Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Saltar para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Physis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta página cita fontes, mas não cobrem todo o conteúdo
Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW  • CAPES  • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Novembro de 2016)
Physys
Equivalentes
RomanoNatura

Phýsis (em gregoΦύσις: "natureza") também chamada dePrôtogéneia (em gregoΠρωτογένεια: "primordial"), namitologia grega é umadivindade primordial da natureza e um dos primeiros seres a surgir no princípio dos tempos. Na mitologia romana é chamada deNatura. Atribuem-lhe ambos os sexos, e geralmente era identificada comGaia (a Mãe-Terra), comEros (Amor ou Procriação), comFanes (Luz) ouTésis (a Criação).[1]

O termo é central para afilosofia grega e, como consequência, para afilosofia ocidental como um todo, incluindo-se seus usosteológicos ecientíficos. No usopré-socrático, aphysis foi contrastada comνόμοςnomos, "lei, convenção humana". DesdeAristóteles, no entanto, ofísico (o assunto dafísica, propriamenteτὰ φυσικά "coisas naturais") tem sido tipicamente justaposto aometafísico.[2]

Conceito geral na Grécia Antiga

[editar |editar código-fonte]
Para compreender a atividade teórica dos milésios, fica analisar o conceito de "natureza" (physis). Nos séculos V e VI, caracterizou-se com frequência o trabalho dosjônios como "discurso" (ou "escritura", ou "investigação") sobre a physis ("de todas as coisas", ou "do Universo"). [BRUNSCHWIG, J.; GEOFFREY, L.Diccionario Akal de El saber griego. Traducción: Marco García Quintela. Vol. 26. Ediciones AKAL, 2000, p. 709, 780p.]. No original em espanhol: Para comprender la actividad teórica de los milesios, nos queda por analizar el concepto de “naturaliza” (physis). En los siglos V y VI se caracterizó con frecuencia el trabajo de los jonios como “discurso” (o “escritura”, o “investigación”) sobre la physis (“de todas las cosas”, o “del Universo”).[3]

Portanto, a palavra gregaPhysis pode ser traduzida pornatureza, mas seu significado é mais amplo. Refere-se também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas a que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve, o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna. Nesse sentido, a palavra significa gênese, origem, manifestação. Saber o que éPhysis, assim, levanta a questão da origem de todas as coisas, a sua essência, que constituem a realidade, que se manifesta no Movimento. Nas palavras do professor Miguel Spinelli: "tudo o que nasce está destinado a ser o que deve ser e não outra coisa. Esse nascer destinado, pelo qual o que nasce se submete a um processo de realização, é aphýsis, e, como tal, aarchê. (...) tanto aphýsis quanto aarchê não são expressões do anárquico (...), tampouco do ocasional... O que esses termos conjuntamente designam é o que ocorre sempre ou de ordinário (...), mas com uma eficácia tal que "dispara" sempre (como se fosse um gatilho biológico) o que é melhor dentre todo o possível" (SPINELLI, Miguel.Questões Fundamentais da Filosofia Grega. São Paulo: Loyola, 2006, pp.36-37). Aphýsis expressa um princípio de movimento relativo ao fazer-se das coisas nas quais mudam as aparências, enquanto que cada (ser ou coisa) permanece sempre sendo ela mesma.

Esse movimento seria a contínua transformação dos seres, mudando de qualidade (por exemplo, o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; a árvore vem da semente e produz sementes, etc.) e mudando de quantidade (o pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc). Portanto o mundo (Physis) está em mudança contínua, e nem por isso perde sua forma, sua ordem e sua estabilidade.

Uso pré-socrático

[editar |editar código-fonte]

A palavra φύσις é um substantivo verbal baseado emφύειν "crescer, aparecer" (cognato com o verbo "ser"). Nogrego homérico, é usado literalmente quanto ao modo de crescimento de uma espécie específica de planta.[4]

Os filósofospré-socráticos tinham como principal preocupação a explicação dos aspectos referentes acosmologia. Tiveram um papel importante, na medida em que marcam toda uma fase de pensamento voltada para a explicação racional dos fenômenos que constituíam as inquietações dos homens daquela época. Começando comHeráclito, aphysis, de acordo com sua etimologia de "crescer, tornar-se", é sempre usada no sentido dodesenvolvimento "natural", embora o foco possa estar na origem ou no processo, ou no resultado final do processo. Existem evidências de que, no século VI a.C., começando com aescola jônica, a palavra também poderia ser usada no sentido abrangente, como se referindo a "todas as coisas", como se fosse "Natureza" no sentido de "Universo".[5]

Na tradiçãosofista, o termo opunha-se anomos (νόμος), "lei" ou "costume ", no debate sobre quais partes da existência humana são naturais e quais são devidas a convenções.[6] O contraste entre aphysis enomos pode ser aplicado a qualquer assunto, bem como o contraste moderno de "natureza versus criação".

NasLeis de Platão

[editar |editar código-fonte]

No livro 10 dasLeis, Platão critica aqueles que escrevem obrasperi physeōs ("Sobre a Natureza", uma das designações mais comuns entre os livros dos filósofos pré-socráticos). A crítica é que esses autores tendem a se concentrar em uma explicação puramente "naturalista" do mundo, ignorando o papel da "intenção" outechnē e o que tornaria, assim, propenso ao erro de "ateísmo ingênuo". Platão acusa atéHesíodo disso, pela razão de que os deuses em Hesíodo "crescem" a partir de entidades primordiais após o estabelecimento do universo físico.[7]

"Pois aqueles que usam o termo pretendem dizer que a natureza é o primeiro poder criativo; mas se a alma se torna o elemento primordial, e não o fogo ou o ar, então no sentido mais verdadeiro e além de outras coisas, a alma pode ser dita que existepor natureza; e isso seria verdade se você provasse que a alma é mais velha que o corpo, mas não o contrário". -Leis de Platão, livro 10 (892c) -tradução de Benjamin Jowett

Aristóteles

[editar |editar código-fonte]

Aristóteles buscou a definição de "physis" para provar que havia mais de uma definição para "physis" e mais de uma maneira de interpretar a natureza. "Embora Aristóteles retenha o sentido antigo de "physis" como crescimento, ele insiste que uma definição adequada de "physis" requer as diferentes perspectivas dasquatro causas (aitia): material, eficiente, formal e final".[8] Aristóteles acreditava que a própria natureza continha sua própria fonte de matéria (material), poder/movimento (eficiência), forma e fim (final). Uma característica única da definição de "physis" de Aristóteles era sua relação entre arte e natureza. A relação entre "physis" (natureza) etechne (arte) era importante para Aristóteles. "A distinção crítica entre arte e natureza diz respeito a suas diferentes causas eficientes: a natureza é sua própria fonte de movimento, enquanto a techne sempre exige uma fonte de movimento fora de si".[8] O que Aristóteles estava tentando trazer à luz era que a arte não contém em si mesma sua forma ou fonte de movimento. Considere o processo de uma bolota se tornar um carvalho. Este é um processo natural que tem sua própria força motriz por trás. Não há força externa que empurre essa bolota para seu estado final; ao invés, ela está se desenvolvendo progressivamente em direção a um fim específico (telos).

Uso bíblico

[editar |editar código-fonte]

Embora φύσις tenha sido frequentemente usado na filosofia helenística, ela é um termo que aparece apenas 14 vezes no Novo Testamento (10 dos escritos de Paulo).[9] Seu significado varia ao longo dos escritos de Paulo.[10] Um uso refere-se à ordem estabelecida ou natural das coisas, como emRomanos 2:14, onde Paulo escreve "Pois quando os gentios, que não têm a lei (nomos), pornatureza fazem o que a lei exige, eles são uma lei para si mesmos, mesmo que eles não tenham a lei".[11][12] Outro uso de φύσις no sentido de "ordem natural" éRomanos 1:26, onde ele escreve "os homens também abandonaramas relaçõesnaturais com as mulheres e foram consumidos com paixão um pelo outro".[13][12] Em1 Coríntios 11:14, Paulo pergunta: "A própria natureza não ensina a você que se um homem usa cabelos longos, isso é uma desgraça para ele?".[14][15]

Esse uso de φύσις como referência a uma "ordem natural" emRomanos 1:26 e1 Coríntios 11:14 pode ter sido influenciado peloestoicismo.[16] Os filósofos gregos, incluindoAristóteles e os estoicos, são creditados com a distinção entre leis feitas pelo homem e umalei natural de validade universal,[17] masGerhard Kittel afirma que os filósofos estoicos não foram capazes de combinar os conceitos de νόμος (lei) e φύσις (natureza) para produzir o conceito de "lei natural" no sentido tornado possível pela teologiajudaico-cristã.[18]

Como parte dateologia paulina dasalvação pelagraça, Paulo escreve emEfésios 2:3 que "todos nós já vivemos nas paixões da nossa carne, realizando os desejos do corpo e da mente, e pornatureza éramos filhos da ira, como o resto da humanidade. No versículo seguinte, ele escreve: "Pela graça você foi salvo".[19][10]

Uso na teologia patrística

[editar |editar código-fonte]

Os teólogos do início do período cristão diferiram no uso desse termo. Nos círculosantioquenos, conotava a humanidade ou divindade de Cristo concebida como um conjunto concreto de características ou atributos. No pensamentoalexandrino, significava um indivíduo concreto ou independente existente e aproximava-se dahipóstase sem ser sinônimo.[20] Embora se refira à mesma coisa queousia, é mais empírica e descritiva, focando na função, enquanto a ousia é metafísica e se concentra mais na realidade.[21] Embora encontrado no contexto dodebate trinitário, é principalmente importante nacristologia deCirilo de Alexandria.[21]

Uso moderno

[editar |editar código-fonte]

O adjetivo gregophysikos é representado de várias formas no inglês moderno: como afísica "o estudo da natureza", comofísico (via latim médiophysicalis), referindo-se tanto à física (ao estudo da natureza, ao universo material) quanto aocorpo humano.[22] O termofisiologia (physiologia) foi cunhando no século XVI (Jean Fernel). O termophysique (físico), para "a constituição corporal de uma pessoa", é um empréstimo do francês do século XIX.

Na medicina, o sufixo-physis ocorre em compostos comosínfise,epífise e alguns outros, no sentido de "um crescimento". A physis também se refere à "placa de crescimento", ou local de crescimento no final dos ossos longos.

Ver também

[editar |editar código-fonte]

Referências

  1. «PHUSIS : Greek protogenos goddess of nature ; mythology : PHYSIS, NATURA».www.theoi.com. Consultado em 27 de dezembro de 2015 
  2. Discutidos nas obras de Aristóteles assim intituladas,Física eMetafísica. "Physis, translated since the Third Century B.C. usually as "nature" and less frequently as "essence", means one thing for the presocratic philosophers and quite another thing for Plato." Welch, Kathleen Ethel. "Keywords from Classical Rhetoric: The Example of Physis." Rhetoric Society Quarterly 17.2 (1987): 193-204. Print. The Pontifical Academy of Sciences.Evolving Concepts of Nature. Proceedings of the Plenary Session, 24–28 October 2014, Acta 23, Vatican City, 2015.link.
  3. BRUNSCHWIG, J.; GEOFFREY, L.Diccionario Akal de El saber griego. Traducción: Marco García Quintela. Vol. 26. Ediciones AKAL, 2000, p. 709, 780p.
  4. Odisseia 10.302-3:ὣς ἄρα φωνήσας πόρε φάρμακον ἀργεϊφόντης ἐκ γαίης ἐρύσας, καί μοιφύσιν αὐτοῦ ἔδειξε. (Assim dizendo, Argeifontes [=Hermes] deu-me a erva, tirando-a do solo, e mostrou-me suanatureza.)Odisseia (ed. A.T. Murray).
  5. Gerard Naddaf,The Greek Concept of Nature, SUNY Press, 2005, p. 3. Guthrie, W. K. C.,Presocratic Tradition from Parmenides to Democritus (volume 2 of hisHistory of Greek Philosophy), Cambridge UP, 1965.[falta página]
  6. Dunkie, Roger (1986). «Philosophical background of the 5th Century B.C.».The Classical Origins of Western Culture: The Core Studies 1 Study Guide. Col: Brooklyn College Core Curriculum Series. [S.l.: s.n.] 
  7. Gerard Naddaf,The Greek Concept of Nature (2005), 1f.
  8. abAtwill, Janet. "The Interstices of Nature, Spontaneity, and Chance." Rhetoric Reclaimed: Aristotle and the Liberal Arts Tradition. Ithaca, NY: Cornell UP, 1998. N. Print.
  9. Balz, Horst Robert.Exegetical dictionary of the New Testament. [S.l.: s.n.]ISBN 9780802828033 
  10. abVerbrugge, Verlyn D. (2000).New International Dictionary of New Testament Theology. [S.l.: s.n.] 
  11. Romans 2:14:ESV
  12. abDanker, Frederick W. (2014).A Greek-English lexicon of the New Testament and other early Christian literature. [S.l.: s.n.] 
  13. Romans 1:26-1:27:ESV
  14. 1 Corinthians 11:13:ESV
  15. Balz, Horst Robert.Exegetical dictionary of the New Testament. [S.l.: s.n.]ISBN 9780802828033 
  16. Balz, Horst Robert.Exegetical dictionary of the New Testament. [S.l.: s.n.]ISBN 9780802828033 
  17. Roberts, John (2007).Oxford Dictionary of the Classical World. [S.l.: s.n.] 
  18. Kittel, Gerhard.Theological Dictionary of the New Testament. [S.l.: s.n.] 
  19. Ephesians 2:3-2:4:ESV
  20. Kelly, J.N.D.Early Christian Doctrines A&C Black(1965) p.318
  21. abPrestige, G.L.God in Patristic Thought, SPCK (1964), p.234
  22. «Physical».Online Etymology Dictionary 
Deuses(as) primordiais
Áclis · Aion · Ananque · Caos · Chronos · Érebo · Éter · Euríbia · Fanes · Gaia · Hemera · Nesos · Nix · Ofíon · Óreas · Physis · Ponto · Tálassa · Tártaro · Urano
Titãs
Cronos · Ceos · Crio · Febe · Hiperião · Jápeto · Mnemosine · Oceano · Reia · Teia · Têmis · Tétis
Segunda geração de titãs
Astéria · Atlas · Astreu · Eos · Epimeteu · Hélio · Leto · Menoécio · Palas · Perses · Prometeu · Selene
Deuses(as) olímpicos(as)
Afrodite · Apolo · Ares · Ártemis · Atena · Deméter · Dioniso · Hades · Hefesto · Hera · Hermes · Héstia · Posídon · Zeus
Deuses(as) menores
Afrodito · Algea · Aglaia · Asclépio · Astreia · Até · Bia · Cadmo · Caronte · Cratos · Cefiso · Circe · Ênio · Éris · Eros · Eufrosina · Fântaso · Filotes · Geras · Harmonia · Hebe · Hécate · Hespérides · Hermafrodito · Hipnos · Ícelo · Íris · Macária · Maia · Melinoe · Momo · Morfeu · Moros · Nêmesis · Nereu · Nice · Nomos · Oizus ·  · Perséfone · Perses · Priapo · Pluto · Psiquê · Quíron · Talia · Tânato · Tiquê · Hedonê · Zelo
Deuses(as) aquáticos(as)
Anfitrite · Aqueloo · Alfeu · Asopo · Caríbdis · Ceto · Cila · Egeão · Fórcis · Glauco · Hália · Nereidas · Nereu · Nérites · Palemon · Proteu · Psâmate · Taumante · Telquines · Tétis · Tritão
Outros(as) imortais
Alburno · Alcmena · Adônis · Anteros · Átis · Dardano · Deimos · Despina · Dice · Egina · Enomau · Éolo · Eósforo · Faetonte · Fama · Fobos · Ftono · Harpócrates · Héspero · Hirieu · Ilítia · Ínaco · Latona · Lacedemão · Lico · Péon · Sabázio · Sêmele · Kairós
Semideuses(as)
Ájax · Aquiles · Argonautas · Belerofonte · Édipo · Eneias · Héracles · Jasão · Odisseu · Orfeu · Orestes · Perseu · Teseu · Minos · Pasífae
Raças
Mortais
Andrómaca · Andrômeda · Arcas · Briseis · Calisto · Cléola · Creusa · Dânae · Équemo · Érope · Europa · Esopo · Ganímedes · Helena · Íxion · Leda · Minos · Nicteu · Níobe · Pandora · Penélope · Sísifo · Tântalo · Ariadne
Heróis
Musas
Amazonas
Oceânides
Lugares
Pitonisas eSibilas
Episódios
Reino de Hades
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Physis&oldid=69074199"
Categorias:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp