A parotidite epidémica é altamentecontagiosa e propaga-se rapidamente entre as pessoas que partilham um mesmo espaço.[6] O vírus é transmitido por gotículas provenientes da respiração ou por contacto direto com a pessoa infetada.[2] A doença é transmitida apenas pelo ser humano.[1] As pessoas infetadas são contagiosas desde sete dias antes do início dos sintomas até oito dias depois.[7] Uma vez curada a infeção, a pessoa geralmente torna-seimune para toda a vida.[1] Embora seja possível ser novamente infetada, as infeções posteriores tendem a ser ligeiras.[8] O diagnóstico baseia-se na inflamação das parótides e pode ser confirmado isolando o vírus num esfregaço doducto parotídeo.[2] As análises do sangue para a presença deanticorpos no sangue são simples e podem ser úteis. No entanto, podem resultar em falsos negativos nas pessoas imunes.[2]
A parotidite epidémica pode ser prevenida com avacina contra a parotidite epidémica.[1] A vacina está incluída nos planos de vacinação de maior parte dospaíses desenvolvidos. Geralmente está incluída navacina VASPR, que também oferece imunidade contra osarampo erubéola.[1] Em países com baixos índices de vacinação pode-se verificar aumento de casos entre pessoas mais velhas, piorando o prognóstico.[4] Não existe tratamento específico.[1] As medidas de alívio passam por controlar os sintomas comanalgésicos como oparacetamol.[4] Em algumas complicações pode ser útil administrarimunoglobulina por via intravenosa.[4] No caso da pessoa desenvolvermeningite oupancreatite pode ser necessária hospitalização.[6][8] Cerca de uma em cada dez mil pessoas infetadas morre.[1]
Sem vacinação, entre 0,1 e 1% da população é infetada em cada ano.[1] Avacinação em massa permitiu diminuir a prevalência da doença em mais de 90%.[1] A parotidite epidémica é mais comum nospaíses em vias de desenvolvimento, onde a vacinação é menos frequente.[5] No entanto, é possível a ocorrência surtos entre a população vacinada.[4] Antes da introdução da vacina, a papeira era uma doença infantil bastante comum em todo o mundo[1] e geralmente ocorriam surtos de grande dimensão a cada dois a cinco anos.[1] O grupo mais afetado eram as crianças entre os cinco e nove anos de idade.[1] Entre a população vacinada, a faixa etária mais afetada são as pessoas com vinte e poucos anos.[4] Naslatitudes próximas doequador, a doença ocorre durante todo o ano, enquanto nas regiões mais a norte ou mais a sul é mais comum no verão e na primavera.[1] A inflamação dolorosa das glândulas parótidas e dos testículos foi descrita porHipócrates noséculo V.[2]
O vírus da caxumba tem formato aproximadamente esférico e é composto por camadas concêntricas de lipídeos, grandes moléculas de proteína e ácido nucléico. No interior, encontra-se um núcleo de uma molécula, único longa de RNA embrulhado em proteína que é introduzida na célula humana.
Vírus da parotidite infecciosa
Grupo:Grupo V ((-)ssRNA)
Ordem:Mononegavirales
Familia:Paramyxoviridae
Gênero:Paramyxovirus
Espécie:Vírus da parotidite
É um vírus da família dosparamyxovirus, parente do vírus dosarampo. O seugenoma é deRNA simples, de sentido negativo (a cópia é que serve de RNA para síntese proteica). É envelopado,pleomórfico variando de 100-600 nm, e de formato esférico, muitas vezes filamentoso. O envelope contém as proteínashemaglutinina eneuraminidase, que participam das reações imunológicas, sendoantígenos virais.[9]
É altamente infeccioso. Os vírus são transmitidos por gotas deespirros,tosse, respiração em ambiente fechado ou por contato direto com asaliva. Pode ser transmitido ao se compartilhar copos, pratos e talheres. O vírus também pode sobreviver fora do organismo por algumas horas e, em seguida, ser transmitido após o contato caso a pessoa encoste nele e depois encoste na mão na boca ou no nariz. A pessoa infectada com caxumba pode contaminar outros, entre aproximadamente seis dias antes do início dos sintomas até cerca de 9 dias após início dos sintomas. O período de incubação (tempo até o início dos sintomas) pode ser 14-25 dias, mas é mais tipicamente em média de 16 a 18.[10][11]
O ser humano é o único hospedeiro natural. O vírus atravessa aplacenta, sem causar malformações mas pode causaraborto.
A pessoa começa a apresentar sintomas apenas cerca de duas a três semanas depois de ser contaminada.
A parotidite infecciosa é uma enfermidade contagiosa aguda caracterizada por um aumento não supurativo de uma ou ambas glândulas salivaresparótidas, e também as outras glândulas salivares, sendo outros órgãos também acometidos. Complicações são mais comuns em homens após a puberdade.
Entre 20 e 30% das infecções pelos vírus da caxumba são assintomáticas ou mesmo que as glândulas salivares inflamem não é muito visível.
Ocasionalmente em adultos ou adolescentes, quando tratada de forma equivocada ou displicente, pode comprometer o sistema nervoso central (meningoencefalite) etestículos (orqui-epididimite), raramente resultando emsurdez eesterilidade. Raramente ocorrem essas complicações em crianças, sendo que esterilidade só ocorre em indivíduos do sexo masculino durante ou após a puberdade, logo nunca em crianças.[13]
Mulheres adultas que ainda não tiveram a doença, e não tomaram a vacina quando crianças, e querem engravidar devem tomar a tríplice viral para evitar sérias complicações na gravidez. Homens adultos e adolescentes também devem tomar para evitar problemas nos testículos que podem resultar em infertilidade.
Um exame físico confirma a presença das glândulas inchadas. Geralmente a doença é diagnosticada naanamnese, sem necessidade de testes laboratoriais de confirmação. Caso haja incerteza sobre o diagnóstico, um teste de saliva ou sangue podem ser realizados. As provas sorológicas podem ser feitas porneutralização,inibição da hemaglutinação ouELISA.[14]
A vacina é altamente eficaz e raramente produz efeitos colaterais. É feita através da vacinatríplice viral (MMR), geralmente entre 12 e 15 meses de vida (1ª dose), 4 e 6 anos (2ª dose) e 11 e 12 anos (3ª dose). Caso todas sejam tomadas possui 97% de chance de proteger contra uma infecção natural. Os anticorpos maternos protegem os filhos durante os primeiros meses de vida.[13][15]
Adultos e adolescentes que nunca foram infectados nem tomaram a vacina também devem ser imunizados, especialmente mulheres que planejam engravidar.[16]
O tratamento é predominantemente sintomático, comoanalgésicos,anti-inflamatórios eantitérmicos. A criança não precisa ficar na cama, mas deve conservar suas energias e não deve frequentar ambientes com muitas pessoas por se tratar de uma doença viral altamente contagiosa.
Tanto bolsas de água quente como fria nas áreas inchadas podem amenizar a dor. Uma dieta com alimentos macios e muita água e sucos naturais que não sejam ácidos é recomendada. Alimentos ácidos podem piorar a dor.[17]
Estima-se que 85% dos adultos não vacinados ao longo da vida, mas 33% infectados temparotidite (inchaço das glândulas salivais) e acabam não sendo diagnosticados. A doença é mais severa em adultos, podendo causar meningite e infertilidade. As estações com maior número de casos são o inverno e a primavera.[18]
Surtos são frequentes entre os não vacinados a cada 3-6 anos. NoEstado do Rio de Janeiro a média anual passou de 200 a 300 casos entre 2007 e 2013 para 500 a 600 casos em 2014 e 2015. Durante um surto estima-se que 3% dos vacinados com duas doses também são infectados. Antigamente surtos infectavam 30% da população e era uma das principais causas de surdez, pancreatite, aborto e infertilidade.[19]