Nota: Este artigo é sobre partido político brasileiro criado em 1995. Para o partido político criado em 1945 e extinto em 1965, vejaPartido Trabalhista Nacional.
OPodemos (PODE), originalmente chamadoPartido Trabalhista Nacional (PTN), é umpartido político brasileiro decentro-direita[19][20] àdireita[21]. A legenda tem sido comandada pela família Abreu (Dorival de Abreu,José Masci de Abreu eRenata Abreu) desde sua fundação em 1995. O partido originalmente reivindicou linhagem com oPartido Trabalhista Nacionaloriginal, que foi proibido em 1965, e com o ex-presidenteJânio Quadros e sua ideologia doJanismo.[2] Em 2016, mudou seu nome para "Podemos" inspirado no lema da campanha deBarack Obama à presidência dosEUA, "sim, nós podemos" (em inglês: "yes, we can"); oficializado peloTribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio de 2017.[22][23][24] Com a nova identidade, o partido passou a adotar um discurso centrado em maior participação cidadã, transparência na política edemocracia direta.[23][24] Apesar do discurso reformista, o Podemos consolidou-se, na prática, como um partido de perfil pragmatista e caráter "pega-tudo",[6] e portanto é considerado parte doCentrão, bloco de partidos centro e centro-direita que priorizam alianças estratégicas ao invés de rigorosidade ideológica.[25]
Em dezembro de 2018, o partido incorporou oPartido Humanista da Solidariedade (PHS).[26] Em 2022, iniciou o processo de incorporação doPartido Social Cristão (PSC), realizando convenção conjunta em dezembro do mesmo ano.[27] Em 16 de junho de 2023, a incorporação foi homologada pelo TSE.[28] Com a incorporação, seu número eleitoral passou a ser 20.[1][29]
Em abril de 2025 possuía 811.631 filiados, sendo o nono maior partido brasileiro.[12][15]23.432 candidatos disputam a eleição municipal de 2024 pelo partido, sendo 7.953 candidatas.
O PTN foi fundado em 25 maio de 1995, ganhando o registro provisório no mesmo ano.[2] Obteve o registro definitivo em 2 de outubro de 1997,[1] tendo sido dirigido pelo ex-deputado doPartido Trabalhista Brasileiro (PTB, 1945-1965)[30] Dorival de Abreu.[2] A agremiação pretendia recriar oPartido Trabalhista Nacional (1945-1965), partido que veio a elegerJânio Quadros e que foi fundado por uma dissidência do PTBgetulista.[2]
Na eleição de 1998, o PTN usava uma marca semelhante ao PTN original
Naseleições de 1998, lançou como candidata à presidência sua secretária geral,Thereza Ruiz, obtendo votação superior a 100 mil votos e ficando em 10.º lugar.[31]
Marca usada pelo PTN em boa parte de sua história. O partido usava uma vassoura em seu símbolo, remetendo à campanha deJânio Quadros para presidente
EmSão Paulo, apresentou o candidato a governador Fred Corrêa naseleições de 2006 mas foi derrotado ao obter apenas 4.523 votos e ficar em 14.º lugar.[32] Entretanto, elegeu seis deputados estaduais no país.[2]
Entre 2008 e 2012, elegeu 28 prefeitos, 748 vereadores e seis deputados estaduais.[2]
Após o falecimento de Dorival, seu irmão, o ex-deputado federal José de Abreu, dirigiu a legenda até 2013, sendo substituído pela sua filha, a também deputada federal Renata Abreu.
Devido sua pouca projeção, a sigla que era tradicionalmentetrabalhista enacionalista,[33][34][2] gradualmente acomodou seu programa às novas preferências políticas, passando a também agremiar nomes mais à direita e adotar uma perspectivaconservadora liberal. Nesse liame, com a janela partidária no início do ano de 2016, vários parlamentares trocaram de legenda e o destino de alguns deles foi o PTN que, à época, passou a ter 13 deputados federais. Ainda como PTN, obteve o maior crescimento proporcional no número de prefeituras naseleições de 2016.[23]
Em maio de 2017, o então "Partido Trabalhista Nacional" foi autorizado a mudar de nome e passou a ser denominado "Podemos".[22] A mudança foi uma tentativa de modernização devido àcrise político-econômica de 2014.[35] Baseado em pesquisas e estudos de consultorias, a organização foi renomeada por inspiração no mote "sim, nós podemos" (yes, we can) dacampanha de Barack Obama à presidência dos EUA em 2008 e sem qualquer relação com opartido espanhol homônimo. A essa época, a bancada do partido foi caracterizada como decentro-direita com parlamentaresconservadores pelo presidente do diretório estadual naBahia, João Carlos Bacelar Batista, enquanto que a nova organização buscaria ocentrismo, segundo seus dirigentes.[36][23][37][38]
Como candidato à presidência naseleições de 2018, lançou Alvaro Dias.[42] Para acompanhá-lo,Paulo Rabello de Castro, um ex-presidente doBNDES e doIBGE, foi escolhido como candidato a vice-presidente.[43] No pleito da campanha, foi defendido um pacto social para refundar a República, o aumento de investimentos nos setores de educação, além de uma reforma tributária e política do país.[44]
Em 22 novembro de 2022, foi anunciada a incorporação doPartido Social Cristão (PSC) ao Podemos, para que o primeiro continuasse recebendo o fundo partidário e tivesse acesso ao tempo de propaganda eleitoral na televisão e rádio.[49][50] A convenção conjunta dos partidos, que formalizou a incorporação, foi realizada em 8 de dezembro de 2022.[51][52] Em 16 de junho de 2023, o TSE homologou a incorporação.[28] De início, a incorporação seria uma fusão, com a criação de um novo partido Podemos com o número eleitoral 20.[50] Em 5 de março de 2024 foi oficializada a mudança do número eleitoral, deixando de ser 19 e passando a ser 20.[29]
Segundo representantes como sua presidente nacional, Renata Abreu, o Podemos não é deesquerda ou de direita, mas "para a frente", defensor de mais participação popular no processo de tomada de decisões.[36][53][54][55]
O partido defende umademocracia participativa no Brasil, seja através deplebiscitos ereferendos (como proposto na PEC 330/2017, de autoria de Renata Abreu, que propõe que a cada eleição o povo possa votar em mais do que candidatos, mas também em temas importantes de interesse da maioria),[56]veto popular (como defende a PEC 331/2017, também de Renata Abreu, que pretende incluir na constituição o direito do povo de vetar leis já aprovadas)[57] oudireito de revogação (conforme propõem a PEC 37/2016, de Alvaro Dias,[58] e a PEC 332/2017, de Renata Abreu).[59]
Devido às posições e políticas pragmáticas do partido e organização "pega-tudo", muitos cientistas políticos ainda o classificam como membro doCentrão, bloco de legendas de centro e centro-direita caracterizado por alianças pragmáticas e pela busca de influência política dentro dos governos, independentemente de orientação ideológica.[80][81][82]
Observações: Em 2018, o Podemos elegeu 22 deputados estaduais.[13] Nomes marcados com osímbolo * foram eleitos em 2018 por outros partidos. Nomes marcados com osímbolo + são suplentes empossados. Logo após aeleição de 2018, processos naJustiça Eleitoral deixaram Tiago Falcão (AM) e Jean Mendonça (RO) sem cargos.Rodrigo Maroni (RS) eJânio Natal (BA) saíram do partido em março de 2020 e maio de 2020 respectivamente.Aprígio (SP) tornou-se prefeito deTaboão da Serra em janeiro de 2021.
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Em negrito estão os candidatos filiados ao PODE durante a eleição. Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes àscoligações proporcionais que o PODE compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais àscoligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
Candidatos majoritários eleitos (7 governadores e 11 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PODE durante a eleição. Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes àscoligações proporcionais que o PODE compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais àscoligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
↑«Brazil's 'third way' candidates gear up to challenge Bolsonaro».Financial Times (em inglês). 25 de agosto de 2021. Consultado em 22 de janeiro de 2024.Moro is currently working in the private sector, but his name has been floated as a potential presidential contender for the centre-right Podemos party. [Moro atualmente trabalha no setor privado, mas o seu nome tem sido apontado como um potencial candidato presidencial pelo partido Podemos, de centro-direita.]