Paris (pronúncia em francês: [paʁi](escutarⓘ)) é acapital e amais populosa cidade daFrança, com uma população estimada em 2020 de 2 148 271 habitantes em uma área de 105 quilômetros quadrados.[1] Desde o século XVII, Paris é um dos principais centros de finanças, diplomacia, comércio, moda, ciência e artes daEuropa. A cidade de Paris é o centro e sede de governo daregião administrativa deIlha de França, que tem uma população estimada em 2020 de 12 278 210 habitantes, ou cerca de 18% da população da França.[1] Em 2017, a região de Paris teve umPIB de 709 bilhões de euros.[2] De acordo com a Pesquisa de Custo de Vida daEconomist Intelligence Unit em 2018, Paris era a segunda cidade mais cara do mundo, atrás apenas daSingapura e à frente deZurique,Hong Kong,Oslo eGenebra.[3]
Abrangendo numerosos monumentos e por conta de seu considerável papel político e econômico, Paris é também uma importante cidade nahistória da humanidade.[4] Sua posição numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração de uma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades francesas ao longo doséculo X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias euma catedral.[5] Ao longo doséculo XII, tornou-se um dos primeiros focos europeus do ensino e da arte.[6] A importância econômica e política de Paris foi reforçada quando osReis de França e acorte fixaram-se na cidade.[7][5] Assim, Paris se converteu em uma das mais importantes cidades de todo omundo ocidental, na capital da maior potência política europeia (século XVII), no centro cultural da Europa (século XVIII) e na capital da arte e do lazer (século XIX).[5]
Paris é a capital econômica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária — umhub da rede aérea francesa e europeia — fazem-na um ponto de convergência para os transportes internacionais. A cidade abriga dois aeroportos internacionais: oAeroporto de Paris-Charles de Gaulle, o segundo aeroporto mais movimentado da Europa, e oAeroporto de Paris-Orly.[8][9] Inaugurado em 1900, o metrô da cidade, oMetropolitano de Paris, atende 5,23 milhões de passageiros diariamente;[10] é o segundo sistema de metrô mais movimentado da Europa, superado pelometrô de Moscou.[11] AGare du Nord é a 24.ª estação ferroviária mais movimentada do mundo, porém a primeira localizada fora doJapão, com 262 milhões de passageiros em 2015.[12][13]
Paris deve seu nome aosParísios, umpovo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos.[19] Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como "Lutécia dos Parísios" (emlatim:Lutetia Parisiorum). Ao longo doséculo IX, essa denominação, aos poucos, deu lugar ao nome atual.[20] Os Parísios também emprestaram seu nome a algumas outras vilas da região, tais comoVilleparisis, Cormeilles-en-Parisis, e Fontenay-en-Parisis.[21]
Paris é frequentemente chamada de "cidade das luzes" (La Ville Lumière),[22] tanto por conta de seu papel de liderança durante aEra do Iluminismo quanto mais literalmente porque Paris foi uma das primeiras grandes cidades europeias a usar a iluminação pública a gás em grande escala em seus bulevares e monumentos. Em 1829, luzes de gás foram instaladas na Place du Carrousel,Rue de Rivoli ePlace Vendôme. Em 1857, as grandes avenidas foram acesas.[23] Na década de 1860, as avenidas e ruas de Paris eram iluminadas por 56 mil lâmpadas de gás.[24]
Osparísios, uma subtribo dosSênonesceltas, habitavam a área atualmente compreendida como Paris por volta de meados doséculo III a.C..[25][26] Uma das principais rotas comerciais norte-sul da região atravessava o Sena naIlha da Cidade; este local de encontro de rotas comerciais tornou-se gradualmente um importante centro comercial.[27] Os Parísios negociaram com muitas cidades fluviais (algumas tão distantes quanto aPenínsula Ibérica) e cunharam suas próprias moedas para esse propósito.[28]
Osromanos conquistaram a Bacia de Paris em52 a.C. e começaram seu assentamento namargem esquerda de Paris.[29] A cidade romana era originalmente chamada deLutécia ou Lutécia dos Parísios (emlatim:Lutetia Parisiorum). Tornou-se uma cidade próspera com um fórum,termas, templos, teatros e um anfiteatro.[30]
No final do Império Romano do Ocidente, a cidade era conhecida como Parísio, um nome latino que mais tarde se tornaria Paris em francês.[31] Ocristianismo foi introduzido em meados doséculo III porSão Dionísio, o primeiro bispo de Paris: segundo a lenda, quando Dionísio se recusou a renunciar à sua fé diante dos ocupantes romanos, foi decapitado na colina que ficou conhecida comoMonte do Martírio (Mons Martyrum), mais tardeMontmartre, de onde andou sem sua cabeça para o norte da cidade; o local onde caiu e foi enterrado se tornou um importante santuário religioso, aBasílica de São Dionísio, onde muitos reis franceses estão enterrados.[32]
Clóvis, o primeiro rei daDinastia merovíngia, fez da cidade sua capital a partir de 508. Quando o domínio franco da Gália começou, houve uma imigração gradual dosfrancos para Paris e nasceram os dialetos francófonos parisienses. A fortificação daIlha da Cidade não conseguiu evitar osaque pelos viquingues em 845, mas a importância estratégica de Paris—com suas pontes que impediam a passagem de navios—foi estabelecida por uma defesa bem-sucedida nocerco de Paris (885-86), pelo qual o então conde de Paris,Eudo de França, foi eleito rei daFrância Ocidental.[33] Dadinastia capetiana iniciada com a eleição de 987 deHugo Capeto, conde de Paris eduque dos francos, como rei de umaFrância unificada, Paris gradualmente se tornou a maior e mais próspera cidade da França.[32]
Depois que o pântano entre orio Sena e o seu mais lento "braço morto" ao norte foi preenchido por volta doséculo X,[37] o centro cultural de Paris começou a se mudar para a margem direita. Em 1137, um novo mercado da cidade (hojeLes Halles de Paris) substituiu os dois menores na Ilha da Cidade e na Place de la Grève (Hotel de Ville).[38]
No final doséculo XII,Filipe II de França estendeu a fortaleza doLouvre para defender a cidade contra invasões de rios do oeste, deu à cidade suas primeiras muralhas entre 1190 e 1215, reconstruiu suas pontes para ambos os lados da ilha central e pavimentou suas principais vias.[39] Em 1190, Filipe II transformou a antiga escola catedral de Paris no que se tornaria aUniversidade de Paris e atrairia estudantes de toda a Europa.[40][34]
Com 200 mil habitantes em 1328, Paris, à época já capital da França, era a cidade mais populosa da Europa.Londres, em comparação, tinha 80 mil em 1300.[41] Durante aGuerra dos Cem Anos, Paris foi ocupada pelas forças da Borgonha, aliada da Inglaterra, a partir de 1418, antes de ser ocupada pelos ingleses quandoHenrique V de Inglaterra entrou na capital francesa em 1420;[42] apesar de umesforço em 1429 porJoana d'Arc para libertar a cidade,[43] esta permaneceu sob ocupação inglesa até ser libertada porCarlos VII em 1436.[44]
NasGuerras religiosas na França do final doséculo XVI, Paris era uma fortaleza daLiga Católica, responsável por organizar oMassacre da noite de São Bartolomeu em 24 de agosto de 1572, no qual milhares de protestantes franceses foram mortos.[45][46] Os conflitos terminaram quando o pretendente ao tronoHenrique IV, depois de se converter ao catolicismo e conseguir entrar na cidade em 1594, reivindicou a coroa francesa. Henrique fez várias melhorias na capital durante seu reinado: concluiu a construção da primeira ponte descoberta e revestida de calçada de Paris, aPont Neuf, construiu uma extensão do Louvre, conectando-o aoPalácio das Tulherias, e criou a primeira praça residencial de Paris, a Place Royale, agora Place des Vosges. Apesar dos esforços de Henrique para melhorar a circulação da cidade, a estreiteza das ruas de Paris foi um fator que contribuiu para seu assassinato perto do mercado Les Halles em 1610.[47]
Durante oséculo XVII, oCardeal de Richelieu, ministro-chefe deLuís XIII, estava determinado a fazer de Paris a cidade mais bonita da Europa. Construiu cinco novas pontes, uma nova capela para o Colégio de Sorbonne e um palácio para si, o Cardeal Palais, que legou a Luís XIII. Após a morte de Richelieu em 1642, o palácio foi renomeado paraPalais-Royal.[48]
A população de Paris cresceu de cerca de 400 mil habitantes em 1640 para 650 mil em 1780.[51] Uma nova avenida, aChamps-Élysées, estendeu a cidade a oeste deÉtoile,[52] enquanto o bairroFaubourg Saint-Antoine, no leste da cidade e habitado pela classe trabalhadora, ficava cada vez mais lotado de trabalhadores pobres que migravam de outras regiões da França.[53]
Paris foi o centro de uma explosão de atividades filosófica e científica conhecida comoEra do Iluminismo.Diderot ed'Alembert publicaram suaEncyclopédie em 1751, e osIrmãos Montgolfier lançaram o primeiro voo tripulado em um balão de ar quente em 1783, dos jardins doCastelo de la Muette. Paris era a capital financeira da Europa continental, o principal centro europeu de publicação de livros, de moda e de fabricação de móveis finos e artigos de luxo.[54]
No verão de 1789, Paris se tornou o palco central daRevolução Francesa. Em 14 de julho, uma multidão apreendeu o arsenal deInvalides, adquirindo milhares de armas, einvadiu aBastilha, um símbolo da autoridade real. A primeiraComuna de Paris independente, ou conselho da cidade, reuniu-se no Hôtel de Ville e, em 15 de julho, elegeu um prefeito, o astrônomoJean Sylvain Bailly.[55]
Luís XVI e a família real foramtrazidos para Paris e feitos prisioneiros no Palácio das Tulherias. Em 1793, quando a revolução se tornou cada vez mais radical, o rei, a rainha e o prefeito foram guilhotinados (executados) noReino do Terror, juntamente com mais de 16 mil pessoas em toda a França.[56] A propriedade da aristocracia e da igreja foi nacionalizada, e as igrejas da cidade foram fechadas, vendidas ou demolidas.[57] Uma sucessão de facções revolucionárias governou Paris até9 de novembro de 1799, quandoNapoleão Bonaparte tomou o poder como primeiro cônsul.[58]
A população de Paris havia diminuído 100 mil habitantes durante a Revolução, mas entre 1799 e 1815 aumentou em 160 mil novos residentes, chegando a 660 mil.[59] Napoleão substituiu o governo eleito de Paris por um prefeito que reportava apenas a si próprio. Também passou a erguer monumentos para a glorificação militar, incluindo oArco do Triunfo, e melhorou a infraestrutura negligenciada da cidade com novas fontes, o Canal de l'Ourcq, oCemitério do Père-Lachaise e a primeira ponte metálica da cidade, aPont des Arts.[59]
Durante aRestauração, as pontes e praças de Paris foram devolvidas aos seus nomes pré-Revolução, mas aRevolução de Julho de 1830 em Paris trouxe um monarca constitucional,Luís Filipe I, ao poder. A primeira linha ferroviária para Paris foi inaugurada em 1837, iniciando um novo período de migração maciça dasprovíncias para a cidade.[59] Luís Filipe foi derrubado por uma revolta popular nas ruas de Paris em 1848. Seu sucessor,Napoleão III, e o recém-nomeado prefeito doSena,Georges-Eugène Haussmann, lançaram um gigantesco projeto de obras públicas para construir novas avenidas, uma nova casa de ópera, um mercado central, novos aquedutos, canos de esgoto e parques, incluindo oBois de Boulogne e oBois de Vincennes.[60] Em 1860, Napoleão III também anexou as cidades vizinhas e criou oito novosarrondissements, expandindo Paris aos seus limites atuais.[60]
Durante aGuerra Franco-Prussiana (1870-1871), Paris foi sitiada pelo exército prussiano. Após meses de bloqueio, fome e bombardeio pelos prussianos, a cidade foi forçada a se render em 28 de janeiro de 1871. Em 28 de março, um governo revolucionário chamadoComuna de Paris tomou o poder em Paris. A Comuna manteve o poder por dois meses, até que foi severamente reprimida pelo exército francês durante a "Semana Sangrenta", no final de maio de 1871.[61]
ATorre Eiffel, em construção em novembro de 1888, surpreendeu os parisienses – e o mundo – com sua modernidade
NaSegunda Guerra Mundial, após a derrota aliada naBatalha da França, Paris caiu para aAlemanha Nazista e esteve sobocupação durante quatro anos. Em 14 de junho de 1940, o exército alemão marchou para a capital francesa, que foi declarada como uma "cidade aberta".[72] De 16 a 17 de julho de 1942, seguindo ordens alemãs, a polícia e os gendarmes franceses prenderam 12 884 judeus, incluindo 4 115 crianças, e os confinaram durante cinco dias noRafle du Vélodrome d'Hiver, de onde foram transportados de trem para o campo de concentração deAuschwitz; nenhuma das crianças voltou.[73][74] Quando osAliados estavam se aproximando da cidade em agosto de 1944,Adolf Hitler ordenou que o generalDietrich von Choltitz, governador militar de Paris, destruísse-a e derrubasse a Torre Eiffel. Von Choltitz desobedeceu a ordem.[75][76] Em 25 de agosto de 1944, a cidade foilibertada pela 2.ª Divisão Blindada Francesa e pela 4.ª Divisão de Infantaria doExército dos Estados Unidos. O generalCharles de Gaulle liderou uma enorme e emotiva multidão pelos Campos Elísios em direção àNotre Dame de Paris e proferiu um inflamado discurso doHôtel de Ville.[77]
Nas décadas de 1950 e 1960, Paris se tornou uma frente daGuerra de Independência Argelina; em agosto de 1961, aFLN, pró-independência, atacou e matou 11 policiais de Paris, levando à imposição de um toque de recolher aos muçulmanos da Argélia (que na época eram cidadãos franceses). Em 17 de outubro de 1961, uma manifestação não autorizada, mas pacífica, de argelinos contra o toque de recolher levou a violentos confrontos entre a polícia e manifestantes, nos quais pelo menos 40 pessoas foram mortas, incluindo algumas jogadas no Sena. A anti-independênciaOrganisation Armée Secrète, por sua vez, realizou uma série de atentados em Paris ao longo de 1961 e 1962.[78][79]
Em maio de 1968, estudantes ocuparam aSorbonne e colocaram barricadas noQuartier Latin. Milhares de trabalhadores parisienses decolarinho azul se juntaram aos estudantes, e o movimento se transformou em uma greve geral de duas semanas. Os eventos demaio de 1968 no país resultaram na divisão da Universidade de Paris em 13 campi independentes.[80] Em 1975, a Assembleia Nacional mudou o status de Paris para o de outras cidades francesas e, em 25 de março de 1977,Jacques Chirac se tornou o primeiro prefeito eleito da cidade desde 1793.[81] A população de Paris caiu de 2 850 000 em 1954 para 2 152 000 em 1990, quando famílias da classe média se mudaram para os subúrbios.[82] Uma rede ferroviária suburbana, oRER, foi construída para complementar o metrô, e a via expressaPériphérique que circunda a cidade foi concluída em 1973.[83]
Em 2015, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram daMarcha pela República em Paris
Entre julho e outubro de 1995, uma série de bombardeios realizados peloGrupo Islâmico Armado daArgélia causou 8 mortes e mais de 200 feridos.[85] O atentado mais mortífero ocorreu na estação de metro de Saint-Michel-Notre Dame, em 25 de julho daquele, onde foram registradas as 8 mortes.[86]
No início doséculo XXI, a população de Paris começou a aumentar lentamente novamente, à medida que mais jovens se mudaram para a cidade; em 2012 atingiu cerca de 2,2 milhões de habitantes.[87] Em 2001,Bertrand Delanoë se tornou o primeiro prefeito socialista. Em 2007, em um esforço para reduzir o tráfego de carros na cidade, Delanoë lançou oVélib', um sistema de aluguel de bicicletas para o uso de moradores e visitantes.[88]
Paris está localizada no norte da França central, ao norte dorio Sena, que inclui duas ilhas, aÎle Saint-Louis e aÎle de la Cité, que formam a parte mais antiga da cidade. A foz do rio noCanal da Mancha (La Manche) fica a 375 km a jusante da cidade. A cidade está espalhada amplamente nas duas margens do rio.[93] No geral, Paris é relativamente plana e o ponto mais baixo fica 35 m acima donível do mar. A cidade tem várias colinas proeminentes, a mais alta das quais éMontmartre, a 130 m.[94]
Excluindo os parques periféricos deBois de Boulogne eBois de Vincennes, Paris cobre uma área oval medindo cerca de 87 km² de área, cercada pelo anel viário de 35 km, oBoulevard Périphérique.[95] A última grande anexação de territórios periféricos da cidade em 1860 não apenas lhe deu sua forma moderna, mas também criou os 20arrondissements em espiral no sentido horário (bairros municipais). Da área de 1 860 km de 78 km², os limites da cidade foram expandidos marginalmente para 86,9 km² na década de 1920. Em 1929, os parques florestais de Bois de Boulogne e Bois de Vincennes foram oficialmente anexados à cidade, elevando sua área a cerca de 105 km².[96] A área metropolitana da cidade tem 2 300 km².[93]
Dum e doutro lado do rio, o relevo apresenta várias formações isoladas degipsita que formam pequenas colinas.[97] Na margem direita:Montmartre (131 metros de altitude), com ponto culminante no Cimetière du Calvaire;[98] Belleville (128,5 metros), com ponto culminante na Rue du Télégraphe; Ménilmontant (108 metros); Buttes-Chaumont (103 metros); Passy (71 metros); e Chaillot (67 metros). Sobre a margem esquerda:Montparnasse (66 metros); Butte-aux-Cailles (63 metros); e Montagne Sainte-Geneviève (61 metros). A cidade de Paris com 105 km² ocupa o 113º lugar dentre ascomunas da França metropolitana em área. Por outro lado, a unidade urbana de Paris, como se diz da própria cidade mais a sua aglomeração urbana periférica, cobre uma superfície de 2 723 km² reunindo 9 644 507 habitantes repartidos, em 1999, dentre 396 comunas daÎle-de-France.[99]
OSena corta a cidade formando um arco, entrando pelo sudeste e saindo pelo sudoeste. Mais de trinta pontes permitem a travessia do curso fluvial, que é igualmente atravessado por dois outros cursos d'água: o Bièvre, que vem do sul de Paris, hoje em dia inteiramente subterrâneo; e ocanal Saint-Martin, inaugurado em 1825, com comprimento de 4,5 quilómetros. Este canal é parcialmente subterrâneo desde a rue du Faubourg-du-Temple até a Bastille e constitui a parte terminal do canal de l'Ourcq, de 108 quilómetros de comprimento, que entra na cidade pelo nordeste. O canal Saint-Martin alimenta a bacia de Villette, passa sob a Place de la Bastille antes de se juntar ao Sena num curso acima daîle Saint-Louis, após o porto do Arsenal. Um canal dele se divide na bacia de Villette na direção deSaint-Denis, o canal Saint-Denis, de 4,5 quilómetros de comprimento, aberto em 1821. O canal Saint-Denis deságua no Sena rio abaixo, evitando cortar a cidade.[100]
A Bacia parisiense forma um grande conjunto de estratos sedimentares sucessivos. É um dos primeiros lugares que serviram de objeto dumacarta geológica, inspirando homens comoGeorges Cuvier que firmaram as bases de numerosas teorias em geologia tais como apaleontologia e aanatomia comparada.[101] Constituída há 41 milhões de anos, trata-se uma bacia marinhaepicontinental em repouso sobre ummaciço datando doPaleozoico, nomeadamente, oMaciço de Vosges, oMaciço Central e o Maciço Armoricano. Com a formação dosAlpes, a bacia se deformou mas continuou aberta para oCanal da Mancha e para oOceano Atlântico. Assim se prefiguraram as futuras bacias fluviais doLoire e doSena. Ao final doOligoceno, a bacia parisiense se torna continental.[101]
Mapa topográfico e hidrográfico de Paris
Em 1911, Paul Lemoine mostra que a bacia é composta de estratos dispostos em depressões concêntricas.[102][103] Mais tarde, os estudos se aprofundaram na coleta de dados sísmicos; perfurações e poços permitiram desenhar cartas sísmicas precisas. Estes mesmos confirmam a disposição dos estratos em depressões concêntricas mas com objetos complexos, como asfalhas. As formações do relevo parisiense se situam nos estratos doMesozoico e doPaleogeno (era terciária) e foram elaboradas pelaerosão. O primeiro estrato datando da era terciária é constituído de aluviões do Sena de época moderna. Os depósitos mais antigos são deareia e deargila datando do estágio doYpresiano presentes no 16º arrondissement de Auteuil até Trocadéro. Mas o estágio mais conhecido é oLutetiano, rico emgipsita e emcalcário.[104]
O subsolo parisiense se caracteriza pela presença de numerosas pedreiras decalcário,gipsita e pedra de mó. Algumas foram usadas comocatacumbas e formam oossário do conselho, do qual uma parte está aberta ao público. O calcário foi explorado até oséculo XIV sobre a margem esquerda, da Place d'Italie até Vaugirard. Hoje em dia, a sua extração está deslocada mais para oOise, em Saint-Maximin por exemplo.[105] A exploração da gipsita era muito ativa emMontmartre e emBagneux. Ahidrogeologia é muito influenciada pela urbanização. O Rio Bièvre, pequeno afluente do Sena que um dia modelou toda a margem esquerda, foi coberto noséculo XIX por razões higiênicas. Numerosos riachos subterrâneos estão presentes no subsolo parisiense, como os de Auteuil, os quais fornecem uma fonte de água subterrânea para a cidade. O riacho albienne é o mais conhecido da região e tem sido explorado por Paris desde 1841 pelospoços artesianos de Grenelle.[106]
Como todas as grandes metrópoles do planeta, Paris sofre as consequências ambientais ligadas à escalada da sua população e da sua atividade económica.[115] Paris é a capital de maior densidade populacional daEuropa. Osespaços verdes são poucos e de baixabiodiversidade, apesar dos parques e jardins que tem sido criados no curso das duas últimas décadas a fim de paliar essa carência.[116] Apoluição atmosférica e apoluição sonora constituem problemas de saúde pública; por esse motivo, criaram-se redes de monitoramento de poluição. Para melhorar a qualidade do ar, a cidade decidiu proibir automóveis com matrícula anterior a outubro de 1997 de circular nos finais de semana.[117]
Entrando no domínio das anedotas, Paris possui uma reputação pouco gloriosa em matéria de dejetos caninos. Esses dejetos são considerados como a causa primária da sujeira da cidade pelos habitantes.[118] Um estudo do Institut d'aménagement et d'urbanisme (IAU) publicado em 2019 sublinha que os preços da habitação levam os modestos a abandonar Paris e a instalar-se em departamentos vizinhos, como Seine-Saint-Denis, o que tende a provocar uma "gentrificação" da capital e uma pauperização dos departamentos vizinhos.[119]
Paris tem umclima de tipo oceânico de transição: a influência oceânica é preponderante sobre a influência continental e se traduz em verões relativamente frios (18 °C em média) e invernos amenos (6 °C em média). Há chuvas frequentes em todas as estações e um tempo difícil de prever, mas a influência continental faz com que as chuvas sejam bem mais fracas (641 milímetros) do que na costa, independentemente das temperaturas, seja no coração do inverno ou nomais estafante verão. O desenvolvimentourbano provoca uma alta da temperatura assim como uma baixa do número de dias encobertos.[120] O recorde de temperatura mínima da história da cidade é de −23,9 °C em 10 de dezembro de 1879, enquanto a maior máxima chegou a 42,6 °C em 25 de julho de 2019.[121]
Crescimento populacional de ParisMapa da densidade populacional dosarrondissements (distritos) parisienses em janeiro de 2017. Quanto mais escuro, mais habitantes por km² a área possui
A estimativa oficial da população da cidade de Paris era de 2 206 488 habitantes em 1 de janeiro de 2019, de acordo com oINSEE, o órgão oficial de estatística do país. O resultado é um declínio de 59 648 em relação a 2015.[122] Em 2017, Paris era a cidade mais densamente habitada da Europa, com 20 909 habitantes por quilômetro quadrado.[123] A queda populacional foi atribuída em parte a uma menor taxa de natalidade, à saída de moradores de classe média e à possível perda de moradias na cidade por conta dos aluguéis destinados ao turismo.[124][125]
Paris é o quarto maior município da União Europeia, depois deBerlim,Madri eRoma. OEurostat, a agência de estatísticas da UE, põem Paris (com 6,5 milhões de pessoas) em segundo lugar, atrás de Londres (8 milhões) e à frente de Berlim (3,5 milhões), segundo projeções de 2012.[126]
A população atual de Paris é inferior ao seu pico histórico de 2,9 milhões em 1921.[127] As principais razões foram um declínio significativo no tamanho das famílias e uma migração dramática de moradores para os subúrbios entre 1962 e 1975.[128] Os fatores para a migração incluíram desindustrialização, aluguéis caros, agentrificação de muitos bairros, a transformação do espaço em escritórios e uma maior riqueza entre as famílias trabalhadoras.[129] A perda populacional cessou temporariamente no início do século XXI; a estimativa de julho de 2004 mostrou um aumento populacional pela primeira vez desde 1954, e a população atingiu 2 234 000 em 2009, antes de novamente diminuir um pouco em 2017.[130]
Paris é o centro de uma área construída que se estende muito além de seus limites: comumente chamada de aglomeração parisiense e estatisticamente como uma unidade urbana, a população da aglomeração parisiense em 2019, de 10 960 000, a tornou amaior área urbana da União Europeia.[131][132] Em 2015, a Área Metropolitana de Paris possuía 12 532 901 habitantes, o que representava um quinto da população da França.[133]
As famílias abastadas vivem essencialmente a oeste da cidade, enquanto que, no nordeste, há a concentração das populações mais pobres e de origem imigrante
A alta contínua dos preços imobiliários explica a substituição progressiva das populações modestas ou intermediárias por uma nova classe mais abastada. Constata-se tal processo degentrificação em numerosas outrasmetrópoles comoLondres ouNova Iorque. Em Paris, essa evolução vulgarizou o termobobos (a partir deburguês-boêmio, termo ambíguo porém muito usado ao qual os sociólogos raramente fazem referência) antes de provocar uma mutação social de bairros ainda recentemente considerados como populares, tais como o 10º arrondissement ou certas comunas suburbanas próximas (e.g., Montreuil emSeine-Saint-Denis). Paris é a 12ª cidade francesa de mais de 20 mil habitantes em proporção de pessoas submetidas aoimposto solidário sobre a fortuna (ISF, um imposto sobre fortunas superiores a 790 mil euros), isto é, há 34,5 famílias contribuintes fiscais para cada 1 000 habitantes. 73 362 contribuintes declaravam um patrimônio médio de 1 961 667 euros em 2006. O 16º arrondissement encabeça a lista em número de contribuintes, somando 17 356 contribuintes.[134]
Mas se Paris tem uma imagem de "cidades dos ricos", com uma proporção de classes sociais elevadas do que alhures, a sociologia do intramuros permanece uma realidade de contrastes. Deve-se primeiro ressaltar que, segundo o índice deparidade de poder de compra (PPC), as receitas reais dos parisienses são muito inferiores às suas receitas nominais: de facto, o custo de vida no intramuros (a começar pelo de moradia) é particularmente elevado, e os mesmos produtos custam geralmente mais caro em Paris que no interior. Além disso, as estatísticas de receitas médias frequentemente iludem o observador (como o ressaltouJoseph Stiglitz) pois qualquer receita muito alta (em jargão estatístico,outlier) pode aumentar exponencialmente a receita média da maioria da população. No caso parisiense, o limiar dos 10% de receitas mais altas (o 9ºdecil) explica em grande parte o alto nível de "receitas médias" da capital: a receita média desse limiar é de 50 961 euros anuais.[135] É por essa mesma razão que a receita mensalmediana dos parisienses é muito inferior à receita média.[135]
As diferenças sociais são tradicionalmente marcadas entre os habitantes do oeste de Paris (essencialmente abastados) e os do leste. Assim, a receita média declarada no 7º arrondissement, a mais elevada, era de 31 521 euros por contribuinte em 2001, isto é, mais do dobro da do 19º arrondissement que não passa de 13 759 euros, valor próximo da mediana das receitas deSeine-Saint-Denis de 13 155 euros. Os 6º, 7º, 8º e 16º arrondissements são classificados ao nível das dez comunas de Île-de-France em receita média mais elevada, enquanto que os 10º, 18º, 19º e 20º arrondissements estão ao nível das comunas mais pobres de Île-de-France.[136] Nota-se enfim fortíssimas disparidades de receita no seio mesmo de todos arrondissements: a razão inter-decil (os 10% das receitas mais elevadas sobre os 10% das receitas mais baixas) menos significante é de 6,7 no 12º arrondissement, contra 13,0 no 2º arrondissement (que apresenta a mais forte dispersão de receitas).[135] Numa perspectiva ampliada, Paris se classifica entre os departamentos daFrança metropolitana onde as famílias mais pobres têm as menores receitas (81º lugar[135]), e apresenta uma razão interdecil de 10,5 o que a torna o departamento francês com as maiores disparidades sociais.[135]
Os dados do censo francês não contêm informações sobre afiliação religiosa.[137] De acordo com uma pesquisa realizada em 2011 pela IFOP, uma organização francesa de pesquisa de opinião pública, 61% dos residentes da região de Paris (Ilha de França) se identificaram comocatólicos romanos, apesar de 46% deles seremnão praticantes. Na mesma pesquisa, 7% dos residentes se identificaram comomuçulmanos, 4% comoprotestantes, 2% comojudeus e 25% comosem religião. Segundo oINSEE, entre 4 e 5 milhões de residentes franceses nasceram ou tiveram pelo menos um dos pais nascidos em um país predominantemente muçulmano, principalmente naArgélia, noMarrocos e naTunísia. Uma pesquisa do IFOP em 2008 relatou que, dos imigrantes desses países predominantemente muçulmanos, 25% iam àmesquita regularmente; 41% praticavam a religião e 34% eram não praticantes.[138][139] Em 2012 e 2013, estimou-se que havia quase 500 mil muçulmanos na cidade de Paris, 1,5 milhão de muçulmanos na região da Ilha de França e 4 a 5 milhões de muçulmanos na França.[140][141] A população judaica da região de Paris foi estimada em 2014 em 282 mil, a maior concentração de judeus no mundo fora deIsrael e dosEstados Unidos.[142]
De acordo com o censo francês de 2012, 586 163 moradores da cidade de Paris (26,2% do total), e 2 782 834 da região de Paris (Ilha de França) (23,4%), nasceram fora da região metropolitana da França.[143] Haviam nascido naFrança Ultramarina 26 700 residentes da cidade e 210 159 da região, sendo mais de dois terços dos quais nasAntilhas francesas. Este grupo não é considerado imigrante pois possuem nacionalidade francesa.[143]
Nasceram em países estrangeiros, mas obtiveram cidadania francesa ao nascer, 103 648 habitantes da cidade e 412 114 da região.[143] Tal grupo abrange muitos cristãos e judeus no norte da África que se mudaram para a França e Paris após a independência dos países que nasceram. O grupo restante, de pessoas nascidas em países estrangeiros sem cidadania francesa ao nascer, são aquelas definidas como imigrantes pela lei francesa. Segundo o censo de 2012, 135 853 residentes da cidade de Paris eram imigrantes da Europa, 112 369 eram doMagrebe, 70 852 daÁfrica Subsaariana eEgito, 5 059 daTurquia, 91 297 daÁsia (fora da Turquia), 38 858 dasAméricas e 1 365 doPacífico Sul.[144]
Na região de Paris, 590 504 moradores eram imigrantes da Europa, 627 078 do Magrebe, 435 339 da África Subsaariana e Egito, 69 338 da Turquia, 322 330 da Ásia (fora da Turquia), 113 363 das Américas e 2 261 do Pacífico Sul.[145] Em 2012, havia 8 810 cidadãos britânicos e 10 019 norte-americanos morando na cidade de Paris (Ville de Paris) e 20 466 britânicos e 16 408 norte-americanos morando em toda a região de Paris (Île-de-France).[146][147]
As ruas residenciais mais caras de Paris em 2018, em preço médio por metro quadrado, foram a Avenue Montaigne (no 8ºarrondissement), ao preço de 22 372 euros por metro quadrado, a Place Dauphine (1ºarrondissement; 20 373 euros) e a Rue de Furstemberg (6ºarrondissement; 18 839 euros).[148] O número total de residências na cidade em 2011 era de 1 356 074, acima do registrado em 2006, de 1 334 815. Destas, 1 165 541 (85,9%) eram residências "principais", 91 835 (6,8%) residências secundárias e 7,3% estavam vazias (abaixo dos 9,2% em 2006).[149]
Em relação ao ano de construção, 62% das edificações datavam de 1949 ou antes disso, 20% foram construídos entre 1949 e 1974 e apenas 18% após essa data.[150] Dois terços das 1,3 milhão de residências da cidade eram estúdios e apartamentos de dois quartos. Paris tinha uma média de 1,9 pessoas por residência, um número que permanece constante desde a década de 1980, mas é menor que a média de 2,33 pessoas por residência da Ilha de França. Ademais, a maior parte da população pagava aluguel.[150]
Na noite de 8 a 9 de fevereiro de 2019, durante um período de clima frio, uma ONG de Paris realizou sua contagem anual de moradores de rua em toda a cidade. Ao todo, a organização contabilizou 3 641 pessoasmendigos, dos quais 12% eram mulheres. Mais da metade estava desabrigada há mais de um ano. Moravam nas ruas ou parques 2 871 pessoas, 298 nas estações de trem e metrô e 756 em outras formas de abrigo temporário. O número total representou um aumento de 588 pessoas desde 2018.[151]
Mapa do projeto Grand Paris Express, que pretende conectar as cidades daGrande Paris através do sistema de metrô
Além da adição do Bois de Boulogne, do Bois de Vincennes e do heliporto de Paris no século XX, os limites administrativos de Paris permanecem inalterados desde 1860. Um departamento administrativo maior doSena governava Paris e seus subúrbios desde a sua criação em 1790, mas a crescente população suburbana dificultou sua manutenção como entidade única. Tal problema foi "resolvido" quando o Distrito da região de Paris foi reorganizado em vários novos departamentos desde 1968: Paris tornou-se um departamento em si, e a administração de seus subúrbios foi dividida entre os três novos departamentos ao seu redor. O distrito da região de Paris foi renomeado para "Ilha de França" em 1977, mas esse nome abreviado de "região de Paris" ainda é comumente usado atualmente para descrever a Ilha de França e como uma vaga referência a toda a aglomeração de Paris.[152] Em janeiro de 2016, os antigos esforços para unir Paris e seus subúrbios foram reforçados com a criação daMetrópole da Grande Paris.[153]
A desconexão de Paris com seus subúrbios e sua falta de transporte suburbano tornaram-se bastante evidentes com o crescimento da aglomeração de Paris. Paul Delouvrier prometeu resolver o desacordo dos subúrbios de Paris quando se tornou chefe da região em 1961:[154] dois de seus projetos mais ambiciosos para a região foram a construção de cinco "villes nouvelles" ("novas cidades") suburbanas[155] e a rede de trens urbanosRER.[156] Muitos outros distritos residenciais suburbanos (grandes conjuntos) foram construídos entre as décadas de 1960 e 1970 para fornecer uma solução de baixo custo a uma população em rápida expansão.[157] A princípio tais distritos eram socialmente variados,[158] mas poucos moradores possuíam suas casas (a economia crescente os tornou acessíveis à classe média somente a partir da década de 1970).[159]
Ademais, a sociologia urbana da aglomeração de Paris é basicamente a mesma do século XIX: suas classes afortunadas estão situadas no oeste e sudoeste, e as classes média-baixa estão no norte e leste. As áreas restantes são em sua maioria ocupadas por habitantes da classe média, rodeados por "ilhas" populacionais de pessoas mais afortunadas que estão ali localizadas devido a motivos históricos, nomeadamenteSaint-Maur-des-Fossés ao leste eEnghien-les-Bains ao norte de Paris.[160]
Panorama de Paris, visto da Torre Eiffel, em uma visão completa de 360 graus
Durante quase toda a sua longa história, exceto por alguns breves períodos, Paris foi governada diretamente por representantes do rei, imperador ou presidente da França. A cidade não recebeu autonomia municipal pela Assembleia Nacional até 1974.[161] Abolido em 1871, o cargo deprefeito foi restabelecido em 1977, com a eleição deJacques Chirac.[162] O prefeito de Paris éeleito indiretamente; os eleitores de cada um dos 20arrondissements da cidade elegem membros para o Conselho de Paris (Conseil de Paris), que posteriormente elege o prefeito.[163] A atual prefeita éAnne Hidalgo, doPartido Socialista, eleita em 5 de abril de 2014.[164]
O Conselho de Paris é composto por 163 membros, com cada distrito alocando um número de assentos dependendo do tamanho de sua população, sendo um mínimo de 10 membros para cada um dos distritos menos populosos (1º a 9º) a 34 membros para os mais populosos (15º). Os conselheiros são eleitos usando arepresentação proporcional emlista fechada em umsistema de dois turnos.[163] As listas de partidos que obtiverem maioria absoluta no primeiro turno - ou pelo menos uma pluralidade no segundo turno - ganham automaticamente metade dos assentos de um distrito.[163]
OHôtel de Ville, ou prefeitura, está no mesmo local desde 1357
A metade restante dos assentos do Conselho é distribuída proporcionalmente a todas as listas que ganharam pelo menos 5% dos votos, usando o método das médias mais altas. Desta forma, há a garantia de que o partido ou coalizão vencedora sempre conquiste a maioria dos assentos, mesmo que não ganhe a maioria absoluta dos votos.[163]
Cada um dos 20arrondissements de Paris tem sua própria prefeitura e um conselho eleito diretamente (conseil d'arrondissement), que, por sua vez, elege um prefeito doarrondissements.[165] O conselho de cadaarrondissements é composto por membros do Conselho de Paris e também membros que servem apenas no conselho doarrondissements. O número de vice-prefeitos em cadaarrondissements varia de acordo com sua população. Há um total de 20 prefeitos e 120 vice-prefeitos.[161]
O orçamento da cidade para 2018 foi de 9,4 bilhões de euros, com um déficit de 5,7 bilhões de euros. Destes, 7,8 bilhões de euros foram destinados à administração da cidade (despesas operacionais) e 1,6 bilhões de euros para investimentos. O número de funcionários públicos municipais aumentou de 40 300 em 1990 para 52 mil em 2019; os gastos com pessoal em 2018 totalizaram 2,4 bilhões de euros.[166]
AMetrópole da Grande Paris foi formalmente criada em 1 de janeiro de 2016.[153] É uma estrutura administrativa de cooperação entre a cidade de Paris e seus subúrbios mais próximos. Além da cidade de Paris, abrange comunas dos três departamentos dos subúrbios (Altos do Sena,Seine-Saint-Denis eVale do Marne), sete comunas nos subúrbios, incluindoArgenteuil emVal-d'Oise eParay-Vieille-Poste emEssonne, que foram adicionados para incluir os principais aeroportos de Paris. A Metrópole cobre uma área de 814 square kilometres (314 square miles) e tem uma população de 6,945 milhões de pessoas.[167][168]
A nova estrutura é administrada por um Conselho Metropolitano formado por 210 membros, não eleitos diretamente, mas escolhidos pelos conselhos das comunas. Suas competências básicas incluem planejamento urbano, habitação e proteção do meio ambiente.[153][168] Embora a Metrópole tenha uma população de quase sete milhões de pessoas e represente 25% do PIB da França, possui um orçamento muito pequeno: apenas 65 milhões de euros.[169]
As duas casas do Parlamento francês estão localizadas namargem esquerda. A câmara alta, oSenado, reúne-se noPalácio do Luxemburgo, no6ºarrondissement, enquanto a câmara baixa mais importante, aAssembleia Nacional, tem sua sede noPalácio Bourbon, no 7ºarrondissement.[174] O presidente do Senado, o segundo cargo público mais elevado hierarquicamente (sendo o presidente da República o único superior), reside no "Petit Luxembourg", um palácio anexo menor do Palácio do Luxemburgo.[175]
Os tribunais de mais alta instância da França estão localizados em Paris. ACorte de Cassação, o tribunal superior nas matérias criminais e civis, está localizado noPalácio da Justiça, na Île de la Cité,[176][177] enquanto o Conseil d'État, que presta assessoria jurídica ao executivo e atua como o mais alto tribunal da ordem administrativa, julgando litígios contra órgãos públicos, está localizado noPalais Royal, no1ºarrondissement.[178] OConselho Constitucional, um órgão consultivo com autoridade máxima sobre a constitucionalidade de leis e decretos governamentais, também se reúne na ala Montpensier do Palais Royal.[179]
A segurança de Paris é principalmente de responsabilidade da Prefeitura de Polícia de Paris, uma subdivisão do Ministério do Interior. Tem como atribuições supervisionar as unidades daPolícia Nacional que patrulham a cidade e os três departamentos vizinhos. Também é responsável por fornecer serviços de emergência, incluindo o Corpo de Bombeiros de Paris.[186]
A Prefeitura de Polícia da cidade conta com 34 mil policiais.[187] A polícia nacional possui sua própria unidade especial para controle de distúrbios, multidões e segurança de prédios públicos, denominada Compagnies Républicaines de Sécurité (CRS), uma unidade formada em 1944 logo após a libertação da França.[188] Ademais, a polícia é apoiada pelaGendarmaria Nacional, um ramo dasForças Armadas francesas, embora suas operações policiais agora sejam supervisionadas pelo Ministério do Interior.[189]
De acordo com relatório da embaixada norte-americana na França, os índices de criminalidade em Paris são "semelhantes ao da maioria das grandes cidades" e "os crimes violentos são relativamente raros no centro da cidade." O relatório prosseguiu afirmando que a violência política é "relativamente incomum. Grandes manifestações em Paris são geralmente gerenciadas por uma forte presença policial, mas esses eventos podem se tornar perigosos e devem ser evitados".[190]
Paris, como o resto daÎle-de-France mas de maneira ainda mais marcada, é mais rica e maisterceirizada que a média francesa. A aglomeração parisiense é todavia claramente menos especializada economicamente que outros grandes centros econômicos mundiais, notadamenteLondres, sua grande rival naEuropa, que é particularmente dinâmica no setorfinanceiro. Todavia, segundo Éric Le Boucher, a Île-de-France conhece um declínio econômico e perdas de emprego: "nenhuma região-capital do mundo perde tantos empregos como Paris, obscurecida por seu passado brilhante, mal-governada, fragmentada em seus egoísmos, anêmica, sem haver se inscrito resolutamente na competição mundial entre as metrópoles doséculo XXI.[195]
Ao se tratar da rivalidade entre Paris e Londres, John Ross, conselheiro econômico do prefeito de Londres, estima em 2008 noThe Economist que Paris perdeu há muito tempo a competição econômica com Londres: "Nós não nos consideramos como em competição com Paris, nós já ganhamos esse combate. Nós nos medimos contraNova Iorque[196]". Essa afirmação é testemunha da agudeza da rivalidade entre as grandes metrópoles mundiais e especialmente entre Londres e Paris, assim como das disputas de comunicação que rodeiam essa concorrência para atrair para atrair as perspectivas de investimentos associados.The Economist ajunta que Londres ultrapassa desde então Paris em quase todos os grandes indicadores econômicos. Todavia, Paris dispõe de um número maior de grupos doFortune 500 que na cidade tem suas sedes,[197] a Île-de-France se impõe como a primeira região europeia, à frente daGrande Londres, em número de empregos criados pelas implantações internacionais em 2007[198] e pôr fim a capital francesa emite a cada ano mais patentes que a capital inglesa e dispõe de uma maior proporção de pesquisadores na sua mão-de-obra.[199] Neste momento, oPIB porparidade do poder de compra da aglomeração parisiense, estimada em 460 mil milhõesPE/bilhõesPB de dólares, é comparável, ou até mesmo superior ao de Londres.[200]
Paris continua sendo de longe odepartamento que agrupa mais empregos na região com cerca de 1 650 600 em 2004, ou seja, 31% dos empregos privados da região, à frente deHauts-de-Seine com 848 200 empregos (16%).[201] Ossalários parisienses (19 euros por hora por ano, em 2002) são ligeiramente superiores à média regional (18,2 euros) e largamente superiores à média nacional (13,1 euros). Entretanto, essa diferença se explica essencialmente pela forte sobre representação dos quadrosgerenciais que constituem 25% dos assalariados. A cidade se caracteriza sobretudo por sua forte desigualdade social: os 10% dos assalariados mais bem pagos ganha quatro vezes mais que os 10% menos bem pagos, o que está um pouco acima da média regional (3,7), mas é bastante superior à disparidade constatada no resto da França (2,6). Semelhantemente, as desigualdades geográficas aparecem no próprio seio da cidade: o salário horário médio oferecido no 8° arrondissement (24,2 euros) é superior em 82% ao do 20° arrondissement (13,3 euros). Contrariamente, as disparidades salariais homem-mulher que ocupam idênticas posições profissionais não passa de 6% em Paris contra 10% no resto da França.[202]
EmLa Défense está a maior parte das sedes de grandes empresas e dos empregos de alto nível. Duas zonas são dignas de nota: o centro de Paris e o bairro deLa Défense,[203] nos subúrbios do oeste. O bairro de negócios no centro de Paris se estende sobre um perímetro bastante grande em torno da casa de ópera e da estação de Saint-Lazare.[204] Este bairro conserva um papel importante mas os preços imobiliários dos seusescritórios são muito elevados e a área que pode ser ocupada é limitada pelas regras de urbanismo. Entre 1994 e 2005, o seu número de empregos privados claramente diminuiu em benefício dos subúrbios vizinhos no oeste[205] principalmente La Défense.
Em 2018, medido pelo Índice de Destino de Cidades Globais da MasterCard, Paris era o segundo destino aéreo mais movimentado do mundo, com 19,10 milhões de visitantes, atrás deBangcoc (22,78 milhões), mas à frente deLondres (19,09 milhões).[207] De acordo com a Convenção de Paris e o Bureau de Visitantes, 393 008 trabalhadores naGrande Paris, ou 12,4% da força de trabalho total, estão envolvidos em setores relacionados ao turismo, como hotéis, restauração, transporte e lazer.[208]
O centro de Paris contém os monumentos mais visitados da cidade, incluindo a Catedral de Notre Dame (agora fechada para restauração) e o Louvre, bem como a Sainte-Chapelle;Les Invalides, onde está localizado o túmulo deNapoleão, e aTorre Eiffel estão localizadas na margem esquerda, a sudoeste do centro. OPanthéon e asCatacumbas de Paris também estão localizados na margem esquerda do Sena. As margens do principal rio da cidade, daPont de Sully aPont d'Iéna, estão listadas comoPatrimônio Mundial pelaUNESCO desde 1991.[210] Vários outros marcos muito visitados estão localizados nos subúrbios da cidade; aBasílica de Saint-Denis, emSeine-Saint-Denis, é o berço do estilo gótico da arquitetura e da necrópole real dos reis e rainhas franceses.[211] A região de Paris abriga três outros locais do patrimônio da UNESCO: oPalácio de Versalhes, a oeste,[212] oPalácio de Fontainebleau, ao sul,[213] e o local de feiras medievais deProvins, a leste.[214] Na região também está localizada aDisneyland Paris, emMarne-la-Vallée, a 32 quilômetros a leste do centro de Paris e que recebeu 9,8 milhões de visitantes em 2018.[215]
Paris é famosa por seus grandes hotéis. O Hotel Meurice, aberto para viajantes britânicos em 1817, foi um dos primeiros hotéis de luxo em Paris.[216] A chegada das ferrovias e aExposição Universal de 1855 trouxeram a primeira inundação de turistas e os primeiros grandes hotéis modernos; o Hôtel du Louvre (agora um mercado de antiguidades) em 1855; o Grand Hotel (agora o InterContinental Paris Le Grand Hotel) em 1862; e o Hôtel Continental em 1878. OHôtel Ritz na Place Vendôme foi inaugurado em 1898, seguido pelo Hôtel Crillon em um edifício do século XVIII na Place de la Concorde em 1909; o Hotel Bristol naRue du Faubourg-Saint-Honoré em 1925; e o Hotel George V em 1928.[217]
Paris é o departamento com a maior proporção de pessoas altamente educadas. Em 2009, cerca de 40% dos parisienses possuíam diploma de nível superior, a maior proporção na França,[218] enquanto 13% não possuem diploma, a terceira menor porcentagem na França. A educação em Paris e na região deÎle-de-France emprega aproximadamente 330 mil pessoas, 170 000 das quais são professores ensinando aproximadamente 2,9 milhões de crianças e estudantes em cerca de 9 mil escolas e instituições de ensino fundamental, médio e superior.[219]
AUniversidade de Paris, fundada no século XII, é frequentemente chamada deSorbonne por causa de uma de suas faculdades medievais originais. Foi dividido em treze universidades autônomas em 1970, após as manifestações estudantis em 1968. Atualmente, muitos doscampi estão noQuartier Latin, onde a antiga universidade estava localizada, enquanto outros estão espalhados pela cidade e pelos subúrbios.[220]
A região de Paris abriga a maior concentração francesa das grandesécoles - 55 centros especializados de ensino superior fora da estrutura da universidade pública. As prestigiadas universidades públicas são geralmente consideradas grandes instituições. A maioria das grandesécoles foi transferida para os subúrbios de Paris nas décadas de 1960 e 1970, em novoscampi muito maiores que os antigos campi da movimentada cidade de Paris, embora aÉcole Normale Supérieure tenha permanecido na rue d'Ulm no 5º arrondissement.[221] Há um grande número de escolas de engenharia, lideradas peloParisTech que compreende várias faculdades, como aÉcole Polytechnique, aÉcole des Mines, aAgroParisTech, aTélécom Paris, aArts et Métiers e aÉcole des Ponts et Chaussées. Existem também muitas escolas de negócios, incluindoHEC,INSEAD,ESSEC eESCP. A escola administrativa, como aEscola Nacional de Administração, foi transferida paraEstrasburgo, a escola de ciências políticasSciences-Po ainda está localizada no 7º arrondissement de Paris e a mais prestigiada universidade de economia e finanças,Paris-Dauphine, está localizada no 16º de Paris. O departamento CELSA da escola parisiense de jornalismo da Sorbonne Université está localizado emNeuilly-sur-Seine.[222]
Os serviços de saúde e serviços médicos de emergência na cidade de Paris e nos seus subúrbios são fornecidos pela Assistance Publique – Hôpitaux de Paris (AP-HP), um sistema público que emprega mais de 90 mil pessoas (incluindo profissionais, pessoal de apoio e administradores) em 44 hospitais.[228] É o maior sistema hospitalar da Europa, fornecendo assistência médica, ensino, pesquisa, prevenção, educação e serviços médicos de emergência em 52 ramos da medicina. Os hospitais recebem mais de 5,8 milhões de visitas anuais de pacientes.[228]
A eletricidade é fornecida a Paris através de uma rede periférica alimentada por várias fontes. Até 2012, cerca de 50% da eletricidade gerada naIlha de França vem de usinas de cogeração localizadas próximas aos limites externos da região; outras fontes de energia incluem aUsina Nuclear de Nogent (35%), incineração de lixo (9% - com usinas de cogeração, estas também fornecem a cidade no calor), gásmetano (5%), hidráulica (1%),energia solar (0,1%) e uma quantidade insignificante deenergia eólica (0,034 GWh).[229] Um quarto do aquecimento urbano da cidade é proveniente de uma fábrica em Saint-Ouen-sur-Seine, queimando uma mistura 50/50 decarvão e 140 mil toneladas depellet de madeira vindas dosEstados Unidos por ano.[230]
Paris e seus subúrbios próximos abrigam inúmeros jornais, revistas e publicações, comoLe Monde,Le Figaro,Libération,Le Nouvel Observateur,Le Canard enchaîné,La Croix,Pariscope,Le Parisien (emSaint-Ouen),Les Échos,Paris Match (Neuilly-sur-Seine),Réseaux & Télécoms,Reuters eL'Officiel des Spectacles.[231] Os dois jornais de maior prestígio da França,Le Monde eLe Figaro, são as peças centrais da indústria editorial parisiense.[232] AAgence France-Presse (AFP) é aagência de notícias mais antiga da França e uma das mais antigas do mundo, operando continuamente. A AFP, como é abreviada coloquialmente, mantém sua sede em Paris, como desde 1835.[233]France 24 é um canal de notícias de televisão pertencente e operado pelo governo francês e está sediado em Paris.[234] Outra agência de notícias é a France Diplomatie, de propriedade e operada peloMinistério dos Negócios Estrangeiros, e refere-se apenas a notícias e ocorrências diplomáticas.[235]
Paris é um importante centro de transporte ferroviário, rodoviário e aéreo. AÎle-de-France Mobilités (IDFM), anteriormente o Syndicat des transports d'Île-de-France (STIF) e antes disso Syndicat des transports parisiens (STP), supervisiona a rede de trânsito na região.[239] O sindicato coordena o transporte público e o contrata para oRATP (que opera 347 linhas de ônibus, ometrô, oito linhas de bondes e seções do RER), oSNCF (que opera trilhos suburbanos, uma linha de bondes e as demais seções doRER) e o consórcioOptile de operadores privados que gerenciam 1 176 linhas de ônibus.[240]
Desde a inauguração de sua primeira linha em 1900, a rede dometrô de Paris cresceu e se tornou o sistema de transporte local mais usado da cidade; hoje, transporta cerca de 5,23 milhões de passageiros diariamente[241] através de 16 linhas, 303 estações (385 paradas) e 220 km de trilhos. Sobreposta a isso está uma 'rede expressa regional', aRER, cujas cinco linhas (A, B, C, D e E), 257 paradas e 587 km de trilhos conectam Paris a partes mais distantes da cidade.[242] Mais de 26,5 bilhões de euros serão investidos nos próximos 15 anos para estender a rede metrô aos subúrbios,[242] com destaque para o projetoGrand Paris Express. Além disso, a região de Paris é servida por uma rede ferroviária de novelinhas de tramway.[243] Atualmente, cinco novas linhas ferroviárias leves estão em vários estágios de desenvolvimento.[244]
Paris é um importante centro de transporte aéreo internacional, com o quinto sistema aeroportuário mais movimentado do mundo. A cidade é servida por três aeroportos internacionais comerciais:Paris-Charles de Gaulle,Paris-Orly eBeauvais-Tillé. Juntos, esses três aeroportos registraram tráfego de 96,5 milhões de passageiros em 2014.[245] Há também um aeroporto de aviação geral,Paris-Le Bourget, historicamente o aeroporto parisiense mais antigo e mais próximo do centro da cidade, que agora é usado apenas para voos comerciais particulares e shows aéreos. O aeroporto de Orly, localizado nos subúrbios do sul de Paris, substituiu o Le Bourget como o principal aeroporto de Paris entre as décadas de 1950 e 1980.[246] O aeroporto Charles de Gaulle, localizado na periferia dos subúrbios ao norte de Paris, foi aberto ao tráfego comercial em 1974 e se tornou o aeroporto parisiense mais movimentado em 1993.[247] Para o ano de 2017, foi o quinto aeroporto mais movimentado do mundo por tráfego internacional e é o centro da transportadora aérea francesa, aAir France.[242]
A cidade também é o centro mais importante da rede de rodovias nacionais e é cercada por três rodovias orbitais: aPériphérique,[95] que segue o caminho aproximado das fortificações do século XIX ao redor de Paris, a rodovia A86 nos subúrbios e, finalmente, a autoestradaFrancilienne nos subúrbios. Paris possui uma extensa rede de estradas com mais de 2 mil quilômetros deautoestradas e rodovias.[248]
A municipalidade promove uma política de transporte coletivo e de ciclismo. Assim, a cidade dispõe desde o fim dos anos 1990 de uma rede deciclovias que aumenta constantemente. Pelo fim de 2006, há 371 quilômetros de vias alternativas em Paris, incluindo as faixas e pistas de ciclismo assim como os corredores de ônibus estendidos.[249][250] Seguindo o exemplo deRennes eLyon, a Prefeitura de Paris lança em 15 de julho de 2007 um sistema de aluguel de bicicletas, batizadoVélib', a rede de compartilhamento de bicicletas mais densa da Europa, tendo 20 mil bicicletas pelo fim de 2007, 1 400 estações de aluguel em Paris, gerida porJCDecaux.[251] A cidade conta além disso com 15 500táxis lançados em 2007.[252]
Paris em sua história inicial tinha apenas os riosSena eBièvre para o abastecimento de água. Desde 1809, oCanal de l'Ourcq forneceu a Paris água de rios menos poluídos para o nordeste da capital.[253] Desde 1857, o engenheiro civilEugène Belgrand, sobNapoleão III, supervisionou a construção de uma série de novos aquedutos que traziam água de locais por toda a cidade para vários reservatórios construídos no topo dos pontos mais altos da capital.[254]
A partir de então, o novo sistema de reservatórios tornou-se a principal fonte de água potável de Paris, e os restos do antigo sistema, bombeados para níveis mais baixos dos mesmos reservatórios, passaram a ser usados para a limpeza das ruas de Paris. Este sistema ainda é uma parte importante da moderna rede de abastecimento de água de Paris. Atualmente, Paris tem mais de 2 400 km de passagens subterrâneas dedicadas à evacuação dos resíduos líquidos de Paris.[255]
A maioria dos governantes franceses desde aIdade Média fez questão de deixar sua marca em uma cidade que, ao contrário de muitas outras capitais do mundo, nunca foi destruída por uma catástrofe ou guerra. Ao modernizar sua infraestrutura ao longo dos séculos, Paris preservou até sua história mais antiga em seu mapa urbano.[256]
A Paris moderna deve muito de seu plano do centro e harmonia arquitetônica aNapoleão III e seu prefeito do Sena, oBarão Haussmann, que entre 1853 e 1870 reconstruíram o centro da cidade, criaram as amplas avenidas e praças do centro da cidade onde as avenidas se cruzavam, impuseram fachadas padrão ao longo das avenidas, exigiram que as fachadas fossem construídas com a distinta "pedra de Paris" (que possuem a cor cinza-creme), e construíram os principais parques ao redor do centro da cidade.[257] A grande população residencial do centro da cidade também a torna muito diferente da maioria das outras grandes cidades ocidentais.[258]
As leis que regem o urbanismo de Paris permanecem sob rigoroso controle desde o início do século XVII, particularmente no que diz respeito ao alinhamento rua-frente, altura e distribuição de edifícios. Em modificações recentes, uma limitação imposta entre 1974 e 2010 às alturas das construções, de 37 metres (121 ft), foi aumentada para 50 m (160 ft) em áreas centrais e 180 metres (590 ft) em alguns dos bairros periféricos da cidade. No entanto, para alguns dos bairros mais centrais, leis ainda mais antigas sobre altura de edifícios permanecem em vigor.[259][260][261]
ATour Montparnasse, com 210 metres (690 ft), era o edifício mais alto de Paris e da França até 1973, mas foi ultrapassada com a reconstrução daTour First em 2011.[262][263]
Existem desde muito tempo atrás regras estritas de urbanismo, em particular, limites à altura dos imóveis. Atualmente, novos prédios com mais de 37 metros não são autorizados senão sob título excepcional. Em numerosos bairros, o limite de altura é ainda mais estrito.[264] Paris contava com 6 088 vias públicas ou privadas em 1997. Dentre as mais notáveis, pode-se citar aAvenue Foch (16º arrondissement), a mais larga avenida de Paris com 120 metros, enquanto aAvenue de Selves (8º arrondissement) é a avenida mais curta com 110 metros de comprimento. A rua mais longa de Paris é aRue de Vaugirard (6º e 15º arrondissements) com 4 360 metros. ARue des Degrés (2º arrondissement) é a rua mais curta, com somente 5,75 metros, enquanto aRue du Chat-qui-Pêche (5º arrondissement) é oficialmente a mais estreita com uma largura mínima de 1,80 metro (porém, algumas fontes mencionam oSentier des Merisiers, no 12º arrondissement, que mede menos de um metro, ou ainda aPassage de la Duée no 20º arrondissement, que, se bem que seu lado direito haja sido destruído e ladeado por uma paliçada, mede somente 80 cm de largura). Por fim, a via mais inclinada é aRue Gasnier-Guy (20º arrondissement) com uma inclinação de 17%.[265]
Os monumentos mais célebres de Paris datam de épocas diversas, se encontrando com frequência no centro ou nas margens do Sena. Os cais do Sena que ficam entre aPont de Sully auPont de Bir-Hakeim constituem uma das mais belas paisagens fluviais urbanas e fazem parte dopatrimônio mundial daUNESCO. Ali se encontram, a leste e a oeste: aNotre-Dame, oLouvre, osInvalides, aPonte Alexandre III, oGrand Palais, oMuseu do Quai Branly, aTorre Eiffel e oTrocadéro. Vários monumentos deestilo clássico igualmente deixam sua marca no centro de Paris. A capela daSorbonne no coração doQuartier Latin, foi erguida no início doséculo XVII. OLouvre, residência da realeza, foi embelezado no século XVII e retocado muitas vezes mais desde então. OHôtel des Invalides, com seu famoso domo dourado, foi erigido no fim do século XVII nos subúrbios da cidade porLuís XIV, que estava ansioso por oferecer um hospital para soldados feridos. O monumento abriga desde 15 de dezembro de 1840 as cinzas deNapoleão Bonaparte e também sua sepultura desde 2 de abril de 1861.[266]
A arquitetura contemporânea é representada em Paris peloCentro Georges Pompidou, edifício dosanos 1970 que abriga o Museu Nacional de Arte Moderna[270] assim como a Biblioteca Pública de Informação.[271] Não menos importantes as realizações idealizadas pelo presidenteFrançois Mitterrand: aBiblioteca Nacional da França,[272] a Ópera Bastille e, provavelmente a mais célebre, aPirâmide do Louvre, obra do arquitetoIeoh Ming Pei erigida no pátio principal doLouvre.[273] Mais recentemente, oMuseu do Quai Branly, ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas desenhado porJean Nouvel e inaugurado em 2006, veio enriquecer ainda mais a diversidade arquitetural e cultural da capital.[274]
AsCatacumbas de Paris guardam os restos mortais de mais de 6 milhões de pessoas
Durante aera romana, o principal cemitério da cidade estava localizado nos arredores do assentamento da margem esquerda, mas isso mudou com a ascensão docristianismocatólico, onde quase todas as igrejas do centro da cidade tinham cemitérios adjacentes para serem usados por suas paróquias. Com o crescimento de Paris, muitos deles, particularmente o maior cemitério da cidade, oCemitério dos Santos Inocentes (Cimetière des Innocents), estavam cheios, criando condições bastante insalubres para a capital. Quando os enterros da cidade foram proibidos a partir de 1786, o conteúdo de todos os cemitérios paroquiais de Paris foi transferido para uma seção renovada das minas de pedra da cidade, fora do portão "Porte d'Enfer", hoje a praça Denfert-Rochereau no 14º arrondissement.[275][276] O processo de mover ossos da Cimetière des Innocents para asCatacumbas de Paris ocorreu entre 1786 e 1814.[277]
Após uma tentativa de criação de vários cemitérios suburbanos menores, o prefeito Nicholas Frochot, sobNapoleão Bonaparte, forneceu uma solução mais definitiva na criação de três cemitérios parisienses maciços fora dos limites da cidade.[278] Aberto a partir de 1804, estes foram os cemitérios dePère Lachaise,Montmartre,Montparnasse e, mais tarde,Passy; esses cemitérios tornaram-se parte do centro da cidade mais uma vez quando Paris anexou todas as comunas vizinhas ao interior de seu anel de fortificações suburbanas em 1860. Novos cemitérios suburbanos foram criados no início do século XX: o maior deles são o Cimetière parisien de Saint-Ouen, oCimetière parisien de Pantin (também conhecido como Cimetier Parisien de Pantin-Bobigny), o Cimetier Parisien d'Ivry e o Cimetier Parisien deBagneux.[279]
Paris e a regiãoÎle-de-France possuem a maior oferta museográfica daFrança. Há não menos de 100 museus em Paris intramuros aos quais se deve ajuntar os mais de 110 museus da região. Mas além dos grandes números, é sobretudo na diversidade das coleções que a riqueza se sobressai. O museu mais antigo, de maior área e de maior coleção é oMuseu do Louvre. Com um recorde de frequentação de 9,6 milhões de visitantes em 2019, o Louvre é de longe o museu de arte mais visitado do mundo.[280] Outros de renome mundial são o Museu Nacional de Arte Moderna (dentro doCentro Georges Pompidou)[270] e oMuseu de Orsay, consagrado essencialmente aoimpressionismo. Na proximidade de Paris, oPalácio de Versalhes, edificado peloRei-Sol e residência dos reis da França ao longo dos séculos XVII e XVIII, atrai igualmente milhões de visitantes ao ano. O palácio e o parque deVersalhes são classificados nalista dos patrimônios mundiais daUNESCO desde 1979.[281]
Os museus estão sob diversos estatutos administrativos: os mais célebres são museus nacionais, isto é, pertencentes aoEstado francês. Outros dependem de ministérios, como o Museu do Exército (noHôtel des Invalides) e o Museu Aeroespacial (noAeroporto de Le Bourget) que pertencem ao Ministério da Defesa.[282] Pode-se também citar oPanteão, onde repousam os "grandes homens" da nação francesa, comoVictor Hugo,Voltaire,Jean Moulin,Jean Jaurès eMarie Curie. Outros museus pertencem aoInstitut de France ou ainda a particulares. O município de Paris possui e gerencia por si próprio quatorze museus e sítios, dos quais os mais célebres são oMuseu Carnavalet, consagrado à história de Paris, perto da antiga casa de Victor Hugo ou ainda ascatacumbas. Também não há falta de exposições temáticas.[283]
ABiblioteca Nacional da França (BnF) opera bibliotecas públicas em Paris, entre elas a Biblioteca François Mitterrand, Biblioteca Richelieu, Louvois, Biblioteca Opéra e Biblioteca Arsenal.[285] Existem três bibliotecas públicas no 4º arrondissement. A Biblioteca Forney, no distrito de Marais, é dedicada às artes decorativas; a Biblioteca do Arsenal ocupa um antigo prédio militar e possui uma grande coleção de literatura francesa; e a Bibliothèque historique de la ville de Paris, também em Le Marais, contém o serviço de pesquisa histórica de Paris. ABiblioteca de Sainte-Geneviève fica no 5º arrondissement; projetada porHenri Labrouste e construída em meados do século XIX, contém uma rara divisão de livros e manuscritos.[286] ABibliothèque Mazarine, no 6º arrondissement, é a biblioteca pública mais antiga da França. A Médiathèque Musicale Mahler, no 8º arrondissement, foi inaugurada em 1986 e contém coleções relacionadas à música. A Biblioteca François Mitterrand (apelidada deTrès Grande Bibliothèque) no 13º arrondissement foi concluída em 1994 para um projeto deDominique Perrault e contém quatro torres de vidro.[286]
Existem várias bibliotecas e arquivos acadêmicos em Paris. A Biblioteca Sorbonne, no 5º arrondissement, é a maior biblioteca universitária de Paris. Além da localização daSorbonne, existem filiais em Malesherbes, Clignancourt-Championnet, Instituto de Arte e Arquitetura Michelet, Serpente-Maison de la Recherche e Institut des Etudes Ibériques.[287] Outras bibliotecas acadêmicas incluem a Biblioteca Farmacêutica da Interuniversidade, a Biblioteca da Universidade Leonardo da Vinci, a Biblioteca daEscola de Minas de Paris e a Biblioteca daUniversidade de Paris.[288]
As maiores casas de ópera de Paris são aOpéra Garnier do século XIX (históricaÓpera Nacional de Paris) e a modernaÓpera da Bastilha; a primeira tende a balés e óperas mais clássicos, enquanto a segunda fornece um repertório misto de clássico e moderno.[289] Em meados do século XIX, havia três outras casas de ópera ativas e concorrentes: a Ópera-Comique (que ainda existe), o Théâtre-Italien e o Théâtre Lyrique (que nos tempos modernos mudou seu perfil e nome para Théâtre de la Ville).[290] A Philharmonie de Paris, a moderna sala de concertos sinfônicos de Paris, foi inaugurada em janeiro de 2015.[291]
O teatro tradicionalmente ocupa um grande lugar na cultura parisiense, e muitos de seus atores mais populares hoje também são estrelas da televisão francesa. O mais antigo e famoso teatro de Paris é aComédie-Française, fundada em 1680. Dirigida pelo governo da França, apresenta principalmente clássicos franceses na Salle Richelieu noPalais-Royal, na 2 rue de Richelieu, ao lado do Louvre.[292] Outros teatros famosos incluem oOdéon-Théâtre de l'Europe, ao lado dosJardins de Luxemburgo, também uma instituição estatal e um marco teatral; o Théâtre Mogador e o Théâtre de la Gaîté-Montparnasse.[293]
Aindústria cinematográfica nasceu em Paris quandoAuguste e Louis Lumière projetaram o primeiro filme para um público pagante no Grand Café em 28 de dezembro de 1895.[294] Muitas das salas de concerto/dança de Paris foram transformadas em cinemas quando esse tipo de mídia se tornou popular a partir dos anos 1930. Mais tarde, a maioria dos maiores cinemas foi dividida em várias salas menores. A maior sala de cinema de Paris hoje está no teatroGrand Rex, com 2 700 lugares.[295]
Grandes cinemas multiplex foram construídos desde os anos 1990. O UGC Ciné Cité Les Halles com 27 telas, a MK2 Bibliothèque com 20 telas e o UGC Ciné Cité Bercy com 18 telas estão entre as maiores.[296]
Os parisienses tendem a compartilhar as mesmas tendências de cinema que muitas das cidades globais do mundo, com os cinemas dominados principalmente pelo entretenimento gerado porHollywood. Ocinema francês chega em segundo lugar, com grandes diretores (réalisateurs), comoClaude Lelouch,Jean-Luc Godard eLuc Besson, e o gênero mais popular, com o diretorClaude Zidi como exemplo. Os filmes europeus e asiáticos também são amplamente exibidos e apreciados.[297] Em 2 de fevereiro de 2000, Philippe Binant realizou a primeira projeção decinema digital na Europa, com a tecnologia DLP CINEMA desenvolvida pelaTexas Instruments, em Paris.[298]
Desde o século XIX, Paris tem sido umacapital internacional da moda, particularmente no domínio daalta costura (roupas feitas à mão sob encomenda para clientes particulares).[299] É o lar de algumas das maiores casas de moda do mundo, incluindoDior eChanel, além de muitos outros estilistas conhecidos e mais contemporâneos, comoKarl Lagerfeld,Jean-Paul Gaultier,Yves Saint Laurent,Givenchy eChristian Lacroix. AParis Fashion Week, realizada em janeiro e julho no Carrousel du Louvre, entre outras localidades renomadas da cidade, é um dos quatro principais eventos do calendário internacional de moda. As outras capitais da moda do mundo,Milão,Londres eNova York também recebem semanas de moda.[300][301] Além disso, Paris também é o lar da maior empresa de cosméticos do mundo: aL'Oréal, além de três dos cinco maiores fabricantes mundiais de acessórios de moda de luxo:Louis Vuitton,Hermès eCartier.[302]
Desde o final do século XVIII, Paris é famosa por seus restaurantes ealta-cozinha, com comida meticulosamente preparada e artisticamente apresentada. Um restaurante de luxo, o La Taverne Anglaise, inaugurado em 1786 nas arcadas doPalais-Royal por Antoine Beauvilliers, apresentava uma elegante sala de jantar, um extenso menu, toalhas de linho, uma grande lista de vinhos e garçons bem treinados; o local tornou-se um modelo para futuros restaurantes de Paris. O restaurante Le Grand Véfour no Palais-Royal data do mesmo período.[303] Os famosos restaurantes parisienses do século XIX, incluindo o Café de Paris, o Rocher de Cancale, o Café Anglais, a Maison Dorée e o Café Riche, estavam localizados principalmente perto dos teatros do Boulevard des Italiens, tendo sido imortalizados nos romances deBalzac eÉmile Zola. Vários dos restaurantes mais conhecidos de Paris apareceram hoje durante oBelle Epoque, incluindoMaxim's na Rue Royale, Ledoyen nos jardins dos Champs-Élysées e o Tour d'Argent no Quai de la Tournelle.[304]
Atualmente, devido à população cosmopolita de Paris, toda culinária regional francesa e quase toda culinária internacional podem ser encontradas na cidade, que possui mais de 9 mil restaurantes.[305] OGuia Michelin é um guia padrão de restaurantes franceses desde 1900, concedendo seu prêmio mais alto, três estrelas, aos melhores restaurantes da França. Em 2018, dos 27 restaurantes Michelin três estrelas na França, dez estão localizados em Paris. Isso inclui os dois restaurantes que servem cozinha francesa clássica, como o L'Ambroisie na Place des Vosges, e os que servem menus não tradicionais, como o L'Astrance, que combina culinária francesa e asiática. Vários dos chefs mais famosos da França, comoAlain Ducasse, têm restaurantes de três estrelas em Paris.[306]
Além dos restaurantes clássicos, Paris tem vários outros tipos de restaurantes tradicionais. Ocafé chegou a Paris no século XVII, quando a bebida foi trazida daTurquia e, no século XVIII, os cafés parisienses eram centros da vida política e cultural da cidade. O Café Procope, na margem esquerda, data desse período. No século XX, os cafés da Margem Esquerda, especialmente o Café de la Rotonde eLe Dôme, em Montparnasse,Café de Flore eLes Deux Magots, no Boulevard Saint Germain, todos ainda em atividade, eram importantes pontos de encontro de pintores, escritores e filósofos.[304] Umbistrô é um tipo de local para comer vagamente definido como um restaurante de bairro, com uma decoração e preços modestos, uma clientela regular e uma atmosfera agradável. Diz-se que seu nome veio em 1814 dos soldados russos que ocuparam a cidade; "bistrô" significa "rapidamente" emrusso e queriam que suas refeições fossem servidas rapidamente para que pudessem voltar ao acampamento. Bistrôs de verdade são cada vez mais raros em Paris, devido ao aumento dos custos, à concorrência de restaurantes étnicos mais baratos e aos diferentes hábitos alimentares dos clientes parisienses.[307] Umabrasserie era originalmente umataberna localizada ao lado de uma cervejaria, que servia cerveja e comida a qualquer hora. Começando com aExposição Universal de 1867; tornou-se um tipo popular de restaurante que apresentava cerveja e outras bebidas servidas por mulheres jovens com roupas nacionais associadas à bebida, como roupas alemãs específicas para cerveja. Agora as brasseries, como cafés, servem comida e bebida durante todo o dia.[308]
O caráter festivo da cidade é marcado desde 2002 pelas operações de Paris Plages, organizadas entre julho e agosto, e que consiste em transformar uma parte dos cais doSena em praias com cadeiras-de-praia e atividades diversas.[309] Também há a Nuit Blanche, que permite ao público assistir gratuitamente a diferentes expressões daarte contemporânea através da cidade durante a noite do primeiro sábado para o primeiro domingo de outubro.[310]
Paris acolhe ao longo de todo o ano várias festividades: ao fim de janeiro, as ruas do13º arrondissement se animam com as celebrações doano novo chinês; o cortejo tradicional doCarnaval de Paris desfila no mês de fevereiro; ao fim de fevereiro, ocorre o Salão Internacional da Agricultura;[311] em março, vê-se o Salão do Livro;[312] ao fim de abril ou início de maio, a Feira de Paris relembra as grandes multidões dos tempos medievais.[313]
O dia 14 de julho é a ocasião do tradicional desfile militar emChamps-Élysées e dos fogos-de-artifício lançados dos jardins do Trocadéro.[314]
Outubro é o mês doParis Motor Show nos anos pares, alternando com o mundial de duas-rodas nos anos ímpares. No mesmo mês, há a Feira Internacional de Arte Contemporânea (FIAC).[315] No segundo sábado de outubro, o bairroMontmartre se reata com seu passado vitícola na Festa da Colheita de Montmartre.[316] Uma das mais antigas manifestações de arte em Paris é a Bienal de Paris, fundada em 1959 porAndré Malraux.[317]
A etapa final das corridas de bicicleta mais famosas do mundo, oTour de France, sempre termina em Paris. Desde 1975, a corrida terminou nosChamps-Elysées.[322] Otênis é outro esporte popular em Paris e em toda a França; oAberto da França, realizado todos os anos na argila vermelha do Centro Nacional de Tênis deRoland Garros, é um dos quatro eventos deGrand Slam da turnê mundial de tênis profissional.[323]
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↑Prefeitura de Paris (ed.).«Dimensions». Consultado em 7 de abril de 2020. Arquivado dooriginal em 20 de outubro de 2005
↑Prefeitura de Paris (ed.).«Cimetière du Calvaire». Consultado em 7 de abril de 2020. Arquivado dooriginal em 30 de março de 2006
↑«Le siège du Conseil constitutionnel»(PDF). Conselho Constitucional da França. 24 de fevereiro de 2014. Consultado em 28 de fevereiro de 2020. Arquivado dooriginal(PDF) em 23 de março de 2014
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↑«Cópia arquivada»(PDF). Consultado em 4 de janeiro de 2010. Arquivado dooriginal(PDF) em 24 de junho de 2009
↑«UK Economic Outlook» (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2010. Arquivado dooriginal em 10 de junho de 2007 chiffres de 2005 (PriceWaterhouseCoopers) ; d'après cette étude, Tokyo, New York et Los Angeles distancent Chicago, Paris et Londres qui ont des PIB comparables ; toutefois, Londres dépasserait Chicago et Paris d'ici à 2020.
↑Voir par exemple les cercles sur une«carte de la CCIP»(PDF). www.ccip75.ccip.fr. p. 6. Arquivado dooriginal(PDF) em 12 de outubro de 2005 (page 6)
↑Voir la carte p. 6 de ce«document de la CCIP»(PDF). www.paris-iledefrance.cci.fr. Consultado em 7 de abril de 2020. Arquivado dooriginal(PDF) em 27 de setembro de 2007
↑«L'enseignement» (em francês). La Préfecture de la Région d'Île-de-France. Consultado em 9 de outubro de 2007. Arquivado dooriginal em 24 de agosto de 2007
↑«Trafic aéroportuaire 1986–2013». Direction générale de l'Aviation civile. pp. 15–17. Consultado em 27 de novembro de 2015. Arquivado dooriginal em 5 de abril de 2017
Blanchard, Pascal; Deroo, Eric; El Yazami, Driss; Fournié, Pierre; Manceron, Gilles (2003).Le Paris Arabe (em francês). [S.l.]: La Découverte.ISBN978-2-7071-3904-7