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Posse do presidente do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Posse Presidencial do Brasil
Presidente Lula em discurso de Posse.
Data5 de janeiro do ano subsequente à Eleição Presidencial
LocalizaçãoBrasilBrasília,Distrito Federal:
Catedral Metropolitana
Congresso Nacional
Palácio do Planalto
Palácio Itamaraty
Participantes

Aposse presidencial no Brasil ou aposse do presidente no Brasil é a cerimônia que marca o início do mandato de umpresidente da República, um momento de grande simbolismo político e social. Desde aProclamação da República em1889, ela representa a transição de poder, seja em contextos democráticos ou autoritários. Hoje, a posse ocorre em1º de janeiro do ano seguinte à eleição, conforme aConstituição de 1988 (Artigo 78). A partir de2027, será em5 de janeiro (Emenda Constitucional nº 111, 2021), para evitar o período de festas de fim de ano e facilitar a transição governamental.[1]

A primeira posse foi deDeodoro da Fonseca, em25 de fevereiro de1891, sob aConstituição de 1891, que fixava 15 de novembro como data padrão. Desde então, 40 posses ocorreram com ritos formais e públicos, incluindo inícios de mandato e sucessões intra-mandato, como a deJosé Sarney em1985. Antes de1961, as cerimônias eram noRio de Janeiro, em locais como oPalácio do Itamaraty e oTiradentes; desdeJânio Quadros, em1961, acontecem emBrasília, noCongresso Nacional. O juramento é prestado perante o Congresso, conduzido peloPresidente do Senado, em um evento que reflete a história e as tensões políticas do país.[2]

Através deeleições democráticas, renúncias, cassações ou mortes, asposses presidenciais são eventos importantes na história brasileira. As cerimônias tiveram significados diferentes em tempos diferentes. Posses de presidentes foram desenvolvidas como a própriademocracia brasileira.[3]

Aposse mais recente ocorreu em 1° de janeiro de 2023, quandoLuiz Inácio Lula da Silva foi empossado como o39.ºpresidente do Brasil eGeraldo Alckmin como o26.ºvice-presidente Brasil.[4]

História

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Primeiras Posses e a República Velha (1891–1930)

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AConstituição de 1891 estabeleceu15 de novembro como data de posse, com mandatos de quatro anos e eleição direta, embora restrita a homens alfabetizados.Deodoro da Fonseca tomou posse em25 de fevereiro de1891, noPalácio da Quinta da Boa Vista,Rio de Janeiro, em uma cerimônia simples, mas marcante, com um discurso de 412 palavras.Floriano Peixoto, em1891, fez o discurso de posse mais curto da história, com 187 palavras, em meio a uma crise política. Até1930, 13 posses seguiram esse padrão, muitas vezes marcadas por instabilidades, como revoltas e crises econômicas, que culminaram naRevolução de 1930.[3]

Era Vargas e a Transição (1930–1946)

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AConstituição de 1934 manteve15 de novembro como data de posse, mas permitiueleição indireta em casos de vacância, como naposse de Getúlio Vargas em 1934, já sob forte influência do contexto político que levaria aoEstado Novo (1937–1945). Após a redemocratização, aConstituição de 1946 mudou a data para31 de janeiro, com mandatos de cinco anos, começando comGaspar Dutra em1946, em uma cerimônia que simbolizou a volta daseleições diretas.

Ditadura Militar (1964–1985)

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Com aConstituição de 1967, as posses passaram a ser definidas pelo calendário doregime, comeleição indireta peloCongresso e mandatos de cinco anos. As datas variaram, como15 de março (ex.:Costa e Silva,1967;Geisel,1974) e31 de outubro (Médici,1969), refletindo a lógica política da ditadura, que priorizava a ordem e a continuidade do poder militar.

Redemocratização e Tempos Atuais (1985–presente)

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AConstituição de 1988 fixou1º de janeiro como data oficial de posse, masFernando Collor, em1990, tomou posse em15 de março, uma transição atípica após o fim do mandato deJosé Sarney. A data de1º de janeiro consolidou-se comFernando Henrique Cardoso, em1995, marcando o fortalecimento da democracia brasileira. A posse mais recente deLuiz Inácio Lula da Silva, em1º de janeiro de2023, com um discurso de posse de 2.914 palavras, é o mais longo já registrado, refletindo um momento de polarização e reconstrução nacional.

Cerimônias e Tradições

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A posse noBrasil é um evento carregado de simbolismo, realizado noCongresso Nacional, emBrasília, desde1961. Opresidente presta o juramento perante o Congresso, conduzido peloPresidente do Senado.Após o juramento, segue-se o discurso de posse, que define o tom do mandato.

Locais

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Os locais das posses refletem a evolução política e geográfica doBrasil:

Protocolo e Símbolos

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Além dafaixa presidencial, outros símbolos marcam a posse. OPresidente recebe uma salva de 21 tiros de canhão, uma tradição militar. ORolls-Royce presidencial, usado desde1953, é um ícone das posses, exceto em casos de mau tempo ou questões de segurança.Os Dragões da Independência, com uniformes históricos, remetem à guarda imperial doséculo XIX.

Datas de Posse

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As datas de posse mudaram ao longo do tempo, refletindo as transformações constitucionais:

Discursos de Posse

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Os discursos de posse refletem o contexto histórico do Brasil.Floriano Peixoto (1891) fez o mais curto, com 187 palavras, em um período de instabilidade.Lula da Silva (2023) fez o mais longo, com 2.914 palavras, abordando temas como democracia e desigualdade. Durante oregime militar, discursos como o deErnesto Geisel (1974, 1.094 palavras) eram técnicos, enquanto na redemocratização,Fernando Henrique Cardoso (1995, 2.487 palavras) trouxe foco na estabilidade econômica. O discurso deDilma Rousseff em2011 (2.614 palavras) destacou a importância de uma mulher na presidência.

Lista de Posses

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Abaixo, as 40 posses com ritos formais e públicos, incluindo inícios de mandato e sucessões intra-mandato com cerimônia pública confirmada, ordenadas cronologicamente.

DataEventoLocalizaçãoPresidido porDiscurso
25/02/1891 (quarta-feira)Posse de Deodoro da FonsecaPalácio da Quinta da Boa Vista,Rio de Janeiro,DFPrudente de Morais, Presidente da Assembleia Nacional Constituinte412 palavras
23/11/1891 (segunda-feira)Posse de Floriano PeixotoPalácio do Itamaraty,Rio de Janeiro,DFPrudente de Morais,Presidente do Senado187 palavras
15/11/1894 (quinta-feira)Posse de Prudente de MoraisPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFUbaldino do Amaral, Vice-Presidente do Senado523 palavras
15/11/1898 (terça-feira)Posse de Campos SalesPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFManuel Queirós, Vice-Presidente do Senado614 palavras
15/11/1902 (sábado)Posse de Rodrigues AlvesPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFPinheiro Machado,Vice-Presidente do Senado568 palavras
15/11/1906 (quinta-feira)Posse de Afonso PenaPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFRuy Barbosa,Senador692 palavras
14/06/1909 (segunda-feira)Posse de Nilo PeçanhaPalácio do Catete,Rio de Janeiro,DFDavid Campista,Deputado federal263 palavras
15/11/1910 (terça-feira)Posse de Hermes da FonsecaPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFQuintino Bocaiuva, Senador647 palavras
15/11/1914 (domingo)Posse de Venceslau BrásPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFPinheiro Machado, Senador589 palavras
10ª15/11/1918 (sexta-feira)Posse de Delfim MoreiraPalácio do Catete, Rio de Janeiro, DFAntônio Azeredo, Senador294 palavras
11ª28/07/1919 (segunda-feira)Posse de Epitácio PessoaPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFAntônio Azeredo, Senador813 palavras
12ª15/11/1922 (quarta-feira)Posse de Artur BernardesPalácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, DFAntônio Azeredo, Senador705 palavras
13ª15/11/1926 (segunda-feira)Posse de Washington LuísPalácio Tiradentes,Rio de Janeiro,DFAntônio Azeredo, Senador672 palavras
14ª20/07/1934 (sexta-feira)1ª Posse de Getúlio VargasPalácio Tiradentes, Rio de Janeiro, DFAntônio Carlos Andrada,Presidente da Câmara1.015 palavras
15ª29/10/1945 (segunda-feira)Posse de José LinharesPalácio do Catete, Rio de Janeiro, DFGóis Monteiro,Chefe do Estado-Maior do Exército310 palavras
16ª31/01/1946 (quinta-feira)Posse de Gaspar DutraPalácio Tiradentes, Rio de Janeiro, DFWaldemar Falcão,Presidente do TSE1.187 palavras
17ª31/01/1951 (quarta-feira)2ª Posse de Getúlio VargasPalácio Tiradentes, Rio de Janeiro, DFFernando Melo Viana,Senador1.524 palavras
18ª24/08/1954 (terça-feira)Posse de Café FilhoPalácio do Catete, Rio de Janeiro, DFMarcondes Filho, Presidente do Senado392 palavras
19ª31/01/1956 (terça-feira)Posse de Juscelino KubitschekPalácio Tiradentes, Rio de Janeiro, DFCarlos Oliveira, Senador1.792 palavras
20ª31/01/1961 (terça-feira)Posse de Jânio QuadrosPalácio do Congresso Nacional,Brasília,DFFilinto Müller, Senador1.318 palavras
21ª07/09/1961 (quinta-feira)Posse de João GoulartPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFAuro Moura Andrade, Senador486 palavras
22ª02/04/1964 (quinta-feira)Posse de Ranieri MazzilliPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFAuro Moura Andrade, Senador305 palavras
23ª15/04/1964 (quarta-feira)Posse de Castelo BrancoPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFAuro Moura Andrade, Senador1.022 palavras
24ª15/03/1967 (quarta-feiraPosse de Costa e SilvaPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFAuro Moura Andrade, Senador896 palavras
25ª31/10/1969 (sexta-feira)Posse de Emílio MédiciPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFGilberto Marinho, Senador813 palavras
26ª15/03/1974 (sexta-feira)Posse de Ernesto GeiselPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFPaulo Torres, Senador1.094 palavras
27ª15/03/1979 (quinta-feira)Posse de João FigueiredoPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFLuís Viana Filho, Senador1.013 palavras
28ª15/03/1985 (sexta-feira) e 21/04/1985 (domingo)Posse de José SarneyPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFJosé Fragelli, Senador512 palavras
29ª15/03/1990 (quinta-feira)Posse de Fernando CollorPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFNelson Carneiro, Senador2.013 palavras
30ª29/12/1992 (terça-feira)Posse de Itamar FrancoPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFMauro Benevides, Deputado684 palavras
31ª01/01/1995 (domingo)1ª Posse de Fernando Henrique CardosoPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFHumberto Lucena, Senador2.487 palavras
32ª01/01/1999 (sexta-feira)2ª Posse de Fernando Henrique CardosoPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFAntonio Carlos Magalhães, Senador2.194 palavras
34ª01/01/2003 (quarta-feira)1ª Posse de Lula da SilvaPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFRamez Tebet, Senador2.823 palavras
35ª01/01/2007 (segunda-feira)2ª Posse de Lula da SilvaPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFRenan Calheiros, Presidente do Senado2.317 palavras
36ª01/01/2011 (sábado)1ª Posse de Dilma RousseffPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFJosé Sarney, Senador2.614 palavras
37ª01/01/2015 (quinta-feira)2ª Posse de Dilma RousseffPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFRenan Calheiros, Senador2.392 palavras
38ª31/08/2016 (quarta-feira)Posse de Michel TemerPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFRenan Calheiros, Senador792 palavras
39ª01/01/2019 (terça-feiraPosse de Jair BolsonaroPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFEunício Oliveira, Presidente do Senado1.583 palavras
40ª01/01/2023 (domingo)3ª Posse de Lula da SilvaPalácio do Congresso Nacional, Brasília, DFRodrigo Pacheco, Presidente do Senado2.914 palavras

A cerimônia

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No Brasil, todos os funcionários públicos devem tomar posse perante a presença de um superior. O mesmo acontece com opresidente, mas o seu único superior é opovo brasileiro (representado pelosdeputados federais).

Entre as tradições, destaca-se o desfile em carro aberto daPraça dos Três Poderes aoPalácio do Planalto, com a presença de tropas militares e bandas, como osDragões da Independência. Desde1985, as posses são transmitidas ao vivo pelatelevisão, acompanhadas por milhões de brasileiros. Na redemocratização, eventos populares ganharam força, como shows e festas na Esplanada dos Ministérios, especialmente nas posses deLula (2003,2023), celebrando ademocracia e a inclusão social.

A catedral

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ACatedral de Brasília se localiza no início daEsplanada dos Ministérios e o dia da posse, tradicionalmente, se inicia nela. O presidente eleito é conduzido noRolls Royce Presidencial (somente usado em certas ocasiões) e desfila até oCongresso Nacional, escoltado por 6 agentes daPolícia Federal e 11 cavalos dosDragões da Independência.[5]

Compromisso Constitucional

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Termo de posse presidencial e vice-presidencial da República Federativa do Brasil em 1 de janeiro de 2019.

Ao chegar noCongresso Nacional, eles são recebidos pelosPresidentes do Senado e daCâmara dos Deputados. Na presença dos 513 deputados, 81 senadores e de convidados, como chefes de estado ou seus representantes, os novos mandatários fazem um juramento à nação, prestando o compromisso de:[6]

“Manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.”

Depois da assinatura do termo de posse eles se tornam presidente e vice-presidente da República. OHino Nacional é executado e o discurso de posse é feito, seguido por breve discurso do presidente do Congresso Nacional.[7]

Saindo doCongresso Nacional, o Hino Nacional é novamente tocado mas, dessa vez, é seguido por 21 salva de tiros daBateria Histórica Caiena. Como o presidente écomandante em chefe dasForças Armadas, ele é saudado peloBatalhão da Guarda Presidencial e por tropas daMarinha, doExército e daAeronáutica. A primeira vez que as salvas de tiros não aconteceram foi na posse deLula em2023.[8]

Depois opresidente acompanhado daprimeira-dama a bordo doRolls Royce, e ovice-presidente acompanhado da segunda-dama num carro logo atrás, se dirigem aoPalácio do Planalto.[9]

Passagem da faixa presidencial

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O presidenteMichel Temer minutos antes de passar afaixa ao presidente eleitoJair Bolsonaro em 2019.

NoPalácio do Planalto, eles são recebidos pelo ex-presidente no topo da rampa de entrada (somente usada em Cerimônias Oficiais). Antigamente, no Salão Nobre e nos dias atuais no parlatório, o ex-presidente passa afaixa presidencial ao novo presidente.[10] O Hino Nacional é tocado pela terceira vez.

Afaixa presidencial é um dos principais símbolos do cargo, representando a continuidade do poder executivo. Foi criada por decreto em1910, durante o governo deHermes da Fonseca, ooitavopresidente do Brasil, que governou de15 de novembro de1910 a15 de novembro de1914. Hermes, um militar de carreira e sobrinho doprimeiropresidente,Deodoro da Fonseca, instituiu a faixa para formalizar a transição de poder e reforçar o simbolismo republicano, inspirando-se em tradições de outros países, como aArgentina, onde afaixa presidencial já era usada desde oséculo XIX. O decreto foi assinado em1910, e Hermes foi o primeiro presidente a utilizá-la oficialmente, passando-a ao seu sucessor,Venceslau Brás, em1914.

A faixa atual é confeccionada emseda, com as cores da bandeira nacional —verde com detalhesamarelos —, e exibe obrasão da República no centro. Mede cerca de 2 metros de comprimento e 20 centímetros de largura, sendo usada sobre o ombro direito e cruzada no peito, com o brasão posicionado próximo ao coração. Sua confecção é feita sob encomenda para cada posse, e a faixa usada pelopresidente é guardada como parte do acervo histórico doPalácio do Planalto. Antes de1910, não havia um símbolo formal para a transmissão de poder, e a transição era marcada apenas pelo juramento e pela assinatura do termo de posse.

A transmissão da faixa é um ato simbólico e não obrigatório. Em situações de ruptura política ou ausência do presidente antecessor, a tradição foi interrompida. Por exemplo, em 1930, após a deposição deWashington Luís, não houve entrega da faixa aGetúlio Vargas. Em 1985,João Figueiredo não compareceu à posse deJosé Sarney, que recebeu a faixa de um funcionário do Palácio do Planalto.

Em 2023,Jair Bolsonaro não participou da posse deLuiz Inácio Lula da Silva. Neste caso, a faixa foi entregue por representantes do povo brasileiro, simbolizando a continuidade democrática.

Lista cronológica de transmissões da faixa presidencial

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DataDeParaTransmissão da faixa
15/11/1914Hermes da FonsecaVenceslau BrásSim, no Palácio do Itamaraty (RJ)
15/11/1918Venceslau BrásDelfim MoreiraSim, no Palácio do Itamaraty
28/07/1919Delfim MoreiraEpitácio PessoaSim, no Palácio do Itamaraty
15/11/1922Epitácio PessoaArtur BernardesSim, no Palácio do Itamaraty
15/11/1926Artur BernardesWashington LuísSim, no Palácio Tiradentes (RJ)
03/11/1930Getúlio VargasNão houve (Washington Luís foi deposto)
31/01/1946José LinharesEurico G. DutraSim, no Palácio Tiradentes
31/01/1951Eurico G. DutraGetúlio VargasSim, no Palácio Tiradentes
24/08/1954Café FilhoNão houve (Vargas se suicidou)
11/11/1955Nereu RamosNão houve (crise institucional)
31/01/1956Nereu RamosJuscelino KubitschekSim, no Palácio do Catete
31/01/1961Juscelino KubitschekJânio QuadrosSim, em Brasília
07/09/1961João GoulartNão houve (renúncia de Jânio Quadros)
15/04/1964Castelo BrancoNão houve (Goulart deposto)
15/03/1967Castelo BrancoCosta e SilvaSim, no Congresso Nacional
31/10/1969Emílio MédiciNão houve (Costa e Silva incapacitado)
15/03/1974MédiciErnesto GeiselSim, no Congresso Nacional
15/03/1979GeiselJoão FigueiredoSim, no Congresso Nacional
15/03/1985José SarneyNão houve (Tancredo doente, Figueiredo ausente)
15/03/1990José SarneyFernando CollorSim, no Palácio do Planalto
29/12/1992Itamar FrancoNão houve (Collor impedido)
01/01/1995Itamar FrancoFHCSim, no Palácio do Planalto
01/01/2003FHCLulaSim, no Palácio do Planalto
01/01/2011LulaDilma RousseffSim, no Palácio do Planalto
31/08/2016Michel TemerNão houve (Dilma impedida)
01/01/2019Michel TemerJair BolsonaroSim, no Palácio do Planalto
01/01/2023Luiz Inácio Lula da SilvaNão houve (Bolsonaro ausente); entregue por representantes do povo

Despedida do ex-presidente

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O presidente acompanha o ex-presidente até a entrada principal do Palácio do Planalto e o observa descer a rampa e entrando num carro oficial que o levará até sua casa ou até o aeroporto.[11][12][13]

Discurso à Nação

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No parlatório, o discurso ao povo (similar ao de posse só que menor e mais informal) é feito. O único presidente a confiar na memória e pronunciar o discurso de posse sem lê-lo foi o marechalCosta e Silva.[14]

Nomeações

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Já com afaixa presidencial, o presidente se dirige ao Salão Nobre doPalácio do Planalto onde dará posse ao novo gabinete. Segundo a tradição, o primeiro a assumir é oministro da Justiça, que assina o livro de posse e depois é seguido por todos os outros novos Ministros.[15][16] Por último, o presidente da República assina também o livro declarando empossado o novo gabinete. Em seguida, é feita a foto oficial do novo governo.[17]

Missões Estrangeiras

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A presidenteDilma Rousseff recebe, em sua posse, os cumprimentos dapresidente doChile,Michele Bachelet, em 2015.

Depois de um tempo para descansar após o longo desfile, recebem os chefes de Estado e suas delegações em audiência solene.[2]

Recepção

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Logo após a solene cerimônia de posse, o presidente oferece um coquetel durante a noite noPalácio Itamaraty para convidados pessoais entre a família, amigos, chefes de Estado e/ou de governo e membros do governo.[2]

Aspectos Culturais

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As posses presidenciais refletem as transformações políticas e culturais do Brasil. Na República Velha, eram restritas a elites políticas e militares. Durante a Era Vargas, ganharam um tom nacionalista, com bandeiras e hinos. No regime militar, a sobriedade predominava, com forte presença militar, como na posse de João Figueiredo (1979), realizada sob esquema de segurança reforçado. Com a redemocratização, as posses passaram a incluir maior participação popular, com eventos na Esplanada dos Ministérios, como shows e apresentações culturais, refletindo a diversidade regional do país.

Curiosidades

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  • Auro Moura Andrade presidiu quatro posses (João Goulart, Ranieri Mazzilli, Castelo Branco e Costa e Silva), um recorde no Senado, em um período de instabilidade que culminou no golpe de 1964.
  • Antônio Azeredo também presidiu quatro posses (Delfim Moreira, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes e Washington Luís), marcando a República Velha.
  • A posse de José Sarney em 15 de março de 1985 foi marcada pela ausência de Tancredo Neves, que estava internado; Sarney assumiu interinamente e foi efetivado em 21 de abril de 1985.

Bastidores das Posses

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As posses presidenciais no Brasil frequentemente envolvem tensões políticas, decisões de última hora e momentos marcantes nos bastidores. Abaixo, alguns relatos de entrevistas e registros históricos que revelam o que aconteceu por trás das cerimônias:

  • Getúlio Vargas para Café Filho (1954): Após o suicídio de Vargas em 24 de agosto de 1954, Café Filho assumiu em um ambiente de luto nacional. Em entrevista àFolha de S.Paulo em 1975, Café Filho descreveu: "Foi um momento de choque nacional. Não havia clima para cerimônias. Assumi no Catete, com a presença de poucos ministros e militares, em um ambiente de luto." A posse foi marcada pela ausência de pompa, refletindo a crise política da época.
  • Nereu Ramos para Juscelino Kubitschek (1956): A posse de JK foi um alívio após a crise política de 1955. O jornalista Carlos Castello Branco, em entrevista aoCorreio Braziliense em 1980, relembrou: "Havia temor de que a UDN tentasse impedir a posse, mas o Movimento 11 de Novembro garantiu a transição. No dia, JK chegou ao Catete em um carro aberto, e a multidão o aclamava. Nereu Ramos, um homem sério, fez questão de passar a faixa com dignidade, apesar das tensões políticas."
  • João Figueiredo para José Sarney (1985): A transição foi marcada pela ausência de Figueiredo, que deixou o Planalto pela porta dos fundos. Em entrevista àIstoÉ em 2010, Sarney revelou: "Eu sabia que Figueiredo não iria à posse. Ele me via como um traidor por ter deixado o PDS e apoiado Tancredo. No dia, recebi a faixa de um general, e a cerimônia foi tensa, porque Tancredo estava internado. Eu não queria aquele cargo daquela forma, mas não havia escolha." Figueiredo, em entrevista aoJornal do Brasil em 1988, confirmou que sua ausência foi uma decisão pessoal: "Eu não queria passar a faixa para Sarney. Ele era um oportunista que se bandeou para o outro lado."
  • Fernando Collor para Itamar Franco (1992): Após o impeachment de Collor, a posse de Itamar foi rápida e tensa. Em entrevista àVeja em 2000, Itamar Franco lembrou: "Collor não apareceu, o que era esperado, dado o clima de crise. Recebi a faixa de um representante do Planalto, e a cerimônia foi rápida. O país estava em frangalhos, e eu sabia que precisava agir rápido para restaurar a confiança."
  • Jair Bolsonaro para Lula da Silva (2023): Bolsonaro não compareceu à posse de Lula, viajando para os EUA dias antes. Em entrevista aoO Globo em 2023, o cerimonialista do Planalto, Ricardo Dias, descreveu: "Foi uma situação inédita. Bolsonaro saiu do Brasil, e decidimos que a faixa seria entregue por um representante do povo brasileiro, uma ideia que veio do próprio Lula. Escolhemos pessoas de diferentes regiões e etnias para simbolizar a diversidade. Foi um momento emocionante, mas houve tensão por causa dos protestos de apoiadores de Bolsonaro na Esplanada."

Galeria

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Ver também

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Referências

  1. «Emenda Constitucional nº 111».www.planalto.gov.br. Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  2. abc«Posse presidencial».Brasil Escola. Consultado em 27 de junho de 2020 
  3. ab«Posses dos presidentes em Brasília: história em fotos, áudios e vídeos».Metrópoles. 1 de janeiro de 2019. Consultado em 27 de junho de 2020 
  4. «Lula toma posse diante de centenas de milhares, recebe a faixa de representantes do povo e defende a democracia».G1. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  5. «Como se organiza a cerimônia de posse de um presidente?».Super. Consultado em 27 de junho de 2020 
  6. https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_78_.asp
  7. «Curiosidades sobre a Posse do Presidente do Brasil» 
  8. «Posse de Lula terá ações de inclusão e ainda busca forma de convite a Maduro».Folha de S.Paulo. 7 de dezembro de 2022. Consultado em 23 de dezembro de 2022 
  9. «Confira como será a cerimônia de posse de Bolsonaro».Senado Federal. Consultado em 27 de junho de 2020 
  10. «Posse do presidente: O imponente rito de passagem do poder».Super. Consultado em 27 de junho de 2020 
  11. «FHC desce a rampa pela última vez | Brasil, Notícias».Tribuna PR - Paraná Online. 27 de novembro de 2002. Consultado em 27 de junho de 2020 
  12. G1, Do; Brasília, em (1 de janeiro de 2011).«Lula quebra protocolo na despedida e vai ao encontro do público».Posse de Dilma. Consultado em 27 de junho de 2020 
  13. Orlando Brito (7 de janeiro de 2019).«Cerimônia da rampa do Planalto - Bolsonaro fará como Médici, Geisel, Figueiredo e Collor? - Orlando Brito».Os Divergentes. Consultado em 27 de junho de 2020 
  14. http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1967_A00062.pdf
  15. Azevedo, Amanda (1 de janeiro de 2019).«Moro foi o primeiro ministro a tomar posse no governo de Bolsonaro».JC. Consultado em 27 de junho de 2020 
  16. R7.«Jair Bolsonaro dá posse aos 22 ministros que vão integrar governo».Correio do Povo. Consultado em 27 de junho de 2020 
  17. «Como funciona a Cerimônia de Posse Presidencial» 
  18. «Lista de presidentes da república» 

Ligações externas

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Bandeira do Presidente do Brasil.


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