A segunda metade doséculo XIX, em torno do ano1880, assistiu à transição do"imperialismo informal", que exercia o controle através da influência militar e da dominação econômica para um domínio mais direto. As pretensões de mediar a concorrência imperial, tal como aConferência de Berlim (1884 -1885), entre oReino Unido,França eAlemanha não pôde estabelecer definitivamente as reivindicações de cada uma das potências envolvidas. Essa disputa pelaÁfrica esteve entre os principais fatores que deram origem à Primeira Guerra Mundial.
A abertura daÁfrica à exploração ocidental havia começado no final doséculo XVIII. Até 1835, os europeus já haviam traçado mapas da parte do noroeste africano. Entre os exploradores europeus mais famosos estavamDavid Livingstone, quem traçou os planos do vasto interior, eAlexandre Serpa Pinto, quem a cruzou numa complicada expedição e traçou mapas de seu interior. Árduas expedições nas décadas de 1850 e 1860 porRichard Burton,John Hanning Speke eJames Augustus Grant descobriram os grandes lagos centrais e a nascente doRio Nilo. No final do século, os europeus haviam cartografado o Nilo desde seu nascimento, o percurso doRio Niger, e o traçado dos riosCongo eZambeze.
Comparação da divisão política do Continente Africano em 1880 e 1913
De qualquer maneira, logo no início dos conflitos pela posse da África, as nações ocidentais controlavam apenas 10% do continente. Em 1875 os territórios mais importantes tanto pela sua extensão quanto pela sua riqueza eramArgélia, sob domíniofrancês;Colônia do Cabo, controlado peloReino Unido eAngola, que estava sob oportuguês.[2]
Os avanços tecnológicos facilitaram a expansão de grandes distâncias. Aindustrialização provocou avanços significativos nos transportes e comunicações, especialmente na utilização deVapores,ferrovias etelégrafos. Os avanços médicos também foram de grande importância, em especial, a descoberta da cura para as enfermidades tropicais. O desenvolvimento daquinina, um tratamento efetivo contra amalária, permitiu que a vasta região tropical pudesse ser acessível aos europeus.
AÁfrica subsaariana, uma das últimas regiões do mundo ainda não afetada pelo"Imperialismo Formal" e a"civilização" tornou-se uma região atrativa para as potências europeias por razões econômicas e raciais. Durante uma época em que abalança comercial daGrã-Bretanha mostrava um déficit em seu crescimento, com os mercados continentais se encolhendo e, cada vez maisprotecionistas devido aLonga Depressão, aÁfrica oferecia aoReino Unido,Alemanha,França, entre outros países, um mercado aberto no qual se aproveitava o grande excedente de produção e um mercado queimporta mais dametrópole do queexporta.
Esboço doCanal de Suez realizado em 1881. O Canal era uma das grandes ambições europeias para ampliar seus mercados à nível global
Devido ao fato de oReino Unido ter se desenvolvido como a nação mais importante dasociedade pós-industrial, os serviços se transformaram num setor da economia britânica. Asexportações financeiras mantinham a economia do Reino Unido em pé, especialmente os investimentos de capital fora da Europa. Particularmente para o desenvolvimento de mercados abertos na África (predominantemente em assentamentos coloniais),Oriente Médio, sul e sudeste daÁsia eOceania.[2]
Além disso,o capital excedente era em geral mais rentável que investir no exterior, onde amão de obra barata, competência limitada ematérias-primas abundantes desencadearam a grande exploração do continente africano. Outro atrativo para oImperialismo foi a demanda por recursos não disponíveis e/ou escassos da Europa, - recursos dos quais os consumidores europeus já haviam se acostumado, e, a indústria doVelho Mundo se tornara novamente dependente.
De qualquer maneira, na África - exceto na região da atualUnião Sul-Africana em 1909 - a quantidade de capital investido pelos europeus era relativamente baixa, comparado com outros países, antes e mesmo após aConferência de Berlim. Consequentemente, as companhias envolvidas no comércio tropical africano eram relativamente poucas, à parte daCompanhia Mineradora de Beers deCecil Rhodes. Essas observações podem diminuir o valor dos argumentos pró Imperialistas de algunsGrupos de pressão coloniais como"Alldeutscher Verband", ou comoFrancesco Crispi ouJules Ferry, que afirmavam que alguns mercados protegidos na África resolveriam os problemas dos preços baixos e da superprodução, causados pelos mercados continentais em diminuição. Contudo, de acordo com a clássica tese deJohn A. Hobson, exposta em sua obraImperialismo de 1902, que influenciaria emautores tais comoLenin,León Trotsky eHannah Arendt. Esta diminuição nos mercados Continentais foi um fator chave para o novo períodoNeoimperialista à nível global. Historiadores posteriores haviam notado que tais estatísticas só anularam o fato de que o controle formal da África tropical tinha grande valor estratégico numa era de rivalidades imperiais, enquanto isso oCanal de Suez havia permanecido como uma localização estratégica. AFebre do ouro de Witwatersrand de 1886, que levou à fundação deJohannesburgo e foi um fator importante naSegunda Guerra dos Bôeres em 1889,[3] contou com a "conjunção do supérfluo dinheiro e da supérflua mão de obra que se deram as mãos entre si para abandonar, juntos, o país", que é por si só, de acordo comHanna Arendt, o novo elemento da era imperialista.
Enquanto a África tropical não era uma região de grandes investimentos, o vasto interior entre aÁfrica do Sul, rica emouro ediamantes, e oEgito tinham, contudo, um alto valor estratégico, importante para assegurar o fluxo do comércio exterior. OReino Unido estava sob uma intensa pressão política, especialmente devido aos partidários doPartido Conservador para proteger os mercados lucrativos naÍndia britânica,Dinastia Qing (China) eAmérica Latina dos rivais usurpadores. Desta forma, proteger a importante via marítima entre o leste e oeste - OCanal de Suez - era crucial. A rivalidade entre o Reino Unido,França,Alemanha, entre outras potências europeias esteve presente na maior parte do período da colonização.[2]
Desse modo, enquanto aAlemanha, que havia sido unificada sob o domínio daPrússia após aBatalha de Sadowa em 1886 e aGuerra franco-prussiana em 1870, dificilmente seria uma potência colonial antes do período doNeoimperialismo e, participaria das disputas. Tornou-se umapotência industrial em crescimento que incomodava oReino Unido, porém não havia tido a oportunidade de controlar territórios extracontinentais, principalmente devido ao fato de ter a sua unificação tardia, uma fragmentação em vários estados e uma falta de experiência naNavegação moderna. Fator que mudaria sob a liderança deOtto Von Bismarck, quem implementou a "Weltpolitik" (política mundial) e, após de coordenar as bases de isolamento daFrança com a aliança entre a Alemanha e oImpério Austro-Húngaro e mais tarde com aTríplice Aliança comItália exigiu aConferência de Berlim, a qual fixou as regras para um maior controle efetivo dos territórios estrangeiros. Oexpansionismo alemão conduziria aoPlano Tirpitz, implementado peloAlmirante von Tirpitz, quem também defendeu os decretos de frota em 1898, atrativo numaluta armada com o Reino Unido. Em 1914, os decretos haviam dado à Alemanha a segunda maior força naval do mundo, aproximadamente 40% menor que a frota daMarinha Real Britânica. De acordo com Tirpitz, essa agressiva política naval estava respaldada mais peloPartido Nacional Liberal da Alemanha do que pelos conservadores, demonstrando que as principais sustentações doimperialismo das nações europeias eram aburguesia.
AAlemanha iniciou sua expansão mundial na segunda metade doséculo XIX sob a liderança deBismarck,[4] este, encorajado pela burguesia nacional. Alguns deles, dizendo ser do pensamento deFriedrich List, defenderam a expansão nasFilipinas e noTimor; outros decidiram se estabelecer emFormosa (atualTaiwan), etc. Ao final da década de 1870, estas vozes isoladas começaram a ser reveladas por uma verdadeira política imperialista, conhecida comoWeltpolitik, que foi ressaltada pela tese mercantilista. Em 1881,Wilhelm Hübbe Schleiden, umadvogado, publicou"Deutsche Kolonisation", na qual dizia que " o fomento de uma consciência nacional demandava uma política exterior independente. OPangermanismo foi assim ligado às jovens companhias imperialistas da nação. Nos primórdios do ano 1880, o"Deutscher Kolonialverein" foi criado e teve sua própria revista em 1884, a"Kolonialzeitung". Esse grupo colonial também foi revelado pelo grupo nacionalista "Alldeutscher Verband".[4]
EnquantoPierre de Brazza estava explorando oReino do Congo para aFrança,Henry Stanley também o explorou durante o início de 1880 em nome deLeopoldo II da Bélgica, quem conquistaria seu próprioEstado livre do Congo. Ao pretender defender ohumanitarismo e denunciar aescravidão, Leopoldo II usou das táticas mais desumanas para explorar suas conquistas recentes. Seus crimes foram descobertos em 1905, porém permaneceu sob as autoridades até 1908, quando foi obrigado a ceder o controle para o governobelga.[5]
"Devemos começar por reconhecer o que há tanto nações cujas condições de vida estão sujeitos ao modo de vida de outras nações. Uma vez que isto é compreendido, o nacionalismo deve insistir firmemente nesta verdade. A Itália é, materialmente e moralmente uma nação proletária[1][2]
Ainvasão da Etiópia em 1935 e 1936, ordenada porBenito Mussolini, seria na realidade uma das últimas guerras de colonização, ocupando aEtiópia durante cinco anos, que havia permanecido como o último território independente daÁfrica. AGuerra Civil Espanhola, para alguns é o início da Guerra Civil Europeia.
Liderados pelos sulistas dosEstados Unidos, o primeiro presidente daSociedade Americana de Colonização foiJames Monroe daVirgínia, que seria depois o quintopresidente dos Estados Unidos de 1817 a 1825. Desta forma, um dos principais partidários da colonização naÁfrica foi o mesmo homem que proclamou, em seu "Discurso de Estado e União" de 1823, a opinião de que as potências europeias já não deveriam colonizar asAméricas ou interferir nos assuntos relacionados às nações soberanas na América. Em troca, osEstados Unidos da América planejavam manter-se neutros nas guerras entre as potências europeias e/ou em guerras entre uma potência e sua colônia. Em contrapartida, caso essas guerras ocorressem nas Américas, os EUA veriam tal ação como hostil e tomariam uma atitude. Esse famoso estatuto é conhecido comoDoutrina Monroe e foi a base de neutralidade dos EUA durante oséculo XIX.
Assim,Jehudi Ashmun, um dos primeiros líderes da ACS, visualizou um Império Americano na África. Entre os anos 1825 e 1826, fez o possível para arrendar, anexar e/ou comprar terras tribais em torno da costa e perto de importantes rios que conduzem ao interior africano. Igualmente que seu predecessor, o tenenteRobert F. Stockton, em 1821 estabeleceu um lugar para aMonróvia persuadindo a um chefe local, a quem se referia como "Rei Peter", para vender oCabo Mesurado apontando uma pistola em sua cabeça, Ashmun estava preparado para usar a força para estender o território de sua colônia. Em um tratado de maio de 1825, o "Rei Peter" e outros reis nativos concordaram em vender as terras. Em março de 1825 a ACS iniciou uma publicação trimestral da "revista colonial do repositório africano".Ralph Randolf Gurley, foi quem encabeçou a sociedade até 1844. Concebido como órgão primordial da sociedade, oConceived as the Society's propagand organ, o repositório prometeu tanto a colonização quanto aLibéria.
A sociedade controlou a colônia da Libéria até 1847 quando os britânicos se anexaram no assentamento, a Libéria foi proclamada um estado livre e independente, transformando-se assim com a primeira nação africana descolonizada. Em 1867, a sociedade havia mandado mais de 13 milemigrantes. Depois daGuerra Civil Americana (1861-1865), quando as pessoas tentaram ir à Libéria, o suporte financeiro para a colonização havia diminuído. Durante seus últimos anos, a sociedade se focou em projetos educacionais e missionários na Libéria mais do que na emigração.[7]
Sucessão de crises prévias à Primeira Guerra Mundial
As explorações deDavid Livingstone, continuadas porHenry Morton Stanley,[8] excitaram a imaginação dos europeus, porém à princípio, as ostentosas ideias de colonização de Stanley encontraram pouco apoio devido aos problemas técnicos e a escala de ação requerida, exceto porLeopoldo II da Bélgica, quem em 1876 havia organizado aAssociação Internacional Africana. De 1879 a 1884 Stanley foi enviado secretamente por Leopoldo para a região doCongo, onde fez acordos com vários chefes africanos locais ao longo doRio Congo até que em 1882, havia conseguido um território suficiente para formar as bases doEstado Livre do Congo. Leopoldo II tornou-se proprietário oficial da colônia em 1885 e a explorou com a extração demarfim eborracha. Em uma série de reuniões em Berlim de 1885 foi acordado que esta região seria abolida o tráfico negreiro, seria garantido o livre-trânsito no estuário da bacia doRio Congo e que seria declarada militarmente neutra, sendo que esta parte do acordo foi cumprida somente até aPrimeira Guerra Mundial.[9]
Enquanto Stanley estava explorando o Congo em nome de Leopoldo, o oficial franco-italiano da marinha francesa,Pierre de Brazza viajou até o vale do Congo ocidental e levantou a bandeira francesa sobre a recém fundadaBrazzaville em 1881, ocupando assim a região da atual República do Congo.Portugal que também reclamou a área, devido à antigos tratados com oReino do Congo, fez um tratado com oReino Unido em 26 de fevereiro de 1884 para bloquear da sociedade do congo aoAtlântico.
Em 1890 o Estado Livre do Congo havia consolidado o controle do território entreQuinxassa eQuissangane, ao mesmo tempo que aCompanhia Britânica da África do Sul deCecil Rhodes estava expandindo até o norte doRio Limpopo.[10] e, a atenção se centrava onde suas expansões se encontravam,Catanga, local doReino Ieque deMsiri. Além de possuir a força militar mais potente da região, Msiri comercializa grandes quantidades deCobre, marfim eescravos e rumores de que haviaouro chegaram rapidamente aos ouvidos doseuropeus. A disputa por Catanga foi um perfeito exemplo do período. Rhodes e a Companhia Britânica da África do Sul mandaram duas expedições à Msiri em 1890 sob o comando deAlfred Sharpe, que foi desprezado, eJoseph Thomsom, quem não conseguiu chegar a Catanga. Em 1891 Leopoldo mandou quatro expedições:"Le Marinel" da qual só se pode obter uma carta;"Delcommune" foi desairada; a expedição bem armada"Stairs" tinha ordens para tomar Catanga com ou sem o consentimento de Msiri, o acesso foi negado e ele, foi fuzilado, decapitado e sua cabeça foi cravada num poste como forma de intimidação da população, uma "lição barbárica"; e a expedição"Bia" que tinha como missão estabelecer uma administração e uma presença policial em Catanga.
O meio milhão de quilômetro quadrado de Catanga entraram nas posses de Leopoldo II e formou parte do reino africano de mais de 2 300 000 quilômetros quadrados, cerca de 75 vezes a área daBélgica. O Estado Livre do Congo impôs um regime de terror no povo colonizado, incluindo assassinatos em massa com milhares de vítimas, e trabalho escravo, que Bélgica, sob pressão daAssociação da Reforma do Congo, terminou o mandato de Leopoldo II e a anexou como uma colônia em 1908, território conhecido comoCongo Belga.[8]
Ferdinand de Lesseps havia obtido concessões deIsmail Paxá, o líder doEgito, entre os anos de 1854 e 1856, para construir oCanal de Suez. Algumas fontes estimam a força de trabalho de 30 mil trabalhadores, porém outros estimam que até 120 mil trabalhadores morreram durante os dez anos de construção, devido àdesnutrição,fadiga, entre outrasenfermidades como aCólera. Pouco após seu término em 1869, Ismail Paxá tomou empréstimos de grandes quantias de dinheiro de banqueiros franceses e ingleses com altas taxas de juros. Em 1875, ele estava enfrentando dificuldades financeiras e foi obrigado a vender sua parte no canal, essas partes foram divididas peloprimeiro-ministro britânicoBenjamin Disraeli, que buscou dar ao seu país controle prático no manejo desta estratégica via marítima. Quando Ismail Paxá se negou a reconhecer a dívida externa do Egito,França eReino Unido assumiram o controle financeiro conjunto do país, forçando ao mandatário egípcio a abdicar. As classes governantes egípcias aceitaram com agrado a intervenção estrangeira. ARevolta de Urabi se desencadeou contra oQuediva e a influência europeia em 1882, um ano após a "Revolta Madista".Maomé Amade, que se autoproclamou oMádi, liderou a rebelião e foi reprimido porHoratio Herbert Kitchener em 1898. O Reino Unido a partir de então assumiu o controle administrativo do Egito.
A ocupação doEgito e a aquisição doCongo foram os primeiros acontecimentos importantes do que se transformaria em uma disputa precipitada pelo território africano. Em 1884,Bismarck convocou aConferência de Berlim[4] para discutir os problemas relacionados àÁfrica. Os diplomáticos se mascararam com uma fachada humanitária condenando o tráfico de escravos, proibindo a venda debebidas alcoólicas earmas de fogo em certas regiões e expressando sua preocupação pelas atividades missionárias. Osdiplomatas emBerlim estabeleceram as regras de carácter que guiava as potências europeias em busca de novas colónias. Também concordaram que a área em torno doRio Congo seria administrada porLeopoldo II da Bélgica como uma área neutra, conhecida como oEstado Livre do Congo, na qual ocomércio e anavegação seriam liberados. Nenhuma nação reclamaria nenhum território africano sem antes ter notificado suas intenções aos demais países envolvidos e nenhum território deveria ser reclamado sem antes ser ocupado. Contudo, os países na prática ignoravam tais regras.
As ocupações noEgito e naColônia do Cabo por parte doReino Unido contribuíram para a preocupação de se preservar a nascente doRio Nilo. O Egito foi ocupado pelas forças britânicas em 1882[11] (mesmo que não havia sido declarado formalmente umprotetorado até 1914, e nunca foi uma colónia);Sudão,Nigéria,Quênia eUganda foram subjugados na década de 1890 e no início da década de 1900; e no sul, a colônia do cabo, adquirida em 1795, proveu a base para a subjugação dos estados africanos vizinhos e os povoados holandeses que haviam abandonado o Cabo para evitar os britânicos e mais tarde fundariam suas próprias repúblicas. Em 1877,Theophilus Shepstone anexou aRepública Sul Africana aos domínios britânicos. OReino Unido consolidou seu poder sobre a maioria das colônias da África do Sul em 1879 depois daGuerra Anglo-Zulu. Os bôeres protestaram e em dezembro de 1880 se revoltaram, fato que levou àPrimeira Guerra dos Bôeres (1880-1902). O primeiro-ministro inglêsWilliam Ewart Gladstone assinou um tratado de paz em 23 de março de 1881, outorgando-lhes um governo livre. ASegunda Guerra dos Bôeres decorreu de 1899 a 1902; as repúblicas independentes doEstado Livre de Orange e a República Sul Africana foram derrotadas e anexadas aoImpério Britânico.[11]
O projeto da ferrovia doCairo àCidade do Cabo deCecil Rhodes. Fundador daDe Beers, uma das primeiras companhias dediamantes, Rhodes era também dono da Companhia Sul-africana. Ele fez a seguinte declaração: "todas estas estrelas… estes vastos mundos que se mantiveram fora de alcance. Se pudesse, anexaria outros planetas"[12]
OIncidente de Fachoda de 1898 foi um dos conflitos cruciais para que aEuropa consolidasse suas possessões no continente africano. Levou aoReino Unido eFrança à margem de uma guerra porém culminou em uma grande vitória estratégica para o Reino Unido, e dispôs as bases para o "Entente cordiale" de 1904 entre as nações rivais. O conflito surgiu de algumas batalhas sobre o controle de certas regiões noNilo, o que aconteceu foi que Reino Unido se expandiu até oSudão.
O avanço francês até o interior daÁfrica foi principalmente desde aÁfrica Ocidental até o leste, através doSahel, em torno da borda sul doSaara, um território que atualmente englobaSenegal,Mali,Níger eChade. Seu principal objetivo era possuir uma união ininterrupta entre oRio Níger e oNilo, controlando desta forma todo o comércio da região de Sahel, em virtude do existente controle sobre os caminhos das caravanas que atravessavam o Saara. Os britânicos por outro lado, queriam unir suas possessões naÁfrica Austral (atuaisÁfrica do Sul,Botsuana,Zimbábue,Lesoto,Zâmbia eEssuatíni) com seus territórios emÁfrica Oriental (atualQuênia) e essas duas com o nascimento no Nilo. O Sudão era a chave para a realização destas ambições, especialmente desde que oEgito esteve sob o controle britânico. Esta "linha vermelha" através da África foi o feito mais famoso deCecil Rhodes. Junto comLord Milner, o (ministro colonial britânico na África do Sul), Rhodes defendeu tal império de "Cabo a Cairo" unindo com vias férreas oCanal de Suez com a parte rica em minerais do sul do continente. Enquanto impedido pela ocupação alemã deTanganica até o final daPrimeira Guerra Mundial, Rhodes exerceu pressão com êxito em nome do império.
Um exército sob o comando deJean-Baptiste Marchand chegou primeiro ao forte estrategicamente localizado emFachoda, seguidos muito de perto pelo batalhão britânico comandado porHoratio Kitchener, comandante e chefe da armada britânica desde 1892. Os franceses se retiraram após um empate, e continuaram pressionando os reclamos de outros postos da região. Em março de 1899 os franceses e britânicos concordaram que os nascimentos dos riosNilo eCongo marcaram a fronteira de seus domínios.
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