelo Calmon de Sá (1977–1979)
Interior
Maurício Rangel Reis (1974–1979)
Justiça
Armando Falcão (1974-1979)
Marinha
Minas e Energia
Shigeaki Ueki (1974–1979)
Planejamento
Previdência Social
Relações Exteriores
Saúde
Serviço Nacional de Informações
João Figueiredo (1974-1978) •Otávio Aguiar de Medeiros (1978-1979)
Trabalho
Transportes
Secretarias
(ligadas à
Presidência da
República)
Meio Ambiente
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Consultoria Geral da República
Estado Maior das Forças Armadas
Casa Civil
Gabinete Militar
Hugo de Abreu (1974-1978) •Gustavo Moraes Rego Reis (1978-1979)
Vice-presidente
Nenhum (1961)
Ranieri Mazzilli
Ministérios
Aeronáutica
Agricultura
Educação
Não houve nomeação no período
Fazenda
Guerra
Indústria e Comércio
Não houve nomeação no período
Justiça e Negócios Interiores
Marinha
Minas e Energia
Relações Exteriores
Não houve nomeação para o cargo no período (1961)
Saúde
Trabalho e Previdência Social
Viação e Obras Públicas
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Consultoria Geral
da República
Departamento Administrativo
do Serviço Público
Casa Civil
Estado Maior das Forças Armadas
Gabinete Militar
Vice-presidente
José Maria Alkmin (1964–1967)
Castelo Branco
Ministérios
Aeronáutica
Agricultura
Oscar Thompson Filho (1964) •Hugo de Almeida Leme (1964–1965) •Ney Braga (1965–1966) •Severo Fagundes Gomes (1966–1967)
Educação
Exército
Costa e Silva (1964–1966) •Ademar de Queirós (1966–1967)
Fazenda
Indústria e Comércio
Daniel Agostinho Faraco (1964–1966) •Paulo Egydio Martins (1966–1967)
Interior
Milton Campos (1964–1965) •Luís Viana Filho (1965) •Juracy Magalhães (1965–1966) •Mem de Azambuja Sá (1966) •Luís Viana Filho (1966) •Carlos Medeiros (1966–1967)
Justiça
Milton Campos (1964–1965) •Luís Viana Filho (1965) •Juracy Magalhães (1965–1966) •Mem de Azambuja Sá (1966) •Luís Viana Filho (1966) •Carlos Medeiros (1966–1967)
Marinha
Minas e Energia
Mauro Thibau (1964–1967)
Planejamento
Roberto Campos (1964–1967)
Relações Exteriores
Vasco Leitão da Cunha (1964–1966) •Juracy Magalhães (1966–1967)
Saúde
Trabalho e Previdência Social
Viação e Obras Públicas
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Casa Civil
Estado Maior das Forças Armadas
Gabinete Militar
Ernesto Geisel (1964–1967)
Era Vargas
(2.ª e3.ª Repúblicas)
Bandeira do Brasil
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Geral
Atos Institucionais
Eventos
Período Populista
(4.ª República)
Logo do Petrobras
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Controle de autoridade
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