Descendente de uma família da aristocracia militar de Roma, era filho de Teodoro, morto quando Adriano era ainda criança. O menino foi acolhido pelo tio paterno Teodoto (ou Teodato)consul, dux et primicerius Sanctae Romanae Ecclesiae, possivelmente irmão de Albericomarchio et consul tusculanus princeps potentissimus, que algunsgenealogistas, embora sem documentação segura, consideram como sendo o antepassado mais remoto doscondes de Túsculo.[nota 1] Foidiácono durante o pontificado dopapa Estêvão III, ao qual sucedeu, tendo sido aclamado por unanimidade e consagrado em 9 de fevereiro de 772.[2]
EleitoPapa, Adriano teve de enfrentar a má-fé do último reilombardo,Desidério, e deLeão IV, o Cazar. Com a morte deCarlomano, irmão deCarlos Magno, Desidério queria que o Papa coroasse o filho de Carlomano, ainda menor. Seria aguerra civil. Desidério subornou alguns nobres e atacou Roma. O papa Adriano recorreu então a Carlos Magno, que foi a Roma, com fervor religioso (Páscoa de 774), e renovou solenemente a doação de territórios, feita por seu pai,Pepino o Breve, e proclamou-se "rei dos Lombardos" e "patrício dos romanos".[3]
O ex-rei Desidério, vencido em 774 e aprisionado, retirou-se, humilhado, para o convento de Corbeia; sua esposa fez-semonja. Contam os cronistas dessa época tão conturbada que ele teria terminado seus dias em vida santa e que teria feito milagres.[3]
No Oriente,Leão IV, o Cazar, filho de Coprônimo, continuou a feroz perseguição às imagens, até a morte. A imperatrizIrene de Atenas amenizou as leisiconoclastas e reuniu oSétimo Concílio Ecumênico (Niceia,787), com 300 bispos, presidido pelos legados romanos. Foi instituído o culto das imagens, com imenso júbilo dos fiéis. Paulo, o patriarca herético bizantino, converteu-se, tornando-se um monge famoso pela oratória e pelo saber teológico.
Adriano guiou a Igreja com firmeza, na disciplina e na fé. Condenou o "adocionismo" deElipando, bispo de Toledo, que ensinava ser Jesus apenas filho adotivo de Deus. Reconstruiu os muros de Roma (380 torres) e osaquedutos, protegeu as artes e a agricultura. Morreu no Natal de 795, após 23 anos de pontificado.[3]
Notas
↑Vários historiadores consideram a hipótese segundo a qual, do irmão de Adriano, também chamado Alberico, descendesse um certo Benedito, pai de Teofilato I Agapito (que alguns identificam com oPapa Adriano III) e Sérgio (que se tornou oPapa Sérgio III).