Ouro Preto localiza-se em uma das principais áreas dociclo do ouro. Oficialmente, foram enviadas a Portugal 800 toneladas de ouro no século XVIII, isso sem contar o que circulou de maneira ilegal, nem o que permaneceu na colônia, como por exemplo o ouro empregado na ornamentação das igrejas.[9]
O município chegou a ser uma das cidades mais populosas dasAméricas, contando com cerca de 40 mil pessoas em 1730 e, décadas após, 80 mil, mas é bom lembrar que a área de Villa Rica/Ouro Preto era muito maior englobando as atuais Congonhas, Ouro Branco e Itabirito. Àquela época, a população deNova York era de menos da metade desse número de habitantes e a população deSão Paulo não ultrapassava 8 mil.[9] ACidade Histórica foi o primeiro sítio brasileiro consideradoPatrimônio Mundial pelaUNESCO, título que recebeu em 1980.[10] Foi considerada patrimônio estadual em 1933 emonumento nacional em 1938.[11]
Antes da chegada dos colonizadores de origem europeia no século XVI, toda a região atualmente ocupada pelo estado deMinas Gerais era habitada porpovos indígenas que falavam línguas dotronco linguísticomacro-jê.[carece de fontes?] A partir do século XVI, exploradoresluso-tupis provenientes deSão Paulo, osbandeirantes, começaram a percorrer a região do atual estado deMinas Gerais em busca deouro, pedras preciosas e escravos indígenas. Nesse processo, dizimaram muitas nações indígenas da região. No final do século XVII, finalmente foi descoberto ouro na região, aumentando ainda mais o afluxo de aventureiros para a região. Enquanto isso, as descobertas de ouro nos córregos continuavam no sertão, elevando nomes como o deAntônio Dias de Oliveira,Bartolomeu Bueno de Siqueira,Carlos Pedroso da Silveira e de gente vinda daBahia e dePernambuco e acendendo ambições de além-mar. As expedições procuravam ora oRio das Velhas (principalmente os paulistas, que haviam acompanhado a bandeira deFernão Dias Pais e deRodrigo de Castelo-Branco), ora o Tripuí, onde já se havia encontrado o afamado "ouro preto", balizado pelo cabeço enevoado dopico do Itacolomi, que começavam a avistar logo transposto oItatiaia.[12]
Orientados pelos picos que eriçam as serras deOuro Branco, Itatiaia, Ouro Preto, Itacolomi,Cachoeira,Casa Branca,Ribeirão do Carmo etc., os exploradores seguiam, juntos ou separados. DizAntonil que, da mina da Serra do Itatiaia, a saber do Ouro Branco (assim chamavam ao ouro ainda não bem formado), distante do Ribeiro do Ouro Preto oito dias de caminho moderado até o jantar, dele não faziam caso os paulistas por terem outras de ouro formado e muito melhor rendimento. SegundoJosé Rebelo Perdigão, secretário do governadorArtur de Sá e Menezes, em 1695 e 1696 teria sido descoberto, nesta montanha, um ribeiro aurífero ao qual se deu mais tarde o nome de Gualacho do Sul, mas que os paulistas desta bandeira de Garcia de Almeida e Cunha, o Miguel Garcia, não se recusaram a dividir a jazida com seus companheiros deTaubaté, os quais, se tendo então separado, tomaram marcha para o interior e descobriram o ribeiro de Ouro Preto. Dos córregos e morros de Ouro Preto, ainda hoje chamados o Passadez,Bom Sucesso,Ouro Fino, Ouro Bueno, foram descobridores Antônio Dias, de Taubaté, o padreJoão de Faria Fialho eTomás Lopes de Camargo, primo do descobridor de Itaverava Bartolomeu Bueno de Siqueira.[12]
Ouro Preto foi criada em 24 de junho de 1698 pelabandeira de Antonio Dias e Padre Faria.[13] A elevação de Ouro Preto avila se deu em 8 de julho de 1711,[14] por meio da fusão de diversos arraiais, fundados porbandeirantes, tornando-se sede deconcelho, com a designação de "Vila Rica".[12] Inicialmente Vila Rica de Albuquerque e depois Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto.[15] Nesse ano foram criadas as três primeiras vilas de Minas Gerais: em 8 de abril Ribeirão do Carmo, atualMariana, em 8 de julho Vila Rica, atual Ouro Preto, e em 17 de julho Nossa Senhora da Conceição de Sabarabussu, atualSabará.
Mapa de rendimento do ouro nas Reais Casas de Fundição em Minas Gerais, entre julho e setembro de 1767.Arquivo Nacional.
O ouro mineiro começou a chegar aoReino de Portugal ainda no final doséculo XVII. Em 1697, o embaixador francês Rouillé mencionou a chegada de ouro "peruano". Não era distribuição fácil nem equitativa, pois, às vezes, eram explorados aluviões riquíssimos ao longo de um curso d'água estreito e, assim a riqueza mineral não era bem distribuída. Pelo Direito da época, o senhor do solo e do subsolo era o rei, mas não podia trabalhar a terra e a dava em quinhões a particulares para explorar mediante parte nos resultados, o que constituía a "pensão enfitêutica" devida ao senhorio. A porção era de vinte por cento = o quinto = cuja história é a própria história de Minas, segundo seu historiadorDiogo de Vasconcelos. Para a arrecadação, em cada distrito havia um Guarda-mor com escrivão, tesoureiro e oficiais. "Consideravam-se novas só as lavras distantes meia légua de alguma lavra já conhecida, de modo que os ambiciosos afastavam-se delas para se enquadrarem nas regalias, multiplicando-se os manifestos e seus exploradores, sem garantia de vida e propriedade, tendo que se entrincheirar no próprio local de trabalho, levantando abrigos ou aproveitando as bocas das minas, concorrendo para a disseminação de povoados".[12]
Vieram artífices de profissões diversas, no arraial de Ouro Preto e no arraial de Antônio Dias, no Caquende, Bom Sucesso, Passa-Dez, na Serra e Taquaral, construindo capelas, casas de morada e fabricando ferramentas. Em toda parte, foi revirada e pesquisada a areia dos ribeiros e a terra das montanhas, levantando-se barracas perto de terrenos auríferos, arraiais de paulistas começando a povoar o interior da terra que hoje é Minas Gerais. Organizaram-se depois os povoados em torno de capelas provisórias, até a "grande fome".[12]
DizAntonil em 1710: "A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como os das Minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão. Cada ano, vêm, nas frotas, quantidades de portugueses e estrangeiros para passarem às Minas." E, adiante: "As constantes invasões de portugueses do litoral vencerão os paulistas que haviam descoberto as lavagens de ouro - florestas batidas, montanhas revolvidas, rios desviados de cursos, pois a sede de ouro enlouquecia.[12]
Desciam das serras que isolavam Minas homens levando famílias,escravos, instrumentos de mineração, atravessando florestas e vadeando rios caudalosos depois de lutar às vezes contra índios expulsos do litoral. Frades fugiam dos conventos, proprietários abandonavam plantações, procurando como loucos as terras do centro - visão fugitiva de riquezas acumuladas sem luta nem trabalho. Em 1720, foi escolhida para capital da novaCapitania de Minas Gerais. A cidade tem o nome de "Ouro Preto" devido a uma característica do mineral aqui encontrado na época: o ouro era escurecido por uma camada deóxido de ferro, dando-lhe tonalidade escura.[16]
Ao longo da história colonial, o povo foi nomeado de diferentes formas pelos não-indígenas —Botocudos, Bukans, Cataguases, Guarachues, Batatais, Guaianazes do Velhas, entre outros, mas atualmente a população indígena originária do município são osBorum-Kren. Nesse processo, sofreram extermínio cultural, invisibilização e a dispersão forçada de seus descendentes e muitos foram constrangidos a ocultar sua ancestralidade, passando a se registrar nos censos e documentos oficiais como “pardos” ou “negros da terra”.
Em 1823, após aIndependência do Brasil, Vila Rica recebeu o título deImperial Cidade, conferido porPedro I, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto. Em 1839, foi fundada aEscola de Farmácia, tida como a primeira escola de farmácia da América do Sul. Em 12 de outubro de 1876, a pedido dePedro II,Claude Henri Gorceix fundou aEscola de Minas em Ouro Preto. Esta foi a primeira escola de estudos mineralógicos, geológicos e metalúrgicos do Brasil e, hoje, é uma das principais instituições de engenharia do país.[12]
Foi a capital daprovíncia e, mais tarde, do estado, até 1897. Assim era descrita a cidade de Ouro Preto pelo ilustre fundador da Escola de Minas, em relatório enviado ao imperador Pedro II: "Em muito pequena extensão de terreno, pode-se acompanhar a série quase completa das rochasmetamórficas que constituem grande parte do território brasileiro e todos os arredores da cidade se prestam a excursões mineralógicas proveitosas e interessantes". (Claude Henri Gorceix)[carece de fontes?]
Segundo Oliveira (2006), desde que ocorreu a fixação nas áreas mineradoras da região de Ouro Preto, no final do século XVII e início do XVIII, a cidade teve várias imagens. De um local que "exalava conflitos", no dizer do Conde de Assumar, governador da Capitania das Minas no século XVIII, até a de uma capital que dificultava a modernização do Estado no início da República. O início da ocupação do espaço urbano de Ouro Preto ocorreu com a formação de arraiais mineradores isolados (Ouro Podre, Taquaral, Antônio Dias, Pilar). A consolidação urbana e a presença efetiva da Coroa portuguesa se deu somente em meados do século XVIII com a construção dosPalácio dos Governadores (atual Escola de Minas), pelo engenheiro-militar José Fernandes Alpoim e dos arruamentos ligando os referidos arraiais.[12]
Ouro Preto em 1870.
Em fins do século XIX, Ouro Preto era vista pela elite mineira como símbolo do atraso e a construção de Belo Horizonte também representou o ideal republicano de modernização. Entretanto, também havia partidários da permanência da capital em Ouro Preto. Estes propuseram planos de revitalização da cidade e destacavam a importância histórica da cidade na conformação de Minas e do Brasil. Com a proclamação da república brasileira em 1889, a velha cidade de Ouro Preto passou a ser vista como um entrave para o desenvolvimento do estado de Minas Gerais, que substituiu a província de Minas Gerais. Foi decidida, então, a transferência da capital estadual para uma cidade planejada,Belo Horizonte, que veio a ser inaugurada em 1897. A mudança da capital para Belo Horizonte provocou um esvaziamento da cidade (cerca de 45 por cento da população) e acabou inibindo o crescimento urbano da cidade nas décadas seguintes, fato que contribuiu para preservação do Centro Histórico de Ouro Preto.[17]
As igrejasbarrocas/rococós a certas influências neoclássicas e o casariocolonial de Ouro Preto só voltaram a ficar evidenciados de forma positiva pelomovimento modernista, na década de 1920. Nesse momento, as obras deAleijadinho eMestre Ataíde passaram a ser vistas como manifestações primeiras de uma cultura genuinamente brasileira. O próprio tombamento da cidade faz parte do projeto de construção de nacionalidade brasileira, sendo o primeiro local do país consideradomonumento nacional.[18]
Em 2005, foi alterado o lema inscrito na bandeira da cidade. Segundo osmovimentos negros, o lema anterior,PROETIOSVM TAMEM NIGRVM (traduzido dolatim, "Precioso, Ainda que Negro") tinha uma conotaçãoracista. Dessa forma, o novo lema inscrito na bandeira da cidade passou a serPROETIOSVM AVRVM NIGRVM ("Precioso Ouro Negro").[19]
Na década de 2010, uma grande preocupação era conservar o patrimônio, tendo em vista o grande número de turistas (15 a 25 mil por mês) e carros ( 32,7 mil em 2016, mais que o dobro do número de 2006), e as atividades de mineração na região. Apesar doPrograma de Aceleração do Crescimento designar recursos para cidades históricas, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos foi fechada em 2014 para reforma e permanecia assim dois anos depois. O trânsito também tem o problema das ruas apertadas, que quando se enchem de carros atrapalham pedestres a atravessar.[20]
OServiço Geológico do Brasil constatou em estudo feito em 2016 que há 313 áreas de risco geológico na cidade. Em estudo feito em 2021, foi constatado que 882 domicílios e 3006 moradores estão em risco.[21] Vários casarões passaram a desabar por causa das chuvas.[22]
Vista panorâmica do centro histórico de Ouro Preto
O relevo local varia muito: de Amarantina 700 (setecentos metros) aos mais de 1 600 metros em Antônio Pereira. O relevo acidentado não favorece as atividades agropastoris. Caracterizam-se as indústrias extrativas de minério e pedras. A altitude média é de 1 116 metros, sendo o bairro de São Sebastião o mais alto com mais de 1400 metros em certas áreas. O ponto mais alto é localizado em algum ponto da Serra do Caraça no distrito de Antônio Pereira, onde a altitude passa dos 1 800 metros.[carece de fontes?]
Ouro Preto abriga campos rupestres, matas deAraucária (Pinhais), florestas de candeias e possui grandes áreas remanescentes da Mata Atlântica. A vegetação predominante de Ouro Preto é o cerrado.[carece de fontes?]
O clima predominante é otropical de altitude (Cwb, de acordo com aclassificação climática de Köppen-Geiger), característico das regiões montanhosas, comchuvas durante os meses de outubro a abril[26] egeadas ocasionais em junho e julho.[carece de fontes?] Segundo dados doInstituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1913 a 1990, a menor temperatura registrada no município foi de 0 °C em 15 de junho de 1925, e a maior atingiu 33,9 °C em 28 de outubro de 1980. O maior acumulado deprecipitação em 24 horas foi de 161 mm em 1 de fevereiro de 1979.[27] No Diário Oficial da União de 10 de junho de 1893 consta um relato de queda deneve em Ouro Preto em 19 de junho de 1843.[28][29]
No censo de 2022, a população ouro-pretana assim classificou sua cor de pele: 51,16% parda, 29,11% branca, 19,45% preta, 0,16% amarela e 0,11% indígena.[31] De acordo com um estudo genético de 2013, realizado em habitantes da sede de Ouro Preto, a ancestralidade encontrada foi 50,3% europeia, 33,3% africana e 16,4% indígena. Segundo o estudo, a ancestralidade africana em Ouro Preto é maior que a média da região Sudeste do Brasil.[32] Outro estudo genético, dessa vez abarcando habitantes do distrito deLavras Novas e seu sub-distrito chamado Chapada e Santo Antônio do Salto, encontrou ancestralidade europeia de 47%, seguida da africana (43%) e da ameríndia (11%). O estudo também enfatizou que a ancestralidade africana encontrada na região está acima da média, fato que sugere que escravos da época doCiclo do Ouro não migraram da região, perpetuando, assim, a herança genética original.[33]
Apesar de atualmente a economia de Ouro Preto depender muito do turismo, há também importantes indústrias metalúrgicas e de mineração no município. As principais atividades econômicas são o turismo, a indústria de transformação e as reservas minerais do seu subsolo, tais comoferro,bauxita,manganês,talco emármore.[34][35]
Apesar de ter a maior parte do intenso fluxo turístico focado na arquitetura e importância histórica, o município possui um rico e variado ecossistema em seu entorno, com cachoeiras, trilhas seculares e uma enorme área de mata nativa, protegida pelos Parques Estaduais. O mais recente destes situa-se próximo ao distrito deSão Bartolomeu.[37]
Um dos pontos de ecoturismo frequentado tanto por turistas como também por moradores é o Horto dos Contos. Fundado em 1799, o parque foi o segundo jardim botânico criado no Brasil, em uma área de 32 hectares de extensão, oferecendo 2,5 km de trilha em pleno centro histórico.[38]
A economia da cidade é fortemente impactada pela mineração e pelo turismo. Porém, nos últimos anos, Ouro Preto também se tornou um polo universitário e um espaço que abriga empresas de tecnologia, como Usemobile, Gerencianet, Stilingue, Next Tecnologia e Binarymind. A influência das empresas desse ramo levou a prefeitura do município a instituir uma lei com uma série de medidas e ações para estimular áreas de inovação e tecnologia.[40]
A Prefeitura Ouro Preto nunca delimitou oficialmente os bairros da cidade, reconhecendo como subdivisões oficiais apenas os 13 distritos. Entretanto, só no distrito sede, existem locais que por questões culturais são chamados de bairros[41] cujos nomes populares se seguem: Alto da Cruz, Água Limpa, Antonio Dias, Barra, Bauxita, Centro, Cabeças, Jardim Alvorada, Lajes, Morro Santana, Morro São João, Morro São Sebastião, Morro do Cruzeiro,Morro da Queimada, Nossa Senhora de Lourdes,Padre Faria, Piedade, Pilar, Rosário, São Cristóvão, Saramenha, Taquaral, Vila Aparecida, Vila dos Engenheiros, Vila São José,[42] entre alguns outros existentes.
AUniversidade Federal de Ouro Preto (UFOP) foi instituída como Fundação de Direito Público em 21 de agosto de 1969, incorporando duas instituições de ensino superior centenárias: a Escola de Farmácia (fundada em 1839) e a Escola de Minas (fundada em 1876). Conciliando tradição e modernidade, a Universidade Federal de Ouro Preto expandiu-se com a criação de unidades acadêmicas e com a implantação de cursos. A universidade oferece 28 cursos de graduação, contando com 22 departamentos e sete unidades acadêmicas, entre as quais o Centro de Educação Aberta e a Distância, que atualmente ministra o curso de Licenciatura em Educação Básica – Anos Iniciais e o curso de Especialização – Formação de Orientadores Acadêmicos para ensino à distância, atuando em treze polos, em convênios com prefeituras municipais. Atualmente, a instituição é referência no país nas áreas de engenharia e farmácia. Os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto procedem principalmente do interior dos estados deMinas Gerais,São Paulo,Rio de Janeiro,Espírito Santo eGoiás. Com isso, morar emrepúblicas é praticamente uma marca dos estudantes de Ouro Preto e, muitas vezes, uma necessidade.[carece de fontes?]
Asrepúblicas estudantis fazem parte da tradição da cidade. Muitas delas instaladas em prédios pertencentes à Universidade Federal de Ouro Preto (sendo essas as Repúblicas Federais de Ouro Preto), absorvem parcela significativa dos estudantes, em Ouro Preto e Mariana. São administradas pelos próprios estudantes, que definem as regras de admissão nelas. Ao longo de mais de um século, as repúblicas desenvolveram uma cultura própria, e mantêm laços estreitos com ex-alunos e ex-residentes. Esse laço é muito forte entre as repúblicas federais, tradicionalmente nas festas republicanas (12 de outubro, aniversário da Escola de Minas e o 21 de abril, Tiradentes e aniversário das Repúblicas do Campus), os antigos ex-alunos estão presentes uma forma de relembrar e reviver as lembranças dos tempos de universidade.A Refop[43] (Repúblicas Federais de Ouro Preto) é composta por 67 repúblicas, sendo uma mista, 51 masculinas e quinze femininas. Os calouros, conhecidos como "bixos", passam por um período de testes, conhecido como batalha, antes de ingressar em definitivo na república. Esse período de batalha dura, em média, seis meses e os veteranos aplicam diversos trotes, tais como raspar o cabelo e espalhar as roupas por outras repúblicas. Os interessados poderão também acessar algumashomepages das próprias repúblicas, para saber um pouco mais sobre elas, sentindo seu espírito, conhecendo seus moradores e suas programações.[44]
A cidade se tornou conhecida como um "museu a céu aberto", preservando um grande núcleo de casario colonial essencialmente intacto,[47] prestigiado em todo o Brasil e mesmo no estrangeiro, tanto que aCidade Histórica foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial daUNESCO.A organização enfatizou a autenticidade, integridade e originalidade de seu panorama urbano, qualificado como uma obra do gênio humano, sua importância histórica como sede da Inconfidência e de um florescente polo cultural, e o relevo de seus principais monumentos religiosos, onde atuaram mestres de importância superior comoAleijadinho eAtaíde, que deixaram obras que se colocam como os primeiros sinais de uma genuína brasilidade.[10]
Ouro Preto também se destaca pela atividade cultural. Todos os anos, sedia o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana - Fórum das Artes. No ano de 2010, o Festival homenageou Mestre Ataíde, pintor de grande influência no barroco de Minas Gerais. Ouro Preto e Mariana receberam atrações comoRoberta Sá,14 Bis,Sá e Guarabira,Gabriel, o Pensador eChico César. Atividades culturais como teatro, música, artesanato, literatura, discussões em mesas redondas e palestras sobre meio ambiente e incentivo à leitura para crianças também entraram no calendário do Festival.[49]
Ouro Preto abriga o mais antigo teatro em funcionamento daAmérica Latina, oTeatro Municipal de Ouro Preto. Após passar por restauração, no ano de 2007 a Casa da Ópera (nome original) foi reaberta ao público.[52]
A Casa da Ópera foi construída pelo contratador portuguêsJoão de Souza Lisboa, com apoio doconde de Valadares, governador da Capitania, e de seu secretário, o poetaCláudio Manuel da Costa. Situada próximo à Igreja do Carmo, em terreno íngreme, foi inaugurada no dia 6 de junho de 1770, na comemoração do aniversário do rei José I.[carece de fontes?]
Foi desativada nos anos 1990 e reativada em 2006, após uma grande reforma, que incluiu a recuperação de seu leito ferroviário. Atualmente, a estação atende como terminal do turísticoTrem da Vale, operado pela mineradoraVale e que estabelece a ligação de Ouro Preto com a cidade vizinha deMariana, cortando belíssimas paisagens da região dentre serras, montanhas e cachoeiras. Os trens partem da estação às quartas, quintas, sextas, sábados e domingos ou feriados durante a semana.[53][54]
↑Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013).«Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil»(PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 26 de outubro de 2018. Arquivado dooriginal(PDF) em 8 de julho de 2014
↑OLIVEIRA, Alexandre Augusto de.O olhar de Luiz Fontana: documentação de Ouro Preto (1930-1960) – Fotografia e arte pública: um estudo de caso.2006.Dissertação “Mestrado” Área de Concentração: Artes Visuais.Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes.São Paulo.