Dotupipará (rio), +aíb (ruim) + o sufixo-a, formando o que na gramática do tupi é conhecido como umacomposição atributiva. O-a ao final é osufixo substantivador, e não faz parte do adjetivoaíb.
A raizetimológica de maior aceitação é a que considera as palavras delíngua tupipará (rio ou mar) +aíb (ruim) + osufixo substantivador-a, originando, desse modo, otopônimoParaíba, atribuído inicialmente ao principalrio da região, e que significa "rio ruim" (no sentido de ruim para navegar).[8]
Ogeógrafo e governador dacapitania da ParaíbaElias Herckmans confirma essa versão em sua obra «Descrição geral da Capitania da Paraíba», de 1639, dizendo que os mais entendidos da língua nativa se referiam à estreita boca do canal que dificultava ao invasor conquistar na primeira expedição e de cara visto que bastavam duas baterias de canhão em cada margem para abater os navios pretendentes, fora já um rochedo que havia e que aparece nos mapas antigos, mas foi dinamitado por razões portuárias nas últimas décadas do século XX. Depois, tal potamônimo passou a designar também acapitania, que se elevou à categoria deprovíncia em 1822, sendo, em seguida, transformada emestado em 1889.[9]
Antes dodescobrimento do Brasil, o território que hoje corresponde à Paraíba possuía inúmeras tribos indígenas. Entre o litoral e a região doPlanalto da Borborema, os principais grupos indígenas eram ospotiguaras, que habitavam em especial as margens do rio São Domingos, atualRio Paraíba. Entre as tribos que habitavam desde a região da Borborema até o sertão, estão os índioscariris e osariús.[10][11]
Em 1534, o rei de PortugalD. João III divide a colônia emcapitanias hereditárias, sendo a Paraíba subordinada àCapitania de Itamaracá, cujos limites iam desde o rio Guaju, próximo à divisa com o atual estado do Rio Grande do Norte, até o rio Goiana, localizado na divisa com Pernambuco. Porém, diferente da vizinhacapitania de Pernambuco, a situação de Itamaracá não era tranquila, devido ao comércio entre os indígenas locais e osfranceses, os quais adquiriam riquezas da terra, comopau-brasil,âmbar, peles de animais e óleos vegetais.[12][13][14]
Na capitania se fixaram alguns conventos e igrejas, bem como engenhos de açúcar. Um deles, o engenho Tracunhaém de propriedade deDiogo Dias, foi destruído no ano de 1574 por indígenaspotiguaras, que também mataram seus moradores e forçaram os colonos residentes a se fixarem naIlha de Itamaracá, ocasionando oataque ao engenho Tracunhaém. A repercussão por parte da corte emLisboa foi enorme e, para tranquilizar a situação, o rei criou aCapitania Real da Paraíba, subordinada diretamente à Coroa Portuguesa.[12][13] Esse acontecimento foi também o estopim daGuerra dos Potiguaras, que durou 25 anos.
Embora criada em 1574, a capitania da Paraíba só foi ocupada onze anos depois. Luís de Brito foi nomeado para ser o governador-geral da capitania recém-criada e recebeu do rei português a ordem de punir os responsáveis pelo ataque do engenho e fundar uma nova cidade para abrigar a sede do governo, dando origens a cinco expedições com o propósito de conquistar a capitania, sendo as quatro primeiras terminadas em fracasso. Para repelir os invasores franceses, foi construído em 1584 o forte de São Tiago, na margem direita dorio Paraíba.[12][13]
A quinta expedição foi comandada porMartim Leitão, ouvidor-geral deOlinda, contando também com a participação deFrutuoso Barbosa eJoão Tavares. À época, o litoral paraibano era habitado pelos índiospotiguaras, tendo como principais rivais ostabajaras, comandados porPiragibe e originários do médio São Francisco e que, devido asecas que assolavam a região, deslocaram-se para as proximidades do litoral da Paraíba. Os tabajaras se juntaram aos colonos portugueses e, oferecendo-lhes apoio militar, conseguiram expulsar os índios potiguaras, acontecendo assim a conquista da Paraíba e sendo fundada, em 5 de agosto de 1585, a cidade deNossa Senhora das Neves (atualJoão Pessoa).[12][13]
Em 10 de janeiro de 1586, tem-se registro a primeira sesmaria da Paraíba, que se localizava próximo à foz do rio homônimo. Na margem direita da foz desse rio, foi construído, no mesmo ano, aFortaleza de Santa Catarina, para efetivar assim a colonização da Paraíba e garantir o controle das terras.[12]
Em 1599, foi selada a paz entre os portugueses e potiguaras, fator que, junto com a conquista do Rio Grande do Norte, consolidou a conquista e colonização da Paraíba. O litoral e a Zona da Mata paraibano foram ocupados pela cultura canavieira. Essas áreas também foram ocupadas pela criação de gado, mas, devido à pouca demanda, o número de cabeças de gado na Paraíba se multiplicou.[14][15]
A primeira aparição dos holandeses em terras paraibanas aconteceu em 20 de junho de 1625.[16] Apósexpulsão dos holandeses deSalvador a 1.º de maio, no caminho de volta aAmsterdã, o almiranteBoudewijn Hendricksz desembarcou seus navios emBaía da Traição para tratar os enfermos[17] e enterrar 700 mortos.[16] Logo que chegou, Hendricksz tratou de fazer aliança com ospotiguares, prometendo-lhes proteção em troca de serviços contra os portugueses.[16] Tão cedo soube do aporte dos holandeses, o governador-geral paraibano,Antônio de Albuquerque, enviou tropas para expulsar os invasores. Comandados porFrancisco Coelho de Carvalho, com gente daCapitania da Paraíba e daCapitania de Pernambuco, e por Antônio de Albuquerque de Melo, com gente daCapitania do Rio Grande, totalizando sete companhias de emboscadas, e auxiliados por 300 índios, os portugueses repeliram os holandeses em 1.º de agosto.[18] Na batalha sangrenta, os índios potiguares aliados dos holandeses foram exterminados, na morte de 600 a milhares entre homens, mulheres e crianças.[16][18] Derrotado, Hendricksz partiu da Paraíba rumo aPorto Rico.
Frederiksstad, atualJoão Pessoa, em 1638, porFrans PostMapa da Paraíba e do Rio Grande do Norte, 1643
Em 5 de dezembro de 1632, 1,6 mil batavos chegaram à Paraíba, comandados por Callenfels. Ocorreu um verdadeiro tiroteio e os holandeses ergueram trincheiras em frente ao forte de Santa Catarina, mesmo assim foram derrotados, após a chegada de homens enviados pelo governador-geral à cidade de Nossa Senhora das Neves. Os brasileiros também tentaram construir uma trincheira em frente ao mesmo forte, mas logo enfrentaram resistência holandesa. Sem capacidade de vencer, os invasores se retiraram do local e fugiram para Pernambuco. Os invasores holandeses decidiram ir em direção ao Rio Grande do Norte e atacá-lo, contudo, tal ataque foi impedido. Os invasores voltaram para a Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, porém desistiram devido à construção de uma trincheira nesse forte, seguindo diretamente paraCabo de Santo Agostinho, em Pernambuco.[19][20]
Em 25 de novembro de 1634, ocorreu uma nova tentativa de ataque com a chegada de uma esquadra de 29 navios à costa paraibana e, no dia 4 de dezembro, os invasores chegaram ao norte do Jaguaribe, onde prenderam o governador (que conseguiu escapar mais tarde) e mais dois brasileiros. No dia seguinte, já em direção a Cabedelo, os batavos foram conseguindo se fortificar. Enquanto várias propriedades eram furtadas por Callabar, Antônio de Albuquerque Maranhão, filho deJerônimo de Albuquerque Maranhão (que conquistou o Maranhão no início do século XVII) enviou à Paraíba vários combatentes para repelir os holandeses, contando com ajudas de Pernambuco e Rio Grande do Norte. Mesmo com a chegada com conde Bagnuolo para tentar ajudar os paraibanos, estes já se encontravam muito enfraquecidos, razão pelo qual entregaram os fortes de Santa Catarina e Santo Antônio. O conde decidiu abandonar a Paraíba e fugiu para Pernambuco.[19]
As tropas comandadas por Antônio de Albuquerque, contando com apoio da população local, tentaram fundar o Arraial do Engenho Velho. Os holandeses se dirigiram então à cidade de Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em busca de Antônio de Albuquerque, que não foi localizado, e encontraram a cidade praticamente abandonada e vazia. Somente algum tempo depois, o comandante e líder das tropas holandesas encontrou Duarte Gomes, que foi preso por Antônio de Albuquerque e mandado em direção ao Arraial do Bom Jesus, sendo posteriormente libertado pelos invasores. A população local ainda possuía o desejo de expulsar todos os holandeses de suas terras. Em duas tentativas, ambas sob a liderança deAndré Vidal de Negreiros, os paraibanos conseguiram, primeiramente, vencer os invasores, no engenho do Espírito Santo e, em outra tentativa, novos homens foram contratados e treinados para poder repelir os holandeses. Em Timbiri, os paraibanos se reuniram e caminharam em direção ao engenho de Santo André, local em que foram atacados pelas tropas de Paulo Linge. Depois de vários combates e lutas, mais de oitenta paraibanos foram dizimados, incluindo o capitão Francisco Leitão.[19]
Após o contexto das invasões holandesas, a economia canavieira se viu arrasada. As plantações decana-de-açúcar no litoral foram incendiadas, fazendo com que a produção doaçúcar diminuísse consideravelmente. Nos dez anos seguintes, os governantes da Paraíba não conseguiram recuperar a economia canavieira. Até 1670, a ocupação do espaço paraibano se restringia apenas ao litoral. A partir de então deu-se início à ocupação do interior, em duas direções: uma do litoral ao sertão, comandada pela família Oliveira Ledo, responsável pela fundação de vários povoados, hoje municípios; outra, mais importante, partia do sertão do São Francisco, na Bahia, e prosseguiu na direção norte, chegando ao interior paraibano.[21]
A brutalidade da conquista, a escravização e os massacres de indígenas na colonização do interior da Paraíba resultaram na chamadaGuerra dos Bárbaros, que perdurou por vários anos, entre os colonos e os principais grupos indígenas que habitavam a região, como oscaicós, osicós, osjanduís esucurus.[14][21][22]
A conquista do interior também foi realizada por meio das missões de catequese, que objetivavam, principalmente, a catequização dos índios. Entre os principais missionários, um dos mais importantes é o sacerdote Martim Nantes, fundador da vila dePilar.[23] Outros nomes que também tiveram importância no projeto de conquista e colonização do interior foram o Luís Soares e Elias Herckmans, este último que, juntamente com Manuel Rodrigues, estabeleceu-se na região em busca de minas de ouro, principalmente na Serra da Borborema, além de Francisco Dias D’Ávila, fundador daCasa da Torre.[24]
Em 1º de janeiro de 1756, a capitania da Paraíba foi extinta e anexada a Pernambuco, tornando-se novamente independente em 11 de janeiro de 1799.[25] Em 1818, a porção norte do território paraibano foi desmembrada, através de Carta Régia, e formou o território que viria a ser o atual estado do Rio Grande do Norte.[26]
Ao longo de sua história, a Paraíba participou de várias revoltas. No período colonial, destaca-se aRevolução Pernambucana de 1817, que surgiu baseada naindependência dos Estados Unidos e nos ideais daRevolução Francesa, visando tornar o Brasil um país independente. De Pernambuco, a revolução se espalhou por todo o Nordeste. Na Paraíba, o movimento entrou porItabaiana e seguiu em direção aAreia, estendendo-se por diversas outras localidades do agreste, sertão e litoral. ParticiparamAmaro Gomes Coutinho,Francisco José da Silveira,José Peregrino,Padre Antônio Pereira,Inácio de Albuquerque Maranhão, entre outros revoltosos. O desfecho do movimento não obteve êxito, contudo a luta pela independência prosseguiu. Os cinco anos seguintes (1818–1822) foram marcados por acirramentos entre duas facções rivais, oscajás, revolucionários, também chamados de patriotas, e oscarambolas (realistas), contrarrevolucionários.[27]
Em 1822, com aindependência do Brasil a Paraíba tornou-se umaprovíncia doImpério do Brasil eD. Pedro I é aclamadoimperador do país. Dois anos depois, a Paraíba se envolve naConfederação do Equador, que iniciou em Pernambuco e representou a principal reação contra a tendênciamonarquista e a política centralizadora de D. Pedro I esboçada naprimeira constituição brasileira, outorgada em março de 1824. Seu principal líder foi o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, apelidado deFrei Caneca, que de Recife se deslocou a Itabaiana e se juntou ao areiense Félix Antônio. De lá, percorreram partes da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, em defesa dos seus ideais federalistas e nacionalistas. Do Ceará, foram mandados para Recife para serem fuzilados, mas apenas Frei Caneca acabou morto pelas tropas imperiais, enquanto Félix Antônio conseguiu fugir.[27]
Entre o final de 1848 e 1849, ocorreu, sem sucesso, aRevolta Praieira, cujo palco foi novamente Pernambuco. Durou cerca de cinco meses, tendo seus ideais inspirados pelasrevoluções ocorridas em 1848 na Europa. A Revolta Praieira chegou à Paraíba em fevereiro de 1849, liderada por Maximiano Machado e Borges da Fonseca, e reivindicava várias reformas sociais e econômicas, como a divisão latifundiária, a instalação de um regime democrático e aliberdade de imprensa.[27] Três anos depois, em 1851, a Paraíba, juntamente com suas províncias vizinhas, envolveu-se em mais uma revolta, intituladaRonco da Abelha, que objetivava controlar os trabalhadores livres, na época da diminuição do tráfico de escravos. Entre os meses de outubro e dezembro de 1874, participou daRevolta do Quebra-Quilos, ocorrida após a substituição do sistema de pesos e medida vigente no país; a revolta na Paraíba teve como principal palco localidades do agreste sido caracterizada por diversos atos de violência, ao mesmo tempo, em que era desencadeada aquestão religiosa. A Paraíba participou ainda daGuerra do Paraguai, com um efetivo de três mil homens.[28]
Em 1860, a Paraíba tinha uma população de aproximadamente 212 mil habitantes e sofria com sérios problemas desaúde pública eepidemias de doenças, comocólera efebre amarela, sendo uma das principais causas o precárioabastecimento de água. Em 1877, a província foi atingida por umagrande seca, a mais grave da história, acentuando apobreza e provocando consequentemente uma migração populacional do interior para o litoral.[28]
Em novembro de 1889, após a queda do regime monárquico e a consequenteinstituição da república no Brasil, a Paraíba, assim como as outras províncias, transformou-se em estado da federação.Venâncio Neiva foi o primeiro presidente (hoje governador) do estado, entre 1889 e 1891, quando foi deposto, assumindo em seu lugar umtriunvirato.[14][29][30] Em 1892, foi nomeado pelo Presidente da RepúblicaFloriano Peixoto para o cargo de Presidente do Estado da ParaíbaÁlvaro Machado e, nos vinte anos seguintes, este foi o principal nome da política paraibana, sendo o estado governado pelo próprio Álvaro ou por aliados, período em que se construíram açudes no interior do estado, abriu-se o curtume a vapor em Itabaiana e a chegada da linha telegráfica atéAlagoa Grande e Campina Grande. A oligarquia ligada a Álvaro Machado teve fim em 1912, com a morte de Machado.[14]
Entre os dias 5 e 12 de fevereiro de 1926, durante o governo do epitacistaJoão Suassuna (1924-28), aColuna Prestes, comandada porLuís Carlos Prestes,Miguel Costa eJuarez Távora, adentrou o território da Paraíba, percorrendo cidades do sertão, dentre elasPiancó onde, no dia 9 de fevereiro, o grupo enfrentou resistência da população, sob a liderança do padre Aristides Ferreira da Cruz, chefe político local e morto durante os confrontos, tornando-se um dosMártires de Piancó.[14][35][36] Nessa mesma época, o estado também teve destaque nocangaço, tendoAntônio Silvino, Chico Pereira eVirgulino Ferreira da Silva (oLampião) como líderes de bandos que atuaram em Piancó e nas localidades deCajazeiras,Guarabira eSousa.[37]
Em 26 de julho de 1930, em uma confeitaria deRecife, João Pessoa foi assassinado porJoão Duarte Dantas, assumindo, em seu lugarÁlvaro Pereira de Carvalho. A morte de João Pessoa, um dos estopins daRevolução de 1930, gerou grande comoção nacional[31][40][41][42] e provocou o enfraquecimento do movimento armado no Território de Princesa, que voltou a fazer parte da Paraíba em 11 de agosto de 1930,[38] quatro dias após o corpo do ex-presidente João Pessoa ser sepultado na cidade doRio de Janeiro. Em 4 de setembro seguinte, a capital estadual passou a se chamar João Pessoa e, três semanas depois, é adotada a atualbandeira da Paraíba.[43][44]
A partir da década de 1960, os incentivos fiscais daSudene geraram uma incipiente industrialização na Paraíba e obras de infraestrutura foram feitas. Na década de 1970, a energia vinda daUsina Hidrelétrica de Paulo Afonso espalhou-se pela Paraíba.[15][46] Com a eclosãogolpe militar de 1964, que resultou na instauração de umaditadura militar, o governador Pedro Gondim teve seu mandato cassado e direitos políticos suspensos por dez anos,[47] assumindo no lugarJoão Agripino Filho (1966-1971), que foi sucedido porErnâni Sátiro (1971-1975),Ivan Bichara (1975-1979) eTarcísio Burity (1979-1983), todos eleitos indiretamente, sendo os dois primeiros pela Assembleia Legislativa e o último através de um colégio eleitoral, sucedido pelo vice-governadorClóvis Cavalcanti em 1982 e 1983, ano em que ocorreu a eleição deWilson Braga, de forma direta.[48]
Mausoléu de João Pessoa, onde estão restos mortais do ex-presidente da Paraíba desde 1997
Burity voltou ao governo da Paraíba entre 1987 e 1991, sendo sucedido porRonaldo Cunha Lima.[48] Seu vice,Cícero Lucena, assumiu em 1994 com a renúncia do titular para se candidatar aoSenado.[49] Nas eleições daquele ano, foi eleito o candidatoAntônio Mariz, empossado em janeiro de 1995. No entanto, seu governo durou por pouco mais de oito meses, pois morreu no exercício do seu mandato, vítima de umaparada cardiorrespiratória, assumindo em seu lugar o viceJosé Maranhão.[50][51] Em 1997, o corpo do ex-presidente João Pessoa é transferido do Rio de Janeiro para a capital paraibana, sendo sepultado em ummausoléu construído pelo governo estadual entre oPalácio da Redenção e a Faculdade de Direito da Paraíba.[52] Maranhão foi reeleito em 1999 com votação bastante expressiva, superior a 80%, e governou até 2002, quando saiu para se candidatar ao Senado, obtendo êxito.[53] Seu vice de chapa,Roberto Paulino, concluiu o mandato, sem conseguir se reeleger.[54]
Cássio Cunha Lima, filho de Ronaldo Cunha Lima, foi empossado em 2003 e reeleito em 2006 para um segundo mandato[55][56] que, no entanto, foi interrompido em 2009, após ter sua cassação confirmada em definitivo peloTribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, o segundo colocado nas eleições de 2006, José Maranhão, foi reconduzido ao governo da Paraíba.[57] Em 2010, o ex-prefeito de João PessoaRicardo Coutinho vence Maranhão e se torna governador do estado em 2011, reelegendo-se em 2014 em segundo turno, contra o ex-governador Cássio Cunha Lima.[58] Entre 2012 e 2017, a Paraíba enfrentaria a maior seca de sua história recente, que colocou mais de 90% dos municípios paraibanos em situação de emergência e provocou impactos tanto naagropecuária quanto noabastecimento de água,[59] levando algumas cidades ao colapso hídrico.[60] Em 2017, após anos em obras, o eixo leste datransposição do Rio São Francisco chega à Paraíba, pelo município deMonteiro.[61] Em 2018,João Azevêdo é eleito em primeiro turno,[62] obtendo sua reeleição no segundo turno das eleições estaduais de 2022.[63]
Banhada a leste peloOceano Atlântico, o estado da Paraíba está localizado a leste daRegião Nordeste, fazendo divisa com três estados da região:Rio Grande do Norte (norte),Pernambuco (sul) eCeará (a oeste).[64] A distância linear entre seus pontos extremos é de 263 quilômetros no sentido norte-sul e de 443 quilômetros no sentido leste-oeste.[65] O ponto mais a leste da Paraíba, aPonta do Seixas, em João Pessoa, é também o ponto mais oriental do Brasil e daAmérica.[64] Sua área territorial é de 56 467,242 km²,[1] sendo um dos menores estados do país.
Do território paraibano, 82% está entre 200 e 900 m de altitude e 18% abaixo de 200 m.[14] Orelevo da Paraíba varia desde planícies no litoral a depressões no sertão. No litoral há aplanície litorânea e, no restante da zona da mata, os tabuleiros, formados a partir de acúmulos de terras que descem de localidades mais altas. No agreste, o relevo é formado por depressões situadas entre os tabuleiros e oPlanalto da Borborema, com altitudes entre trezentos e oitocentos metros. Por último, no sertão, há aDepressão Sertaneja, a partir da Serra da Viração.[65]
Mais da metade do território paraibano é dominado por rochas muito antigas e resistentes formadas durante o períodoPré-Cambriano, há mais de 2,5 bilhões de anos.[66] Desse período também se formaram alguns sítios arqueológicos do estado, como aPedra do Ingá. NaSerra do Teixeira está localizado oPico do Jabre, o ponto culminante da Paraíba com uma altitude de 1 208 metros acima donível do mar.[67] Outros pontos acima dos 1 000 m são as serras da Paula (1 147 m), Tabaquino (1 120 m), Pesa (1 084 m) e Cariris Velho (1 070 m).[65]
Existem dezesseis classes desolo na Paraíba, sendo as principais os solos litólicos e os bruno não cálcicos, que constituem 39,11% e 25,95% da superfície estadual, respectivamente, seguido pelos solos podzólicos vermelho amarelo eutróficos (14,36%).[68] Na nova classificaçãoos solos litólicos são chamados deneossolos e os demais osluvissolos.[69] As demais classes são:regossolo (4,77%), solonetz solodizado (3,98%),vertissolo (3,39%), solos aluviais (3,38%), areia quatzosa (1,17%),planossolo (0,86%);cambissolo (0,84%),latossolo (0,6%),terra roxa estruturada (0,54%),podzol hidromórfico (0,49%), solo indiscriminado de mangue (0,26%),afloramento de rocha (0,26%) egleissolo (0,04%).[68]
No Brasil, a Paraíba encontra-se inserida naregião hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental.[70] Em se tratando apenas das bacias hidrográficas do estado, a Paraíba é abrangida por um conjunto de onze bacias, sendo a maior de todas a dorio Piranhas, que cobre 26 047,99 km² de área e é formada pelas sub-bacias hidrográficas dorio Piancó (9 424,75 km²), do Médio Piranhas (4 461,48 km²), dorio Seridó (3 442,36 km²), dorio do Peixe (3 420,84 km²), dorio Espinharas (2 981,60 km²) e do Alto Piranhas (2 588,45 km²). A segunda maior bacia é a do Rio Paraíba, com uma área de 20 071,83 km² e formada pelas sub-bacias do Alto Paraíba (6 717,39 km²), doRio Taperoá (5 666,38 km²), do Baixo Paraíba (3 925,40 km²) e do Médio Paraíba (3 760,65 km²). As demais bacias hidrográficas da Paraíba são as dos riosMamanguape (3 522,69 km²),Curimataú (3 313,58 km²),Jacu (977,31 km²),Camaratuba (637,16 km²),Gramame (589,38 km²),Abiaí (585,51 km²),Miriri (436,19 km²),Guaju (152,62 km²) eTrairi (16,08 km²).[65]
Píer do Açude São Gonçalo emSousa, que possui capacidade para represar 40 582 277 m³ de água[71]
Alguns rios da Paraíba nascem em serras do Planalto da Borborema e deságuam no litoral, dentre os quais os riosCurimataú eMamanguape eParaíba, este último o principal deles, cuja nascente está naSerra de Jabitacá, no município de Monteiro, e sua foz no mar, logo após oPorto de Cabedelo. Outros têm sua nascente no sertão, como os rios do Peixe, Piancó e Espinharas, todos afluentes dorio Piranhas, o mais importante do sertão paraibano, tendo sua nascente naSerra do Bongá, próximo à divisa entre Paraíba e Ceará, e sua foz emMacau, no litoral do Rio Grande do Norte.[66]
Com quase 98% do seu território está incluído noPolígono das Secas,[72][73] a maior parte da Paraíba apresentaclima semiárido, comíndices pluviométricos variando de 300 mm nas regiões do Cariri/Curimataú (região central) a 900 mm no oeste do estado, chegando a ultrapassar esse valor em pequenas áreas. Aschuvas se concentram meses do primeiro semestre, com pico em março e abril, sendo que, em alguns anos, há uma redução nos volumes pluviométricos, caracterizando assecas.[74]
Por outro lado, nolitoral e noagreste, a época mais chuvosa compreende os meses de abril a julho, com índices que superam 1 200 mm/ano no litoral, chegando a 1 800 mm/ano em algumas áreas. Noagreste, área de transição entre o litoral e o sertão, esse índice é superior aos 700 mm, chegando a 1 200 mm na região do brejo.[74] Em todo o estado, o trimestre de outubro a dezembro é o mais quente e mais seco do ano, enquanto o trimestre de junho a agosto é o mais frio.[74] Nessa época, é comum que cidades das regiões do Cariri e do Agreste (incluindo o Brejo), situadas noPlanalto da Borborema, cheguem a registrar temperaturas abaixo de 20 °C ou até mesmo 15 °C ou menos.[75]
Ainda segundo o mesmo censo, 68,96% da população paraibana acima do dez anos eramcatólicos, 20,77%evangélicos, 0,64%espíritas e 0,3%umbandistas ecandomblecistas. Outros 6,15%não tinham religião, 0,05% seguiam tradições indígenas, 0,06% não declararam, 0,02% não sabiam sua preferência religiosa e 3,03% seguiam outras religiosidades.[88]
Conforme dados do censo de 2022, 55,55% da população paraibana autodeclarou-separda, 39,49%branca, 9,17%preta, 0,28%indígena e 0,16%amarela.[93]
Baía da Traição, no litoral norte, um dos dez municípios com maior percentual de indígenas do Brasil[94]
Tal como os brasileiros, a origem dos paraibanos está ligada àmiscigenação entre brancos (vindos da Europa), os indígenas locais e os negros (vindos da África). Isso contribuiu para que a população paraibana fosse considerada comomestiça. Os pardos constituem a maioria da população do estado e, entre eles, os principais são oscaboclos, que predominam no interior e no litoral norte, enquanto nas regiões do agreste e do Cariri predominam os mulatos.[95] A identidade mestiça foi reconhecida como um grupo étnico-racial-cultural pela lei estadual n.º 8.374, de 9 de novembro de 2007, que também instituiu oDia do Mestiço na Paraíba, comemorado desde então no dia 27 de junho.[96] Existem também pequenas populações decafuzos dentro do estado.[95]
Os descendentes de europeus ocupam em especial os maiores centros urbanos, bem como as regiões do brejo e alto sertão. Ao contrário do que ocorreu em Pernambuco, na Bahia e no Maranhão, a Paraíba teve pouco destaque nacultura da cana-de-açúcar, o que fez com que pouca oferta da mão de obra africana viesse ao local.[95] Restam, contudo, algumas poucas comunidades dequilombos espalhadas por várias partes do estado.[97][98]
Na região litorânea, os índiospotiguaras, que já chegaram a ocupar grande parte da costa litorânea do Nordeste, desde o Maranhão até Pernambuco, ocupam uma área de apenas 33 mil hectares de terra nos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto.[99][100] Os índiostabajaras, que outrora foram milhares, restam pouco menos de mil deles, distribuídos pela microrregiões deJoão Pessoa e doLitoral Sul.[101][102]
De acordo com dados do "Mapa da Violência 2012", publicado pelo Instituto Sangari e peloMinistério da Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes subiu de 10,8 em 1980 para 33,8 em 2009 (ficando acima da média nacional, que era de 27,0). No mesmo período, a quantidade de homicídios passou de 519 para 1 269. Em geral, a Paraíba chegou a subir 14 posições no ranking nacional dos estados e Distrito Federal por taxa de homicídios, passando da 20ª posição em 2000 para a sexta em 2010.[103] Contudo, segundo o "Atlas da Violência" de 2025, divulgado peloInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a taxa de homicídios caiu para 26,5 em 2023,[104] o que representou uma queda de 33,9% em relação a 2013, quando era de 40,1.[105]
Conforme o "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008", também publicado pelo Instituto Sangari, os municípios paraibanos que apresentavam as maiores taxas de homicídios por grupo de 100 mil habitantes eram João Pessoa (46,7), Conde (40,5), Campina Grande (36,2),São Mamede (33,4) eSão Sebastião do Umbuzeiro (33,4).[106] Já segundo o "Anuário Brasileiro de Segurança Pública" de 2022, as maiores taxas de homicídios neste ano eram de Santa Rita (56) e Patos (47,5), que também figuravam entre as 50 cidades mais violentas do Brasil.[107]
A Paraíba é um estado autônomo da Federação, sendo governado por três poderes, independentes e harmônicos entre si: oexecutivo, olegislativo ejudiciário.[109] A atual constituição estadual foi promulgada no dia 5 de outubro de 1989, acrescida das alterações resultantes de posterioresemendas constitucionais. São símbolos oficiais do estado abandeira, obrasão e ohino.[109]
OTribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), composto por 21 desembargadores, é a instância máxima dojudiciário estadual.[109] Representações deste poder estão espalhadas por todo o estado por meio de unidades chamadas decomarcas, que abrangem ou mais municípios.[111][112] De acordo com oTribunal Superior Eleitoral (TSE), a Paraíba possui mais de três milhões de eleitores, distribuídos em 68 zonas eleitorais.[113][114]
A Paraíba é anona unidade da federação em número de municípios, com 223, e a terceira do Nordeste (atrás apenas daBahia e doPiauí).[115] João Pessoa, a capital, é o município mais antigo, fundado em 1585 por carta régia.Matureia, na região da serra de Teixeira, eSanta Cecília, no agreste, são os mais recentes, ambos emancipados em 14 de dezembro de 1995 através de lei estadual.[116]
Exportações da Paraíba (2012)[123]Patos, maior centro econômico do sertão da Paraíba e a quinta maior economia do estado[124]
A economia da Paraíba é adécima nona mais rica do país e a sexta da região Nordeste (ficando atrás de Bahia, de Pernambuco, do Ceará, do Maranhão e do Rio Grande do Norte, e à frente de Alagoas, Sergipe e Piauí). De acordo com dados relativos a 2014, o Produto Interno Bruto da Paraíba era de R$ 155 143 milhões e o PIBper capita de R$ 16 722,05.[125] As maiores economias da Paraíba são João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita e Patos.[126]
No final do século XVI, quando começou a ocupação do território paraibano, a economia da Paraíba era centralizada nosetor primário (agropecuária), principalmente no cultivo decana-de-açúcar.[127] Em 2011, os municípios que possuíam o maior produto interno bruto agropecuário do estado eram, em ordem decrescente,Pedras de Fogo, Santa Rita,Itapororoca eAraçagi.[124]
Os principais centros industriais são da Paraíba estão na Região Metropolitana de João Pessoa, onde se encontram principalmente as indústriasalimentícia, de cimento, de construção civil e atêxtil; em Campina Grande, onde se destacam novamente as indústrias de alimentos, como também as debebidas,calçados, frutas industrializadas e, mais recentemente, desoftware; no sertão, Cajazeiras, Patos,São Bento e Sousa, com destaque para as indústrias de confecções e a têxtil.[128][129] Os maiores PIBs do setor secundário são João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Cabedelo eCaaporã.[124]
Nocomércio, o valor de vendas em todo o estado chegou a 4,8 bilhões de reais em 2012, enquanto todo o setor terciário contribuiu com mais de 25 bilhões no mesmo ano.[130] O estado é o quinto maior em exportação no Nordeste, destacando-se na exportação de bens de consumo, bens intermediários e de capital. Açúcar, álcool etílico, calçados,granito, roupas,sisal e tecidos são os principais produtos exportados da Paraíba para o exterior, destinados principalmente paraAustrália,Argentina,Estados Unidos,Rússia eUnião Europeia.[131]
Outra importante fonte de renda econômica na Paraíba é o turismo. Eleito melhor destino nacional do ano em 2013, cerca de um milhão de turistas que visitam o estado todos os anos.[132]
Litoral
Com 55 praias,[133] o litoral paraibano possui aproximadamente 154 quilômetros de extensão, estendendo-se desdeMataraca, na divisa com o estado do Rio Grande do Norte, atéPitimbu, na divisa com Pernambuco.[65]
No litoral norte está Cabedelo, vizinho a João Pessoa e uma das cidades mais portuárias do país. Na cidade situam-se a Fortaleza de Santa Catarina e apraia fluvial do Jacaré, no estuário do Rio Paraíba, que dispõe de umpôr do sol ao som dobolero de Ravel tocado diariamente por Jurandy do Sax; as praias de Camboinha,Intermares e do Poço onde, na primeira, está situada a ilha de Areia Vermelha. Outros destinos do litoral norte sãoBaía da Traição, município que possui praias e redutos indígenas com aldeias, eLucena, onde se situa aIgreja de Nossa Senhora da Guia.[137][138]
No litoral sul, estão as praiasdo Amor, de Carapibus, de Graú, de Jacumã, de Pitimbu e Tabatinga eTambaba, esta a mais famosa, cercada porfalésias e matas densas, no município deConde. É a primeira praia denaturismo da Região Nordeste e a segunda do Brasil, atraindo milhares de visitantes anualmente.[137][138] As areias coloridas dePitimbu são outro destaque do litoral sul.[139]
Campina Grande, no agreste, é o principal destino turístico do interior, abrigando, junto com João Pessoa, os principais eventos realizados na Paraíba, comoO Maior São João do Mundo, o festival de Inverno, o Encontro da Nova Consciência, além de contar com hotéis e diversos outros atrativos.[140][141]
No município deIngá, vizinho de Campina Grande, encontra-se o sítio arqueológico mais visitado do estado, aPedra do Ingá, um dos monumentos pictográficos mais estudados no mundo, onde estão gravadas dezenas de inscrições rupestres em baixo-relevo, com mensagens que até hoje ainda não decifradas. Embora ainda fazendo parte do desconhecido, os achados da Pedra do Ingá estão já há bastante tempo catalogados por notáveis arqueólogos como um dos mais importantes documentos líticos, motivando permanentes e incessantes pesquisas, que buscam informações mais nítidas sobre a vida e os costumes de civilizações passadas.[142]
No campo do serviço telefônico móvel, por telefone celular, a Paraíba faz parte da "área 10" daAgência Nacional de Telecomunicações (que compreende, além da Paraíba, os estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas)[155] e é servido por quatro operadoras telefônicas: dados de fevereiro de 2013 apontavam aOi com a maior participação neste mercado no estado (33,04%), seguida pelaTIM (32,24%),Claro (25,91%) eVivo (8,81%).[156] O código dediscagem direta a distância de todos os municípios do estado é 083.[157] Em 2010 63,73% dos domicílios tinham somentetelefone celular, 15,37% telefone celular e fixo e 1,92% apenas telefone fixo.[158]
Alguns dos principais jornais da Paraíba são:Diário do Sertão (Cajazeiras);Jornal da Paraíba eRede Campina (Campina Grande);Alternativa Nordeste,Click PB,Correio da Paraíba eFolha da Paraíba (João Pessoa) eNotícias do Cariri (Monteiro), além de vários outros, comoParaíba Online,Paraibeabá,Virgulino eVitrine do Cariri;[159] havia também os jornaisDiário da Borborema (Campina Grande) eO Norte (João Pessoa), que saíram de circulação em 2012.[160] Dentre as emissoras detelevisão estão: em João Pessoa, aTV Arapuan (afiliada daRedeTV!),[161]TV Cabo Branco (afiliada daGlobo),[162]TV Tambaú (afiliada doSBT) e aTV Miramar (afiliada à TV Cultura);[163] no interior, aTV Borborema (afiliada do SBT)[164] e aTV Itararé (afiliada da TV Cultura),[165] e aTV Paraíba (afiliada da Globo);[162] todas em Campina Grande.
Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, emSanta Rita
Em 2009, existiam, no estado, 2 622 estabelecimentos hospitalares, com 8 149 leitos. Dos estabelecimentos hospitalares, 1 825 eram públicos, sendo 1 762 de caráter municipal, 57 de caráter estadual e apenas seis de caráter federal. 797 estabelecimentos eram privados, sendo 734 com fins lucrativos e 63 sem fins lucrativos. 79 unidades de saúde eram especializadas, com internação total, e 2 145 unidades eram providas de atendimento ambulatorial.[166]
De acordo com uma pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em 2008, 72,5% da população paraibana avaliou sua saúde como boa ou muito boa, 65,2% afirmaram ter realizado consulta médica nos últimos doze meses anteriores à data da entrevista, 41,3% dos habitantes consultaram o dentista no mesmo período e 7,2% da população esteve internado em leito hospitalar. 29,5% dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e apenas 12,2% dos residentes tinham cobertura de plano de saúde. No mesmo ano, 83,7% dos domicílios particulares permanentes estavam cadastrados no programaUnidade de Saúde Familiar.[167]
De acordo com a mesma pesquisa, na questão de saúde feminina, 24,4% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze meses, 27,8% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram exame de mamografia nos últimos dois anos e 65,3% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos.[167]
A cidade deCajazeiras, no extremo oeste do estado, é apelidada de "a terra que ensinou a Paraíba a ler", tendo sido fundada nos alicerces de um estabelecimento de ensino.[168]
Em 2015, a Paraíba dispunha de 5 724 escolas deensino pré-escolar, 4 632 estabelecimentos deensino fundamental e 558 deensino médio, com um total de 808 693 matrículas. Nesses estabelecimentos de ensino existiam 34 907 docentes de ensino fundamental, 10 839 de ensino médio e 5 724 do pré-escolar.[169]
Na lista de estados brasileiros por IDH, com dados de 2010, o fator "educação" atingiu a marca de 0,555 de índice, segundo oPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ficando, em todo o país, à frente apenas do Maranhão (0,547), doPará (0,528) e de Alagoas (0,520).[170] Tratando sobre o analfabetismo, alista de estados brasileiros por taxa de alfabetismo (mais o Distrito Federal) mostra a Paraíba com a terceira maior taxa, com 20,2% de sua população considerada analfabeta, mais que o dobro da média nacional (9,02%), de acordo com o censo de 2010.[171] OÍndice de Desenvolvimento da Educação Básica do estado, em 2015, foi de 4,9 para os anos iniciais (1ª à 4ª série), 3,8 para os anos finais (5ª à 8ª série) e 3,4 para a terceira série do ensino médio.[172]
Câmpus da Universidade Federal de Campina Grande em Pombal.
Ainda em 2010, a Paraíba possuía uma expectativa de anos de estudos de 9,24 anos, valor inferior à média nacional (9,54 anos). O percentual de crianças de cinco a seis anos na escola era de 94,13% e de onze a treze anos cursando o fundamental de 81,67%. Entre os jovens, a proporção na faixa de quinze a dezessete anos com fundamental completo era de 44,85% e de 18 a 20 anos com ensino médio completo de 32,88%. Considerando-se apenas a população com idade maior ou igual a 25 anos, 37,67% tinham ensino fundamental completo, 27,42%analfabetos, 26,98% ensino médio completo e 8,02%superior completo.[173] Em 2015, a distorção idade-série entre alunos do ensino fundamental, ou seja, com idade superior à recomendada, era de 19,2% para os anos iniciais, 36,5% nos anos finais, sendo essa defasagem no ensino médio de 32,8%.[174]
Notransporte rodoviário, a Paraíba é cortada por sete rodovias federais, das quais três têm início no litoral do Rio Grande do Norte, passando pela Paraíba e se estendendo até outros estados:BR-101,[191]BR-104,[192] eBR-110.[193] Outras três têm início em solo paraibano: aBR-230 (Rodovia Transamazônica), que parte de Cabedelo e se estende até a fronteira do Brasil com oPeru, noAmazonas;[194] aBR-412, a única rodovia federal localizada inteiramente em território paraibano, começando no distrito de Farinha, município de Boa Vista, e terminando em Monteiro, onde se encontra com a BR-110;[195] e aBR-427, ligando em Pombal, no sertão, aCurrais Novos (Rio Grande do Norte), onde se encontra com aBR-226.[196] Um pequeno trecho daBR-116, com aproximadamente quatorze quilômetros de extensão, também corta o estado da Paraíba, passando somente pelo município de Cachoeira dos Índios, extremo oeste do estado.[197]Há diversas outras rodovias estaduais,[198] que, junto com as rodovias federais, somam 5 030 quilômetros de extensão (dos quais 1 400 sob jurisdição federal),[199] sendo 2 140 km pavimentados, 1 468 km implantados, 1 372 km em leito natural e 50 km planejados.[200]
Notransporte ferroviário, a Paraíba possui 660 quilômetros de ferrovias,[201] a maior parte desativada e em péssimas condições.[202] Anteriormente, a Paraíba era servida por duas importantes ferrovias: a primeira, operada pelaRede Ferroviária do Nordeste, tinha início emNatal, capital do Rio Grande do Norte e chegava até a Paraíba, possuindo um ramal em direção a Cabedelo e outro em Campina Grande com destino a Patos e, posteriormente a Sousa; a segunda era operada pelaRede de Viação Cearense, e partia de Fortaleza, capital do Ceará, e, na Paraíba, chegava até Sousa, onde se encontrava com o trecho da Rede Ferroviária do Nordeste.[203][204] Nos dias atuais, está ativo apenas o ramal que faz a ligação entre Santa Rita, João Pessoa e Cabedelo, servindo aos trens metropolitanos doSistema de Trens Urbanos de João Pessoa, administrado pelaCompanhia Brasileira de Trens Urbanos.[205]
Quanto aotransporte marítimo, que é um dos vetores fundamentais da economia do estado, a Paraíba possui oPorto de Cabedelo, que está localizado vizinho à Fortaleza de Santa Catarina, na margem direita do estuário doRio Paraíba[206] e foi construído na primeira metade do século XX, sendo inaugurado em 1935 e com a sua administração exercida pelo governo da Paraíba até 1978, quando passou a ser administrado pela Empresa de Portos do Brasil S.A., extinta em 1990, ano em que o porto teve sua administração exercida pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte e, desde 1998, pela Companhia Docas da Paraíba.[207] Há também o Porto de Capim, de pequeno porte, localizado em João Pessoa, à beira do rio Sanhauá e permaneceu ativo até a inauguração do porto de Cabedelo.[208]
APolícia Militar da Paraíba foi criada durante operíodo imperial, sendo órgão público em atividade mais antigo do estado. Tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no estado da Paraíba. Ela é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Brasil, sendo seus integrantes denominados militares dos estados.[213][214]
OCorpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba é um comando intermediário da polícia militar estadual, cuja missão consiste na execução de atividades dedefesa civil, prevenção e combate a incêndio, buscas, salvamentos e socorros públicos, no âmbito do estado da Paraíba.[215] Assim como ocorre com os policiais militares, os integrantes do Corpo de Bombeiros também são denominados militares dos estados pela constituição federal.[216]
APolícia Civil do Estado da Paraíba foi criada pela lei estadual nº 4273, de setembro de 1981, tem a função de polícia judiciária e é responsável pela apuração das infrações penais, com o objetivo de promover o bem-estar e a paz social da população.[217]
O Maior São João do Mundo, evento que acontece na cidade de Campina Grande, é um dos principais eventos da Paraíba, atraindo mais de dois milhões de pessoas durante um mês de festividades noParque do Povo.Sede daAcademia Paraibana de Letras (APL), emJoão Pessoa, na antiga residência de Augusto dos Anjos, considerado o maior poeta de literatura paraibana.[218]
O responsável pelo setor cultural do estado da Paraíba é o Conselho Estadual de Cultura, juntamente com a Secretaria Estadual de Cultura. O conselho foi instituído pelo decreto estadual nº 32 408 de 14 de setembro de 2011, está vinculado ao gabinete do governador e tem por objetivo planejar e executar a política cultural do estado por meio da elaboração de programas, projetos e atividades que visem ao desenvolvimento cultural, além de defender a conservação do patrimônio artístico, cultural e histórico da Paraíba.[219]
Mercado do Artesanato Paraibano, emTambaú, João Pessoa
Oartesanato é uma das formas mais espontâneas daexpressão cultural paraibana. Em várias partes da Paraíba é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, criada de acordo com a cultura e o modo de vida local e feita commatérias-primas regionais, como osbordados, acerâmica, ocouro, ocrochê, afibra, olabirinto, amadeira, omacramê e asrendas. Alguns grupos reúnem diversos artesãos, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais.[225]
Entre os principais centros de artesanato do estado estão: o Mercado de Artesanato Paraibano, emJoão Pessoa, um espaço de 120 lojas com vários produtos artesanais variados, como bordados e redes, além de comidas típicas regionais;[226] a Feira de Artesanato de Tambaú, também em João Pessoa, que possuilanchonetes, praças de alimentação erestaurantes, além de contar com diversas apresentações culturais;[227] a Casa do Artista Popular, igualmente situada na capital, inaugurada em 2006, reunindo mais de mil peças e representações do artesanato paraibano[228] e a Vila do Artesão, emCampina Grande, que possui 77 chalés e é bastante procurada durante o São João.[229]
Além destes equipamentos permanentes, acontece, duas vezes ao ano, o evento Salão do Artesanato Paraibano, vinculado ao Programa de Artesanato da Paraíba do governo estadual, que conta com mais de cinco mil artesãos.[230] Uma das edições do evento ocorre durante o verão em João Pessoa[231] e a outra, durante o inverno em Campina Grande.[232] Participam dos eventos milhares de artesãos e visitantes todos os anos.[231][232][233][234]
Teatro Minerva, o mais antigo da Paraíba, no centro histórico de Areia
O primeiro teatro construído na Paraíba foi o Minerva, localizado emAreia, na segunda metade do século XIX (1859). Com o decorrer dos anos, foram surgindo novos espaços teatrais que foram ganhando importância, como oTeatro Santa Rosa, noCentro Histórico de João Pessoa, hoje o mais importante do estado. O teatro mais recentemente entregue é o Teatro Pedra do Reino, no Centro de Convenções da capital.[235] Outros espaços teatrais da Paraíba são o teatro Santa Inês (em Alagoa Grande); teatro Santa Catarina (Cabedelo); teatro Íracles Pires (Cajazeiras); Espaço Paulo Pontes e teatrosElba Ramalho, Rosil Cavalcanti e Severino Cabral (Campina Grande); teatros de Arena, Ariano Suassuna, Cilaio Ribeiro, Ednaldo Egypto, Lampião, Lima Penante, Paulo Pontes, Piollin e da SESI, além do Cine Teatro Banguê (em João Pessoa); teatro Oficina de Artes (em Santa Rita) e cine-teatro Gadelha (em Sousa).[236]
O estado também possui vários museus, dentre os quais destacam-se o Museu da Rapadura (em Areia), Museu de Arte Assis Chateaubriand (está localizado em Campina Grande e é o mais famoso da Paraíba;[237] foi inicialmente denominado Museu de Arte de Campina Grande em 1967, ano de sua fundação, depoisMuseu Regional de Arte Pedro Américo e, desde a década de 1980, o museu possui seu nome atual),[238] oMuseu Histórico e Geográfico (também em Campina Grande), o Museu da Fundação Ernani Satyro (está situado em Patos e possui arquitetura do século XIX, sendo doada posteriormente para a fundação Ernani Satyro e atualmente possui vários objetos e utensílios da antiga residência deErnani Satyro),[239] e o Museu Sacro (em João Pessoa).[220]
Os pratos típicos também variam em cada região do estado. No litoral, destacam-se osfrutos do mar, bem como os petiscos de beira da praia. No interior, os pratos mais consumidos no cardápio são galinha a cabidela e as carnes de bode e sol. Na região do brejo, onde estão localizadas algumas das principais marcas debebidas alcoólicas do Brasil, acachaça é muito popular. No sertão, o principal cardápio são o arroz vermelho, as carnes e os grãos.[243]
A Paraíba e seu povo também são exaltados em canções. Alguns exemplos são osamba-exaltação "Meu Sublime Torrão" (1937) de Genival Macedo, que se tornou oHino Popular da Cidade de João Pessoa através da Lei Municipal N. 1.601, de 16 de março de 1972,[246] e o hino não oficial da Paraíba,[247][248] obaião "Paraíba" (1950) deHumberto Teixeira e Luiz Gonzaga,[249] ococo "Na Paraíba" (1957) deZé do Norte,[250] osamba "Paraíba" (1972), de Carlos Magno e João Rodrigues,[251] oxote "Paraíba, Meu Amor" (1997) deChico César,[252] e oforró "Paraíba Joia Rara" (2011) de Ton Oliveira.[253]
Ofutebol foi introduzido pela primeira vez na Paraíba no início do século XX, quando, em 1908, o estudante José Eugênio Soares trouxe dacidade do Rio de Janeiro a primeirabola de futebol, dando origem ao primeiro clube paraibano, oClub de Foot Ball Parahyba. Em 1914, foi fundada aLiga Parahyba de Foot Ball e, cinco anos depois, foi criada a Liga Desportiva Paraibana, cujo primeiro jogo ocorreu em 25 de maio de 1919, noHypodromo Parahybano. A Federação Desportiva da Paraíba foi criada em 1941, transformando-se, seis anos depois, na atualFederação Paraibana de Futebol, entidade responsável por organizar anualmente oCampeonato Paraibano, disputado em duas divisões.[254] Até 2015, oBotafogo, de João Pessoa, era a equipe com o maior número de títulos no campeonato estadual, com 27, seguido peloCampinense (19 títulos) e oTreze (14), ambos de Campina Grande.[255] Dentre os jogadores e ex-jogadores paraibanos famosos estãoMazinho (campeão daCopa do Mundo de 1994),Douglas Santos (medalha de ouro nosJogos Olímpicos do Rio 2016),Júnior (multicampeão peloFlamengo) eHulk (disputou aCopa do Mundo de 2014).[256]
A partir dos anos de 1960,natação também passou a ganhar importância com o surgimento dos clubes pessoenses Astrea e Cabo Branco e, posteriormente, ganharam atenção opolo aquático, onado sincronizado e as maratonas aquáticas. Em 1979, a paraibanaKay France tornou-se a primeira mulher daAmérica Latina a atravessar oCanal da Mancha, entreFrança eReino Unido, naEuropa. O desenvolvimento da natação na Paraíba também tornou possível a conquista de títulos nacionais ou internacionais de seus atletas, destacando-se opessoenseKaio Márcio, especialista nonado borboleta e um dos melhores nadadores do país. Além da natação, há a prática dekitesurf ewindsurf, no litoral.[254]
Existem na Paraíba dois feriados estaduais, a data magna do Estado da Paraíba, Fundação do Estado em 1585 e dia da sua padroeira Nossa Senhora das Neves,em 5 de agosto, instituído pela Lei Estadual n.º 10.601, de 16 de dezembro de 2015 e o feriado em homenagem à memória do ex-presidente João Pessoa no dia 26 de julho, instituído pela lei Lei Estadual 3.489/67, Art. 2º.[266][267]
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