OBE Paul Johnson | |
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![]() Paul Johnson (direita) em 15 de Dezembro de 2006 | |
Nome completo | Paul Bede Johnson |
Nascimento | 2 de novembro de1928 Manchester Inglaterra |
Morte | 12 de janeiro de2023 (94 anos) |
Nacionalidade | britânico |
Cônjuge | Marigold Hunt (desde 1957) |
Filho(a)(s) | Daniel Benedict Johnson Luke Oliver Johnson |
Educação | Stonyhurst College |
Alma mater | Magdalen College,Oxford |
Ocupação | Editor daNew Statesman (1965–70) |
Religião | Católica romana |
Website | Paul Johnson Achives (em inglês) |
Paul Bede JohnsonOBE (Manchester,2 de novembro de1928 –12 de janeiro de2023), mais conhecido comoPaul Johnson, foi um jornalista, historiador e escritor inglês. Embora associado à esquerda política no início da carreira, tornou-se um historiador conservador popular.
"Ele abordou todos os assuntos concebíveis — uma história do cristianismo, depois uma dos judeus; ataques a Picasso, Karl Marx e Jean-Jacques Rousseau; e biografias de Sócrates, Charles Darwin, Napoleão e Winston Churchill. […] Ele nunca lecionou em uma universidade — suas enormes vendas mostram que o mundo era sua sala de aula."[1]
Johnson nasceu emManchester. Seu pai, William Aloysius Johnson, era um artista e diretor da Art School em Burslem,Stoke-on-Trent,Staffordshire. No Stonyhurst College, Johnson recebeu uma educação baseada no método jesuíta, que ele preferiu ao currículo mais secularizado de Oxford. Enquanto esteve emOxford, Johnson foi orientado pelo historiadorA. J. P. Taylor e foi membro da exclusiva Stubbs Society.[2]
Após graduar-se com distinção de segunda classe, Johnson cumpriu seu serviço militar no Exército, ingressando noKing's Royal Rifle Corps e, em seguida, no Royal Army Educational Corps, onde foi comissionado como capitão baseado principalmente emGibraltar.[2]
Johnson adotou uma visão política de esquerda durante este período, ao testemunhar em maio de 1952 a resposta da polícia a um distúrbio em Paris (os comunistas estavam se rebelando por causa da visita do general americanoMatthew Ridgway, que comandou o Oitavo Exército dos Estados Unidos durante aGuerra da Coreia e tinha acabado de ser nomeado Comandante Supremo daOTAN na Europa), em cuja "violência não teria acreditado se não a tivesse visto com meus próprios olhos."[3] Depois atuou como correspondente da revistaNew Statesman em Paris. Retornando a Londres em 1955, Johnson ingressou na equipe dessa revista.[4]
Alguns dos escritos de Johnson já mostravam sinais deiconoclastia. Seu primeiro livro, sobre aGuerra de Suez, apareceu em 1957. Um comentarista anônimo doThe Spectator escreveu que "um de seus comentários [de Johnson] sobre oSr. Gaitskell é tão prejudicial quanto qualquer coisa que ele tenha a dizer sobreSir Anthony Eden", mas a oposição doPartido Trabalhista à intervenção de Suez levou Johnson a afirmar que "o velho espírito militante do partido estava de volta".[5] No ano seguinte, atacou a obra deIan FlemingDr. No da sérieJames Bond[6], e em 1964 alertou para a ameaça daBeatlemania[7] em um artigo ("The Menace of Beatlism") então descrito como "um tanto exagerado" por Henry Fairlie emThe Spectator.[8]
Statesmen and Nations (1971), a antologia de seus artigos para a revistaNew Statesman, contém numerosas resenhas de biografias de políticos conservadores e uma abertura à Europa continental. Em um artigo, Johnson revelou uma visão positiva dosprotestos de maio de 1968 em Paris, levando Colin Welch emThe Spectator a acusá-lo de possuir "um gosto pela violência".[9] De acordo com este livro, Johnson submeteu 54 artigos sobre países estrangeiros durante seus anos naNew Statesman.
No final da década de 1970, Johnson começou a escrever artigos naNew Statesman atacando os sindicatos em particular, e o esquerdismo em geral. Pouco depois, aNew Statesman pode ter repudiado essa postura, ao publicar um artigo que o criticava, em uma série de artigos "Windbags of the West" ("Falastrões do Ocidente") sobre vários jornalistas de direita.
De 1981 a 2009, Johnson escreveu uma coluna paraThe Spectator, inicialmente abordando as novidades da mídia, que acabou recebendo o título "And Another Thing" ("Mais Outra Coisa"). Em seu jornalismo, Johnson costumava lidar com questões e eventos que via como indicadores de um declínio social geral, seja na arte, educação, prática religiosa ou conduta pessoal. Continuou contribuindo para a revista, embora com menos frequência do que antes.[10] Durante o mesmo período contribuiu com uma coluna para oDaily Mail até 2001. Em entrevista para oDaily Telegraph em novembro de 2003, criticou oMail por ter um impacto pernicioso: "Cheguei à conclusão de que esse tipo de jornalismo é ruim para o país, ruim para a sociedade, ruim para o jornal."[11]
Johnson era um colaborador regular deThe Daily Telegraph, sobretudo como resenhista de livros, e nos Estados Unidos escrevia paraThe New York Times,The Wall Street Journal,Commentary eNational Review. Também contribuiu com a revistaForbes.[12] Por um tempo no início da década de 1980 escreveu para oThe Sun depois queRupert Murdoch pediu que "elevasse seu tom um pouco".[13]
Johnson foi um crítico damodernidade devido ao que via como seurelativismo moral,[14] e se opunha aos que usavam a teoria daevolução deCharles Darwin para justificar seu ateísmo, comoRichard Dawkins eSteven Pinker, ou para promover experimentos biotecnológicos.[15][16][17] Como um católico conservador, Johnson considerava ateologia da libertação umaheresia e defendia o celibato clerical, mas divergiu dos outros ao ver muitas boas razões para a ordenação de mulheres como sacerdotes.[18]
Admirado por conservadores nos Estados Unidos e em outras partes, era fortementeanticomunista.[19] Johnson defendeuRichard Nixon[20] no escândalo deWatergate, achando sua ocultação bem menos grave do que operjúrio deBill Clinton e o envolvimento deOliver North noCaso Irã-Contras. Em sua coluna naSpectator, Johnson defendeu seu amigoJonathan Aitken[21] e expressou admiração pelo ditador chilenoAugusto Pinochet[22] e uma admiração limitada pelo ditador fascista espanholFrancisco Franco.[23]
Johnson foi ativo na campanha, liderada por Norman Lamont, para impedir a extradição de Pinochet à Espanha após suaprisão e julgamento em 1998 em Londres. "Houve inúmeras tentativas de vinculá-lo aviolações de direitos humanos, mas ninguém forneceu a mínima prova", Johnson teria dito em 1999.[24] EmHeroes (2008),[22] Johnson voltou à sua velha afirmação de que as críticas à ditadura de Pinochet por violações de direitos humanos advinham da "União Soviética, cuja máquina de propaganda conseguiu demonizá-lo entre os tagarelas do mundo inteiro. Foi o último triunfo da KGB antes de sumir na lata de lixo da história."[25]
Johnson descreveu a França como uma "república gerida por elites burocráticas e partidárias, cujos erros são enfrentados com greves, distúrbios de rua e bloqueios" em vez da democracia.[26]
Johnson era umeurocético que desempenhou um papel proeminente na campanha do "Não" no referendo de 1975 sobre se a Grã-Bretanha deveria permanecer na Comunidade Europeia. Em 2010 Johnson observou que "você não pode ter uma moeda em comum sem uma política financeira em comum, e com certeza não a terá sem um governo em comum. As três coisas estão interconectadas. Então essa [integração europeia] era totalmente previsível. A UE não é objeto de um pensamento e julgamento cuidadoso. É totalmente gerida por burocratas."[27]
Paul Johnson foi casado desde 1958 com a psicoterapeuta e ex-candidata parlamentar doPartido Trabalhista Marigold Hunt, filha do Dr. Thomas Hunt, médico deWinston Churchill,Clement Attlee eAnthony Eden. Eles tiveram três filhos e uma filha: o jornalista Daniel Johnson ,[28] um escritorfreelancer, editor da revistaStandpoint e anteriormente editor associado deThe Daily Telegraph; Luke Johnson, empresário e ex-presidente doChannel 4 Television; Sophie Johnson-Clark, uma executiva de televisão independente; e Cosmo Johnson, dramaturgo. Paul e Marigold Johnson tiveram dez netos. Sarah, irmã de Marigold Johnson,[28] historiadora da arte, casou-se com o jornalista, ex-diplomata e político George Walden; sua filha, Celia Walden, é esposa do apresentador de televisão e ex-editor de jornalPiers Morgan.
Em 1998, foi revelado que Johnson teve um caso que durou onze anos com a jornalista freelance Gloria Stewart.[29] Stewart alegou que tornou público seu caso por discordar da hipocrisia de Johnson sobre religião e valores familiares, mas depois reconheceu que seu caso terminou quando Johnson "encontrou outra namorada".[30]
Paul Johnson morreu em sua casa em Londres no dia 12 de janeiro de 2023, aos 94 anos.[31]
Em 2006, Johnson foi homenageado com aMedalha Presidencial da Liberdade pelo presidente dos Estados UnidosGeorge W. Bush.[32]
Johnson foi nomeado Comandante daOrdem do Império Britânico (CBE) nas homenagens de aniversário de 2016 por serviços prestados à literatura.[33]
Paul Johnson escreveu mais de 50 livros, incluindo obras sobre arte e arquitetura, história, religião, viagens, bem como dois romances, dois livros de memórias e participações em antologias. Alguns de seus livros de maior sucesso, comoModern Times,A History of Cristianity eA History of the Jews, foram publicados no Brasil:
Entre seus livros não traduzidos para o português destacam-se:
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