| Paraisópolis | |
|---|---|
| Bairro de São Paulo | |
| Área | 798,695m2[1] |
| Fundação | 1921 |
| Imigração predominante | Nordeste do Brasil |
| Habitantes | 58,527(Censo de 2022) |
| Distrito | Vila Andrade |
| Subprefeitura | Campo Limpo |
| Região Administrativa | Sul |
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Paraisópolis é umbairrofavelizado, pertencente ao distrito deVila Andrade, naZona Sul da cidade deSão Paulo.[2] É derivado do loteamento de Paraisópolis, e sua população, aferida noCenso de 2022, era de 58,527 habitantes.[3]
O bairro de Paraisópolis originou-se de um loteamento destinado à construção de residências para aclasse alta realizado em1921,[1] resultado da divisão da antigaFazenda do Morumbi em 2 200 lotes com quadras regulares de 10m x 50m e ruas de 10 metros de largura.[4] A partir dadécada de 1950 iniciou-se a ocupação dos terrenos, na época não habitados e de caráter semi rural, por famílias de baixa renda,[1] em sua maioriamigrantes nordestinos, atraídos pelo emprego naconstrução civil.[5]
Devido ao descaso público e a dificuldade da regularização dos terrenos,[1] em1970 já residiam irregularmente vinte mil habitantes,[5] e ao mesmo tempo novosbairros nobres e seus condomínios luxuosos eram criados ao redor das áreas de ocupação, que eram muitas vezes construídos utilizando a mão de obra dos próprios moradores de Paraisópolis.[6]
Houve uma tentativa de remoção da área de ocupação, por meio de uma obra rodoviária, elaborada na gestão dePaulo Maluf,[7] no início dadécada de 1980. Devido à construção de uma avenida que visava interligar aAvenida Giovanni Gronchi àMarginal Pinheiros, haveria a remoção de uma grande área de habitações de baixa renda, porém a obra foi suspensa, sendo retomada parcialmente em2012, tornando-se aAvenida Hebe Camargo.[6]
No início doséculo XXI Paraisópolis já era a segunda maior favela em solo paulistano e começaria a receber investimentos públicos. Em2005, foi iniciado um processo deurbanização e regularização dos imóveis construídos lá irregularmente, semelhante ao processo que aconteceu na antiga favela deHeliópolis. Há investimentos do poder público (municipal, estadual e federal) em mais de R$ 250 milhões de reais e da iniciativa privada, onde, de acordo com decreto assinado pelo prefeitoGilberto Kassab, donos de imóveis ocupados poderão doar seus antigos terrenos em troca de abatimento de eventuais dívidas com aprefeitura.[8]
Localizada em uma das regiões mais ricas da cidade paulistana, a favela limita-se com os luxuosos condomíniosJardim Vitória Régia,Paço dos Reis ePortal do Morumbi, sendo este último o primeiro condomínio vertical da região; o distrito doMorumbi e a favela doJardim Colombo.
Apresenta alta densidade populacional, mil habitantes porhectare. Dessa população somente 25% mora em residências abastecidas pela rede de esgoto, metade das ruas não são asfaltadas e 60% utiliza meios irregulares para obtenção de energia elétrica.[5]

Entre as ações de urbanização realizadas em Paraisópolis encontram-se: apavimentação das vias de tráfego; obras emergenciais de reparos da infraestrutura; regularização fundiária; canalização de córregos; abertura de novas ruas, parte invadida e novamente suprimida do arruamento oficial, adequação das calçadas, também invadidas e estreitadas irregularmente a seguir, construção de rede integral de água e esgoto, construção de escadarias hidráulicas, também em seguida invadidas parcialmente, construção daavenida perimetral Hebe Camargo, desocupação do leito doscórregos, em seguida re-ocupados, remoção de moradias emárea de risco, construção de novascalçadas esarjetas, construção de espaços de lazer e de um parque linear e construção de 2.500 unidades habitacionais em convênio com aCDHU.
A partir destas obras deurbanização a favela começou a receber investimentos privados, como na abertura da primeirafilial de uma loja dasCasas Bahia na região, ocorrida no dia12 de novembro de2008 com a presença do entãoprefeitoGilberto Kassab. Paraisópolis recebeu no dia13 de dezembro de2008 aescolaCEU Paraisópolis, que apresenta mais de 10 mil m² de área construída, num terreno de 25.400 m², com a capacidade para atender 2.800 alunos, eliminando o terceiro turno em três escolas municipais deEnsino Fundamental (EMEFs).[9]
Apesar dos investimentos em educação as piores escolas da cidade situam-se no bairro, segundo dados doÍndice de Desenvolvimento da Educação Básica divulgados em 2010.[10] Essa realidade contrasta com os colégios particulares presentes ao redor do bairro, exemplo da:Graded School, escola estadunidense e doColégio Visconde de Porto Seguro, e daETEC Abdias do Nascimento).

Em março de 2008 delegações internacionais deLagos (Nigéria),Ekurhuleni (África do Sul),Cairo (Egito),Manila (Filipinas),Bombaim (Índia),Rio de Janeiro (Brasil),La Paz (Bolívia),Chile,Île-de-France (França) eGana, visitaram diversasfavelas de São Paulo.[11] Paraisópolis foi um dos destaques, devido a suainfraestrutura, sendo muitoelogiada pelos urbanistas estrangeiros, os quais chegaram à conclusão de que a "favela" é "incomparável a qualquer outra no mundo" e não poderia assim ser classificada.[12] Bastante evidente que a análise foi apenas superficial, visto que o viário da região é caótico. Nos anos seguintes ganha maior repercussão internacional e recebe delegações de diversas localidades como: França[13],Anistia Internacional[14], pesquisadores das escolas de Arquitetura das universidadesestadunidensesColúmbia eHarvard[1] e até visitas de personalidades internacionais como orapperJa Rule[15]e deStefania Fernández, ganhadora doMiss Universo 2009.[16]
Apesar de haver uma convivência pacífica na região,[1] em fevereiro de 2009 houve uma série de confrontos entre moradores e autoridades públicas. Ocorreramassaltos a residências próximas às zonas de menor renda, atos devandalismo e troca de tiros, devido à presença doPCC na área.[17] Em dezembro de 2013, um incêndio em Paraisópolis deixou cerca de 250 famílias desabrigadas.[18]
Além de apresentar uma extensão do Corredor Parelheiros-Rio Bonito-Santo Amaro, o maior corredor de ônibus da cidade e sete linhas demicro-ônibus fazerem ponto final em suas ruas[1], está em projeto a chegada doMetrô de São Paulo, que passaria por dois pontos do bairro.[19] O metrô chegaria através daLinha 17-Ouro, ligando-se com os distritos de:Santo Amaro,Itaim Bibi,Campo Belo eJabaquara.[19]
Uma reportagem doUOL publicada em 24 de setembro de 2022 que analisou processos criminais relativos aoPCC revela que as principais decisões do Tribunal do Crime se concentram em Paraisópolis. Isso se dá pela forte presença de figuras de liderança doPCC na favela e a alta densidade populacional. OPCC também decretou a Lei do Silêncio, onde caso um morador fale sobre as decisões do Tribunal, pode ser executado.[20]
