Partido Liberal | |
|---|---|
| Sigla | PL |
| Número eleitoral | 22[1] |
| Presidente | Valdemar Costa Neto[2] |
| Vice-presidente |
|
| Secretária-geral | Mariucia Tozatti[2] |
| Primeiro-tesoureiro | Jucivaldo Salazar[2] |
| Presidente de honra | Jair Bolsonaro[3] |
| Fundação | 26 de outubro de2006 (19 anos)[4] |
| Registro | 19 de dezembro de2006 (18 anos)[1] |
| Sede | Brasília,DF |
| Ideologia | |
| Espectro político | Centro-direita[8] àextrema-direita[9][10] |
| Religião | Cristianismo[11] |
| Think tank | Instituto Álvaro Valle[12] |
| Ala feminina | PL Mulher[13] |
| Ala de juventude | PL Jovem (PLJ)[14] |
| Fusão | PRONA PL(1985) |
| Membros (2025) | 899.223 filiados[15] |
| Governadores (2025)[16] | 2 / 27 |
| Prefeitos (2024)[17] | 517 / 5 569 |
| Senadores (2025)[18] | 14 / 81 |
| Deputados federais (2025)[19] | 91 / 513 |
| Deputados estaduais (2022)[20] | 141 / 1 024 |
| Vereadores (2024)[21] | 4 961 / 58 026 |
| Parlamento do Mercosul (2025)[22] | 5 / 138 |
| Cores | |
| Slogan | "Liberdade, Verdade e Fé, pelo bem do Brasil."[23] |
| Bandeira do partido | |
| Página oficial | |
| partidoliberal | |
OPartido Liberal (PL),[24] anteriormente conhecido comoPartido da República (PR),[25][26] é umpartido político brasileiro de cunholiberal econômico econservador social, majoritariamente alinhado àdireita (com divisões internas tanto deextrema-direita quanto decentro-direita), criado a partir da fusão doPL ePRONA e registrado oficialmente em 2006.[4][1][9] Atualmente, em 2025, o partido detém a maior bancada dedeputados federais e também detém a segunda maior bancada desenadores noCongresso Nacional.
Como membro do chamado "Centrão",[27] o partido foi da base do governo do ex-presidente da república,Jair Bolsonaro,[28] como também no passado foi da base dos dois primeiros governos do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, e dos governos dos ex-presidentesDilma Rousseff eMichel Temer.[29]
Em abril de 2025, o partido tinha 899.223 filiados, sendo o oitavo maior partido do país.[15] O Partido Liberal faz oposição ao governo de Lula em seuterceiro mandato desde janeiro de 2023.[11]
Após as eleições de 2006, para contornar as restrições impostas pelacláusula de barreira que começaria a vigorar, noCongresso Nacional, a partir da legislatura de 2007, oPartido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), que defendia oconservadorismo nacional e ointervencionismo estatal, se fundiu, em 24 de outubro de 2006, com oPL, criando o "Partido da República".[30][31][32] Cumpriam mandato na data:Elimar Máximo Damasceno eEnéas Carneiro. Os outros quatro deputados federais eleitos pelo Prona, todos fundadores do partido,[33] já haviam se filiado aoPP e ao PL em 2003.[34]
Por ser oriundo da fusão entrePartido Liberal (PL) ePartido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), o Partido da República originalmente reclamava como princípios a reunião do idealismo doutrináriosocial liberal do deputadoÁlvaro Valle (fundador do PL em 1985) com onacionalismo defendido pelo deputadoEnéas Carneiro (fundador do PRONA em 1989), falecido em 2007.[35]
Em termos depolíticas públicas, o partido sustenta que esses engajamentos se traduziram na aprovação da PEC dos Professores, na movimentação dasADIs da propaganda de alcoólicos e doWhatsApp, e no comprometimento pela redução dataxa de juros bancários.[35]

No entanto, desde a sua fundação em 2006 até a filiação do presidenteJair Bolsonaro em 2021, o partido atuou com práticasfisiológicas e descomprometidas com os fundamentosaxiológicos que declarava possuir. Foi base dos governosLula,Dilma,Temer eBolsonaro.[27]
Com a adesão de deputados e militantes dedireita ao partido desde 2021, o eixo ideológico da legenda mudou radicalmente. Embora já estivesse na coalização do governo Bolsonaro desde 2020, o PL ainda abrigava importantes elementos que lhe faziam oposição, como o deputadoMarcelo Ramos (PL-AM), indicado do partido a 1º vice-presidente daCâmara dos Deputados naeleição da mesa diretora em 2021. Alguns destes quadros mais pragmáticos do partido deixaram-no após a virada ideológica à direita que sucedeu o ingresso do presidente e seus correligionários.[36][37]
Desde o ingresso do grupo de Bolsonaro em 2021, o Partido Liberal se reafirma como um partido dedireita. Em carta à militância, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, definiu os valores deLiberdade,Fé cristã,Família eLiberalismo econômico como comprometimentos ideológicos. Também sustentou que o partido atuará pelos interesses doagronegócio e pelo avanço depolíticas públicas antidrogas.[11]
Em janeiro de 2023, o partido contestou publicamente a decisão do presidenteLula de retirar o Brasil do Consenso de Genebra, que é uma aliança internacional contra o aborto da qual o Brasil fazia parte desde 2020 após a assinatura da entãoMinistra dos Direitos Humanos,Damares Alves (ex-PP) e do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL).[38]
O Partido Liberal defende oporte de armas e também defende aredução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos. Em 14 de julho de 2023,[39] o deputadoBibo Nunes do PL apresentou um projeto para acabar com as saídas temporárias entre presidiários do regime semiaberto.[40] "Por que facilitar a ocorrência de novos crimes? Nós não podemos colocar a vida de pessoas de bem em risco, e o saidão não traz vantagem alguma, a não ser para o próprio preso", enfatiza o deputado.[41]
OPartido Liberal foi muito fragilizado com a criação doPartido Republicano Brasileiro (PRB), que levou consigo diversos dos seus quadros, inclusive aquele que ocupava o maior cargo até então exercido por um dos seus filiados,José Alencar (MG),vice-presidente da República. Assim, vislumbrando a possibilidade de não conseguir superar acláusula de barreira de 5%, cuja incidência se avizinhava[nota 1], o presidente do PL,Valdemar Costa Neto (SP), negociou a fusão com oPRONA – partido de Enéas Carneiro (SP).[42][43][44]
Diante disso, fundou-se o Partido da República (PR), cuja presidência nacional passa a ser exercida por Sérgio Victor Tamer (SP).[nota 2][45] Embora José Alencar tivesse deixado o partido, o PR permaneceu dentro da coalizão do segundo mandato doGoverno Lula, que acabara de se reeleger, e o senadorAlfredo do Nascimento (PR-AM) foi indicado aoMinistério dos Transportes.[46][47]

O PR teve 25deputados fundadores em 2006, mas até março de 2007 esse número aumentaria a 40 deputados, todos adquiridos no curso da mesmalegislatura. Oposicionistas denunciaram a negociação de cargos no Ministério dos Transportes e a liberação de emendas da pasta para arregimentar parlamentares de outras legendas.[46] Um dos parlamentares que aderiu ao PR neste movimento foi o deputadoClodovil Hernandes (ex-PTC-SP), eleito com uma expressiva margem de cerca de 450 mil votos. A entrada de Hernandes ao partido suscitou polêmica, em razão da assumidahomossexualidade do parlamentar.[48] Havia incertezas de que os quadros herdados do PRONA aceitariam conviver com Clodovil. Quanto a isso, o líder do PR na Câmara,Luciano de Castro (RR), manifestou que:
A ideia básica é de que o partido precisa de um parlamentar com o percentual de votos que o Clodovil tem. Não conheço ainda o teor dos projetos dele, não sei se ainda apresentou projetos, mas estamos com toda a assessoria pronta para atendê-lo. Temos partes mais conservadoras, mas nosso partido é democrático. O Clodovil vai ter o espaço dele.[48]
Durante aseleições municipais de 2008, o PR elegeu 3.535 vereadores, sendo a maioria nas regiõesNordeste eSudeste. Tornou-se, assim, o sétimo maior partido do país, ainda que não tenha elegido nenhum prefeito de capital.[46]
O partido teve de encarar as repercussões do seu envolvimento do partido noescândalo do Mensalão, que remontavam aos anos do PL, mas que tinham a participação de diversos quadros atuais.[49] Segundo as denúncias deRoberto Jefferson (PTB-RJ), Valdemar Costa Neto seria um dos beneficiários do esquema de distribuição depropina para compra de votos parlamentares comandado porJosé Dirceu (PT-SP). Em resposta às acusações, Costa Neto acionou oConselho de Ética da Câmara contra Jefferson, requerendo a sua cassação pelo seu envolvimento naCPMI dos Correios.[42]

Não obstante, em agosto de 2005, Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal. Costa Neto foi acusado de ter utilizado a renúncia para evitarcassação e a consequente perda dos seusdireitos políticos. No discurso de despedida, declarou:
Os valores [que recebi] se destinavam, especificamente, aos compromissos da campanha da aliança PT-PL nas eleições de 2002. Fui induzido a erro quando aceitei receber recursos destinados à campanha, sem a devida documentação que oficializasse a doação. Errei mais uma vez, quando aceitei a pressão dos credores e concordei em fazer os pagamentos informalmente.[42]
OTribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou umdossiê em4 de outubro de2007, com os partidos com mais parlamentares cassados por corrupção desde 2000. O PL ocupa a sétima posição noranking, com dezessete cassações, atrás doDEM,PMDB ePSDB,PP,PTB ePDT.[50]
Naseleições gerais de 2010, o PR integrou formalmente a coligaçãoPara o Brasil seguir mudando, que apoiava a candidatura deDilma Rousseff (PT-RS) a presidente da República. A bancada senatorial do partido foi aumentada, com a eleição deBlairo Maggi (MT) e com a recondução dos senadoresJoão Ribeiro (TO) eMagno Malta (ES). Posteriormente,Vicentinho Alves (TO), que ficou na terceira colocação para senador, conseguiu ser empossado com o indeferimento da candidatura de um dos eleitos.
Quanto aosgovernadores, o PR lançou quatro candidatos em 2010: Alfredo Nascimento, no Amazonas;Lúcio Alcântara, no Ceará;Vanderlan Cardoso, em Goiás; eFernando Peregrino, no Rio de Janeiro. Contudo, nenhum dos quatro chegou à disputa do segundo turno.[46]

Para aCâmara dos Deputados, o partido conquistou a sexta maior bancada, com 41 deputados eleitos, sendo 19 deles concentrados na região Sudeste. O PR recebeu muitas críticas por albergar a campanha do humoristaTiririca (PR-SP), que foi acusada de ser instrumentalizada como estratégia de “puxador de votos”.[46] Apesar de ter sido o deputado mais votado do país, também houve acusações de que Tiririca seriaanalfabeto funcional, o que o tornaria inelegível pelas disposições Constitucionais. OMinistério Público ajuizou uma ação perante oTribunal Superior Eleitoral requerendo a cassação do seu registro de candidatura. No entanto, o Tribunal entendeu que tal medida seria discriminatória e que o entendimento predominante era o de que o “pequeno conhecimento da leitura e da escrita basta para afastar a condição de analfabeto”.[51]
Com a eleição de Dilma, o PR manteve a sua aliança com oPartido dos Trabalhadores e indicou a permanência de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes. Contudo, logo em julho de 2011, aVeja revelou um esquema de pagamento de propinas do Ministério dos Transportes às contas do PR durante a gestão de Nascimento no governo passado, o que teria culminado em um suspeito acréscimo patrimonial do ministro e de integrantes da sua família. Esse escândalo ocorreu logo após a queda doMinistro da Casa Civil,Antonio Palocci (PT-SP), e precipitou a substituição de Nascimento porPaulo Sérgio Passos (PR-BA) e a demissão do diretor-geral doDNIT, Luiz Antonio Pagot.[52]

Em 2012, os políticos implicados no caso do Mensalão tiveram suas sentenças definitivamente cominadas peloSupremo Tribunal Federal. Isso incluiu a condenação do ex-presidente do PR, Valdemar Costa Neto, a 7 anos e 3 meses de prisão; do ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, a 5 anos de prisão; e do ex-deputado federal pelo PL,Carlos Rodrigues, a 6 anos e 3 meses de prisão.[53] O Partido também recebeu doações de campanha de empreiteiras privilegiadas pela sua administração na pasta do Ministério dos Transportes.[54]
Naseleições de 2012, o PR elegeu 3110 vereadores[55] e 275 prefeitos em todo o país, o que representou um decréscimo de 30% em relação ao pleito anterior. O partido apresentou três candidatos a prefeituras de capital:Anivaldo Vale, emBelém;Henrique Oliveira, emManaus; eLuana Ribeiro, emPalmas. No entanto, nenhum deles conseguiu se eleger.
Em 2013, o PR filia o grupo político do ex-governador do Distrito Federal,José Roberto Arruda. A migração do político visava a eleição do ano seguinte, ainda que ele estivesse muito implicado no escândalo doMensalão no Distrito Federal.[56] Posteriormente, Arruda teve a sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, em razão daLei da Ficha Limpa.[57]
Em 2014, Sergio Victor Tamer é substituído na presidência nacional do PR pelo ex-ministroAlfredo Nascimento.[35][58]

Avizinhando-se aseleições de 2014, um movimento “Volta Lula” passou a se organizar, defendendo que Dilma Rousseff deveria permitir que o ex-presidente se apresentasse como candidato do Partido dos Trabalhadores aoExecutivo federal. O movimento recebeu o apoio de 20 dos 32 deputados do PR e, em abril de 2014, o líder da bancada,Bernardo Santana (PR-MG) convocou a imprensa à leitura de um manifesto em explícito apoio à candidatura presidencial deLula (PT).
Segundo Santana, o objetivo era convencer a presidente a voluntariamente abrir mão da reeleição, em razão do desgaste da sua relação com oLegislativo – particularmente com os partidos da base aliada, que estavam insatisfeitos com a demora na realização da reforma ministerial e o não cumprimento de compromissos relativos ao pagamento deemendas parlamentares aoOrçamento. Contudo, Santana explicitou que a bancada agiu sem o conhecimento do presidente Alfredo Nascimento e também negou que Lula conhecesse essa posição dos parlamentares do PR.[59][60]

Estamos com uma crise mundial terrível que exige, na nossa opinião, uma pessoa com a experiência do presidente Lula. Não estamos rifando a Dilma. Vamos ficar com ela até o final. A questão é do momento. Lula é a única pessoa capaz hoje, talvez, de fazer uma conciliação nacional.(Manifesto lido pelo líder da bancada do PR na Câmara do Deputados, Bernardo Santana, em abril de 2014)[59]

Houve resistências internas no PR ao movimento “Volta Lula”. O senadorcapixaba Magno Malta defendia que o partido deveria lançar candidatura própria e revelou a sua pretensão presidencial. Malta defendeu como principal bandeira para a sua pré-campanha asegurança pública e aredução da maioridade penal. Embora reconhecesse avanços na área social durante os governos petistas do qual fez parte, afirmou que “por questões ideológicas, muita coisa não foi feita”.[59][61]
Finalmente, apesar dos esforços de Malta para se lançar candidato, a convenção do PR homologou no dia 21 de junho de 2014 o apoio formal à recondução de Rousseff à presidência.[62]

Nas eleições gerais de 2014, o partido renovou a cadeira do senadorWellington Fagundes (MT), mas Luciano Castro não conseguiu se eleger emRoraima. O PR lançou três candidaturas governatoriais que restaram inexitosas:Anthony Garotinho (RJ);Jaqueline Cassol (RO); eJofran Frejat (DF). Houve uma queda no número de deputados eleitos, que passou de 41, em 2010, a 34.[46][63]
No segundo governo Dilma, o PR manteve o Ministério dos Transportes com a nomeação deAntonio Carlos Rodrigues (PR-SP).
Com o desenvolvimento do eventos que propiciaram oimpeachment de Dilma Rousseff, Alfredo Nascimento renunciou à presidência do PR em abril de 2016, insatisfeito com a decisão da executiva nacional do partido de orientar o voto contrário ao impedimento. Ele foi sucedido pelo ministro Antonio Carlos Rodrigues[64] que remanescia aliado de Dilma.
Pelas mesmas razões, o líder da bancada na Câmara,Maurício Quintella Lessa (PR-AL), também renunciou ao seu posto dando lugar aAelton Freitas (PR-MG), que apoiava a presidente.[65] No entanto, 26 deputados do PR votaram favoravelmente à remoção de Dilma,[66] e, noSenado, toda a bancada do PR votou pelo afastamento da presidente.[67]
Antonio Carlos Rodrigues comandou a pasta do Ministério dos Transportes até o último dia do governo Dilma. Uma vez concretizado o impeachment, foi substituído pelo deputado, também do PR, Maurício Quintella Lessa.[68]
Além dos transportes, durante ogoverno Michel Temer, o PR logrou postos-chave noMinistério da Agricultura e naCaixa Econômica Federal.[69] O partido também trabalhou nesse período para evitar aprivatização doAeroporto de Congonhas, originalmente pretendida por Temer, que foi rifada a Valdemar Costa Neto em troca de apoio no Congresso.[70]
Naseleições municipais de 2016, o PR elegeu 299 prefeitos, mas nenhum em capitais. O partido chegou a disputar o segundo turno emFortaleza (CE), comWagner Sousa Gomes, mas foi vencido pelociristaRoberto Cláudio (PDT).[71]

Em novembro de 2017, o presidente nacional da legenda, Antônio Carlos Rodrigues, foi alvo de um mandado de prisão. Rodrigues era acusado de receber R$ 7 milhões daJBS em propina para financiar a campanha de Garotinho no Rio de Janeiro em 2014 e para selar a aliança com o PT e PMDB no pleito daquele mesmo ano.[72] Depois disso, foi substituído por José Tadeu Candelária (PR-SP) na presidência nacional do partido.[73][74]
Durante todo o período em que Valdemar Costa Neto ficou afastado da presidência do PR, ele continuou a atuar como presidentede facto e todas as articulações políticas que envolviam partido passavam por ele.[69]
Para aseleições de 2018, inicialmente, houve um movimento para o PR integrar acampanha presidencial de Jair Bolsonaro, indicando o candidato a vice-presidente, que seria o senador Magno Malta. Costa Neto via nisso a possibilidade de aumentar sua bancada no Congresso Nacional, mas houve resistência dos políticos do partido que temiam serem relegados à oposição em caso de derrota do candidato.[75] Diante disso, Valdemar Costa Neto passou a costurar uma aliança com a candidatura dogovernador de São Paulo,Geraldo Alckmin (PSDB), que passava pela neutralidade de diretórios nordestinos do PR e pela indicação de Josué Alencar (o filho do ex-vice presidente José Alencar) a vice na chapa governatorial deAntonio Anastasia (PSDB) emMinas Gerais.[69]
Na convenção nacional do PR em 4 de agosto de 2018, o partido homologou formalmente a sua participação na coligaçãoPara Unir o Brasil, de Geraldo Alckmin, a qual obteve apenas o quarto lugar na disputa.[76] Para os cargos estaduais,em 2018, o PR elegeu um senador,Jorginho Mello (SC), mas novamente falhou em eleger governadores. A bancada do partido na câmara diminuiu em um deputado (de 34 para 33) em comparação com 2014.[77]

Uma vez eleito,Jair Bolsonaro (PSL) buscou compor com o PR para apoio noCongresso Nacional. O líder do partido na Câmara,José Rocha (BA) anunciou o que PR integraria a base governista, mas que a princípio não exerceria coerção para que os deputados votassem a favor dos projetos do presidente.[78]
O Partido da República realizou uma convenção partidária, em que, por 182 a 173 votos decidiu pela mudança de nome. No dia7 de maio de 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a alteração, voltando a chamar-se Partido Liberal (PL).[25][79] Segundo a liderança do partido, a mudança foi feita para retornar às origens do partido como uma entidade defensora doliberalismo econômico, domercado livre e da baixa intervenção do Estado na economia.[80] Outros especialistas apontam isso como parte de uma tendência nacional dos partidos no Brasil de reformulação da imagem e trocas de nomes para obter uma melhor percepção do eleitorado devido a um processo de perda de confiança causado pelacrise política brasileira,[81] e também aproveitando a onda de sentimento pró-liberalismo no Brasil.[80]

Por volta de maio 2020, o governo Bolsonaro incrementou sua estratégia de sedimentar as alianças com oCentrão e distribuiu diversos cargos e recursos ao Partido Liberal. Bolsonaro substituiu o presidente doBanco do Nordeste, Romildo Rolim, por Alexandre Borges Cabral – um próximo de Valdemar Costa Neto.[82] O PL também indicou Garigham Amarante Pinto para a diretoria de Ações Educacionais doFNDE, controlando um orçamento de R$ 55 bilhões.[83][84] Além disso, o governo contemplou sobremaneira o PL na execução de emendas parlamentares: em 2020, o deputadoJosimar Maranhãozinho (PL-MA) foi o maior beneficiado com a liberação de R$ 15,9 milhões em emendas.[85] Ao todo, além do Banco do Nordeste e do FNDE, o PL controlava oIbama,Incra,DNIT eFunasa.[86]
Naseleições municipais de 2020, o PL teve um acréscimo considerável, elegendo 3.467 vereadores pelo país e 345 prefeitos – mas novamente nenhum em capitais. Com isso, o partido se tornou o sexto maior do país.[87][88]
Embora já estivesse na coalização de governo desde 2020, o PL ainda abrigava importantes elementos que lho faziam oposição, como o deputadoMarcelo Ramos (PL-AM). Naeleição da mesa diretora em 2021, Ramos foi o indicado do partido a 1º vice-presidente daCâmara dos Deputados.[36] Durante aCPI da COVID-19, o PL contava com um senador na tropa de choque do governo: Jorginho Mello, que promoveu intensamente as políticas bolsonaristas de combate à calamidade sanitária por meio detratamento precoce – ainda que tais medicamentos nunca tenha tido eficácia comprovada contra ocoronavírus. Em episódio infame, o senador Jorginho tomou radical defesa do empresário,Luciano Hang, notório militante bolsonarista, contra o relator da CPI,Renan Calheiros (MDB-AL). Mello, em troca mútua de farpas, acusou Calheiros de ser um “vagabundo” e questionou a idoneidade moral do relator para falar do proprietário das lojasHavan.[89]

Em abril de 2021, após uma reforma ministerial, a deputadaFlávia Arruda (PL-DF), esposa do ex-governador doDistrito Federal, José Roberto Arruda, é convidada a comandar aSecretaria de Governo.[86] em 28 de novembro 2020, Valdemar Costa Neto retoma oficialmente a presidência do PL.[90]
Com a aproximação das eleições de 2022, a condição depolítico sem partido do presidente da República – que havia deixado oPartido Social Liberal em 2019 e não conseguiu viabilizar aAliança pelo Brasil – produziu, no interior da coalizão, uma disputa entre os presidentes do PL e doProgressistas pela filiação deBolsonaro. Inicialmente, a preferência do presidente era pelo PP, partido ao qual esteve filiado por mais tempo durante a sua carreira como deputado federal. No entanto, Valdemar Costa Neto trabalhou intensamente pelo convencimento de Bolsonaro, enviando senadores do PL para conversar com ministros próximos ao presidente, comoLuiz Eduardo Ramos.[91]

Tanto PP como PL tinham impeditivos para a filiação de Bolsonaro. No caso do PL, era a seccional do estado deSão Paulo que obstava as negociações. Isso porque os liberais paulistas tinham interesse em compor com o vice-governador do estado,Rodrigo Garcia (DEM), em 2022. Garcia era um aliado deJoão Doria (PSDB-SP), que rivalizou intensamente com o presidente durante a pandemia de coronavírus e lutou pelacampanha de vacinação contra a COVID-19 – em oposição à política de tratamento precoce defendida por Bolsonaro. Doria pretendia disputar o Planalto e ter o palanque de Garcia em SP. Portanto, a aliança com o PL paulista dificultava a adesão do presidente. Quanto ao PP, a maioria dos quadros nordestinos resistiram à filiação, em particular ovice-governador da Bahia,João Leão, que era aliado do governadorRui Costa (PT). Os progressistas nordestinos entendiam que a filiação de Bolsonaro prejudicá-los-ia eleitoralmente nos redutos onde se concentram os eleitoreslulistas.[91]
Não obstante, com o passar das semanas, ficou claro que o presidente nacional do PL estava mais engajado queCiro Nogueira (PP-PI) em filiar o presidente. Isso porque a presença do PP nos ministérios já superava a do PL. Costa Neto manifestou a possibilidade de não se coligar com Bolsonaro caso ele optasse pela filiação ao PP, blefe que Nogueira não cobriu.[91] Em 2021, o partido recebeu a filiação do presidenteJair Bolsonaro e de vários de seus apoiadores.[92] Com a filiação do presidente e seus correligionários, alguns quadros mais pragmáticos do partido deixaram-no, como o deputadoMarcelo Ramos.[36][37]
Nas eleições gerais de 2022, o partido formou uma chapa presidencial e muitas chapas para governadores com uma coalizão de direita com oRepublicanos e oProgressistas.[93][94]
Em novembro de 2022, a legenda foi multada em R$ 22,9 milhões pelo ministroAlexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, após o PL ingressar com pedido para revisar os votos de 279 mil urnas do segundo turno das eleições presidenciais realizadas em 30 de outubro.[95] Em outra decisão o ministro acatou o pedido doPP eRepublicanos, que também faziam parte da coligação que disputou o pleito no qualJair Bolsonaro e o PL saíram derrotados, e determinou que somente o PL deveria pagar a multa determinada pela Justiça.[96]
Naseleições municipais de 2024, o PL obteve um crescimento expressivo demonstrando ser a principal oposição no Brasil, elegendo 4.961 vereadores, e 517 prefeitos, sendo 4 em capitais como:Aracaju,Cuiabá,Maceió eRio Branco. Assim, o partido se tornou o quinto maior partido do país.[97]
| Partido Geral dos Trabalhadores (PGT) 1995–2003 | Partido Liberal (PL) 1985–2006 | Partido da República (PR) 2006–2019 | Partido Liberal (PL) 2019–presente | ||
| Partido Social Trabalhista (PST) 1996–2003 | |||||
| Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) 1989–2006 | |||||
| Data | Filiados[15] | Crescimento anual | |
|---|---|---|---|
| dez./2006 | 698.374 | — | — |
| dez./2007 | 724.923 | +3,80% | |
| dez./2008 | 803.742 | +10,87% | |
| dez./2009 | 790.186 | -1,68% | |
| dez./2010 | 731.614 | -7,41% | |
| dez./2011 | 759.179 | +3,76% | |
| dez./2012 | 764.536 | +0,70% | |
| dez./2013 | 766.476 | +0,25% | |
| dez./2014 | 765.036 | -0,18% | |
| dez./2015 | 774.597 | +1,24% | |
| dez./2016 | 799.301 | +3,18% | |
| dez./2017 | 798.087 | -0,15% | |
| dez./2018 | 796.942 | -0,14% | |
| dez./2019 | 730.834 | -8,29% | |
| dez./2020 | 774.205 | +5,93% | |
| dez./2021 | 761.560 | -1,63% | |
| dez./2022 | 761.543 | -0,00% | |
| dez./2023 | 806.846 | +5,94% | |
| dez./2024 | 901.091 | +11,68% | |
| Momento | Bancada | % | ± |
|---|---|---|---|
| 2006Criação[4][106] | 0065 25 / 513 | — | — |
| 2010Eleição 2010 | 0043 41 / 513 | 7,99 | 0982 |
| 2014Eleição 2014 | 0021 34 / 513 | 6,62 | 0978 |
| 2018Eleição 2018 | 0029 33 / 513 | 6,43 | 0978 |
| 2022Eleição 2022 | 0029 99 / 513 | 19,29 | 0978 |
| Momento | Bancada | % | ± |
|---|---|---|---|
| 2006Criação[4][106] | 0065 3 / 81 | — | — |
| 2010Eleição 2010 | 0043 3 / 81 | 3,70 | |
| 2014Eleição 2014 | 0021 1 / 81 | 1,23 | 0978 |
| 2018Eleição 2018 | 0029 1 / 81 | 1,23 | |
| 2022Eleição 2022 | 0029 8 / 81 | 9,87 | 0978 |
| Eleição | Mandatos | % | ± |
|---|---|---|---|
| 2006Criação[4] | 0029 0 / 27 | — | — |
| 2010Eleição 2010 | 0029 0 / 27 | ||
| 2014Eleição 2014 | 0029 0 / 27 | ||
| 2018Eleição 2018 | 0029 0 / 27 | ||
| 2022Eleição 2022 | 0029 2 / 27 | 7,40 |
| Eleição | Mandatos | % | ± |
|---|---|---|---|
| 2006Criação[4] | 0029 41 / 1 059 | — | — |
| 2010Eleição 2010 | 0029 53 / 1 059 | 5,0 | 0978 |
| 2014Eleição 2014 | 0029 46 / 1 059 | 4,34 | 0978 |
| 2018Eleição 2018 | 0029 43 / 1 024 | 4,19 | 0978 |
| 2022Eleição 2022 | 0029 141 / 1 024 | 12,5 | 0978 |
| Eleição | Mandatos | % | ± |
|---|---|---|---|
| 2006Criação[4] | 0002 389 / 5 562 | — | — |
| 2008Eleição 2008 | 0002 385 / 5 568 | 6,91 | 0998 |
| 2012Eleição 2012 | 0003 276 / 5 568 | 4,95 | 0998 |
| 2016Eleição 2016 | 0004 297 / 5 568 | 5,33 | 0998 |
| 2020Eleição 2020 | 0005 345 / 5 568 | 6,19 | 0998 |
| 2024Eleição 2024 | 0006 517 / 5 568 | 9,76 | 0998 |
| Eleição | Mandatos | % | ± |
|---|---|---|---|
| 2006Criação[4] | 0004sem dados | — | — |
| 2008Eleição 2008 | 0006 3 534 / 56 810 | 6,22 | 0998 |
| 2012Eleição 2012 | 0006 3 110 / 56 810 | 5,47 | 0998 |
| 2016Eleição 2016 | 0006 3 024 / 56 810 | 5,32 | 0998 |
| 2020Eleição 2020 | 0006 3 467 / 56 810 | 6,10 | 0998 |
| 2024Eleição 2024 | 0006 4 961 / 56 810 | 10,46 | 0998 |
| Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato(a) a Vice-presidente | Coligação | Votos | Posição |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 2010 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | Para o Brasil Seguir Mudando | 55.752.529 (56,05%) | 1ª | |
| 2014 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | Com a Força do Povo | 54.495.459 (51,64%) | 1ª | |
| 2018 | Geraldo Alckmin (PSDB) | Ana Amélia (PP) | Para Unir o Brasil | 5.096.350 (4,76%) | 4ª | |
| 2022 | Jair Bolsonaro (PL) | Braga Netto (PL) | Pelo Bem do Brasil (PL,Republicanos ePP) | 58.206.354 (49,1%) | 2ª |
| Nome | Retrato | Origem | Período dos mandatos |
|---|---|---|---|
| Jair Bolsonaro | São Paulo | 30 de novembro de 2021 - 1 de janeiro de 2023 |
<ref> inválida; não foi fornecido texto para as "refs" nomeadasPL-Prefeitos