| População total | |
|---|---|
| 46 649 132[1] | |
| Regiões com população significativa | |
| 44 000 000 | |
| 2 000 000 | |
| 80 000 | |
| 40 000 | |
| 19 000 | |
| Línguas | |
Atuais
| |
| Religiões | |
Predominantes
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| Grupos étnicos relacionados | |
| caipiras,caiçaras,italianos,portugueses,espanhóis,galegos,alemães,escandinavos[carece de fontes?],guaianás,japoneses,árabes e outros | |
Ospaulistas são a população proveniente doestadobrasileiro deSão Paulo, naRegião Sudeste desse país. Durante operíodo colonial, tornou-se sinônimo ao termocaipira,[2] e séculos mais tarde, devido à sua relação histórica com asbandeiras, sendo São Paulo o berço dosbandeirantes e seu ponto de partida,[3] o termo bandeirante também passou a servir de sinônimo para designá-los;[4][5] São Paulo, igualmente, passou a ser conhecido como o "Estado bandeirante".[6][7][8]
A população é conhecida pela sua rica diversidade de manifestações culturais e religiosas, sendo ointerior de São Paulo o local de origem dodialeto,cultura,culinária emúsica caipira, e seu litoral, o berço dacultura caiçara.[9]
Alíngua geral paulista, de origemtupi, mas com elementos doportuguês,espanhol e doguarani,[10] foi seu idioma nativo por séculos, mas entrou gradualmente em desuso com influência cultural externa, até desaparecer no início doséculo XX, sendo uma das origens do dialeto caipira, que passou a preservar diversos termos.[11][12][13]
Devido a conflitos, no século XVIII ocorreu uma grandediáspora dos paulistas que viviam na região atualmente correspondente a Minas Gerais, e muitos deles fixaram-seCentro-Oeste do Brasil,[14] contribuindo para a difusão da cultura caipira e a formação natural de umaregião cultural paulista/caipira chamada dePaulistânia.[15][16]

Quando os primeiros europeus chegaram ao atual território paulista, olitoral e oPlanalto Paulista eram habitados predominantemente porindígenastupis-guaranis, como ostupiniquins,tupinambás ecarijós, mas existiam também alguns que pertenciam a tribosjês, como osguaianás e osguaramomis. Já o interior era, em grande parte, ocupado por ameríndios falantes deidiomas macro-jê, como oscaingangues,caiapós exavantes, embora existissem alguns territórios ocupados pelosguaranis.[17]
Nas primeiras décadas do século XVI, alguns náufragos e degredadosportugueses se fixaram em terras paulistas, em sua grande parte no litoral, comoAntónio Rodrigues e o enigmáticoBacharel de Cananeia, enquantoJoão Ramalho, considerado o "pai dos paulistas" e o "fundador da paulistanidade", se instalou no Planalto de Piratininga. Estes primeiros colonos adotaram a cultura indígena e se miscigenaram com mulheres ameríndias. Da miscigenação luso-indígena se formou a base do povo paulista colonial e acultura caipira.[18][19]
Durante oPeríodo Colonial daHistória paulista, iniciado em 1532, com a fundação da vila deSão Vicente, mais colonos europeus, predominantemente portugueses, mas também de outras nacionalidades (sobretudoespanhóis), se fixaram no território paulista e se misturaram comcaboclas, descendentes de portugueses e indígenas. Eram poucas as mulheres europeias que se fixaram em terras paulistas neste período.[20]
Até meados do século XVIII, a presença doescravo africano no atual território estadual (exceto noVale do Ribeira, que teve ciclo do ouro no século XVII, com o uso do trabalho do africano escravizado) era muito rara, pois seus habitantes não possuíam condições de comprá-los, visto que essa era a região mais pobre da América Portuguesa. Com isso, a economia paulista era baseada na lavoura de subsistência, com o trabalho forçado do indígena.[21][22]
A procura por índios para escravizar levou, no final do século XVI, ao surgimento de exploradores paulistas, osbandeirantes, que mais tarde passaram também a procurar por pedras preciosas nos domínios portugueses. O bandeirismo envolveu muitos homens das capitanias deSão Vicente e deItanhaém e foi um dos responsáveis pela expansão das fronteiras daAmérica Portuguesa para além doTratado de Tordesilhas.[23][24] Como resultado do bandeirantismo, exploradores paulistas se fixaram, nos séculos XVII e XVIII, em regiões como oParaná (a região doTerceiro Planalto Paranaense ainda era inabitada por não-indígenas), o litoral e a região serrana deSanta Catarina,Minas Gerais e oCentro-Oeste do Brasil.[23][24][25][26]
Na década de 1760, a cultura dacana-de-açúcar se tornou a base da economia paulista, sendo essa planta cultivada sobretudo na região do "quadrilátero do açúcar", demarcado pelas vilas deSorocaba,Piracicaba,Mogi Guaçu eJundiaí. Nos canaviais, empregava-se o trabalho do escravo africano e a presença dele no território paulista aumentava cada vez mais. As lavouras cafeeiras noVale do Paraíba, as quais existiram durante grande parte do século XIX, empregavam a mão-de-obra escrava.[27][28]
Ao longo da primeira metade do século XIX, com o fim dociclo do ouro emMinas Gerais, muitos migrantesmineiros migraram em direção aoNordeste Paulista e regiões adjacentes, atraídos pelas terras férteis desta zona do estado.[29]
No início do século XIX, a população indígena em território paulista era muito pequena, com exceção do noroeste e oeste paulista, regiões ainda não colonizadas. Em 1817,Johann Baptist von Spix eCarl Friedrich Philipp von Martius, durante suas viagens pelo Brasil, passaram pelo estado e assim descreveram sobre seu povo:
“Muitos paulistas conservaram-se sem a mistura com os índios, e são tão brancos, mesmo mais claros, do que o colono europeu puro nas províncias do norte do Brasil. Os mestiços, filhos de brancos e índios, mamelucos, conforme o grau da mistura, têm a pele cor de café, amarelo-clara, ou quase branca. Fica, porém, sobretudo no rosto largo, redondo, com maçãs salientes, nos olhos negros não grandes, e numa incerteza do olhar, a revelação, mais ou menos clara, do cruzamento com o índio.”[30]
Entre 1885 e 1929, cerca de 2,2 milhões deimigrantes se fixaram no estado de São Paulo, para trabalhar nos cafezais do interior em substituição à mão-de-obra escrava e nas indústrias da capital. Eram, em grande parte, europeus, predominantementeitalianos, portugueses e espanhóis, mas também houve a imigração de muitoslibaneses,sírios ejaponeses (estes últimos a partir de 1908).[31][32]
Na primeira metade do século XX, ooeste e noroeste paulista, antes com escassa população não-indígena, foram ocupados com o avanço das ferrovias. Os povoadores dessas regiões eram principalmente imigrantes e paulistas descendentes próximos destes, mas também houve a presença debrasileiros de Minas Gerais e de outros estados do país.[33]
Entre as décadas de 1940 e 1970, milhões de brasileiros, predominantemente oriundos de Minas Gerais e, devido às secas, daRegião Nordeste do Brasil, migraram para São Paulo, se fixando sobretudo nacapital e em suaregião metropolitana. Com o passar dos anos, a migração foi diminuindo, e, a partir de 1980, a média anual caiu para 68 mil.[34]
Segundo ocenso 2022, a população do estado de São Paulo é de 44,4 milhões de habitantes, sendo o mais populoso do Brasil, dos quais 51,82% são do sexo feminino e 48,18% são do sexo masculino.[35] Desses, 44,05 milhões (99,19%) são brasileiros natos, dos quais 80,39% nasceram em território paulista. Em torno de um quinto da população (8,6 milhões de pessoas) nasceu em outros estados do Brasil, comoBahia (1,84 milhão),Minas Gerais (1,61 milhão),Paraná (1,03 milhão) ePernambuco (1 milhão).[36] Também é o estado que mais recebe imigrantes.
Em 2024, haviam entre 15 a 20 milhões de paulistas ítalodescendentes, representando quase um terço da população estadual.[37]
Estimativas calculam que mais de 2 milhões de paulistas estão espalhados pelo Brasil, com 680 mil vivendo noSul, 600 mil estão em outros estados da regiãoSudeste, 530 mil noNordeste, 490 mil noCentro-Oeste e mais de 90 mil noNorte;[38] em países comoEstados Unidos, vivem legalmente mais de 80 mil, noJapão vivem mais 40 mil, e cerca de 19 mil estão naEspanha.[39][40]
Segundo ocenso 2022, da população paulista maior que 10 anos de idade, 52,2% sãocatólicos, 27,3%evangélicos, 10,5%sem religião e 9,8% demais religiões.[35]
Depois dos estados da regiãoSul do Brasil, em comparação com o restante do Brasil, o estado de São Paulo, no censo de 2022, é onde existem mais municípios com uma população predominantementebranca.[41] Em censos anteriores, a população paulista já era majoritariamente composta por pessoasbrancas (63,9%), seguida por pessoas de raça indefinida oumestiças (29,1%),negras (5%),amarelas (1,4%) eindígenas (0,1%).[42]
De acordo com um estudo de 2006, a composição genética da população paulista é 79% europeia, 14% africana e 7% indígena.[43] Um estudo de 2013 encontrou, na população do estado, 61,9% de contribuição europeia, 25,5% africana e 11,6% ameríndia.[44] Um artigo de 2019, revisando estudos genéticos anteriores, encontrou que a ancestralidade genética do povo paulista é 72,5% europeia, 18,1% africana e 8,1% ameríndia.[45]

A atividade sertanista paulista, dos séculos XVI ao XVIII, não só resultou na expansão territorialluso-brasileira, como também foi o movimento responsável por dar origem a um território cultural onde as características dos paulistas desdobraram-se numa variedade subcultural que se pode se chamar decultura caipira.[46] A área de influência cultural paulista chegou a atingir estados comoGoiás,Mato Grosso,Mato Grosso do Sul,Minas Gerais,Paraná,Rio Grande do Sul eSanta Catarina, quais antes de terem alguma autonomia política, já haviam integrado o território paulista, que em sua primeira versão era equivalente àCapitania de São Vicente.[carece de fontes?]
O conceito de uma área cultural paulista começou a se tornar relevante a partir da década de1930, quando historiadores comoAlfredo Ellis Jr. e Joaquim Ribeiro passaram a utilizar "Paulistânia," um neologismo que significa "terra dos paulistas," na intenção de definir localidades onde havia ocorrência da cultura caipira.[47]
O termocaipira surgiu em São Paulo, através da oralidade do povoguaianá, e ao que tudo indica, era utilizado para designar os povoadores da região do médio Tietê; acredita-se que o termo foi utilizado neste sentido até o início doséculo XIX.[48]
O termo caipira ganhou um sentidoétnico, conceitualizando a existência de um 'povo caipira,' que passou a ser retratado por intelectuais como o descendente ou o sucessor dos bandeirantes, quais eram majoritariamente paulistas. Os caipiras seriam osbandeirantes deslocados de sua missão aurífera, expansionista e escravagista, que veio a afixar-se nas terras de desbravamento após o esgotamento das minas.[49][50] ParaAntonio Candido, o caipira é obandeirante atrofiado[51] e acultura bandeirante seria equivalente à cultura caipira tradicional, presente no território expandido da cultura de São Paulo.[52]
A língua da população de São Paulo, assim como a da brasileira, é aportuguesa, que inicialmente era pouco falada no território paulista até o século XVIII. Inicialmente, os paulistas, assim como as demais populações de territórios paulistas, se comunicavam através dalíngua geral paulista, umalíngua crioula formada no século XVI a partir de dialetos dotupi antigo, com influências doportuguês e doespanhol, sendo ela a língua habitual dosbandeirantes. No início do século XVII, as bandeiras paulistas iniciaram uma série de ataques contra asmissões jesuíticas espanholas noParaguai, interior do Paraná (Guayrá) e norte doRio Grande do Sul (Sete Povos das Missões), em busca de indígenas guaranis para escravizar. Como resultado, o contato estabelecido durante este período de guerras entre os paulistas e os espanhóis trouxe elementos doguarani para a língua geral paulista.[10][53]
Em 1758, o ensino e o uso do tupi e dalíngua geral foi proibido pela administração doMarquês de Pombal, tornando o português a única língua oficial dacolônia. Com isso, a língua geral paulista foi gradualmente desaparecendo, sumindo completamente no início do século XX, em decorrência da grande onda migratória. Atualmente, é umalíngua morta, mas é objeto de interesse de linguistas.[54][55]
Com a introdução da língua portuguesa, foi desenvolvido odialeto caipira, uma linguagem possivelmente influenciada pela língua geral paulista.[56] O dialeto caipira é generalizado principalmente nointerior do estado, havendo mais de uma variante, dependendo da região. Sua primeira documentação foi feita em1920, com a publicação deO Dialecto Caipira, obra deAmadeu Amaral, mas uma de suas mais antigas referências foram feitas na década de 1860, pelo advogado e jornalistacampineiro Pedro Taques de Almeida Alvim Júnior.[57]
Até o início do século XX, a linguagem caipira predominou em todo o estado, inclusive em sua capital. No interior de São Paulo, para preservar o dialeto caipira, a prefeitura de Piracicaba o reconheceu como patrimônio histórico e cultural em decreto assinado em25 de agosto de2016, alguns dias depois, no mesmo mês, foi lançado por Cecílio Elias Netto oDicionário do Dialeto Caipiracicabano: Arco, Tarco, Verva, reunindo 1,479 verbetes.[58] Assim como o resto do estado, a região de Piracicaba foi palco de uma grande influência italiana, que se deu a partir dadécada de 1870; imigrantes provenientes doAlbiano,Sardenha, Romagnano, Cortesano e Vigo Meano se estabeleceram na região, em 1890, e além do dialeto caipira, ainda hojedialeto trentino, trazido pelos imigrantes, é preservado entre os descendentes no município, especialmente nos bairros deSantana eSanta Olímpia.[59]
Houve um grande fluxo de imigrantescalabreses,vénetos enapolitanos em outras áreas de São Paulo, desenvolvendo umpidgin ítalo-paulista, uma língua criada para facilitar a comunicação, baseada no dialeto caipira, misturado com as línguasnapolitana,vêneta e calabresa.[60] A linguagem ítalo-paulista e as línguas italianas, somadas com a obrigatoriedade do português, que viria a substituí-las quase que completamente, acabou por influenciar no desenvolvimento do português paulista moderno, sendo um grande exemplo odialeto paulistano, uma variação daRegião Metropolitana de São Paulo, que além dos italianos, foi influenciada por outros grupos de imigrantes, comosírios,libaneses,japoneses,espanhóis eportugueses, contribuindo em seu desenvolvimento, agregando novos termos, fazendo com que o falar da Região Metropolitana de São Paulo e zonas de influência se diferencie substancialmente do dialeto do interior de São Paulo.[60]

Os paulistas ficaram conhecidos por serem responsáveis pela fundação de diversas cidades fora dos limites que atualmente correspondem ao estado de São Paulo, com ocorrências do século XVI ao XX.
o adjetivo “bandeirante” como sinônimo de “ser paulista” só passou a ser utilizado a partir das décadas de 1920 e 1930, tendo se originado do substantivo, já empregado nos séculos anteriores, que remetia ao fato histórico das bandeiras.
O PRP era representante da velha oligarquia, que congregava os grandes latifundiários paulistas e estava no comando dos destinos do Estado bandeirante desde a proclamação da República
O turismo no Brasil vae tendo a maior diffusão, propiciando o conhecimento de nossas terra, medida que visa attrahir forasteiros de toda a parte do globo e que possam tornar-se uteis propagandistas das possibilidades do nosso Estado. Taes medidas offerecerão a grande vantagem de tornar mais conhecido o Estado bandeirante e o Brasil.
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