[[Imagem:AC Fiorentina - 1930s - Pedro Petrone.jpg | Pedro Petrone]] | |||||||||||||
Petrone pela Fiorentina | ||||||||||||||
Informações pessoais | ||||||||||||||
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Nome completo | Pedro Petrone Schiavone | |||||||||||||
Data de nascimento | 11 de maio de1904 | |||||||||||||
Local de nascimento | Montevidéu,Uruguai | |||||||||||||
Nacionalidade | uruguaio | |||||||||||||
Data da morte | 13 de dezembro de1964 (60 anos) | |||||||||||||
Local da morte | Montevidéu,Uruguai | |||||||||||||
Clubes profissionais | ||||||||||||||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s | ||||||||||||
1923-1924 1924-1931 1931-1933 1933-1934 | Charley Nacional Fiorentina Nacional | |||||||||||||
Seleção nacional | ||||||||||||||
1923-1930 | Uruguai | 29 (24) | ||||||||||||
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Pedro Petrone (Montevidéu,11 de maio de1904 -13 de dezembro de1964) foi umfutebolistauruguaio que jogava comocentroavante.
El Perucho fez parte da chamadaCeleste Olímpica, conquistando, entre outros títulos, obicampeonato olímpico em1924 (em que foi artilheiro e autor do primeiro gol da final) e1928.[1] Petrone também brilhou naCopa América. Foi o primeiro jogador a ser artilheiro de mais de uma edição e ainda é o único artilheiro três vezes da competição, em1923,1924 (quando também foi eleito o melhor jogador) e1927, sendo campeão nessas duas primeiras e vice na terceira. É o sexto maior artilheiro do torneio, com dez gols.[carece de fontes?]
Também ganhou aprimeira Copa do Mundo em 1930, mas com uma lesão permitindo-lhe jogar somente a estreia.[2] Com uma posterior carreira de sucesso naItália, com uma artilharia naSerie A,[3] foi um primeiro exemplo de campeão deCopa do Mundo consagrado internacionalmente sem exatamente brilhar no torneio, comoPepe (1958 e1962),Günter Netzer (1974),Franco Baresi (1982),Ricardo Bochini (1986),Raí (1994),Kaká (2002),Francesco Totti (2006) ouFernando Torres (2010).[4]
Notável centroavante, artífice das grandes conquistas uruguaias dadécada de 1920, começou no terceiro quadro do pequeno Solferino, aos 16 anos, atuando como goleiro. Em1923, passou ao Charley, ainda como goleiro, mas passando ao ataque quando o time necessitava.[2] O clube não saía das últimas colocações,[carece de fontes?] mas, após somente sete jogos pelo Charley, Petrone recebeu sua primeira convocação àseleção uruguaia, disputando aCopa América daquele ano.[2]
Ainda como jogador do Charley, Petrone disputou também asOlimpíadas de 1924. Após a conquista olímpica, solicitou transferência aoNacional,[5] uma de suas vítimas pelo Charley.[2]
O Nacional havia sidocampeão uruguaio daquele1923. Seu centroavante Ángel Barlocco era festejado e jogador de seleção, mas se veria ofuscado com a chegada de um jogador ainda mais fenomenal que era Petrone.[6] Quando Petrone chegou, o clube comemorava as bodas de prata de sua fundação em1899 e a vinda do reforço, que havia sido o artilheiro das Olimpíadas, foi considerada "o passe que revolucionaria" o campeonato, embora o Nacional tenha também naquele ano recebidoHéctor Castro: na edição de1924 do torneio uruguaio, iniciado ainda enquanto as Olimpíadas ocorria, Petrone jogou somente doze das 22 partidas e marcou vinte gols. Nas nove partidas prévias à sua estreia, o clube não conseguira somar mais de dois gols por jogo. Depois dela, a soma superior a dois gols veio em onze jogos. No único em que isso não ocorreu, contra oRampla Juniors, foi dePerucho o gol da vitória de 1-0 fora de casa. Já a equipe do Charley, a única que ele não enfrentou,[5] não voltou a jogar a elite uruguaia após 1924.[carece de fontes?]
No Nacional, desenvolveu parceria notável comHéctor Scarone, com a mídia uruguaia assegurando que eles foram os precursores da jogada conhecida como "tabela". "A Petrone só se tem que passar-lhe a bola e olhar o centro do campo: é gol", dizia Scarone. Dono de grande condição física, Petrone firmou-se com um centroavante de piques avassaladores e arremates potentes e precisos. Mudou também a concepção tática que predominava até então, a do ataque em leque, com os meias abertos e em dupla enquanto o centroavante se recuava para comandar o ataque.[2] No ano de 1925, o clube faria uma excursão consagradora àEuropa. No ano seguinte ao primeiro ouro olímpico do futebol uruguaio e sul-americano, a viagem confirmou o valor do futebol uruguaio. 700 mil pessoas viram o Nacional ao longo de 38 partidas. Foram 130 gols marcados, somente 30 sofridos, com 26 vitórias e somente cinco derrotas.[7]
Petrone era a grande sensação, com quinze gols em seis jogos, mas rompeu os meniscos contra oBarcelona,com quem os tricolores empataram em 2-2. Enquanto pôde jogar, Petrone destacou-se sobretudo ao marcar os cinco gols de um 5-0 no combinado daNormandia. Também causou primeira impressão em solo italiano, onde futuramente se destacaria, com um gol na vitória por 3-0 emGênova sobre oGenoa,[7] dono de dois títulos italianos nas três temporadas anteriores e maior campeão docalcio naquela época.[8]
A séria lesão fez com que Petrone só se recompusesse no ano de 1927, ainda perigoso, mas com rendimento ligeiramente menor, já não sendo capaz de cronometrar onze segundos em um pique de cem metros.[2] Por causa dela, o colegaHéctor Scarone, que armava-lhe o jogo, assumiu maior responsabilidade goleadora. No ano seguinte, Petrone pôde ir àsOlimpíadas de 1928 e enfrentou novamente oBarcelona, dessa vez noestádio Gran Parque Central. Marcou o segundo gol na vitória por 3-0.[9]
Desde a lesão de Petrone, em 1925, o Nacional não conseguia o título uruguaio, ficando sem ganha-lo entre 1924 e 1933, ainda que não houvesse campeonato em 1930 em função de realização, no país, daprimeira Copa do Mundo.[carece de fontes?] O Nacional era a base da seleção, incluindo Petrone.[10] Uma lesão na estreia o impediu que se sobressaísse na campanha vitoriosa, mas no ano seguinte o centroavante terminou contratado pelaFiorentina.[2]
Fundada em 1926, a equipe violeta participava pela primeira vez da elite docampeonato italiano e a contratação do uruguaio foi a primeira de um estrangeiro na história do clube. Petrone foi também o autor do primeiro gol doestádio Artemio Franchi, na época ainda nomeado Giovanni Berta.[3] Sua estreia foi em amistoso no qual marcou os onze gols em vitória por 11-0.[2] O time estreante ficou em um honroso quarto lugar e Petrone foi o artilheiro do torneio, com 25 gols (apenas um depênalti) em 27 jogos, ao lado deAngelo Schiavio. Foi o primeiro uruguaio a se destacar largamente nocalcio.[3] Os 25 gols lhe foram por oitenta anos um recorde exclusivo para um uruguaio em uma só temporada na Itália, até serem igualados em 2011 porEdinson Cavani.[2]
Em sua segunda temporada, Petrone foi deslocado de centroavante para meia-direita pelo técnico Hermann Felsner. Ainda assim, marcou doze vezes.[3] Mas, embora amado emFlorença, o jogador estava repleto de insatisfações, desde ao ambiente político do país a saudades da terra natal,[2] como também à mudança de posição, desentendendo-se com o técnico Felsner. Foi multado com um mês sem salário e afastado do elenco. Resolveu então sair à força daFiorentina, voltando aoNacional em 1933.[3]
Petrone chegou aos tricolores juntamente comJosé Nasazzi eDomingos da Guia.[2] A campanha encerrou jejum tricolor que perdurava desde 1924.Perucho foi o artilheiro do elenco, com 17 gols, ainda que não pudesse disputar o campeonato até o fim. Aquela edição do campeonato uruguaio foi a mais longa da história, com Nacional ePeñarol terminando empatados na temporada regular, forçando a realização já no ano de 1934 de diversas finais empatadas, até o Nacional enfim vencer por 3-2 o quarto jogo-extra, já em novembro,[11] enquanto o campeonato próprio pelo ano de 1934 já estava em andamento desde julho.[12]
Petrone havia sido suspenso pelaFIFA no início de 1934 após denúncia daFiorentina pelo abandono irregular do centroavante antes do fim do contrato. Ainda assim, batizou de Fiorentina o haras que montou após passar a dedicar-se aoturfe, sua outra paixão, compartilhada com o amigoCarlos Gardel. No Nacional, foram 146 gols em 128 jogos. Na Fiorentina, 37 gols em 44 partidas.[2]
Petrone estreou pelaseleção uruguaia em4 de novembro de1923,[carece de fontes?] pelaCopa América daquele ano. Ali nasOlimpíadas de 1924, foi ainda como jogador do modesto Charley. Em ambos os torneios, foi artilheiro e campeão:[2] na Copa América, foram três jogos e três gols, incluindo contraBrasil (o primeiro na vitória por 2-1) eArgentina (o primeiro na vitória por 2-0).[carece de fontes?] Nas Olimpíadas deParis, marcou duas vezes no 7-0 sobre aIugoslávia na estreia, dois no 3-0 sobre osEstados Unidos na segunda rodada, dois (o terceiro e o quarto) no 5-1 sobre a anfitriãFrança nas quartas-de-final e o primeiro no jogo final contra aSuíça, na vitória por 3-0.[carece de fontes?]
Após a conquista, os uruguaios deram uma volta completa no campo, andando pela pista lateral e acenando para a plateia, inaugurando o gesto que ficaria conhecido como "volta olímpica", repetido por eles nas duas conquistas mundiais seguintes e posteriormente adotado por todos os países.[13] Ainda em 1924, Petrone voltou a ser artilheiro e campeão também daCopa América daquele ano,[2] já como jogador doNacional. Foram quatro gols em três partidas, três deles no 5-0 (os dois primeiros e o último) na estreia contra oChile.[carece de fontes?] Foi eleito o melhor jogador do torneio.[carece de fontes?]
Porém, em virtude da séria lesão nos meniscos sofrida no jogo contra oBarcelona na excursão europeia do Nacional em 1925, só voltou a jogar pela seleção em 1927. Mesmo com rendimento ligeiramente inferior ao que tinha antes, foi novamente artilheiro sul-americano, naCopa América daquele ano.[2] Foram duas partidas de Petrone e três gols, todos na vitória de 9-0 sobre aBolívia. ACeleste, porém, ficou no vice-campeonato para a Argentina. Ainda assim, a colocação lhe classificou juntamente com os vizinhos para asOlimpíadas de 1928.[carece de fontes?]
Nos Jogos deAmsterdã, Petrone estreou nas quartas-de-final marcando três gols na vitória por 4-1 sobre aAlemanha. Seu outro gol foi o primeiro do empate em 1-1 com aArgentina na primeira decisão, resultado que forçou uma segunda final, vencida por 2-1 mesmo semEl Perucho em campo.[carece de fontes?] O bicampeonato olímpico veio também em meio a torcida contra dos anfitriõesneerlandeses,cuja seleção havia sido previamente eliminada pelo Uruguai.[9]
Petrone ainda jogou também aCopa América de 1929, participando somente da estreia, sem marcar na derrota de 3-0 para oParaguai. Os bicampeões olímpicos terminariam apenas na terceira colocação.[carece de fontes?] Do mesmo modo, só participou também da estreia naCopa do Mundo FIFA de 1930.[2] A partida, contra oPeru, marcou a inauguração oficial doestádio Centenário, mas os festejos viraram decepções diante do fraco desempenho uruguaio, um magro 1-0 contra uma seleção criada apenas três anos antes, com severas críticas da imprensa[14] incluindo os dizeres "Os Deuses estão cansados!" do jornalEl País.[15]
Perucho lesionou-se naquela partida.[2] O centroavante titular daCeleste passou a serPeregrino Anselmo, que por sua vez lesionou-se na semifinal.[16] Petrone foi uma das opções paraa grande final, mas o técnicoAlberto Suppici preferiu escalarHéctor Castro, outro ausente desde a estreia.[17] Mesmo não possuindo uma das mãos, amputada aos 13 anos de idade, Castro era considerado mais apto pelo próprio Anselmo e também pelo capitãoJosé Nasazzi e faria o gol que garantiu a conquista.[10]
Aquele jogo contra o Peru, em 18 de julho de 1930,[14] terminou sendo o último de Petrone pelo Uruguai.[carece de fontes?] Seu sucesso posterior naFiorentina era indiferente, pois somente nadécada de 1970 é que a seleção passou a admitir a convocar quem jogasse no exterior.[18]
Mesmo regressando ao Uruguai em 1933, viu a seleção recusar participar daCopa do Mundo FIFA de 1934, na própriaItália, em retaliação pela larga ausência das seleções europeias na edição de 1930. Até hoje, foi a única vez em que o campeão do torneio anterior não defendeu o título.[19] Ainda que a postura não fosse adotada, Petrone enfrentaria a suspensão dada pelaFIFA.[2]
Ao todo,Perucho marcou 24 gols em 29 jogos por seu país,[carece de fontes?] tendo uma das melhores médias de gols da história daCeleste (0,86 por jogo).[2] Atualmente, é em números absolutos o oitavo maior artilheiro da seleção uruguaia, colocação à qual seu nome se sujeitou apenas recentemente após ser ultrapassado desde adécada de 1990 porSebastián Abreu,Diego Forlán,Edinson Cavani eLuis Suárez.[carece de fontes?]